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Palavras e Obras

Palavras e Obras

參考: James 1–5

Palavras e Obras

Série A Fé que Trabalha! – Parte 1

Tiago 2.14–20

 

Introdução

Alguns anos atrás, o tribunal de um estado teve que decidir a respeito de um caso que envolvia  a família de um homem que morreu afogado e o homem que se recusou a resgatá-lo do afogamento. De acordo com as evidências do caso, a família do morto e seus amigos estavam em um lago numa bela tarde. O homem caminhava próximo ao lago quando tropeçou numa corda do tablado de madeira e caiu dentro da água. Ele ainda conseguiu permanecer na superfície por um tempo, acenando com os braços e se debatendo pedindo por ajuda—ele não sabia nadar. Aos poucos, ele afundou. De repente, ele surgiu novamente na superfície gritando por socorro. Depois disso, afundou pela última vez nas águas escuras do lago.

Seus amigos estavam num tablado próximo e viram o que se passava. Apesar de terem corrido o mais rápido que puderam para tentar alcançá-lo, quando finalmente mergulharam e o trouxeram à terra, ele não estava mais respirando. As tentativas de ressuscitação fracassaram.

A tragédia se tornou ainda mais grave porque, no mesmo tablado de onde esse homem caiu e morreu, havia um jovem deitado numa cadeira pegando sol. Apesar de ele ter ouvido a comoção na água quando o outro caiu—apesar de ele ter ouvido o homem se afogando e gritando por socorro, apesar de ter até ficado comprovado que era um excelente nadador—apesar de tudo isso, ele não saiu de sua cadeira para salvar a vida daquele pobre indivíduo que acabou morrendo.

A família do morto estava tomada de dor e raiva. Eles ficaram tão furiosos e chocados com a incrível apatia e indiferença do jovem que decidiram processá-lo. O caso chegou até o Supremo Tribunal, onde ambas as partes foram ouvidas.

Finalmente, o tribunal encerrou o processo e a família do morto perdeu o caso. Mesmo que com certa relutância, o tribunal decidiu que o jovem rapaz no tablado não tinha responsabilidade legal alguma de tentar salvar a vida do outro homem. De fato, ele tinha o direito de escolher por si mesmo se ele se envolveria ou não com a luta do outro que tentava sobreviver.

O coração do ser humano floresce em auto-centralidade. Você trabalha duro por si mesmo e talvez por sua família; mas, daí, é tudo seu e você não tem responsabilidade alguma sobre mais ninguém além de si mesmo. A regra é: “Cada um por si.” Os vivos não têm responsabilidade alguma pelos mortos, pelos que sofrem ou pelos feridos.

Mas o que isso significa para o crente? E o que isso significa para a igreja? Digo a você o que isso significa. Significa oportunidade imperdível.

Se estamos, de fato, vivendo numa época em que podemos simplesmente deitar no tablado e apenas observar enquanto outro homem se afoga—numa época de individualismo auto-centralizado, totalmente sem vergonha alguma—então isso significa que o crente tem a oportunidade de ouro para demonstrar a singularidade do Evangelho de Jesus Cristo. Esse é um Evangelho que se importa com as pessoas, que interage, que é posto em prática, que dá ao próximo, que arrisca tudo e que salva. O Cristianismo não é simplesmente um Evangelho de palavras, mas um Evangelho que trabalha.

Recebemos muito mais do que uma nova atitude; recebemos, na verdade, um chamado a uma ação redentora. Jesus Cristo disse no Sermão do Monte:

Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

E será o meio-irmão de Jesus, o apóstolo Tiago, que tocará no mesmo assunto e entregará uma carta aos irmãos judeus dispersos do século primeiro. Sua carta foi escrita a crentes e o tópico é o comportamento dos crentes. E nessa carta, Tiago definirá fé genuína como a fé que trabalha.

Agora, enquanto Tiago desenvolve seu assunto da fé que trabalha, ele também define para nós três tipos de fé: a fé morta, a fé demoníaca e a fé dinâmica.

  • A fé morta é inativa.

Tiago escreve no capítulo 2, verso 14:

Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?

Tiago começa essa seção com duas perguntas retóricas. Todos preveem uma resposta negativa a essas perguntas. Tiago pergunta: “Se alguém diz que tem fé sem obras, ou seja, ele diz que tem fé, mas não vive sua fé na prática, será que sua fé é útil?” A resposta é: não.

Tiago continua e faz sua segunda pergunta e irei ampliá-la para você: “Bom, se alguém diz que tem fé, mas não vive conforme sua fé, será que devemos concluir que ele é crente?” Novamente, a resposta que Tiago espera é: não.

Poderíamos traduzir a segunda pergunta dando ênfase ao artigo que antecede a palavra “fé,” dizendo: “Pode a fé, essa mesma fé salvá-lo?” Ou podemos ampliar: “Será que esse tipo de fé é a fé genuína?” E a resposta é: não.

Lembre-se: o foco de Tiago em sua carta não é convencer o descrente de que ele é um descrente, mas desafiar o crente a agir como crente. Ou seja, se você não demonstra sua fé na prática para que o mundo a identifique, sua fé é inútil, morta e infrutuosa.

Agora, se você é mais velho na fé e conhece os escritos de Paulo em Efésios e Romanos, então fica meio na dúvida sobre a direção que Tiago toma ao falar que fé e obras são inseparáveis. Mas veremos juntos em nossos estudos neste parágrafo que os apóstolos Paulo e Tiago não entram em contradição; eles complementam um ao outro. Em Romanos, Paulo escreve a descrentes sobre como definir a salvação, que é por meio da fé somente. Tiago escreve para crentes dizendo como demonstrar a sua salvação, que é por meio das obras. Paulo escreve num âmbito teológico; Tiago escreve num âmbito prático. Paulo foca na fé que conduz à salvação, enquanto Tiago foca na fé após a salvação. Paulo nos ensina como ser justificados diante de Deus, o qual pode enxergar a fé; Tiago nos ensina como podermos ser justificados diante de homens, os quais não podem enxergar fé, mas podem claramente detectar as obras. Veja: Paulo deseja que o descrente abrace a fé; Tiago deseja que o crente cresça na sua fé. Paulo escreveria: “É a fé sozinha que justifica;” Tiago escreveria: “A fé que justifica nunca vem sozinha.” Portanto, Tiago proclama: “Leve sua fé e a exponha em público; o crente pega sua fé e a exibe diante do mundo.”

Essa é a frase-chave em toda a sua discussão. Pule até o verso 18, onde você pode sublinhar as palavras distintivas que Tiago usa: mostra-me essa tua fé... te mostrarei a minha fé.

Como você vê, o Cristianismo é uma exibição acompanhada de um discurso. E Tiago contrasta nos versos 14 a 16 esse tipo de fé com o indivíduo que apenas discursa sobre sua fé, mas não mostra nada sobre sua fé. Volte ao verso 14 e note: Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé. Agora note o verso 16: e qualquer dentre vós lhes disser.

Essa é a descrição de uma fé morta e inútil—a fé morta que substitui ações por palavras. É apenas discurso desprovido de demonstração.

Pessoas com fé morta substituem ações por discurso. Elas conhecem o vocabulário certo; podem até citar um verso ou dois; essas pessoas pensam que podem viver como bem quiserem, desde que saibam como discursar, mas estão enganadas.

Alexander McLaren escreveu no século 19 a respeito desse texto e usou de certo humor sarcástico ao dizer: “As pessoas que menos vivem suas crenças são as mesmas que as anunciam em voz alta. Por algum motivo, a paralisia que afeta suas mãos parece não interferir a sua boca.”

E isto é algo que Tiago evidentemente não suporta: uma profissão de fé sem a prática da fé. Porque ele sabe que é inútil—qual é o proveito? É o que Tiago escreve no 14. Novamente, no verso 16, ele escreve: qual é o proveito disso? E mais uma vez no verso 20: a fé sem as obras é inoperante...?

E isso é verdade, não é? Se o mundo deseja ver um Cristianismo vivo e genuíno, ele jamais irá examinar nossa fé; ele nem sequer sabe como. Mas examinará nossas vidas; e ele sabe muito bem como fazer isso.

Acho interessante o que João escreveu aos crentes em 1 João 3, versos 18 e 19:

Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante ele, tranqüilizaremos o nosso coração;

Em outras palavras, fé que trabalha não somente dá ao mundo a certeza de uma fé genuína, mas também concede a nós mesmos uma convicção.

Então, se quisermos esboçar a descrição que Tiago dá de uma fé morta, a primeira palavra que usaríamos a partir do verso 14 seria “inoperante.”

Esse é o tipo de pessoa que fala, mas não faz. Ela nunca leva sua fé para a vida pública. O Cristianismo pode até ser demonstração e discurso, mas para essa pessoa é apenas discurso e nada de demonstração. Seu Cristianismo nunca sai das quatro paredes de sua igreja. O que ela diz, ora e canta no domingo não passa para a segunda. A fé morta é uma fé inoperante.

  • A fé morta é indiferente.

A segunda palavra que podemos usar para descrever a fé morta é “indiferente.” Tiago gosta muito de usar ilustrações e ele dá mais uma nos versos 15 a 17. Note comigo:

Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.

Novamente, Tiago afirma que a fé verdadeira nunca viaja sozinha; ela sempre viaja acompanhada pelas obras.

Agora, Tiago descreve uma cena aqui bastante parecida com a cena do homem rico e do homem pobre no início do capítulo 2. Neste caso, os personagens não são dois visitantes que chegam atrasados para o culto para dar uma analisada no que está acontecendo na congregação. Ao contrário, nesta cena temos dois crentes que fazem parte da congregação—é um dos irmãos ou irmãs da igreja. E eles aparecem para o culto nas condições que Tiago descreve no verso 15: carecidos de roupa.

Apesar de a palavra aqui utilizada geralmente ser traduzida como “nus,” esse termo também se aplica ao contexto de alguém vestido em pobreza; e essa é a referência óbvia aqui. Esse crente vai à igreja vestindo roupas tão gastas e esfarrapadas a ponto de parecer que não está vestindo nada. E o tempo verbal usado por Tiago aqui nos informa que essa é a constante condição desses irmãos.

Ou seja, todos na igreja sabem que esses irmãos estão em profunda necessidade e que as suas roupas são incapazes de aquecê-los ou protegê-los da chuva e frio. Então, é evidente que eles estão em necessidade.

Daí, Tiago adiciona no verso 15 a informação de que esses irmãos também estão necessitados do alimento cotidiano. Essa é a única ocasião em que essa expressão ocorre dessa forma no Novo Testamento. Ela se refere ao suprimento de comida suficiente para um dia.

Em outras palavras, essas pessoas não têm o que comer depois do culto. Geralmente, saímos da igreja no domingo pela manhã ou à noite e vamos comer um churrasco, vamos a um self-service, ou à casa de alguém; quem sabe comer um lanche ou uma pizza. Outros preferem ir para casa e preparar uma bela lasanha, feijoada, ou um bife acebolado. Seja o que for, temos uma refeição à nossa espera daqui a algumas horas. Mas a ideia aqui neste texto é que esses irmãos sairão do culto e não irão a lugar algum para comer; na verdade, eles voltarão para casa e não comerão nada. Literalmente, eles não têm o suprimento diário de comida.

Essa necessidade dupla de vestimenta e comida é a forma utilizada por Tiago para se referir a um irmão ou irmã em extrema pobreza. E aqui está a questão: a igreja sabe disso. E veja o que acontece no verso 16:

e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?

Essa é outra forma de dizer: “Vocês estão brincando comigo, não é?” Ide em paz era uma forma comum de o crente dizer: “Deus te abençoe!” Essa também é uma expressão bastante comum em nossa cultura. Tornou-se até a forma de crentes se despedirem uns dos outros depois do culto. Neste texto, os irmãos estão usando a expressão grega equivalente ao nosso “Deus abençoe.”

O que torna a situação ainda mais alarmante é a forma como Tiago escreve isso. Os verbos traduzidos como aquecei-vos e fartai-vos são imperativos—são ordens. É como se esses irmãos pudessem obedecer a esses comandos. Os verbos, portanto, indicam que esses irmãos recebem ordem para se manter aquecidos e fartos de comida.

Você consegue imaginar isso? O culto terminou e alguém os vê saindo no frio e diz: “Deus os abençoe! Protejam-se do frio, hein?” E outro irmãozinho bendito da igreja adiciona: “Deus os abençoe! E comam bastante, vocês parecem meio magrinhos.” Isso é ridículo. Esse é o cúmulo da indiferença. Isso é apatia e indiferença que causam vergonha.

Esses irmãos mascaram sua hipocrisia com palavras e expressões santas como “Deus abençoe!” E com a expressão “Deus abençoe,” esses hipócritas realmente querem dizer: “Deus cuidará de vocês, caso confiarem nele. Talvez vocês não estejam confiando e por isso estão passando por fome e frio.”

Um estudioso do grego diz que a reação desses irmãos sugere culpa; ou seja, se os irmãos pobres apenas se esforçassem um pouco mais, eles teriam comida e roupa suficientes. Em outras palavras, dependia deles se vestir e comer; é culpa deles. Um autor escreve: “Essa família não precisava de um sermão; ela precisava de uma refeição. Eles não precisavam se sentar na sua sala de estar; eles precisavam se sentar na sua cozinha. Eles precisavam que você abrisse sua geladeira, não a sua Bíblia.” Esse autor continua escrevendo: “Não me entenda mal. Não existe nada de errado em compartilhar a Palavra. O problema ocorre quando você não obedece à Palavra que busca compartilhar.”

Volte na história da igreja e você descobrirá uma percepção crescente na mente dos ricos que entendiam muito bem que, quando davam algo, eles estavam dando, na verdade, para Deus. Um autor escreve: “E os pobres recebiam como se tivessem recebido do próprio Deus.” Com esse entendimento, a doação de presentes não separava os ricos dos pobres, mas se tornou um elo que os unia em Deus, tornando-os conscientes de sua unidade no Senhor.

Também acho interessante que a igreja era cautelosa quanto aos recipientes de duas caridades. Um líder eclesiástico do século quarto escreveu:

É necessária grande experiência para distinguir entre os que são realmente pobres e aqueles que pedem apenas para juntar mais dinheiro. Aquele que dá a alguém em necessidade ou a um doente dá a Deus e receberá sua recompensa. Mas aquele que dá a um parasita dá a homens que merecem desprezo por causa de sua audácia, ao invés de compaixão por sua pobreza.

Outro líder do século quarto descreveu a arte dos falsos mendigos.

Então, Tiago é bastante claro ao descrever as pessoas genuinamente necessitadas que, por quaisquer que sejam os motivos, estão impossibilitadas de se vestir ou ter comida sequer para um dia.

Eu lembro do que a maioria dos pastores lembra: a experiência de ter sido enganado. Em nossa igreja, tínhamos várias pessoas se aproximando que pareciam ser necessitadas, mas não eram. Tivemos que aprender a distinguir bem. Lembro-me de uma mulher que veio ao meu escritório dizendo que sua mãe estava morrendo e que ela precisava de dinheiro para visitá-la no hospital. Então, dei tudo o que eu tinha, o que era em torno de 30 reais. Quando ela saiu, olhei pela janela e a vi entrando num carro novinho e conversando com o homem que dirigia. Daí, eu aprendi que devo olhar pela janela antes.

Vários anos depois, o que foi na verdade ano passado, eu estava dando uma aula numa igreja. Daí, alguém bateu à porta da igreja. Quando eu abri a porta, uma mulher começou a me dizer que sua mãe estava numa sala de cirurgia em emergência e que ela precisava de dinheiro para visitá-la no hospital. Daí pensei: “Acho que eu conheço você... quero meus 30 reais de volta.”

Ali mesmo diante dos meus alunos, eu lhe disse que sentia muito pela sua mãe e perguntei: “Qual o nome dela?” Ela me disse. Perguntei em qual hospital ela estava internada. E ela me disse o nome do hospital. Pronto, liguei para o hospital e perguntei em qual quarto aquela senhora estava. A recepcionista disse que não havia ninguém com aquele nome internada no hospital. Perguntei à mulher mais uma vez qual o sobrenome de sua mãe, apenas para confirmar. E a recepcionista respondeu novamente: “Não existe ninguém com esse nome aqui.” Então, eu desliguei o telefone e disse à mulher: “Sua mãe não está em hospital coisa nenhuma, não é?” Ela ficou nervosa e saiu murmurando algumas palavras; acho que era em hebraico... mas garanto que não foi nada como “Deus abençoe!”

É sobre isso que Tiago fala aqui. Na verdade, a igreja primitiva desenvolveu formas de discernir uma verdadeira necessidade. E fazemos a mesma coisa em nossa igreja. Doamos bastante dinheiro todo ano para pessoas dentro e fora de nossa igreja que passam por verdadeiras necessidades. Dessa forma, atrelamos o Evangelho à atitude de dar, a fim de que nossas obras de amor e cuidado se tornem uma ponte sobre a qual nossa fé trafega para a vida de outras pessoas. Se não nos importamos, fracassamos em demonstrar a fé viva e ativa. E, ao contrário, nossa fé se torna inútil, morta.

  • Primeiro, a fé morta é inativa; segundo, a fé morta é indiferente; terceiro, a fé morta é impenitente.

Em outras palavras, ela recusa ser desafiada e corrigida; ela se defende em seu erro ao invés de se reformar em arrependimento. Note o verso 18: Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras.

Tiago nos apresenta a um irmão anônimo insensível que objeta de repente. E aqui está a objeção desse irmão anônimo: Tu tens fé, e eu tenho obras. E Tiago responde dizendo: mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé.

O opositor diz: “Não é algo maravilhoso isso? Eu tenho fé e você tem obras. É muito maravilhoso, estamos na mesma família e podemos equilibrar um ao outro!” Tiago responde: “De forma alguma!”

A fim de revelar o argumento errado desse opositor, Tiago lhe diz: “É o seguinte, você me mostra a sua fé sem fazer boas obras e eu provarei a você que tenho fé sem dizer nenhum palavra.” E Tiago sabe que é impossível provar que se tem fé sem fazer algo. Por quê? Porque fé é invisível; é algo que não podemos ver ou tocar! Deixe-me simplificar isso para você. A fé é como calorias: são invisíveis, mas podemos ver seus resultados. Da mesma sorte, as obras são a evidência física externa de uma fé interna espiritualmente viva.

Mas esse opositor anônimo se recusa a aceitar; ele insiste em manter fé e obras separadas. Dessa maneira, ele poderá defender sua inatividade e indiferença e a fé que Tiago declara ser inútil. Assim, ao finalizar sua discussão sobre a fé morta no verso18, Tiago desafia seu opositor em palavras e obras. Vamos levar nosso Cristianismo à praça pública. Vamos não somente declarar nossa fé com palavras, mas mostrar nossa fé com obras.

Sinceramente, Tiago não coloca palavras e obras em contraste. Ele diz: “Vamos revelar através de nossas vidas por meio das obras de nossas mãos, das palavras de nossa boca e do espírito de nosso caráter o que o Cristianismo verdadeiramente é.”

De fato, a palavra utilizada por Tiago no verso 18 para mostra-me e mostrarei significa “trazer à luz, exibir, demonstrar.” Ele exorta o crente a levar sua fé pelas ruas, exibi-la por meio de suas obras. Não entenda mal, obras não produzem fé; obras não trazem fé à existência. Ao contrário, as obras são demonstração de nossa fé; as obras colocam em evidência a fé que já temos.

Lembro-me de quando nosso primeiro filho gêmeo nasceu—ele chorou assim que saiu da barriga da mamãe e demorou muito para parar de chorar. Mas ficamos preocupados com o segundo filho que faria sua entrada na terra dois minutos depois. Ele havia passado as últimas horas na parte superior do útero e toda contração causava arritmia em seu coração. Quando ele nasceu, ficou quieto, não chorou. Daí, o médico deu uma tapinha nele; seu corpinho reagiu à palmada e ele começou a chorar. Todos respiramos em alívio. Se ele estava chorando, estava respirando e seu coração estava batendo. Foi a única vez que seu choro nos trouxe alegria. Seu choro não lhe deu vida—ele simplesmente revelou que estava vivo. O choro que saiu dos seus pulmões não produziu vida, apenas comprovou a existência de vida.

E acontece que esse é o ponto central de Tiago ao dar início aos seus comentários inspirados sobre a fé que trabalha:

  • fé em Jesus Cristo produz vida;
  • vida em Jesus Cristo produz obras;
  • e obras para a glória de Jesus Cristo provam a existência de vida e fé espiritual.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no ano de 2010

© Copyright 2010 Stephen Davey

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