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Recusando Suscitar Caim

Recusando Suscitar Caim

經過 Stephen Davey

Recusando Suscitar Caim

De Coração para Coração—Parte 4

1 João 3.11–18

Introdução

Se você conhece os eventos narrados nos primeiros capítulos de Gênesis, então provavelmente se lembra da tragédia que aconteceu no capítulo 4, quando Caim tirou a vida de seu irmão mais novo Abel. Esse foi o primeiro assassinato registrado na história da humanidade. Por causa disso, o nome “Caim” passou a ser associado a problemas. E até hoje isso é verdade—eu jamais conheci um casal que deu a seu filho o nome em honra ao primeiro filho de Adão e Eva.

Por volta do século 14, apareceu na literatura a expressão “suscitar Caim” que significava invocar um demônio ou o próprio diabo. Em outras palavras, ao “suscitar Caim” você criava problema. Na modernidade, o equivalente a “suscitar Caim” pode ser “criar um inferno.”

Poucas décadas atrás, um produtor cinematográfico dirigiu um dos filmes mais assistidos na história: Cidadão Kane. Nesse filme, cujo título é um trocadilho com o nome “Caim,” o protagonista se torna um empresário arrogante e violento que finda destruindo as coisas mais preciosas em sua vida. O filme aludia não somente aos magnatas perversos de nossa geração, mas aludia, no fundo, ao primogênito de Adão.

Até hoje, a mera menção do nome “Caim” suscita em nossa mente algo negativo, desordeiro ou até pecaminoso.

É interessante que o único evento do Antigo Testamento que João menciona em todas as suas cartas é o registro bíblico de Caim e Abel. E João diz ao crente, com efeito, que um dos distintivos do crente é que ele é diferente de Caim. O crente, portanto, não suscita Caim.

Em 1 João 3.11–18, o apóstolo praticamente destaca três características de Caim, e eu creio que João fará várias outras alusões a Caim no decorrer dos próximos versículos.

Características de Caim

  • A primeira característica de Caim é: o maior assassinato.

Veja o que João começa escrevendo no verso 11:

Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros;

Antes de mergulharmos de volta no relato de Gênesis e estudar Caim e Abel, veja que João escreve: a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta. O termo grego aqui traduzido como mensagem ocorre somente 2 vezes no Novo Testamento, ambas em 1 João. Ele não se refere a um sermão ou aula, mas ao dever básico de cada crente. Essa é a obrigação e o distintivo de cada crente.

Talvez você já tenha ido alugar ou comprar um carro; o vendedor mostrou o carro básico—aquele “Golzinho” de duas portas, sem ar, sem vidro elétrico, sem direção hidráulica—“pelado.” Coloque as mãos para o céu que vem com os pneus. Se quiser ouvir um som, isso já é um item opcional. O básico vem apenas com os equipamentos essenciais.

Bancos de couro e teto solar não são básicos; sistema integrado de GPS também não é; o quite multimídia para você conectar seu celular, seu computador, sua chapinha e micro-ondas são opcionais também.

O que João diz aqui no verso 11 é que amar uns aos outros não é um item opcional que você pode adicionar em sua vida se quiser pagar mais caro; essa é a mensagem básica da vida do crente.

Em outras palavras, amar uns aos outros não é opcional, mas é considerado equipamento básico para a vida do crente.

Amor não é um teto conversível opcional que pode abrir quando o clima está bom; o amor é mais parecido com o volante que mantém sua vida na estrada.

Agora, o que João faz em seguida é nos mostrar o que significa descer num precipício. Essas são características de Caim que conduzem a ruína; elas são o oposto daquilo que nossas vidas devem representar. Veja os versos 11–12:

Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros; não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas.

Caim não conseguiu suportar a vida justa de seu irmão Abel; então, ele o assassinou, conforme escreve João aqui. Esse verbo assassinou aparece somente aqui e no livro de Apocalipse, também escrito por João; ele retrata uma morte violenta.

De fato, na Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento que foi produzida antes do ministério dos apóstolos, esse verbo foi utilizado para o ato de cortar a garganta ou abatimento dos animais para sacrifício no templo.

É bem possível que a mesma faca que Abel utilizou para preparar seus sacrifícios como ofertas a Deus foi usada por Caim para cortar a garganta de seu irmão numa briga violenta que acabou na morte de Abel. Caim odiou seu irmão a ponto de tirar sua vida.

As características de Caim incluem assassinato.

  • Contudo, as características de Caim, incluem, em segundo lugar, o ódio.

De forma simples, Caim odiava seu irmão. E ele nutriu e alimentou esse ódio por anos; por fim, o ódio no seu coração culminou num ato de homicídio. Isso significa que o assassinato está no coração antes de chegar às mãos.

Note a progressão nos versos 13–14:

Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia. Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.

Isso, a propósito, não significa que assassinato é um pecado imperdoável. Assassinato, assim como qualquer outro pecado, é exatamente o motivo por que Cristo morreu na cruz: para pagar a penalidade por aquele pecado e todos os demais. Todavia, Deus não perdoa o pecado de assassinato se o homicida recusa confessa-lo e dele se arrepender.

E precisamos tomar cuidado aqui também. João não afirma que recebemos a vida eterna porque amamos as outras pessoas; ele diz que a evidência de quem tem a vida eterna é amar o próximo, especialmente os irmãos, isto é, aqueles que fazem parte do corpo de Cristo juntamente com você. Mas não amamos uns aos outros a fim de irmos para o céu; amamos uns aos outros como uma demonstração de que caminhamos para o céu.

João escreve no verso 14 que já passamos da morte para a vida; ou seja, já deixamos o reino da morte e pertencemos ao reino da vida. Ódio e assassinato pertencem ao império dominado por Satanás, o qual é homicida desde o princípio (João 8.44).

O que João diz aqui basicamente é que nos parecemos com Caim e com o reino da morte quando odiamos os irmãos, e nos parecemos mais com Cristo e com o reino da vida quando amamos uns aos outros.

E aqui está uma notícia surpreendente: Deus, evidentemente, considera assassinato e ódio a mesma coisa. O que significa que Deus nos acusa não somente com base nas atitudes de nossas mãos, mas também com base nas atitudes de nosso coração.

Atitudes internas e atos externos podem ter o mesmo poder destrutivo. E o ódio é uma das características fundamentais do mundo.

Volte ao verso 13: Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia. Com a oração condicional se o mundo vos odeia, João não fala que o ódio do mundo pelo crente é improvável, mas deve ser esperado. Poderíamos traduzir a frase da seguinte forma: “Não fiquem surpresos, irmãos, se o mundo odiá-los, e ele irá.”

Quer dizer que alguém é, de fato, capaz de odiar o crente com a mesma intensidade com que Caim odiava Abel? Sem dúvidas! Leia os livros de história e jornais de hoje. Mas por que? Os crentes são os melhores cidadãos no mundo livre—eles mantêm sua palavra, pagam seus impostos, ajudam o próximo, vivem em humildade; por que?

Pelas mesmas razões por que Caim odiava Abel. O mundo odeia o crente, em vários níveis e de diversas formas, por pelo menos três motivos:

  • Primeiro, por causa da maneira como o crente vive.

A vida do crente representa intuitivamente uma condenação para as vidas ao seu redor. A vida de pureza convida respeito por um lado, mas uma inveja oculta e culpa do outro lado. A maneira como o crente vive expõe a corrupção do mundo ao seu redor.

  • Mas esse não é o único motivo. Em segundo lugar, o mundo odeia o crente por causa do Evangelho no qual o crente crê.
  • O nosso Evangelho é um Evangelho de pecado e redenção.
  • O nosso Evangelho é um Evangelho de condenação e justificação.
  • O nosso Evangelho é um Evangelho de perigo de inferno e de promessa de céu.
  • O nosso Evangelho é exclusivo e não abre espaço para outros deuses ou caminhos.
  • O nosso Evangelho não é um Evangelho de muitas fés, mas apenas de uma fé verdadeira.
  • O nosso Evangelho condena todas as demais religiões como falsas e oferece nenhum outro caminho a Deus, exceto Jesus Cristo somente.

Viaje pelo mundo hoje—para o Irã, Paquistão, Ásia, norte da África, Coréia do Norte, Arábia Saudita, Butão, Afeganistão, Laos, Uzbequistão, China e Sudão—e você verá a realidade das notícias que nunca ouve: os que se convertem ao Cristianismo tomam sua decisão mesmo diante do perigo de perder duas vidas.

Nossa igreja atualmente apoia uma família que está envolvida secretamente no treinamento de pastores em um desses países. Todos esses pastores arriscam suas vidas e as vidas de suas famílias.

Leia a biografia de Hudson Taylor e seu relato de quando viajou pela China. Ele nunca estabeleceu uma igreja sem antes enfrentar motins; visitantes iam inquirir sobre suas intenções somente na calada da noite, assim como Nicodemos foi a Cristo à noite para proteger sua reputação e talvez a vida (João 3.).

O Evangelho confronta tudo que é falso, tolo, falho e eternamente perigoso.

O mundo odeia o crente por causa da maneira como o crente vive, por causa do Evangelho no qual crê.

  • Terceiro, por causa do futuro que o crente herda.

Motivado por ódio demoníaco (explicado apenas por sua colaboração com as forças das trevas), o mundo age como peão de Satanás para prender, torturar, descreditar e até matar aqueles que, nas palavras de Cristo herdarão a terra... Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus (Mateus 5.5, 10).

É o seguinte: Satanás não sabe perder. E ele sabe de seu futuro aprisionamento para sempre.

O mundo odeia o crente pelos mesmos três motivos que Caim odiava seu irmão Abel.

  • A vida obediente de Abel reprovava a vida desobediente de Caim.
  • A oferta de Abel apontava para o futuro sacrifício de sangue do Redentor, o único caminho de se aproximar de Deus, enquanto a oferta de Caim apontava para as obras da religião humana e os melhores esforços que o homem é capaz de oferecer.
  • O relacionamento de Abel com Deus foi autenticado pela Palavra de Deus e Caim foi deixado de fora; e ele alimentou seu ódio, até que se tornou o primeiro caso de homicídio da humanidade—homicídio premeditado de primeiro grau.

E lembre-se que Caim não era ateu; ao contrário, ele era bastante religioso. Lemos em Gênesis 4.3: Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.

Thomas Manton destacou que a expressão no fim de uns tempos se refere ao sacrifício anual. A prática resultou do sacrifício expiatório feito por Deus a favor de seus pais, Adão e Eva, que tinham pecado contra o Senhor e sido vestidos com peles de animal. O sacrifício serviu de oferta expiatória pelo pecado do casal anos antes. Assim, a prática começou.

Sacrifícios não foram invenção humana; eles sempre foram uma ilustração do Evangelho que prega a morte de um inocente a favor do adorador pecador e arrependido.

Caim e Abel, e seus pais antes deles, ofereciam um sacrifício anual a Deus, uma espécie de precursor do sacrifício anual oferecido pelo sumo sacerdote no Dia de Expiação no Tabernáculo e, depois, no Templo. A prática teve seu clímax no sacrifício de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus.

Adão e Eva, Caim e Abel e todos os demais santos do Antigo Testamento aceitaram a mensagem de expiação; a evidência disso é que eles traziam seus sacrifícios, os quais prefiguravam, apontavam para o Salvador vindouro (Isaías 53).

Caim e Abel não saíram com a ideia de empilhar pedras, matar um animal inocente e queimá-lo sobre o altar. A expiação não foi ideia deles, foi ideia de Deus. Os pecadores se aproximariam de Deus somente através do derramamento de sangue.

Agora, existem três questões que precisam ser esclarecidas a fim de entendermos o assassinato de Abel e como ele pode se relacionar ao mundo no qual vivemos.

Primeiramente, precisamos entender que Caim não matou Abel após a primeira vez em que os dois ofereceram um sacrifício. Já fazia anos que os irmãos seguiam a prática dos pais e ofereciam sacrifícios anuais. Na verdade, eruditos no Antigo Testamento afirmam que Caim e Abel tinham pouco mais de 100 anos quando ocorreu a tragédia do assassinato de Abel.

A rebelião de Caim contra o método de adoração prescrito por Deus por meio de um sacrifício expiatório já vinha se amontoando há anos. O homicídio de Abel em Gênesis 4 não ocorreu logo em seguida ao primeiro sacrifício; é possível que já tinham sacrificado umas 100 vezes antes.

Segundo, precisamos entender que Caim não estava em desvantagem alguma em relação ao seu irmão Abel. Moisés registra em Gênesis 4 que Caim trouxe uma oferta ao Senhor do fruto da terra, o qual ele havia colhido; Abel trouxe das primícias do seu rebanho, o qual ele havia criado. O Senhor rejeitou a oferta de Caim e aceitou a de Abel.

Não é que Caim tivesse uma desvantagem: “Coitado de Caim, ele escolheu a carreira errada....” Conforme lemos em 1 João 3.12, a questão foram as obras—uma referência às ofertas. As obras de Caim foram más, ou seja, representaram o esforço de suas próprias mãos; as obras de Abel foram justas, ou seja, seguiram a abordagem determinada por Deus através de um sacrifício expiatório.

Terceiro, precisamos entender que Deus graciosamente advertiu Caim claramente quanto ao seu coração rebelde. Lemos em Gênesis 4 que, após rejeitar o sacrifício vegetal de Caim, Deus o alertou do perigo de um espírito orgulhoso. Podemos imaginar essa cena.

Adão, Caim e Abel estão ali próximos ao altar onde estava de pé há séculos—lembre-se, Adão viverá quase 1000 anos. Eles foram ao altar, muito provavelmente perto do Jardim do Éden, cuja entrada é protegia por querubins—anjos guerreiros com espadas flamejantes (Gênesis 3.24).

Eruditos em estudos bíblicos conjecturam que seria algo natural edificar um altar e oferecer sacrifícios exatamente nesse lugar onde Adão e Eva tinham sido exilados—o local onde a maldição foi proferida, bem como a promessa de um Redentor, um lugar agora protegido por anjos.

Mas como eles saberiam que Deus havia aceitado suas ofertas? Concordo com outros estudiosos que afirmam que o sinal da aceitação de Deus nesse caso era o mesmo que no caso de muitos outros sacrifícios no Antigo Testamento: Deus enviaria fogo do céu.

  • Quando Arão, o sumo sacerdote, ofereceu um sacrifício em Levítico 9, Deus enviou fogo do céu e consumiu a oferta sobre o altar.
  • Quando Gideão ofereceu um sacrifício a Deus em Juízes 6, Deus respondeu enviando fogo.
  • Quando Elias travou uma batalha contra os falsos sacerdotes de Baal numa espécie de duelo entre a religião verdadeira e a falsa, Deus respondeu positivamente à oferta de Elias enviando fogo do céu, evaporando toda a água em torno do altar e consumindo a oferta (1 Reis 18).
  • Em 1 Crônicas 21, Davi ofereceu sacrifícios a Deus e Deus os aprovou por meio de fogo enviado do céu.
  • Por fim, quando Salomão dedicou o Templo a Deus, conforme lemos em 2 Crônicas 7, desceu fogo do céu e consumiu todos os sacrifícios que as pessoas ofereciam.

Tanto Caim como Abel já tinham visto o fogo de Deus cair do céu sobre seus sacrifícios, validando suas ofertas como aceitáveis; já fazia anos que viam isso acontecer. Caim, contudo, se cansou disso.

A Serpente que havia enganado sua mãe obviamente sussurrou em seus ouvidos a mesma mentira: “Deus não se importa com o que você faz; faça as coisas do seu jeito. Será que Deus realmente estabeleceu um padrão tão rígido de aprovação? Por acaso, atos religiosos feitos com sinceridade também não são dignos de aprovação? Tipo, você está usando um altar, trazendo um sacrifício, crê que Deus está lá em cima, está realizando a oferta no tempo devido. Com certeza, Deus levará todas essas coisas em conta e não se importará com os tomates. Além disso, já chegou a hora de você parar de ficar pegando os bichos de seu irmão Abel para seu sacrifício e começar a trazer sua própria abóbora gigante. Com certeza, Deus não tem a mente tão fechada assim!”

E Caim disse: “É verdade, faz sentido.”

Contudo, o fogo do céu nunca veio e Caim se retirou em vergonha e ira flamejante.

Como vemos, Deus tem, de fato, uma mente fechada. O Evangelho não é mais uma dentre muitas outras opções; ele é a única maneira de a humanidade conseguir se aproximar e adorar a Deus.

Você deseja alcançar Deus? Quer perdão para seus pecados? Quer a vida eterna? Deus providenciou tudo isso para você. Por isso, João escreve no verso 16: Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós.

Cristo deu Sua vida num ato voluntário e deliberado; a crucificação não foi um erro; Jesus não foi um mártir. Ao contrário, Ele voluntariamente sacrificou a Si mesmo e tudo foi conforme o plano predeterminado de Deus (Atos 2.23).

Um autor do passado disse, de forma interessante, que 1 João 3.16 é bastante parecido com João 3.16.

Em seu Evangelho, em João 3.16, o apóstolo escreveu:

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Agora, próximo do fim de sua vida, João escreve o que um autor chamou de 2º João 3.16. Aqui em 1 João 3.16, vemos a mesma mensagem: Cristo deu a sua vida por nós.

A cruz fala de um Deus que panejou uma forma de nos alcançar, não porque viu em nós algo interessante, mas porque Ele quis nos salvar pela graça e assegurar uma noiva para Seu Filho. Estávamos no lado da oposição, do inimigo, éramos culpados, merecedores do inferno, amigos do diabo, amávamos a nós mesmos e o pecado, éramos repulsivos à santidade imaculada de Deus. Apesar de tudo isso, Ele nos amou e Jesus morreu por nós.

Essa é a glória e a graça de João 3.16 e de 1 João 3.16.

Contudo, Deus não disse somente que nos amava; falar é fácil. A Bíblia nos diz que, porque Deus amou o mundo, Ele deu, Cristo deu sua vida por nós.

João não para por aí. Ele prossegue e faz uma aplicação incrível; veja a última parte do verso 16: e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Amor sacrificial não é para Jesus somente: “Como Jesus é maravilhoso! Esperamos isso de Jesus mesmo.”

Não, esse tipo de amor que abre mão da vida é uma realidade para nós também! É isso o que significa recusar suscitar Caim!

Quando recusamos suscitar Caim—quando recusamos as atitudes e ações de Caim—recusamos o maior ato de homicídio e confessarmos o sentimento interior perverso do ódio.

  • Por fim, em terceiro lugar, as características de Caim incluem a indiferença.

Veja a ilustração de João nos versos 17–18:

Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.

Eu creio que João ainda está pensando em Caim com essa ilustração. Você lembra quando Deus veio a Caim e lhe perguntou: “Caim, onde está Abel, teu irmão?”? Caim respondeu com indiferença e sarcasmo: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão?

Caim provavelmente faz um trocadilho aqui com sua resposta sarcástica: “Por acaso, eu deveria cuidar de meu irmão como ele cuida de suas ovelhas?” Quem me colocou a cargo de cuidar do meu irmãozinho? Esse não é o meu trabalho!

O apóstolo João responde: “É mesmo?!” Ele escreve: aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade. João se refere a um crente vendo outro crente em necessidade. Não é que não devemos ajudar descrentes, mas é algo fundamental para a igreja cuidar de seus próprios crentes, especialmente nos dias de João e hoje em lugares do mundo onde cristãos sofrem tremendas perdas e privações.

João pergunta: “Você vê seu irmão em necessidade?” Ao invés de ajudar, você fecha-lhe o coração, ou seja, suas emoções mais interiores para não ver a necessidade.

A verdade é que é muito mais fácil orar pelas milhões de pessoas no mundo que morrem de fome e que não vemos do que ir ao mercado e comprar comida para um irmão da igreja que você vê toda semana.

Um poeta escreveu de forma humorada:

Amar o mundo para mim não é complicado;
difícil mesmo é amar o cara ao meu lado.

Você quer evitar a atitude insensível da indiferença de Caim? Então, aceite o fato de você ser o tutor de seu irmão. Isto é, você tem a obrigação de amar, cuidar, ajudar, orar, servir, abrir mão de seus direitos e dedicar seu tempo, ministério e até mesmo vida por ele, caso Deus assim deseje.

Resistimos as atitudes e atos de Caim quando voltamos constantemente para a cruz, onde o nosso Príncipe da glória morreu. Lá, nossos corações frios são esquentados novamente; nossos corações de pedra são quebrantados; nossos corações egoístas são abertos.

A tentação de suscitar Caim—uma realidade constante em nossos corações—é combatida com a Palavra de Deus e o Espírito de Deus. Preservação do “eu” é a lei de Caim; sacrifício pelo outro é o amor de Cristo. Devemos nos dedicar não a suscitar Caim, mas a refletir Cristo dia após dia.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 03/06/2013

© Copyright 2013 Stephen Davey

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