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Prova Viva

Prova Viva

經過 Stephen Davey

Prova Viva

João 11

Introdução

Li sobre uma prática triste feita por muitas pessoas das Ilhas Fiji, relacionada à perda de algum ente querido. É um costume de lamentação pela morte de alguém. A pessoa enlutada que lamenta a morte de alguém sobe em uma árvore alta ou vai a um despenhadeiro, começa a chamar o nome do morto e grita: “Volta... volta...!” O gemido daquele coração se enche de desespero.

Hoje, entraremos nas sombras da morte e veremos pessoas lamentando a morte de um homem que havia sido um bom amigo, irmão próximo, homem de família e um discípulo comprometido. Mais importante, veremos Jesus Cristo interrompendo esse funeral com uma demonstração incrível de sua humanidade e divindade. Essa demonstração será tão dramática e poderosa que nós, assim como aquelas testemunhas da época, nos veremos diante de uma decisão—a decisão de crer nele ou rejeitá-lo.

A história se inicia em João capítulo 11, versos 1 e 2:

Estava enfermo Lázaro, de Betânia, da aldeia de Maria e de sua irmã Marta. Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era a mesma que ungiu com bálsamo o Senhor e lhe enxugou os pés com os seus cabelos.

Juntando as peças deste Evangelho, notamos que Jesus era bem próximo desses três indivíduos e constantemente usava a casa deles como uma “pousada,” um lugar de descanso e retiro. Continue até os versos 3 e 4:

Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor, está enfermo aquele a quem amas. Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado.

Lições Ensinadas por Jesus através da Doença de Lázaro

Agora, no decorrer deste capítulo, Jesus Cristo ensinará diversas verdades para aqueles que buscam a verdade. 

  • A lição número um retirada do verso 4 é que a doença pode ser um laboratório divino no qual novas descobertas são feitas a respeito da natureza e do caráter de Deus.

Creio que seria bom você sublinhar no verso 4 o motivo que levou Jesus a realizar o milagre da ressurreição. A palavra-chave é glória e também glorificado no final do verso. A palavra vem do grego doxa, da qual derivamos nossa palavra “doxologia.” Ela se refere aos atributos gloriosos e ao esplendor do caráter de Deus. A forma hebraica é kabod, que significa “peso.” Quando essas formas grega e hebraica são aplicadas a Deus, se referem à honra e à reputação pesadas de Deus.

...Disse Jesus: Esta enfermidade é... para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado.

Em outras palavras, Jesus diz: “Eu farei algo relacionado à minha reputação e isso desafiará sua perspectiva a meu respeito.”

Agora, veja uma das coisas mais fascinantes que Jesus fez. Ela está no verso 6:

Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava. 

Um pouco mais à frente nessa passagem, veremos que, quando Jesus chegou à cena, Lázaro já havia morrido e sido sepultado há quatro dias. Se você pensa que Jesus esperou esse tempo porque não se importava muito com Lázaro, ele mesmo responde isso no verso 5: Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.

Mas isso não parece fazer muito sentido, não é? Se ele amava tanto a Lázaro e suas irmãs, por que esperou todo esse tempo? Vamos trabalhar de trás para frente, começando com a resposta óbvia que já sabemos. Mas, sem dúvidas, eu e você precisamos ser relembrados de alguns princípios óbvios. 

Primeiro, Jesus sabia o que eles não sabiam. Eles queriam que Jesus chegasse imediatamente para revelar seu poder de curar. Ele, por outro lado, preferiu esperar, a fim de revelar o seu poder no túmulo.

  • Mas tem mais coisa além disso. Uma segunda lição e um dos princípios mais difíceis de aprender é que esperar em Deus e esperar por Deus podem ser a vontade de Deus.

As pessoas dizem: “Estou esperando pelo Senhor para que ele me revele sua vontade.” A verdade é que, nesse instante, elas já estão fazendo a vontade de Deus. E, quando fazemos isso no presente, não precisamos temer, preocupando-nos com a possibilidade de não fazer a vontade de Deus no futuro.

  • Um terceira verdade óbvia é que Deus nunca tem pressa.

Nós, contudo, estamos sempre com pressa. Outro dia estava no trânsito e vi que o semáforo tinha ficado amarelo. O que eu fiz? Acelerei mais. Minha filha pequena que estava comigo no carro perguntou com toda inocência: “Papai, a luz amarela significa que devemos ir mais rápido?” Geralmente, parece que sim! Eu pensava que já estava com problemas com minha filha quando meu filho da segunda série chegou para mim e perguntou: “Pai, quando eu pisco, eu perco alguma coisa na vida?” Ele estava decidido não piscar mais, caso fosse perder alguma cena da vida. Que atitude interessante!

Outro dia estava conversando com um irmão que, algumas semanas atrás, dirigiu o louvor. Estávamos conversando sobre ritmo e ele me disse: “Se você perguntar aos meus filhos quais as duas palavras que eles mais ouvem de mim, provavelmente dirão: ‘Vai logo!’.” 

O mais interessante sobre Jesus é que ele tinha apenas três anos para revelar a sua mensagem e preparar os seus mensageiros, mas ele nunca disse: “Vai logo! Temos que ir mais rápido. Não vamos conseguir se formos nessa lerdeza...!” Jesus Cristo nunca se desesperou. E, quanto mais nos parecemos com ele, menos apressados nos tornarmos.

Continue até o verso 7:

Depois, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia.

Pule até o verso 11:

Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo.

Agora, existem muitas doutrinas falsas que tiram esse verso do seu contexto para ensinar a doutrina que chamam de “sono da alma.” Ou seja, segundo esse ensino, no momento da morte o corpo deixa de existir e a parte imaterial do ser entra num estado espiritual conhecido como limbo, como que vagueando pelas regiões da terra. Contudo, as Escrituras claramente ensinam, como 2 Coríntios, capítulo 5, verso 8 diz, que deixar o corpo [é] habitar com o Senhor.

Paulo também escreveu em Filipenses 1, versos 23 e 24:

 Ora... estou constrangido tendo o desejo de partir e estar com Cristo... Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne.

O espírito entra na presença do Senhor enquanto o corpo dorme; isto é, o corpo aguarda a ressurreição decorrente do arrebatamento. Somente aí, como 1 Tessalonicenses 4 ensina, o corpo será recriado a partir do pó decomposto e será glorificado, ressurreto e unido com seu espírito para viver com o Senhor eternamente.

A metáfora para “morrer” é “dormir” e ocorre quatorze vezes no Novo Testamento. Até mesmo a palavra “cemitério” vem do grego, que significa “lugar de descanso.” Dessa forma, por um tempo, no cemitério, o corpo está morto, ou seja, dorme. Mas o espírito de cada um de nós nunca perderá nem sequer um segundo de ação. Nosso espírito nunca pisca!

Bom, os discípulos não entenderam bem a metáfora de dormir. Veja os versos 12 a 15:

Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu; e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse, para que possais crer; mas vamos ter com ele.

Você entendeu o que está acontecendo aqui nesses versos? Lázaro morreu... e... me alegro... (Por quê?) por vossa causa... para que possais crer.

  • Uma quarta verdade que emerge desse passagem é que a tristeza geralmente cria uma atmosfera perfeita para o crescimento da nossa fé. 

Os discípulos estão prestes a aprender a lição mais poderosa e profunda a respeito da divindade de Jesus Cristo. E eles a aprenderão não no casamento de Caná da Galileia, mas no funeral em Betânia; não na tempestade no mar da Galileia, mas em meio aos lamentadores em um cemitério. O palco para revelação do maior milagre de Jesus não foi uma sinagoga, mas um cemitério, e o sentimento era de tristeza!

Pule até os versos 20 e 21:

Marta, quando soube que vinha Jesus, saiu ao seu encontro; Maria, porém, ficou sentada em casa. Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão.

Muito obrigado, Marta! Ela está cem por cento errada, mas falou o que todos nós queríamos dizer! Ela olhou nos olhos de Jesus e fez um discurso que todos nós gostaríamos de ter feito: “Jesus, se o Senhor tivesse sido um pouquinho mais rápido, isso não teria acontecido.” Traduzindo o discurso de Maria para a nossa realidade, podemos dizer: “Jesus, se o Senhor tivesse escutado nossas orações, minha esposa não teria morrido... meu filho teria vivido... meus negócios teriam prosperado... minha saúde teria sido restaurada... Jesus, se o Senhor tivesse se apressado apenas um pouquinho, minha vida seria muito mais confortável!”

Maria chegou à conclusão errada, à qual nós também geralmente chegamos, a saber: que a presença de Jesus exclui a possibilidade de sofrimento em nossas vidas. Se Deus realmente se importasse, nunca haveria motivo para pranto. Nada poderia estar mais distante da verdade. Na realidade, o próprio Deus está prestes a chorar!

Vamos continuar no texto e ver a resposta de Jesus à Marta, no verso 23:

Declarou-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir. 

E Marta replica no verso 24, dizendo:

Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia.

O Antigo Testamento ensinava o suficiente para eles saberem que haveria uma ressurreição geral. O Novo Testamento adiciona algumas informações e nos informa de que haverá mais de uma ressurreição.

Continue até o verso 25:

Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.

  • Quando Jesus diz: Quem crê em mim, ainda que morra viverá, ele ensina à Marta e a nós que, para o crente, existe uma outra vida além do túmulo. 

Nós precisamos inverter o nosso pensamento: não estamos na terra da vida caminhando em direção à terra da morte; estamos na terra da morte em direção à terra da vida! E se você já conhece Jesus Cristo como seu Salvador, não caminha em direção ao crepúsculo da vida, mas à alvorada de sua vida.  

  • Mas Jesus também ensina outra verdade no verso 26: para o descrente, existe uma outra morte além do túmulo.

Veja a primeira parte do verso 26: e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. O que isso significa? Que o crente nunca morrerá? Não. A morte, nesse verso, é uma referência à morte eterna—separação eterna de Deus, à qual a Bíblia se refere como segunda morte. 

Abra em Apocalipse capítulo 20, versos 13 a 15. Um pouco antes da revelação de João sobre o novo céu e a nova terra, Deus revela um final terrível—o destino eterno do pecado, Satanás, demônios e todos os que rejeitaram a Cristo:

Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte...

E o que é isso?

...o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.  

João, tanto no seu Evangelho como também em Apocalipse, nos ensina duas coisas:

  • se você nasceu duas vezes, morre apenas uma; ou seja, se você nasceu física e também espiritualmente, passará apenas pela morte física; e essa morte é apenas uma porta de entrada para o céu.
  • contudo, se você nasceu apenas uma vez, isto é, fisicamente, morrerá duas vezes: uma vez fisicamente e também uma segunda vez eternamente, separado de Deus no lago de fogo.

Em outras palavras, nascido duas vezes, morre uma vez; nascido uma vez, morre duas vezes.

Volte, agora, para o Evangelho de João. O Senhor acabou de ensinar à Marta sobre a verdade da ressurreição e ele pergunta, no verso 26 do capítulo 11: Crês isto? Jesus está perguntando: “Você crê nessa verdade de que a ressurreição existe em mim?”

Fico aliviado porque Jesus não perguntou à Marta: “Como você se sente sobre o assunto?” De acordo com Jesus, o importante não era a maneira como Marta se sentia, mas o que ela cria.

O que você crê? Muitos crentes são como certo homem que foi perguntado numa entrevista de membresia de uma igreja: “No que você crê?” Ele respondeu: “Ah, eu acredito naquilo que a igreja acredita.” Essa resposta não satisfez muito os irmãos da congregação que o entrevistavam. Eles perguntaram depois: “Certo. No que a igreja acredita?” O homem respondeu: “A igreja acredita naquilo que eu acredito!”

Você sabe o que irá sustentá-lo e fortalecê-lo durante as tristezas da experiência da morte? Sabe o que o sustentará durante a morte de um ente querido, a morte de um negócio, a morte de um relacionamento ou a morte de um sonho na sua vida? Não será o seu sentimento, mas o que você crê a respeito de Jesus Cristo.

Agora é a vez de Maria. Veja os versos 30 a 32:

Pois Jesus ainda não tinha entrado na aldeia, mas permanecia onde Marta se avistara com ele. Os judeus que estavam com Maria em casa e a consolavam, vendo-a levantar-se depressa e sair, seguiram-na, supondo que ela ia ao túmulo para chorar. Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo, lançou-se-lhe aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido.

As duas irmãs haviam chegado à mesma conclusão. Continue até os versos 33 e 34:

Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se. E perguntou: Onde o sepultastes? Eles lhe responderam: Senhor, vem e vê!

Lições Práticas do Funeral de Lázaro

Antes de caminharmos mais à frente no texto, deixe-me retirar algumas lições práticas do funeral de Lázaro. São lições eternas que beneficiarão todos nós hoje. 

  • Primeiro, seja simples em questões materiais.

Deixe-me explicar. Nessa época de Jesus, os funerais do povo judeu haviam se tornado algo muito caro. O corpo era envolvido no manto mais belo possível e todo tipo de bens pessoais eram enterrados juntamente com o morto. Eles haviam adotado alguma práticas egípcias sem considerar as implicações. Normalmente, todo mundo desejava expressar seu amor para com o morto da melhor forma possível. Por isso, mantos cada vez mais caros eram comprados e os túmulos ficavam cada vez mais repletos de tesouros. Até a metade do século primeiro, as pessoas estavam falindo por causa dos funerais. Até que um famoso rabino, chamado Gamaliel Segundo, deu ordens dizendo que deveria ser enterrado da maneira mais simples possível. Assim, ele quebrou a tradição de uma vez por todas.

Esse é um bom conselho para todos nós que, um dia, teremos de lidar com isso. Por causa do alto custo de um funeral em nossos dias, muitos de nós não podem nem pensar em morrer. Eu já disse à minha esposa que, quando eu morrer, não quero que ela gaste nossas economias em um funeral pomposo. Nada de caixão de madeira de carvalho esculpida, todo acolchoado com cetim ou mesmo minhas iniciais gravadas no túmulo. Eu não estarei do outro lado pensando: “Ah, ela deveria ter comprado um caixão de mogno!” A verdade é que, naquela hora, não estarei nem um pouquinho preocupado com o meu funeral.

A propósito, não use a extravagância como forma de consertar algo do passado. Não entre numa dívida de dez anos; essa não é a hora nem o lugar apropriados para isso; essa não é a maneira de lidar com os problemas.

  • Segundo, seja sincero em questões emocionais.

Não coloque uma máscara para esconder suas lágrimas ou reprimir seus sentimentos; não cite um versículo esperando que ele vai tirar o nó de sua garganta. Veja esse texto. Maria e Marta estão chateadas e frustradas; estão em prantos; amigos e familiares estão chorando.

  • Isso nos conduz a uma terceira lição: seja compassivo e solidário com a família do defunto.

Veja a compaixão existente nessa cena no verso 33: 

Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam agitou-se no espírito e comoveu-se.

A compaixão de Jesus se expressa aqui de forma interna e externa. A palavra traduzida como comoveu-se é o termo grego também utilizado para se referir a um cavalo de carga ofegante, trabalhando debaixo de um peso grande. Pode também ser traduzido como “tremeu e agitou-se.” Phillips traduz bem essa passagem quando diz: “Ele foi profundamente movido e visivelmente perturbado.”

Agora, veja o verso 35 e sublinhe, circule e memorize: Jesus chorou. Dá para acreditar nisso? Deus está chorando!

Agora, para o leitor grego, isso era algo surpreendente. O mundo grego da época cria que uma das qualidades básicas dos deuses era a apatheia, da qual derivamos nossa palavra “apatia,” isto é, desprovido de sentimento ou emoção. Ou seja, os gregos enxergavam as divindades como alguém incapaz de sentir qualquer tipo de emoção. Eles pensavam da seguinte forma: se nós podemos sentir tristeza e alegria, isso significa que alguém pode exercer um efeito sobre nós. Se alguém tem efeito sobre nós, isso significa que, por um momento, aquela pessoa tem poder sobre nós. Ninguém pode ter poder sobre os deuses; portanto, os deuses são, em essência, seres sem emoção, vazios de sentimento.

No verso 35, o modo verbal poderia ser traduzido: “Jesus explodiu em lágrimas.” Uma das coisas mais maravilhosas que Jesus fez foi nos revelar Deus em lágrimas.

Agora, na minha pesquisa, me deparei com mais ou menos nove perspectivas diferentes em relação ao motivo por que Jesus chorou. O texto não nos diz por que, mas é muito interessante a conclusão que a multidão chegou de maneira unânime. O verso 36 diz: Vede quanto o amava.

Foi exatamente isso o que o profeta Isaías quis dizer quando escreveu: homem de dores que sabe o que é padecer. Isso significa que Jesus experimentou a dor e o sofrimento e, por ser o Deus-Homem, os experimentou a um nível e profundidade que nós não podemos imaginar. Jesus, o Deus-Homem, fez parte de nosso sofrimento universal e comum. E, se Deus pode chorar, você também pode!

Mas as lágrimas estão perto de acabar. Na verdade, essa cena nos fornece um retrato do futuro, do novo céu e na nova terra, conforme somos informados em Apocalipse 21, verso 24:

E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá...

Agora, veja João 11, verso 38:

Jesus, agitando-se novamente em si mesmo, encaminhou-se para o túmulo; era este uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra.

Deixe-me fazer uma pausa na história mais uma vez para fornecer uma razão final por que Jesus esperou que Lázaro estivesse no túmulo há quatro dias. Pode ser que seja o motivo principal, mas não podemos afirmar com total certeza.

É necessário entendermos que, naquela época, os rabinos ensinavam que a alma pairava sobre o corpo, querendo, se possível, entrar novamente no corpo; mas, quando a alma via uma mudança de aparência no corpo, ela partia. A tradição oral dizia que um corpo deveria ser identificado dentro de três dias após a morte, pois criam que a aparência começava a mudar depois de três dias de morto.

Será que é coincidência o fato de que Jesus esperou quatro dias após a morte de Lázaro? Quem sabe Jesus fez isso para que ninguém sugerisse que Lázaro havia sido declarado morto por engano, ou que ele tivesse passado por alguma experiência próxima à morte e que seu espírito tivesse repossuído seu corpo. Com a demora de quatro dias, não haveria dúvidas na cabeça de ninguém, mesmo na cabeça dos supersticiosos, de que Lázaro estava realmente morto.

A pedra foi removida da frente do túmulo. As pessoas estavam envolvidas na lamentação. Lázaro não retornaria dos mortos, ou pelo menos elas assim pensavam:

Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias. Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus? Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!

Literalmente: “Lázaro, aqui fora!”

Agostinho foi o primeiro a dizer que, se Jesus não tivesse chamado Lázaro pelo nome, ele teria, naquele momento, esvaziado o cemitério com o seu poder de ressurreição.

Continue até o verso 44:

Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir.

Agora, precisamos relacionar esse milagre com a proclamação de Jesus feita um pouco antes nesse Evangelho, no capítulo 5, verso 25, onde disse: os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão. Jesus, portanto, demonstra aqui a sua divindade por meio de seu poder sobre o último inimigo: a morte.

Como eu queria ter estado lá para ver aquele funeral se transformando numa festa plena de alegria. Que retrato maravilhoso da nossa futura ressurreição!

A Reação à Ressurreição de Lázaro

Agora, a reação não nos surpreende.

  • Primeiro, vemos fé.

Veja o verso 45:

Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo visitar Maria, vendo o que fizera Jesus, creram nele.

Você se recorda da razão para a ressurreição de Lázaro? Volte para o verso 42: para que creiam que tu me enviaste. Geralmente no referimos ao túmulo vazio de Cristo como prova viva da autenticidade do Cristianismo como a única fé verdadeira do mundo. É interessante considerarmos que, na mente de Cristo (e essa é a lição final desse capítulo), o túmulo vazio de Lázaro constitui prova suficiente de que Jesus era, de fato, Deus. Lázaro é a prova viva!

  • A outra reação ao milagre é uma cegueira trágica.

Veja os versos 47 a 50:

Então, os principais sacerdotes e os fariseus convocaram o Sinédrio; e disseram: Que estamos fazendo, uma vez que este homem opera muitos sinais? Se o deixarmos assim, todos crerão nele; depois, virão os romanos e tomarão não só o nosso lugar, mas a própria nação. Caifás, porém, um dentre eles, sumo sacerdote naquele ano, advertiu-os, dizendo: Vós nada sabeis, nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação.

Em outras palavras: “Vamos matar esse impostor antes que o exército romano venha e destrua todos nós por seguirmos esse falso rei.”

João adiciona o seu próprio comentário nos versos 51 a 53:

Ora, ele não disse isto de si mesmo; mas, sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus estava para morrer pela nação e não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus, que andam dispersos. Desde aquele dia, resolveram matá-lo.

Por um lado, fé como esperávamos. Por outro lado, cegueira e rejeição, o que às vezes é difícil de compreender. O túmulo estava vazio, a família reunida, um homem que estava morto agora vive. Mesmo assim, os líderes se recusaram a ouvir e ver.

James Montgomery Boice, em seu comentário O Evangelho de João, conta um incidente ocorrido na ex-igreja de um de seus pastores auxiliares. Um homem vivia do lado de uma igreja numa cidade no estado no Minnesota, Estados Unidos. Ele não queria ir para a igreja; já havia, na verdade, recusado todos os convites. Entretanto, numa dada semana, a igreja teve uma série de cultos e músicas especiais. O vizinho, ao ouvir a bela música, foi atraído e decidiu entrar na igreja. Ele pensou: “Eu vou entrar rapidinho, só para ouvir a música, e sair antes da pregação.”

Então, ele foi e se sentou num banco mais perto do fundo da igreja. Quando o musical terminou e o pastor subiu ao púlpito para pregar, o homem percebeu que estava bloqueado dentro da igreja pela multidão atrás dele. Não tinha como sair sem que todos o notassem. Daí ele disse: “Bom, vou fazer outra coisa: vou tapar meus ouvidos para não ouvir esta pregação.”

Então, ele ficou lá, sentado com seus ouvidos tapados. Isso, contudo, não impediu Deus de agir no coração daquele homem. Não demorou muito para uma mosca começar a voar ao redor do seu rosto. Por um tempo, ele conseguiu ignorá-la, mas finalmente não conseguiu mais suportar aquela mosquinha voando no seu nariz. Ele a espantou com uma mão. Naquele instante, o pastor disse: “Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça.”

Os líderes religiosos tapavam seus ouvidos e olhos; nem mesmo a ressurreição de Lázaro acordou aqueles homens: “Lázaro?! Que Lázaro? Que ressureição? Não vimos nada. Também não ouvimos as risadas de alegria soando por Betânia ao lado de um túmulo vazio.” Que tragédia, que tristeza!

Meu amigo, se você ainda não conhece o Senhor Jesus como seu Deus e Salvador pessoal, não cubra seus olhos e não tape seus ouvidos. Jesus é a ressurreição e a vida! Quero que você saiba que nunca subirei numa árvore, nem me colocarei em um despenhadeiro, gritando e chamando meus entes queridos que partiram, pessoas que, como eu, já colocaram sua fé em Cristo. Você sabe por que nunca gritarei: “Volte! Volte!”? Porque eu sei que, um dia, eles voltarão; um dia haverá uma ressurreição e seremos todos reunidos. E Lázaro é a prova viva disso!

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 03/04/1994 

© Copyright 1994 Stephen Davey

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