
Perfume de Um Vaso Quebrado
Perfume de Um Vaso Quebrado
João 12.1–11
Introdução
O. Henry, o mestre das histórias curtas, escreveu um conto emocionante sobre um casal chamado Della e Jim. Cada um deles possuía algo especial. No caso de Della, seu cabelo era a sua glória; quando ela o soltava, servia quase como um manto. Já Jim tinha um relógio de ouro que havia recebido como herança de seu pai; esse era o seu orgulho.
Era véspera de Natal e Della tinha somente um real e oitenta centavos para comprar um presente para Jim. Então ela decidiu fazer uma demonstração de amor para ele: cortou seu cabelo e o vendeu. Com os vinte reais da venda do cabelo, comprou uma corrente de prata para o precioso relógio de bolso de Jim.
Quando Jim chegou em casa àquela noite, viu o grande sorriso de Della, como também seu cabelo curto; ele ficou meio assustado. Vagarosamente, ele deu o presente dela. Era um par de pentes de casco de tartaruga, com joias nas beiradas, para o belo cabelo de Della. Mas Della tinha vendido o seu cabelo para comprar a corrente de prata para o relógio de Jim—aquele mesmo relógio de ouro que ele tinha vendido para comprar o par de pentes. Cada um deu ao outro tudo o que tinha.
Hoje, começaremos um estudo sobre a semana mais significativa da história da humanidade. É a semana da Paixão que, em breve, culminará no julgamento, crucificação e ressurreição de Jesus Cristo.
A semana começa com a mais intensa expressão de amor; na verdade, tão intensa que, mesmo depois de dois mil anos, ainda falamos sobre ela. Ela é vista no Evangelho de João, capítulo 12. Vamos começar com o verso 1:
Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos.
Mateus nos informa no capítulo 26, verso 6, que essa refeição aconteceu na casa de Simão, o leproso—um homem que evidentemente havia sido curado por Jesus. Em poucos instantes, Maria quebrará um jarro de perfume, mas o ambiente já está cheio do aroma de gratidão e alegria. Podemos ver no rosto de todos; podemos quase que sentir no ar.
Personagens na Cena
Não é difícil reconhecer alguns personagens presentes nesta cena. Veja o verso 2:
Deram-lhe, pois, ali, uma ceia; Marta servia, sendo Lázaro um dos que estavam com ele à mesa.
- Somos mais uma vez apresentados a Marta, a trabalhadora diligente.
Marta podia dizer: “Não sei fazer muitas coisas, mas, cozinhar eu sei!” Posso imaginá-la com seu avental, as mangas de seu manto arregaçadas, tirando um fio de cabelo de sua testa suada. Ela não guarda um perfume caro, mas sabe muito bem o que é o suor. A grande questão é: “O que você pode fazer?”
Minha esposa e eu almoçamos com três outros casais recentemente. Foi um banquete preparado por algumas senhoras muito trabalhadoras de nossa igreja. No almoço, tivemos a oportunidade de conversar um pouco, rir juntos e até chorar. Nunca me esquecerei de uma senhora em particular. Ela compartilhou que, quando tinha apenas cinco anos de idade, sua mãe morreu. Ela disse que sua mãe costumava descrever para ela como era o céu, enquanto caminhavam à beira do rio, colhendo flores. Foi um desafio para todos nós.
Também falamos sobre como cada casal se conheceu. O homem que estava casado há mais tempo em nosso meio disse: “A única coisa que eu e minha esposa temos em comum é que casamos no mesmo dia!” E esse foi um grande encorajamento a todos nós.
Como todo esse tempo de comunhão, edificação mútua, conversa e amizade se tornou possível? Por causa de duas senhoras que cozinharam e levaram aquela comida maravilhosa para nós.
- Em seguida, vemos outro personagem na história: Lázaro, a testemunha fiel.
Veja o verso 2 novamente:
Deram-lhe, pois, ali, uma ceia; Marta servia, sendo Lázaro um dos que estavam com ele à mesa.
No capítulo 11 de João, vimos como Lázaro voltou à vida.
Vi, certa vez, num programa de TV, uma mulher que supostamente morreu e foi para o céu. Por alguma razão misteriosa, ela não mostrou o seu obituário feito pelos médicos. Apesar das suspeitas de fraude, o país inteiro ficou fascinado com o testemunho dessa mulher que disse ter morrido e voltado à vida. Ela contou que viu o céu e que pode até tirar algumas dúvidas que porventura você tenha sobre a vida após a morte. E, é claro, estava ganhando muito dinheiro com isso.
Imagine o valor de mercado de Lázaro. Se ele estivesse vivo hoje, teria sua agenda cheia para falar em programas de televisão; editoras estariam brigando pelos direitos de seus livros; ele poderia viajar o mundo inteiro, contando sobre sua experiência de ter morrido não apenas por quatro segundos, mas quatro dias, e depois ter voltado à vida.
E que testemunha ele era! Veja os versos 10 e 11:
Mas os principais sacerdotes resolveram matar também Lázaro; porque muitos dos judeus, por causa dele, voltavam crendo em Jesus.
A propósito, vemos nesses versos a grande diferença entre o testemunho dessa mulher que vi na TV e o testemunho de Lázaro. A mulher dizia: “Descobri que todos temos o divino em nós...” e outras coisas da Nova Era. Lázaro, contudo, testemunhou e, por causa do seu testemunho, pessoas colocaram sua fé não nas experiências paranormais, na vida após a morte, ou no mundo espiritual, mas na pessoa do Senhor Jesus Cristo. E muitos estavam sendo salvos. Na verdade, foram tantos que abandonaram o Judaísmo que os líderes religiosos já estavam ficando preocupados.
Do ponto de vista dos líderes judeus, eles poderiam acusar Jesus de blasfêmia, pois ele se fazia igual a Deus. Mas Lázaro não havia feito nada de errado. Eles queriam mata-lo simplesmente porque Lázaro era um testemunho vivo e inegável do poder e da alegação de Jesus.
De repente, do nada, aparece Maria e faz algo que ainda instiga conversas hoje, dois mil anos depois. Veja o verso 3:
Então, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo.
- Aqui está Maria, uma adoradora sincera.
Se combinarmos os relatos de três Evangelhos, veremos que ela ungiu a cabeça de Jesus e derramou o resto sobre seus pés.
Três Resultados da Adoração de Maria
Três coisas ocorreram simultaneamente.
- Primeiro, um súbito reconhecimento da morte e sepultamento de Cristo.
Você sabia que, de todas as seguidoras fiéis de Jesus, Maria de Betânia não foi ao túmulo de Jesus para ungir o corpo do Mestre? Em certo sentido, Maria já estava prevendo a iminente morte de Jesus.
Pense nisto: ela estava lhe dando flores quando Jesus ainda estava vivo. Ela não colocou flores no seu túmulo, mas em suas mãos!
Isso me conduz à primeira de algumas perguntas importantes que desejo fazer no decorrer de nosso estudo. A primeira pergunta é: o que você tem dado a outros agora antes que seja tarde demais?
O uso particular do nardo era para perfumar um morto; era uma expressão de amor para com a pessoa que havia morrido. Mas Maria não espera para expressar o seu amor. Pelo que você está esperando?
- Segundo, o ato de Maria foi um símbolo de honra pelo reconhecimento da realeza de Cristo.
O uso público do nardo era para a unção de um rei. Maria unge Jesus como seu próprio Messias e Rei. Quando Maria ungiu a cabeça de Jesus, ela realizou um ritual simbólico que reconhecia a realeza de seu Senhor. Ela estava coroando o seu Rei. Mas, quando ela se prostrou aos seus pés, ela se colocou na posição de uma escrava. Para a mulher judia, seu cabelo era sua glória; isso significa que, quando Maria soltou o seu cabelo, ela colocou sua glória ao pés de Jesus.
- Finalmente, esse ato de Maria foi um exemplo altruísta de generosidade sem restrição.
Veja o verso 3 novamente:
Então, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo.
O que vemos neste texto é uma mulher derramando toda a sua fortuna em dois pés empoeirados. Seu ato foi tremenda extravagância. João chama o bálsamo de puro, isto é, ele não foi diluído.
O bálsamo era feito de ervas que cresciam nas montanhas da Índia. Portanto, era um produto importado. Geralmente, era transportado em vasos de alabastro brancos. Esse líquido importado e caro era frequentemente repassado nas famílias de geração a geração como herança. Tinha tanto valor que as pessoas usavam como investimento, assim como fazemos com ouro hoje.
De acordo com João capítulo 12, verso 5, uma libra ou 700 mililitros desse nardo valia trezentos denários, o que representava o salário médio de um ano de trabalho. Em nossa realidade brasileira hoje, valeria entre doze e quinze mil reais. Esse nardo era, de fato, ouro líquido!
Entenda que, quando se entrega ao Senhor totalmente e sem reservas, você será criticado ou mal entendido. Até mesmo pessoas de dentro da família o criticarão e não entenderão.
Enquanto Maria adora o Senhor Jesus sem reservas, a cena é interrompida por um hipócrita chamado Judas. O verso 5 revela suas primeiras palavras registradas nos Evangelhos:
Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não se deu aos pobres?
Não existe evidência alguma de que Judas tenha dado alguma ajuda aos pobres. Sua crítica foi, na verdade, uma máscara para cobrir sua hipocrisia egoísta. Judas se levanta e diz: “Que grande desperdício! Por que não se vende esse nardo para dar aos pobres?”
A propósito, se você decide abandonar sua vida—seu talento, seu dinheiro e planos para a glória de Deus—sempre haverá pessoas que dirão: “Que desperdício! É uma pena! Fanático religioso!”
O interessante é que João adiciona um comentário com o qual, posteriormente, todos concordariam. Continue no verso 6:
Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava.
Ele era um ladrão ou, no grego, um kleptes, da qual derivamos “cleptomaníaco.” Judas fica chateado porque esse tesouro não foi colocado sob seu controle para que pudesse roubá-lo. Veja só o contraste: Maria deu tudo; Judas queria ficar com tudo.
Jesus rapidamente entra em cena para defender Maria, a adoradora submissa. Veja os versos 7 e 8:
Jesus, entretanto, disse: Deixa-a! Que ela guarde isto para o dia em que me embalsamarem; 8 porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes.
Em Marcos capítulo 14, verso 6, lemos:
Mas Jesus disse: Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou boa ação para comigo.
A questão é: quando pensamos no que realmente impressiona Deus, pensamos automaticamente em vocação ministerial; se não for um missionário, pastor ou evangelista, então está em segundo plano. Com Maria não era assim. Ela não era nem um desses.
E isso me conduz à segunda pergunta importante: o que Deus tem dado a você para que entregue de volta a ele? Maria tinha um vaso cheio de líquido precioso. Judas já tinha calculado que aquele vaso valia um ano de salário, ou em torno de quinze mil reais em nossa economia. Era o bem mais precioso de Maria. O que Deus tem dado a você para que lhe dê de volta? Pode ser talento, dinheiro, tempo ou dom. Talvez ensinar, cantar, pregar, liderar? Quem sabe hospitalidade, encorajamento, serviço?
É muito fácil pensarmos: “Está certo, Senhor, vou brilhar um instante numa apresentação magnificente de glória. Arruma a banda que estou chegando!” É muito mais difícil dizer: “Senhor, estou disposto a passar pelo fogo diário das disciplinas cristãs. Disponho-me a ser criticado e testemunhar ao indiferente. Darei dinheiro para a tua causa sem restrição alguma. Também me coloco à disposição para ensinar crianças hiperativas da igreja. Comprometo-me a orar regularmente por nossos missionários e a encorajá-los.”
Que tipo de vaso de alabastro você se dispõe a quebrar? O que Deus deu a você para que ofereça de volta a ele?
A terceira pergunta importante é a seguinte: quem necessita do que você tem a oferecer? Talvez exista um colega de trabalho que precisa do seu testemunho, ou uma mãe solteira que precisa do seu encorajamento, talvez um garoto cujo pai é ausente precisa de alguém que jogue bola com ele. A lista é infinita.
Lembro-me de certa vez estar pregando numa igreja sobre serviço cristão. Uma senhora idosa veio até mim depois e disse: “Eu tenho oitenta e seis anos e sou muito limitada fisicamente. Mas quero que você saiba que Deus me abençoou com um ministério de escrever a presidiários. Escrevo diariamente a eles a respeito de Jesus Cristo.”
Meu amigo, o que você está oferecendo hoje? Você já olhou ao seu redor para ver quem precisa de você?
Li sobre uma professora da quinta série. Era uma excelente professora, mas lá estava ela numa sala com crianças que não pareciam gostar muito dela. Entre elas havia um garoto chamado Teddy com o qual a professora não se importava muito. Ele não se interessava muito em estudar. Tinha expressão meio pálida e olhos vagantes. Quando ela falava com ele, geralmente ele respondia com uma ou duas palavras. Suas roupas eram sujas e seu cabelo estava sempre despenteado. Não era um menino bonito e as outras crianças da sala também não gostavam muito dele.
A professora deveria conhecer melhor a situação do menino. Ela tinha seus registros e sabia a respeito dele mais do que queria admitir. O registro mostrava o seguinte:
- 1ª série: Teddy é promissor em seus trabalhos e sua atitude, mas a situação em casa é complicada.
- 2ª série: Teddy poderia fazer melhor. Sua mãe está seriamente doente. Ele recebe pouquíssima ajuda em casa.
- 3ª série: Teddy é um bom garoto, mas muito sério. Ele aprende muito devagar. Sua mãe morreu este ano.
- 4ª série: Teddy é muito lento, mas se comporta bem. Seu pai não mostra nenhum interesse.
Chegou a época do Natal e as crianças trouxeram seus presentes para a professora. Cada uma colocou seu presente empilhado na escrivaninha dela e todos ficaram de pé ao redor, vendo-a abrir os presentes. Entre os presentes, estava o de Teddy. Ela ficou surpresa em receber um dele. O presente que Teddy trouxera estava embalado num papel marrom, como aquele de padaria, e fechado com fita adesiva. No papel estavam escritas palavras simples, que diziam: “De Teddy para a professora.”
Quando ela abriu o presente de Teddy, caiu um bracelete de bijuteria, com metade dos falsos diamantes soltos, e um perfume barato. As outras crianças começaram a rir do presente de Teddy; a professora, contudo, silenciou todas elas ao colocar o bracelete e aplicar um pouco de perfume. Ela mostrou o bracelete e pediu que elas cheirassem seu braço. Em seguida, perguntou: “Não é cheiroso meu perfume?” As crianças concordaram.
Ao fim do dia, quando as aulas tinham terminado e as crianças tinham ido embora, Teddy ainda se demorou um pouco na sala. Depois, aproximou-se lentamente da mesa da professora e disse: “Professora, você está com o cheiro da minha mãe... e o bracelete dela ficou muito bom em você!”
Quando Teddy foi para casa, a professora se ajoelhou e pediu perdão ao Senhor. No dia seguinte, quando as crianças foram para a escola, viram uma nova professora. Ela agora era uma pessoa diferente—não mais uma professora qualquer, mas uma serva de Deus comprometida em amar seus alunos. Ela ajudava todas as crianças, mas se dedicava mais àquelas lentas, especialmente Teddy. Ao final do ano, Teddy demonstrava uma melhora surpreendente. Havia recuperado muita matéria perdida e já se destacava na sala.
No ano seguinte, a professora não viu muito Teddy... e se passaram alguns anos. Até que, um dia, ela recebeu um bilhete, dizendo:
Querida professora,
Quero que você seja a primeira a saber. Eu irei me formar no ensino médio.
Quatro anos depois, ela recebeu outro bilhete.
Querida professora,
Acabaram de me dizer que serei o primeiro da minha turma a se formar. Queria que você fosse a primeira a saber. A universidade não foi fácil, mas gostei muito.
Com amor, Teddy.
Quatro anos depois, outro bilhete:
Querida professora,
Hoje, sou Doutor Teodoro. O que acha? Queria que você fosse a primeira a saber. Vou me casar no próximo mês, no dia 26 para ser mais exato. Quero que você venha e se sente onde minha mãe se sentaria, caso estivesse viva. Você é a única família que tenho.
Com amor, Teddy.
Então, a professora foi para o casamento e se sentou onde a mãe de Teddy naturalmente se sentaria. Ela merecia se sentar lá porque, anos atrás, quebrara um vaso e derramara amor sobre aquela criança.
Você viu o efeito do presente de Maria, na verdade, o presente dos quatro personagens? Eles eram:
- Simão, o qual deu a Jesus o presente da hospitalidade. Jesus pôde relaxar e ter comunhão com seus amigos.
- Marta, que deu a Jesus o presente de uma refeição. Jesus pôde comer e se fortalecer; talvez, a única refeição em paz que teve.
- Lázaro, que deu a Jesus o presente da verdadeira amizade. Ele era um dos poucos dispostos a ser morto pelos fariseus por causa de Jesus.
- Maria, a qual deu a Jesus o presente da adoração. Jesus ficou tão comovido que prometeu que, onde o Evangelho fosse pregado, as pessoas ouviriam da sua adoração sacrificial.
A propósito, você notou o benefício imediato do ato de Maria? Veja o verso 3: e encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo. Com certeza, o perfume se espalhou sozinho; mas, por outro lado, se Maria estivesse ajudando a servir a refeição, como imagino que estava, aonde quer que ela fosse levaria a fragrância do perfume em seu cabelo; para onde quer que fosse e quando se mexia, a fragrância do seu ato de adoração permeava tudo.
Quando você adora a Deus, quebra o seu vaso e o conteúdo de sua vida se derrama diante do Senhor, você também se torna uma fragrância abençoada para todos que estão ao seu redor.
O registro que Mateus faz desse episódio ainda adiciona um verso. Capítulo 26, verso 13 diz:
Em verdade vos digo: Onde for pregado em todo o mundo este evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua.
Finalmente, a quarta pergunta importante é: o que a pessoas lembrarão a seu respeito?
Certa vez, Alfred Nobel lia o jornal e viu que o autor da matéria havia, por acidente, acreditado num rumor de que ele tinha morrido e publicou o seu obituário. O título da matéria dizia: “O Pai da Dinamite Morreu.” Alfred Nobel também leu o artigo que acompanhava a matéria. O artigo falava das descobertas de Nobel com a nitroglicerina e suas patentes da dinamite, tanto na Inglaterra como nos Estados Unidos. Daí, uma frase cativou seu olhar. Dizia: “Alfred Nobel será lembrado por criar o potencial para destruição em massa.” E isso perturbou muito seu pensamento. Imediatamente, Nobel planejou uma fundação pelo Banco da Suécia e criou o que veio a ser o Prêmio Nobel para física, química, fisiologia e medicina, literatura e, muito interessante, para a paz. Dessa forma, quando lemos o nome Alfred Nobel, não pensamos em explosivos e dinamites, mas no prêmio Nobel.
Qual recordação você deixará para outros? Qual será o seu legado deixado para a próxima geração? Qual será a sua contribuição?
Quando se tem filhos pequenos, é interessante vê-los descrevendo a figura do pai. Outro dia, estávamos jogando em família. Quando chegou a minha vez, meus filhos quiseram mudar as regras do jogo. Daí perguntei: “Por quê?” Eles responderam: “Porque você é velho!” Meu filho fez um desenho de nossa família para a escola. Estava ele, uma irmã e um irmão, a mãe e o pai. Ele me desenhou um homem alto, magro, careca só com um fio de cabelo de cada lado. Esse não sou eu não!
No último dia das mães, um de meus filhos escreveu um bilhete expressando seu amor para com a mamãe. Ele terminou seu bilhete dizendo:
Eu amo minha mãe porque ela cozinha cada refeição do dia, compra roupas para mim e também lava as roupas. Acima de tudo, eu amo minha mãe porque ela se casou com meu pai.
Eu prometo que não o ajudei a escrever esse bilhete!
Nosso outro filho recebeu a ajuda da vovó para escrever um poema. Ele escreveu qual seria a recordação de sua mãe:
Querida mamãe, te amo de montão,
Porque você sempre me faz um almoção.
É uma delícia a sua salada,
E como tudo de manga arregaçada.
Você sempre está bonita e cheirosa,
Sinto pena quando diante do rato fica toda nervosa.
Nós dois nas bochechas temos covinha,
Sou muito feliz que você é minha mãezinha!
Esse é um vaso quebrado.
Meu amigo, quando se derrama diante de Deus e entrega sua vida para a glória de Deus—seja por meio de uma carta de encorajamento ou oração, fazendo almoço ou escrevendo poemas, ensinando na Escola Dominical ou dando ofertas—você quebra vasos e enche o mundo com seu precioso aroma. Assim como:
- Marta, que era uma trabalhadora forte;
- Lázaro, que era uma testemunha fiel;
- Maria, cujo presente de adoração encheu o ambiente com o que poderia ter ficado para si mesma.
Quando quebra seu vaso, você não pode mais segurar nada dentro dele; tudo será derramado para aquilo que realmente importa e dura verdadeiramente. Pergunte-se:
- o que estou oferecendo hoje antes que seja tarde demais?
- o que Deus tem me dado para que eu possa lhe devolver?
- quem necessita daquilo que eu tenho a oferecer?
E essas perguntas responderão:
- o que as pessoas lembrarão a meu respeito?
Saiba que os seus presentes serão lembrados. Salomão escreveu em Provérbios 10, verso 7: A memória do justo é abençoada. Você será lembrado, talvez não da mesma forma como Maria, mas, um dia, eu e você estaremos diante do Senhor para recebermos a recompensa pela maneira como vivemos—por nosso trabalho, nossa adoração e nosso testemunho—e descobriremos que Deus se lembrou de tudo. Ele lembrou de tudo!
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 22/05/1994
© Copyright 1994 Stephen Davey
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