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E o Galo Cantou...

E o Galo Cantou...

經過 Stephen Davey

E o Galo Cantou...

João 18.15–27

Introdução

É segunda-feira de manhã, um colega de trabalho seu chega na sua escrivaninha e diz: “Você vai para a igreja, não vai? Bom, você não vai acreditar no que eu vi na televisão ontem à noite! Estava mudando os canais e me deparei com um pregador. Ele estava falando sobre o final dos tempos – a terra sendo queimada com fogo e milhões de pessoas sendo lançadas no inferno. Tipo, dá para imaginar alguém realmente acreditando nessas coisas?”

Você dá uma tossida e diz: “Bem, uh, uh... existem muitas pessoas falando sobre o final dos tempos hoje em dia.”

Na sexta-feira à tarde, um novo funcionário é apresentado a você. Na rápida conversa, ele pergunta: “E aí, o que você geralmente faz aos domingos? Pessoalmente, gosto de ficar assistindo a um futebol. E você, o que você faz?”

“Ah, eu geralmente me sento e relaxo bastante.”

Você está numa sala de aula na universidade – seu primeiro período na turma de filosofia. O professor agnóstico tem a fama de confundir e jogar dúvidas na cabeça dos alunos crentes. Ele está, eloquentemente, tentando desbancar o Cristianismo como superstição e pergunta: “Alguém aqui realmente acredita na Bíblia?”

Ninguém se pronuncia.

Você está no supermercado na fila do caixa quando, de repente, um de seus vizinhos está na fila com você também. Ele está lendo um noticiário numa revista sobre uma aparição de um anjo. Anjos são bem populares hoje em dia. Existem shows de televisão, livros, visões e alguns anjos até têm dado entrevistas. O vizinho diz a você: “Uau, isso é muito legal! O que você acha dos anjos?”

Você responde: “Bom, acredito que casei com um.”

Boa resposta!

Eu estava no posto de gasolina outra noite. Um carro parou do outro lado da bomba. Era um carro importado europeu. Um cara saiu e começou a abastecer enquanto sua esposa e filha esperavam dentro do carro.

Começamos a conversar e ele falou sobre o fato de a menininha querer alguma coisa da loja de conveniência. Ele riu quando disse que saiu do carro o mais rápido possível antes que sua filha pedisse alguma coisa. Eu disse: “É, meus filhos adoram vir ao posto de gasolina comigo também. Ficam pedindo chiclete, bala, brinquedinhos, algo para beber, pirulito ou uma coxinha.”

Ele perguntou: “Quantos filhos você tem?”

Respondi: “Quatro. Você quer um?” Não, estou brincando.

Daí, ele replicou: “Uau, quatro! Com quê você trabalha?”

Eu hesitei por um instante, não porque estivesse com vergonha, mas, de alguma forma, sabia que “pastor” não era o que ele estava esperando. Eu poderia até ter dito: “Sou um executivo de relações interpessoais.”

É verdade, não é?!

Também poderia dizer: “Sou um distribuidor de alimentos. Eu alimento os famintos.”

Além disso, e se eu dissesse a ele que sou pastor e ele precisasse de um conselho ali naquela hora? Já era tarde da noite, frio e eu não estava muito animado para dar aconselhamento aquela hora. Mas, eu estaria negando e mentindo, caso dissesse outra coisa que não fosse “Sou um pastor de uma igreja local.” Seria como o estudante da universidade ou o homem no seu trabalho.

A propósito, quando disse a ele que era pastor de uma igreja, ele perguntou: “Qual?”

Disse a ele o nome da igreja e ele disse: “É mesmo?! Temos ouvido muitas coisas boas sobre essa igreja e estávamos pensando em visitar. Venha conhecer aqui minha esposa e minha filha.”

Você gostaria que o mundo inteiro lesse sobre a sua covardia em não se identificar como um discípulo de Jesus Cristo? O que você acha de milhões e milhões de pessoas estudarem sua hesitação, confusão e covardia?

É exatamente esse o caso de Pedro. Temos acesso ao relato de sua negação de que conhecia a Jesus Cristo.

Contudo, antes de começarmos nosso estudo, não se esqueça que foi Pedro que se dispôs a andar sobre as águas; ele que ia matar seiscentos soldados com uma espada; dentre todos os discípulos, foi Pedro que teve a coragem de acompanhar Jesus em seu julgamento, entrando no quintal dos inimigos de Jesus.

Também gostaria de lembrar você que, neste estudo, estamos olhando para o espelho da Palavra – e o apóstolo Pedro está estampado em nossas testas. Isso foi escrito para o nosso benefício, para aprendermos, mudarmos e crescermos.

Agora, quero que você tenha uma visão panorâmica dessa noite trágica, lendo primeiro o relato de João acerca da negação de Pedro. Está registrado em sete versos curtos. Abra sua Bíblia em João 18, verso 15.

Simão Pedro e outro discípulo seguiam a Jesus. Sendo este discípulo conhecido do sumo sacerdote, entrou para o pátio deste com Jesus.

 A propósito, eu creio que esse outro discípulo era João. Na verdade, João se refere a si mesmo dessa forma em várias ocasiões em seu evangelho. Continue até os versos 16 a 18.

Pedro, porém, ficou de fora, junto à porta. Saindo, pois, o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, falou com a encarregada da porta e levou a Pedro para dentro. Então, a criada, encarregada da porta, perguntou a Pedro: Não és tu também um dos discípulos deste homem? Não sou, respondeu ele. Ora, os servos e os guardas estavam ali, tendo acendido um braseiro, por causa do frio, e aquentavam-se. Pedro estava no meio deles, aquentando-se também.

Pule até os versos 25 a 27.

Lá estava Simão Pedro, aquentando-se. Perguntaram-lhe, pois: És tu, porventura, um dos discípulos dele? Ele negou e disse: Não sou. Um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha decepado a orelha, perguntou: Não te vi eu no jardim com ele? De novo, Pedro o negou, e, no mesmo instante, cantou o galo.

Antes de mergulharmos, destrincharmos essa história e a remontarmos novamente, já que grande parte de nós conhece essa passagem, gostaria de listar algumas coisas que fizeram dessa cena a tragédia que foi.

Olharemos detalhadamente o que Pedro fez, mas, primeiro, vamos responder a pergunta: “Como foi possível alguém como Pedro acabar fazendo isso?”

Preparo para Fracasso Espiritual

Intitulei essa sessão de nosso estudo como “Preparo para Fracasso Espiritual” porque foi exatamente isso o que aconteceu. Precisamos entender que Pedro, como eu e você, nunca pecou de repente; nunca fracassaremos num instante – nosso momento para o fracasso veio se desenvolvendo com o tempo!

Você quer se preparar para um fracasso espiritual? Então, misture em sua vida alguns desses ingredientes e você terá inúmeras coisas que o levarão, em última instância, a negar a Cristo e destruir sua alegria.

1º Ingrediente – Autoconfiança

  • Primeiro ingrediente – autoconfiança.

Na última ceia dos discípulos com Jesus, como lemos em Mateus 26, Jesus prediz que todos eles O abandonarão. Mas Pedro responde nos versos 33 a 35a.

Disse-lhe Pedro: Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim. Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei...

Esse é o papo de um herói – um homem que pensa estar em pé, mas não está se cuidando para não cair.

2º Ingrediente - Oposição 

  • Segundo ingrediente – oposição.

Quando Mateus registrou a predição de Jesus a respeito da negação de Pedro, ele usou uma palavra bem forte. Jesus literalmente disse: “Pedro, você Me negará completamente!”

Mas Pedro nunca se imaginaria culpado de tamanho pecado! Marcos 14, verso 31, nos diz:

Mas ele insistia com mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. Assim disseram todos.

“Senhor”, Pedro insistiu, argumentou e repetiu: “O Senhor está errado... você não sabe o que está falando!”

Meu amigo, você quer fracassar miseravelmente? Você quer garantir rebelião contra a vontade de Deus? Então, comece a conversar com Deus dizendo a Ele: “Senhor, estou ouvindo o que você está dizendo em Sua palavra, mas o Senhor está errado... eu estou certo!”

Essas podem ser conversas do tipo: “Senhor, eu sei que o Senhor exige integridade em meus negócios, mas o Senhor não sabe a pressão que está em meus ombros agora...” ou então, “Senhor, eu sei que talvez o Senhor tenha dito que relacionamento sexual fora do casamento é pecado, mas o Senhor não sabe qual é a minha situação...”.

Imagine – Pedro está argumentando com o Deus vivo encarnado! Não interessa se é Pedro argumentando com a Palavra Viva ou nós argumentando com a Palavra Escrita, falta de submissão e oposição à Palavra é um preparo para o fracasso espiritual!

3º Ingrediente – Falta de oração 

  • Terceiro ingrediente – falta de oração.

Essa é uma outra forma de autoconfiança. Jesus exortou Pedro, Tiago e João a orarem com Ele no jardim do Getsêmani, mas eles dormiram! Ele os acordou duas vezes e disse: “Homens, a carne de vocês é fraca; orem para que não entrem em tentação.

Isso significa literalmente: “Para que vocês não entrem na tentação despreparados.” Isso é interessante – Jesus está dizendo que existe uma relação próxima entre a oração e a pureza, entre a oração e a prosperidade espiritual. Ele também está sugerindo que existe uma causa e um efeito diretos entre falta de oração e colapso espiritual.

Então, quando Pedro deveria estar orando, prestes a entrar no momento mais negro de tentação em sua vida, ele dormiu.

Mas espere, admito que – oração é uma disciplina; é trabalho duro; não é um esporte, doutra sorte, passaríamos nossa tarde de domingo inteira orando – é um exercício espiritual. Paulo escreveu a Timóteo em 1 Timóteo 4, verso 7b:

...Exercita-te, pessoalmente, na piedade.

Nesse verso, Paulo usa a palavra “gumnazo” para “disciplina.” Dessa raiz vem a nossa palavra “ginásio” ou “ginástica”. Como Kent Hughes escreveu, Paulo estava exortando Timóteo a se exercitar, malhar, treinar a si mesmo para se tornar piedoso. Ele estava chamando para um suor espiritual! Ele estava dizendo a Timóteo que se exercitasse na academia das disciplinas espirituais – malhar a sua piedade.

Da mesma forma que você trabalha em seu casamento para torná-lo melhor; assim como você desenvolve sua comunicação com seus filhos para ser um bom pai; da mesma maneira que você trabalha para contribuir para a empresa onde está empregado, trabalhe, também, no seu relacionamento com Deus.

O fato de que você é um executivo bem sucedido e um marido péssimo é determinado pelo tempo e energia que você investe nessas áreas. Você pode ser um crente antigo, mas ainda um crente ineficiente e fraco porque Deus nunca faz parte de sua agenda – exceto no domingo à noite e talvez, se for um fanático, domingo pela manhã também!

Daí, de cento e sessenta e oito horas semanais, você dá uma hora para Deus – depois se pergunta por que não está se tornando como Ele. Você nunca entra na academia espiritual, então você não sabe o que significa suar!

Meu amigo, piedade não é uma coincidência, mas uma escolha disciplinada que fazemos todos os dias!

Nossa igreja deseja ajudar você a entrar nessa academia. Meu amigo, a razão principal por que daqui a doze meses você ira olhar para trás e enxergar este ano como apenas mais um ano em que você não conduziu ninguém a Cristo (que é sua missão nesta vida), não memorizou um versículo (que é a sua proteção espiritual), e não leu sua Bíblia (que é a sua nutrição espiritual), e não se envolveu no serviço para exercitar seus dons espirituais (que é a sua contribuição espiritual), etc., é porque você pensou na igreja como um local de passeio e não como uma academia. Quero que você entenda que o nosso propósito em existir é ganhar perdidos para Cristo e treiná-los, discipulá-los.

“Discípulo” e “disciplina” vêm da mesma raiz grega – então, quando você vem a Cristo pela fé, você se tornou um “ginasta”. Pergunte a si mesmo: “Qual a definição de meu músculo espiritual?”

A razão por que Pedro abandonou a Deus em público foi porque ignorou Deus em sua vida privada – ele achava que não precisava orar.

4º Ingrediente - Independência 

  • Quarto ingrediente – independência.

Já estudamos anteriormente em João 18 que Pedro defendeu Jesus no jardim ao cortar a orelha do servo do sumo sacerdote. O problema é que Jesus havia deixado claro que Seus planos não envolviam a espada; então, Ele repreendeu a Pedro.

O lema da vida de Pedro pode ter sido: “Vou fazer do meu jeito.”

  • Jesus disse: “Ore” – Pedro dormiu;
  • Jesus disse: “Vou lavar seus pés.” – Pedro disse: “Nunca na Sua vida.”
  • Jesus disse: “É chegada a hora de minha prisão e morte.” – Pedro sacou da espada e cortou fora uma orelha.
  • Jesus disse: “Você me negará três vezes.” – Pedro disse: “Vou morrer com o Senhor, não negá-lO!”

Se havia um discípulo que podia fazer tudo do seu jeito, esse discípulo era Pedro. A única vez em que Pedro chegou em segundo lugar foi quando disputou uma corrida com João até o túmulo vazio de Jesus. Pedro tinha força de vontade e coragem; era agressivo, forte, comprometido. Também era um líder nato. Ele teria sido uma propaganda perfeita para uma conferência sobre autoestima. Por que? Porque ele se estimava muito!

Você sabe o que Deus em Sua graça está fazendo na vida de Pedro? Está transformando Pedro num pequeno vaso – no qual Ele pode derramar de Sua força, grande poder e Espírito gracioso. Até o momento, Pedro está cheio de si mesmo – e, para ser sincero, ele está atrapalhando.

Paulo escreveu em 2 Coríntios 4, verso 7:

Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.

Três Cenas de Colapso Espiritual

Bom, essa é uma introdução bem longa. Agora, vamos entrar naquele quintal frio de inverso e nos aproximar daquela fogueira e assistir a Pedro enquanto ele aprende algumas lições inesquecíveis. Abra sua Bíblia para a narrativa expandida do julgamento de Pedro, encontrada em Mateus 26.

1ª Cena – Uma serva mais forte que os soldados!

  • A primeira cena é a de uma serva mais forte que os soldados!

Veja Mateus 26, verso 69.

Ora, estava Pedro assentado fora no pátio; e, aproximando-se uma criada, lhe disse: Também tu estavas com Jesus, o galileu.

Pare aí. Essa menina serva estava de serviço à porta do quintal e poderia muito bem saber que João era um dos seguidores de Jesus. Provavelmente, ela suspeitou que Pedro também fosse discípulo, uma vez que João ajudou Pedro a ter acesso à propriedade.

Precisamos entender que, naqueles dias, Jesus era o assunto de todas as conversas. Todo mundo já tinha votado acerca de Jesus – e até mesmo os servos haviam concluído que Ele era um impostor sem importância, um pequeno ponto na tela universal. Então, ela se refere a Jesus como “o Galileu”.

No vernacular da época, se referir a alguém como “galileu” era um desprezo; era o mesmo que dizer que a pessoa era um ignorante. Durante essa época, os cidadãos de Jerusalém usavam os galileus como assuntos de suas piadas e chacotas. Os galileus do norte eram considerados menos sofisticados que os israelitas do sul – então os sulistas ridicularizavam a ignorância dos nortistas.

Então, com um tom de voz cínico, ela sugere: “Você é um seguidor daquele Jesus ignorante do interior, não é?”

Continue até o verso 70.

Ele, porém, o negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes.

Imagine – horas antes, ele tinha desafiado seiscentos soldados, sozinho com uma miniatura de espada! Agora, ele se acovarda diante de uma menina!

Ele estava preparado para lutar contra seiscentos soldados – tinha prometido a Jesus que morreria com Ele. Acho que se Jesus tivesse chamado Pedro para dentro e dito: “Testemunhe em Meu lugar,” ele provavelmente teria ido. Mas, uma garota o levou a mentir antes mesmo que ele sequer pensasse.

Ele foi tentado; ele foi cegado por uma fonte que não esperava. Ele estava esperando soldados, então ele se colocou de pé diante deles corajosamente e com lealdade, mas não esperava essa menina. Agora, ele choraminga patético.

Princípio – Ser corajoso em grandes batalhas não garante vitória nas pequenas batalhas.

  • Existe um princípio aqui e é: ser corajoso em grandes batalhas não assegura vitória sobre as pequenas batalhas.

Pedro estava preparado para lutas de espada e sofrimento... mas não para as pequenas servas!

2ª Cena – Uma mentira cheia de sinceridade!

  • A segunda cena ocorre algumas horas depois e inclui uma mentira cheia de sinceridade!

Veja Mateus 26, versos 71 e 72.

E, saindo para o alpendre, foi ele visto por outra criada, a qual disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno. E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal homem.

Podemos simplificar isso da seguinte maneira: “Pedro negou e disse: ‘Eu juro que não conheço esse homem’.”

Não é que Pedro tenha começado a xingar ou coisa do tipo. Essa era apenas uma forma de se enfatizar o que estava sendo dito. Poderíamos dizer: “Eu garanto, não conheço esse homem.”

Fazemos isso de várias maneiras; por exemplo, colocamos nossa mão sobre a Bíblia e juramos dizer, “a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade.”

Meus filhos costumam dizer: “Se eu estou mentindo, pode meter uma agulha no meu olho.”

Aqui está Pedro, usando sua linguagem boba, dizendo com toda a sinceridade do mundo: “Dou minha palavra, garanto a você, não conheço esse homem.”

O que é trágico é que provavelmente todo mundo sabia que ele era um discípulo! A única coisa que Pedro está fazendo é cavando sua cova!

Princípio – Uma mentira geralmente resulta em outra mentira.

  • Isso nos conduz a um outro princípio que devemos lembrar: uma mentira geralmente resulta em outra mentira.

O problema em contar uma mentira é que, geralmente, a segunda mentira tem que ser melhor que a primeira. Você já foi pego nessa espiral?

Alguns anos atrás, decidi fazer uma festinha de aniversário “surpresa” para minha esposa. Eu sou muito inocente mesmo! Primeiro, minha esposa é tão esperta que é impossível fazer surpresa para ela. 

Tim Downs falou sobre as esposas quando disse que elas têm uma antena que pega sinal ao redor do mundo inteiro. E ele continuou dizendo que os maridos são como telefone sem fio. Então, ali estava eu, um telefone sem fio, tentando infiltrar um centro de comunicação via satélite!

A parte mais difícil na preparação de tudo era me lembrar o que eu tinha dito a ela antes. Contava uma história a ela e, como sempre, tinha que vir com outra história melhor ainda. Para conseguir fazer aquela festa surpresa, creio que foram necessárias umas três mil mentiras! Carregava comigo 1 João 1, verso 9 – confessando meus pecados e sendo purificado pelo Senhor.

Agora, eu estava somente preparando uma festinha surpresa; mas imagine viver dessa forma, numa série de mentiras! A coisa maravilhosa em dizer a verdade é que você nunca tem que se lembrar de uma palavra que disse.

Princípio – No rebanho, as ovelhas mais seguras são aquelas que estão mais próximas do Pastor.  

  • Antes de irmos para a terceira cena, sugiro outro princípio: no rebanho, as ovelhas mais seguras são aquelas que estão mais próximas do Pastor.

O interessante é que, naquele momento, Pedro imaginava que ele estaria mais seguro se dissociando de Jesus; se ele se distanciasse do Senhor, talvez conseguisse escapar. Mas, a verdade é que Jesus já havia predito que um dos discípulos seria ferido ao longo do caminho com Ele. Talvez Pedro tenha sido retirado do quintal; talvez tenha passado por alguma zombaria; ou talvez uma pedra foi jogada enquanto ele corria, mas dissociação de Jesus Cristo nunca será sinônimo de segurança para nós.

Isso trará perigo espiritual – irá preparar o caminho para um colapso espiritual.

3ª Cena – O covarde é finalmente encurralado!

  • Terceira cena – o covarde é finalmente encurralado!

Para essa cena, gostaria que você voltasse ao evangelho de João, capítulo 18, versos 26 e 27.

Um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha decepado a orelha, perguntou: Não te vi eu no jardim com ele? De novo, Pedro o negou, e, no mesmo instante, cantou o galo.

Marcos nos informa que o galo cantou em duas ocasiões diferentes. Quando estudamos os evangelhos, descobriremos que os diferentes evangelhos adicionam diferentes detalhes e captamos o cenário completo quando estudamos os quatro evangelhos juntos. O galo irá cantar uma vez após as duas primeiras negações de Pedro. Essa foi uma lembrança graciosa de Deus – uma lembrança que Pedro ignorou. E, agora, o galo canta uma segunda vez após sua terceira negação.

Congele essa imagem na sua mente – todos estão com os olhos em Pedro quando essa terceira testemunha convincente traz a melhor de todas as evidências. Os outros acusaram Pedro baseado em seu sotaque galileu ou em sua própria suspeita. Mas, este homem aqui estava no jardim quando ele lançou mão da espada. Talvez ele estivesse já a algum tempo observando Pedro e pensando: “Eu já vi esse cara em algum lugar antes!”

Daí, o dia amanhece. O guarda identifica Pedro: “Ei, eu conheço você! Você foi o seguidor que usou a espada no jardim. Como pude esquecer?!”

Agora, Pedro está encurralado. O caso contra Pedro está amontoado de evidências. 

Deixe-me dar um exemplo para mostrar como o caso foi construído mais e mais sobre o testemunho daquelas pessoas.

Joãozinho pulou e brincou na piscina de sua casa quando não deveria. Depois, seus pais percebem que ele esteve na piscina e o acusam. 

O primeiro acusador diz: “Acho que você entrou na piscina.”

“Eu não!”, ele responde.

Depois um segundo acusador diz: “É claro que você entrou, Joãozinho, suas roupas e seu cabelo ainda estão molhados!”

“Não entrei”, responde ele, e adiciona, “Queria muito ter entrado, mas não entrei!”

Daí, aparece uma terceira testemunha, sua irmãzinha que diz: “Você entrou sim na piscina – eu vi você nadando!”

Agora, depois de todas essas acusações, é melhor ele confessar!

Bem, foi exatamente isso o que aconteceu com Pedro.

Primeiro, ele foi acusado de ser um discípulo.

“Não, eu não.”

Depois, outra pessoa diz: “Você estava sim com esse Jesus porque você tem um sotaque e fala como Ele.”

“Nada a ver!”

E a terceira testemunha diz: “Você é discípulo sim, eu vi você no jardim com Ele. Além do mais, você arrancou a orelha do meu primo. Nunca vou me esquecer de você!”

O caso está decidido, Pedro. Você foi visto na cena. Você precisa agora confessar!

Contudo, Pedro decidiu negar uma terceira vez com uma negação mais forte ainda. O relato de Mateus nos diz que ele incluiu repetidas maldições ou pragas e juramentos. O que indica que o povo o cercou e o questionou várias vezes.

A palavra para “praguejar” literalmente significa, “pronunciar a morte sobre si mesmo se você ainda vive.” É uma palavra muito mais forte que o juramento que Pedro já tinha feito antes. Pedro diz, na verdade: “Que Deus tire a minha vida se eu não estiver falando a verdade.”

Agora, imagine a cena completa. A suprema corte de Israel está lá dentro com Jesus. Estão cuspindo nEle, batendo nEle e zombando dEle. Do lado de fora, Pedro, Seu defensor mais corajoso, está jurando e praguejando que nunca O viu na vida. 

Você consegue ver a situação do Cordeiro de Deus? Ele foi:

  • Rejeitado pelo mundo;
  • Traído por um dos Seus discípulos; e
  • Negado, vez após vez, por um de Seus amigos – um amigo que tinha antes jurado fidelidade até a morte!

Nunca me esquecerei da história que li sobre uma mãe resgatando a própria filha da casa que estava pegando fogo. Ela teve que lutar para entrar na casa em meio às chamas e chegar até o quarto da filha. No processo, suas mãos foram queimadas e seu rosto ficou com sérias marcas de queimaduras.

A menininha cresceu e se tornou uma adolescente popular. Quando sua turma de formandos fez uma viagem de barco, sua mãe se voluntariou para ajudar nas refeições. Numa tarde, as meninas estavam sentadas no chão do barco conversando e algumas garotas tinham visto o rosto de sua mãe cheio de cicatrizes. Elas começaram a comentar sobre a mão e o rosto de sua mãe. Uma das meninas perguntou: “Quem é aquela mulher feia lá?”

Sem saber que sua mãe estava perto e ouvindo a conversa, a filha respondeu: “Eu não sei!”

Abra sua Bíblia para Lucas 22, verso 60 a 61a.

Mas Pedro insistia: Homem, não compreendo o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo. Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro... 

Talvez Jesus encontrou uma brecha entre a multidão do Sinédrio e olhou pela janela ou porta. Ele permaneceu em silêncio enquanto zombavam dEle, possivelmente com o rosto já ferido e sangrando. Jesus se virou e olhou por aquela brecha no mesmo instante em que Pedro olhou para a corte – e Jesus olhou diretamente em seus olhos.

Não foi um olhar de ódio e rancor. O olhar do Senhor não comunicou: “Espere só, Pedro, você vai ver!”

Creio que foi um olhar de absoluta tristeza e lamento. Ah, Pedro, o Deus-Homem foi esmagado pela tristeza de suas negações.

Como Isaías 53, verso 3, diz:

Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.

Não consigo imaginar aquele olhar. O coração de Pedro deve ter parado. Provavelmente, ele segurou sua respiração quando percebeu o que tinha acabado de fazer. Imediatamente, foi tomado de tristeza e Lucas 22, verso 62, diz:

Então, Pedro, saindo dali, chorou amargamente.

Literalmente significa, ele soluçou sem parar.

Princípio – Grandes conquistas podem ser seguidas por grandes fracassos, mas um pecado terrível pode ser seguido por um perdão maravilhoso.

  • Isso nos leva a mais um princípio - grandes conquistas podem ser seguidas por grandes fracassos, mas um pecado terrível pode ser seguido por um perdão maravilhoso.

Gostaria de concluir estendendo esse desafio a todo crente. 

  • Você pensa que é alguém grandioso? Você pensa que o mundo gira em torno de você? 

Vou orar para que você tenha uma experiência como essa de Pedro no quintal da corte e perceba que o fracasso de Pedro é também o seu fracasso.

  • Você pensa que cometeu um pecado terrível? Você pensa que decepcionou o Senhor a ponto de Ele não amar mais você?

Deixe-me lembrá-lo que o Senhor ressurreto enviou um anjo para falar com as mulheres no túmulo vazio quando elas vieram naquele domingo de manhã ungir o Seu corpo. Marcos 16 registra que o anjo disse às mulheres que Cristo havia ressuscitado e, no verso 7:

Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galileia; lá o vereis, como ele vos disse.

Em outras palavras: “Reúnam todos os discípulos que Me abandonaram – e especialmente Pedro para se encontrar comigo.”

Por que dizer especificamente para Pedro? Porque ele era o discípulo que agora imaginava que Jesus nunca mais queria vê-lo de novo. 

Então, “Vão e assegurem-se de informar Pedro a Meu respeito.”

Esse é o Cordeiro maravilhoso e gracioso, o Senhor Jesus Cristo!

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 08/01/1995 

© Copyright 1995 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

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