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A Tristeza do Sábado

A Tristeza do Sábado

經過 Stephen Davey

A Tristeza do Sábado

João 19.38–42

Introdução

Gostaria de convidá-lo ao Evangelho das boas-novas de João, capítulo 19. No caminho à escola outro dia, eu e meus filhos entramos numa conversa bem profunda. Tudo começou com a saudade de pessoas que agora estão no céu. Uma das pessoas foi um avô. Um de meus filhos disse que tinha um coleguinha na sala de aula que nunca tinha conhecido nenhum dos avós. Eles ficaram pensando como isso deve ter sido ruim. Daí, um deles me perguntou: “Pai, você foi uma criança obediente?”

Pensei que fosse uma pegadinha deles. Se eu dissesse: “Não, fui uma criança danada!”, estaria dando licença para eles pecarem. Se eu dissesse: “É claro que eu fui muito obediente e comportado!”, eles poderiam depois tirar as dúvidas com a vovó e descobrir que eu estava mentindo.

Sinceramente, não sei o que essa pergunta tinha a ver com o tema da morte. Mas, enquanto eu dirigia, pensando sabiamente no dilema da minha resposta para que nem mentisse nem lhes desse licença para pecar, um deles disse: “Perguntei isso, pai, porque, se você foi obediente, não precisamos nos preocupar que você vai morrer, já que a Bíblia diz: ‘Honra a teu pai e a tua mãe, para que te vá bem e sejas de longa vida sobre a terra’.” Se eu morrer jovem, terei que dar uma explicação depois. É difícil ter um pai pastor, mas é muito mais difícil ter um filho que dá sermão! Então, mudei de assunto.

Meus filhos estão aprendendo o que a maioria de nós já sabe: a vida não é longa. A morte é um evento marcado em cada um de nossos calendários; apenas não sabemos ainda o dia ou a hora.

Tenho observado, não somente na minha família de sangue, mas também na família da fé, que a morte é sempre um motivo de surpresa. Não importa quão velha seja ou doente a pessoa esteja, a morte é um intruso que sempre chega rápido demais. E não importa quanto tempo você pensa que tenha tido com aquela pessoa amada, sempre haverá coisas que deveriam ter sido feitas ou palavras que deveriam ter sido ditas. Nunca estaremos totalmente preparados para morte de alguém. E talvez a maior dor que se prolonga relacionada à morte é a das assombrosas memórias do amor não proferido nem demonstrado.

Li sobre um pai que, irritado, enxotou seu filho pequeno para longe de si; o pai estava cansado e com fome. O filho foi até o pai na sala de estar para dar cinquenta beijos de feliz aniversário, mas o pai o mandou ir brincar. E ele foi. Uma hora depois, quando o menino andava de bicicleta na rua, um carro o atropelou e o matou. Um autor escreveu estas seguintes palavras poderosas:

Nós, com muita frequência, guardamos nossos elogios para quando as pessoas morrem. Mas precisamos saber que uma flor na vida vale muito mais que um buquê no mundo da morte; uma palavra de amor e louvor e gratidão nesta vida vale muito mais do que todos os elogios no mundo quando não há mais vida.  

Em nosso estudo de hoje, apresentarei você a dois homens—dois homens assombrados pela sua falha em publicamente reconhecer a Jesus Cristo, até que ele morreu pendurado na cruz. De uma forma prática, esse relato deve nos desafiar a expressar nosso amor pelos outros e, mais importante, reconhecer e professar nosso amor e devoção a Cristo.

Últimos Detalhes do Calvário

Antes de conhecermos esses homens, vamos caminhar saindo do local da crucificação e descendo até o jardim, onde esses dois indivíduos prepararam o funeral.

A Ordem de Pilatos Ignorada

Veja João 19, verso 31. Quero que você note algumas coisas antes de comparecermos ao funeral:

Então, os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação, pois era grande o dia daquele sábado...

Talvez você se lembre de um de nossos estudos no qual vimos que Jesus foi, bem possivelmente, crucificado na quinta-feira. Esse “grande sábado,” ou o Sabbath especial da Páscoa, caiu na sexta-feira e o dia seguinte era, obviamente, o sábado normal. Essa explicação serve como evidência para o fato de Cristo ter passado três dias e três noites no túmulo.

Continue até os versos 32 e 33:

Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele tinham sido crucificados; chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.

Pilatos havia dado ordens. Ao terem suas pernas quebradas, os condenados escorregariam do sedulum, o assento na cruz, não podendo mais se erguer para respirar. Isso causaria o sufocamento e a consequente morte.

Isso era algo incomum para uma crucificação romana. Normalmente, os condenados eram deixados na cruz até morrerem. Alguns permaneciam vivos pendurados por semanas, sofrendo o calor do dia e o frio da noite, torturados pela sede e pela fome. Muitas vezes, as vítimas nem eram enterradas, mas simplesmente tiradas da cruz e lançadas aos animais selvagens. É muito provável que havia restos de ossos no monte do Calvário.

Entretanto, a Lei dos judeus era diferente. Como registrado em Deuteronômio 21, versos 22 e 23a:

Se alguém houver pecado, passível da pena de morte, e tiver sido morto, e o pendurares num madeiro, o seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite, mas, certamente, o enterrarás no mesmo dia...

Por causa dessa lei, o Sinédrio—que era o Supremo Tribunal Federal de Israel—providenciava túmulos para os condenados à morte que não tinham lugar para serem enterrados.

Então, os soldados recebem de seus superiores a ordem para quebrar as pernas dos condenados. O interessante é que os soldados fizeram as coisas do seu jeito e trataram Jesus de forma excepcional. Os versos 32 e 33 dizem que eles quebraram as pernas dos dois ladrões, mas, quando chegaram até Jesus e viram que ele já estava morto, não quebraram suas pernas. A questão é: eles não tinham a autoridade para determinar se o condenado estava morto ou não; eles não eram médicos, mas soldados.

O Lado de Jesus é Perfurado 

Então, o que os soldados fazem? Não temos os detalhes, mas podemos imaginar que eles ficaram observando Jesus para ver se ainda estava respirando, analisaram a cor dele; daí olharam um para o outro e concordaram: “É... esse aí já está morto.” Então, um dos soldados talvez disse: “Vamos fazer um negócio aqui só para ter certeza mesmo.” E conforme lemos no verso 34: Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Uma lança romana foi arremessada no coração de Jesus. Se ele ainda não estava morto, agora está.

O Argumento Convincente de João

Agora, para que não haja dúvidas do porquê que esses soldados desobedeceram às ordens diretas de seus chefes, João registra o motivo por que Jesus teve seu lado perfurado ao invés de ter seus ossos quebrados. Veja o verso 36:

E isto aconteceu para se cumprir a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado.

Qual é a importância de não ter nenhum osso quebrado? Porque o cordeiro da Páscoa, imolado e comido pelos judeus como lembrança da libertação da escravidão, não deveria ter seus ossos quebrados. Nenhum osso deveria ser partido, nem o corpo do cordeiro ser de alguma forma dividido ou repartido.

Jesus Cristo foi o Cordeiro pascal. Ele seria consumido como sacrifício final para libertar de uma vez por todas o seu povo da escravidão do pecado. E, assim como todos os outros cordeiros antes dele, Jesus também não poderia ter seus ossos quebrados. Essa foi mais uma figura de Jesus como o Cordeiro.

O verso 37 também nos diz: E outra vez diz a Escritura: Eles verão aquele a quem traspassaram. Em outras palavras, Cristo será um dia reconhecido como o Soberano.

Jesus era Deus em Carne Literal

Registros médicos falam sobre a ruptura do coração. Debaixo de grande pressão, tanto emocional como física, o coração pode se romper. Quando isso ocorre, o sangue do coração se mistura com o fluido do pericárdio, que está em torno do coração. A lança do soldado perfurou o pericárdio, misturando sangue e água. Imagine, no sentido literal da palavra, nenhum dos ossos de Jesus foi partido, mas o seu coração foi.

Agora, na época em que João escreveu o seu Evangelho, já havia uma heresia chamada Gnosticismo que dizia que Jesus não teve um corpo real de carne e sangue, não sendo, portanto, um homem de fato. A narrativa bem descritiva de João da morte de Jesus, incluindo a referência ao sangue e à água, foi uma declaração bem evidente de que Jesus era um homem real com um corpo real. Deus veio, literalmente, em carne!

Jesus Experimentou Morte Literal

Além disso, João deixa bem claro que Jesus morreu. Relatórios circularam na época, e até mesmo ainda hoje, dizendo que Jesus não morreu de fato. Essa é a chamada “teoria do desmaio”—Jesus simplesmente desmaiou. Em seguida, com suas funções vitais reduzidas ao mínimo, ele foi sepultado e, no túmulo fresco, reviveu. Não houve nenhuma morte e, consequentemente, também não houve nenhuma ressurreição.

O apóstolo João diz: “Preste bem atenção no que vou dizer: Jesus morreu.” Veja o verso 35:

Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais.

Crer em que? O argumento convincente de João é para que não haja dúvidas de que Jesus é Deus em carne literal e que ele experimentou uma morte literal. Se isso não é verdade, então nossa fé é vazia. Sim, houve uma ressurreição física e literal, mas houve também uma morte física e literal.

Primeiros Vislumbres do Túmulo

Agora, numa sequência de eventos bastante incomum, somos apresentados a dois homens próximo ao túmulo.

Dois Homens “Escondidos” Aparecem 

  • O primeiro homem é José de Arimateia. Veja o verso 38:

Depois disto, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, ainda que ocultamente pelo receio que tinha dos judeus, rogou a Pilatos lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. Pilatos lho permitiu. Então, foi José de Arimatéia e retirou o corpo de Jesus.

  • E o segundo homem é Nicodemos. Veja o verso 39:

E também Nicodemos, aquele que anteriormente viera ter com Jesus à noite, foi, levando cerca de cem libras de um composto de mirra e aloés.

José de Arimateia e Nicodemos são dois homens sobre os quais não sabemos muito. Contudo, sabemos que eram ricos, de bastante influência, proeminentes e membros do Sinédrio. Toda vez que João menciona Nicodemos, ele se refere a ele como o homem que veio ver Jesus à noite. Ele estava com medo de ser visto, apesar de ser crente.

No que diz respeito a José de Arimateia, existem várias referências. No Evangelho de Marcos, capítulo 15, verso 43, lemos:

Vindo José de Arimatéia, ilustre membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus...

Em Lucas 23, verso 50b, ele é chamado de  homem bom e justo. Mateus nos diz no capítulo 27, verso 57b, que ele era também discípulo de Jesus. Lucas, no capítulo 23, verso 51a, ainda nos fornece a informação de que ele ...não tinha concordado com o desígnio e ação dos outros.

Um dos versos mais interessantes que sem dúvidas se refere a José, Nicodemos e outros, se encontra em João 12, versos 42 e 43:

Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus.

Pedro não era o único negando Jesus horas antes. Aqui estão dois membros do Sinédrio e, possivelmente outros também, que permaneceram em silêncio. Eles se sentaram em suas poltronas no Sinédrio e assistiram enquanto um homem inocente, o Deus-Homem, era julgado baseado em acusações falsas e, finalmente, crucificado. Entretanto, eles escolheram não dizer nada. 

Mas (e isso até talvez espante você um pouco) creio que eles deveriam ter permanecido calados mesmo! Por quê? Porque não estavam dispostos a demonstrar com suas vidas aquilo que seus lábios falariam. Eles viviam para a aprovação de homens; viviam para o aplauso da terra. Enquanto houvesse o aplauso terreno, eles não se preocupariam em receber os aplausos celestiais. Não se pode ter os dois ao mesmo tempo.

Cheguei em casa outro dia meio tarde de uma reunião. Minha esposa estava assistindo à premiação de cantores evangélicos. Ela queria ouvir um artista crente que cantaria durante a cerimônia. Ela estava curiosa para ver qual música cantaria e o que diria, uma vez que milhões de pessoas tinham o potencial de ouvir um excelente testemunho do Evangelho por meio dele. Quando entrei na sala, eles estavam apresentando um grupo que ia cantar a sua música mais conhecida que havia sido nomeada para o prêmio. Eles cantaram a música por alguns instantes e, em menos de dois minutos, já estavam misturando a música com letras completamente vulgares. O pior é que o grupo ganhou o prêmio—por aquela música vulgar! Vieram celebrar no palco e, acredite se quiser, o primeiro rapaz a falar disse: “Quero só agradecer ao Senhor e Salvador Jesus Cristo por nos colocar aqui.” Daí, outro disse: “Obrigado, Jesus!”

Se eles quisessem fazer um favor a Jesus, não deveriam nem ter mencionado o nome dele, nunca associado aquela música vulgar ao nome santo de Jesus. E isso serve para todos aqueles que se dizem crentes, mas cujas vidas contradizem suas palavras. Alguns vivem de tal maneira que seria melhor se ficassem calados e não dissessem a ninguém que vão para a igreja.

Algo bastante interessante acontece aqui em João 19. Volte ao texto. Por mais que esses homens tenham sido covardes antes, sua covardia se transformou em coragem agora. José e Nicodemos planejaram essas atividades até aos mínimos detalhes. Teria levando bastante tempo para encontrar e comprar quase cinquenta quilos de especiarias caras durante a Páscoa. E quem carregaria todo esse negócio pesado até o túmulo? E note que José espera até o momento certo para pedir a Pilatos permissão para levar o corpo de Jesus. Marcos registra as palavras no capítulo 15, verso 43: [José] dirigiu-se resolutamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus.

Eles também calcularam o preço cuidadosamente. Quando declaramos publicamente que somos aliados de Cristo, existe um preço—em qualquer lugar e de alguma forma.

Observações a respeito de José e Nicodemos

Deixe-me fazer algumas observações fora do texto. Siga-me por um momento e veja por que José e Nicodemos demonstraram bastante coragem com isso que fizeram.

  • Primeiro, ele estavam dispostos a ser desprezados e rejeitados.

Não se engane; assim que o corpo de Jesus foi pedido a Pilatos, o mundo religioso se escandalizou e se surpreendeu. Esta foi a notícia na capa do jornal nacional de Israel: “Membros do Sinédrio Se Tornam Cúmplices de Um Criminoso.” A “Gazeta de Jerusalém” trouxe a seguinte notícia: “Traidores no Supremo Tribunal”.

O sentimento público de surpresa do povo se misturaria com ódio e descrença, enquanto José e Nicodemos dão a Jesus um sepultamento de Rei. Veja os versos 39 e 40:

E também Nicodemos, aquele que anteriormente viera ter com Jesus à noite, foi, levando cerca de cem libras de um composto de mirra e aloés. Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com os aromas, como é de uso entre os judeus na preparação para o sepulcro.

Essas especiarias representavam a riqueza de um homem. Você se lembra de Maria derramando aos pés do Salvador aquele vaso de alabastro cheio de perfume? Judas reclamou, dizendo que o valor equivalia a um ano de salário. Bom, Judas deveria estar aqui para ver o valor desse sepultamento. Não era nenhum jarro pequeno, mas quase 50 quilos. Isso pode muito bem ter sido as economias de toda a sua vida. Imagine a estupidez em gastar uma soma enorme de dinheiro em especiarias para o sepultamento de um maluco, um falso Messias. “Nicodemos endoidou! Nicodemos, você é um tolo!” Quando ganhamos o aplauso do céu, perdemos o aplauso da terra.

Agora, na Palestina, o corpo era enterrado em grutas naturais, ou tumbas, que eram escavadas em calcário. Vãos, ou prateleiras, eram preparados para que ali os corpos fossem depositados. Geralmente, o túmulo pertencia a toda a família e os vão poderiam se reutilizados conforme necessário. Os ossos do defunto anterior seriam simplesmente recolhidos e colocados numa caixa chamada “ossuário” que permaneceria no túmulo.

Mateus 27.60 nos diz que o túmulo pertencia a José. Era novinho. Alguns conjecturam que ele o escavou especialmente para Jesus. Mas não sabemos ao certo. Veja em João 19, versos 41 e 42:

No lugar onde Jesus fora crucificado, havia um jardim, e neste, um sepulcro novo, no qual ninguém tinha sido ainda posto. Ali, pois, por causa da preparação dos judeus e por estar perto o túmulo, depositaram o corpo de Jesus.

  • Deixe-me fazer uma segunda observação aqui. Esses homens estavam dispostos não somente a passar por escárnio e rejeição, mas a também ser considerados impuros.

No momento em que eles tocaram o cadáver de Jesus, se tornaram impuros cerimonialmente. A Lei exigia um dia de separação e purificação. Você sabe o que isso significa? Eles perderiam a ceia da Páscoa que aconteceria no grande sábado—aquela refeição que todo judeu considerava um dever sagrado e honra sem igual. Eles perderiam o maior festival da cultura judaica; não poderiam imolar o cordeiro com suas famílias e comê-lo juntos como recordação de uma redenção passada.

Mas se você disser a Nicodemos, a José e a outros crentes que leram o Evangelho no primeiro século: “Você perdeu a celebração da Páscoa; não tem nenhum cordeiro que sirva de recordação da redenção passada,”, eles responderão: “E qual a é diferença? Nós encontramos redenção futura. Descobrimos o Cordeiro de Deus.” Em outras palavras: “Você nos considera impuros? O Deus Filho nos purificou de todo pecado!”

  • Finalmente e o mais incrível para mim enquanto estudava esses homens, eles estavam dispostos a se unir a uma causa perdida. 

Entenda bem: eu e você sabemos o que acontecerá ao terceiro dia, mas eles não sabem.

  • Sabemos tudo a respeito do domingo da ressurreição—eles sabem apenas de um túmulo pronto e um final de semana de pranto, confusão e culpa.
  • Somos filhos do domingo—mas eles ainda vivem na tristeza do sábado.
  • Estamos unidos com Cristo na sua ressurreição—eles estão unidos com Cristo no seu túmulo.

Jesus está morto e, até onde eles sabem, o Nazareno continuará morto! A surpresa posterior entre os discípulos deixa claro que Nicodemos e José não acreditavam que veriam Jesus vivo novamente. Mas é exatamente nesse contexto que eles confessam seu amor por ele. E isso é incrível!

Você consegue imaginar esses homens lavando o corpo de Jesus todo ensanguentado? Eles trabalharam silenciosamente juntos, somente os dois, na quietude daquele túmulo de calcário. Misturaram especiarias nos lençóis de linho e envolveram o corpo de Jesus, virando seu corpo de um lado a outro. Então, chegam até o pescoço e lavam seu rosto, talvez mais uma vez, e gentilmente penteiam seu cabelo embaraçado. Imagino que lágrimas caíram sobre o rosto de Jesus e sobre aqueles panos de linho. Talvez eles pararam de vez em quando e se abraçaram em pranto. Cada um desses homens carregava um fardo de culpa. Cemitérios, de fato, sempre aumentam o sentimento de culpa. Um autor escreveu as seguintes palavras:

Devemos lembrar de que eles sepultaram um Cristo morto. Eles não sabiam que o Senhor ressuscitaria. De acordo com o conhecimento deles, eles haviam falhado em se lançar aos pés de Jesus e confessar seu amor por ele. Envergonhados pelas falhas do passado, agora divulgam a toda a nação que se importam com Cristo a ponto de fazerem algo que nem os discípulos pensaram em fazer. Eles preparariam seu funeral... e o sepultariam como um Rei! 

A fim de entendermos o poder desse momento e a aplicação desse parágrafo, devemos reconhecer a tragédia da oportunidade perdida. Talvez você nunca se forme no segundo grau ou na faculdade; talvez não viva o bastante para ver seus filhos crescerem; talvez nunca segure um neto em seu colo; talvez nunca troque de vizinhos ou mude de carreira; e o testemunho que tem agora pode ser que seja o único testemunho de toda a sua vida. A testemunha que é agora para o mundo pode ser a única coisa que demonstrará. 

Não acredito que José e Nicodemos imaginavam, duas semanas antes, que Jesus fosse morrer. Momentos antes a nação cantava: “Hosana!” para Jesus. O tempo passou rápido; talvez eles estivessem pensando em declarar sua lealdade naquele final de semana; mas, agora, o Mestre está morto.

Você consegue captar o sentido de término nas palavras de João, no capítulo 19, verso 42?

Ali, pois, por causa da preparação dos judeus e por estar perto o túmulo, depositaram o corpo de Jesus. 

Ponto final. Terminou. A oportunidade foi perdida.

Com o que você está contando? O que você está esperando?

Lições aprendidas com José e Nicodemos

O que José e Nicodemos têm a nos ensinar? Permita-me destacar algumas lições que podemos retirar de suas vidas.

  • Primeiro, reconheça a Jesus Cristo hoje—talvez este seja o único dia que você terá.
  • Segundo, mantenha um relacionamento próximo com aqueles que você ama. Homem, quando foi a última vez que você disse à sua esposa e aos seus filhos que você os ama? Quando foi a última vez que seus pais ouviram essas palavras, se eles ouviram? De maneira bem prática, alguns precisam fazer algumas ligações por telefone hoje mesmo.
  • Finalmente, nenhuma coragem investida em apresentar o seu mundo a Jesus terá sido desperdiçada. Você se arrependerá disso.

Nunca mais ouvimos falar de José de Arimateia ou Nicodemos; tanto o livro de Atos como as Epístolas se silenciam a respeito deles. Mas a história de João sobre as vidas desses homens se tornaria um grande encorajamento aos crentes da época e de hoje, ao redor de todo o mundo, que passam pelas mesmas dificuldades. Mesmo que você tenha fracassado no passado e não falou sobre Jesus, ainda não é tarde demais! Enquanto você tem fôlego de vida, viva para ele hoje!

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 05/03/1995

© Copyright 1995 Stephen Davey

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