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O Leão Rugiu

O Leão Rugiu

經過 Stephen Davey 參考: John 2:12–25

O Leão Rugiu

João 2.12–25

Introdução

As Crônicas de Nárnia é uma série de livros infantis do autor C. S. Lewis. Os livros retratam a clássica batalha entre o bem e o mau num mundo fantasia no qual os animais falam e as crianças são chamadas de filhos de Adão e Eva. Se você nunca os leu, sugiro que leia. O volume mais famoso da série é o chamado O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupas. O guarda-roupas é um quarto pequeno numa casa na Inglaterra que pertencia aos familiares de algumas crianças, as quais estavam apenas de visita na casa. Ao entrarem no guarda-roupas,  entram, na verdade, no mundo fantasia chamado Nárnia. Numa das cenas, alguns castores contam às crianças sobre Aslan, o leão. Aslan é a representação que C. S. Lewis faz de Jesus Cristo. E Aslan, o leão, trava uma batalha com a feiticeira. E nós sabemos quem a feiticeira representa.

Quando os castores estão falando para as crianças sobre o leão Aslan, Susan pergunta: “Ele é seguro? Acho que deveria ficar nervosa em conhecer um leão.” “Com certeza você vai ficar nervosa, minha querida,” disse a senhora Castor, “se alguém chega diante de Aslan sem tremer as pernas, ou é mais corajoso do que todo mundo ou apenas um tolo.” “Então ele não é seguro?” disse Lucy. “Seguro?”, disse o senhor Castor. “Você não ouviu o que a minha esposa acabou de dizer? Quem falou alguma coisa sobre seguro? É claro que ele não é seguro! Mas ele é bom... e digo a você que ele é o Rei.”

O Leão Ruge

Meu amigo, gostaria de apresenta-lo a um Jesus diferente—um leão feroz que deu brado terrível pela causa da santidade e da adoração. Esse show de autoridade aconteceu na cidade de Jerusalém, no mês de abril. O incidente é registrado para nós no Evangelho de João, capítulo 2, versos 12 e 13:

Depois disto, desceu ele para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias. Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém.   

O significado da festa da Páscoa

A Páscoa era uma celebração que durava sete dias em comemoração à libertação dos escravos do Egito. O livro de Êxodo, no Antigo Testamento, registra a história de Faraó, rei do Egito, recebendo muitas pragas do Senhor porque não libertou o povo de Israel da escravidão. Por fim, o anjo da morte vai e matou os primogênitos do Egito, mas poupa os filhos dos israelitas que obedeceram à ordem do Senhor de passar o sangue de um cordeiro perfeito nos umbrais das portas. Depois dessa tragédia, Faraó deixa os israelitas irem livres e esse dia se torna um feriado nacional.

Era o sonho de todo judeu poder um dia celebrar a Páscoa em Jerusalém. Flávio Josefo, historiador judeu do século primeiro d.C., registrou que em 65 d.C. cerca de 255.600 cordeiros foram sacrificados durante a Páscoa. Se havia cerca de dez adoradores por cordeiro, isso significa que havia por volta de três milhões de pessoas celebrando a Páscoa em Jerusalém.

Agora, entenda bem esta cena: o primeiro ato público de Jesus aconteceria na capital Jerusalém, dentro do templo. Aquele que havia declarado ser o “Cordeiro de Deus” participava da grande festa na qual a morte do cordeiro era celebrada porque havia trazido vida. Portanto, o Cordeiro iria participar da celebração da morte dos cordeiros.

A corrupção do sistema pascoal

Mas nem tudo estava bem em Jerusalém. Veja o verso 14:

E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados.

À primeira instância, parece não haver nenhum problema, mas, na verdade, esse verso revela uma corrupção tremenda justamente no local de adoração a Deus.

Anás era o sumo sacerdote corrupto durante os tempos de Jesus. Ele e seu genro Caifás foram os homens que instigaram a crucificação de Jesus. Anás havia usado sua posição como um meio de adquirir poder e riquezas. De fato, o negócio que acontecia no templo era também chamado de “O Bazar de Anás.”

Como o sistema do templo, que não visava nenhuma espécie de lucro, arrancava milhões de reais dos bolsos de pessoas tão pobres? Todo homem que participava da Páscoa em Jerusalém só podia entrar no templo se pagasse um “imposto do templo” no valor de metade de um shekel, ou siclo, o equivalente, hoje, a mais ou menos cinquenta reais. Metade de um shekel era o salário de dois dias de trabalho. Portanto, não era um dinheiro fácil.

O problema era que na Palestina havia muitas moedas diferentes. Moedas de prata de Roma, Grécia, Egito e Sidom estavam em circulação e valiam perfeitamente, exceto no templo, onde não eram aceitas. Essas moedas eram consideradas impuras e o templo aceitaria impostos pagos apenas em shekel galileu, o chamado “shekel do santuário.” E era aí que as queridas casas de câmbio entravam em ação—os chamados cambistas. Volte um pouco ao verso 14b: e também os cambistas assentados. Esses homens supostamente religiosos cobravam todo tipo de taxas, o que gerava muito dinheiro. Talvez isso seja meio complicado, mas deixe-me dar um exemplo atual.

A fim de entrar numa igreja, você tem que pagar dez reais; essa é uma taxa fixa. Mas vamos supor que você não tenha agora nenhuma nota de dez reais. Da mesma forma lá em Jerusalém, o povo também não tinha metade de um shekel, porque isso não existia! Era necessário o câmbio. Você, então, me paga com uma nota de vinte reais. Isso significa que agora eu devo dez reais a você, correto? Daí, eu daria como troco, não uma nota de dez reais, mas duas de cinco. Mas antes eu tenho que cobrá-lo pelo serviço de câmbio; e o câmbio custa cinco reais. Assim, vou dar apenas uma nota de cinco como troco a você. O problema é que você trouxe para mim dinheiro impuro e o meu troco é em moeda pura. Portanto, preciso cobrá-lo por isso. E adivinha quanto eu cobro? Cinco reais!

Os historiadores registram que o custo médio para entrar no templo durante a Páscoa era de quarenta reais. Agora, se multiplicarmos quarenta reais por um milhão de adoradores ou mais, dá para imaginar porque os líderes religiosos ficavam tão animados com a Páscoa. Era uma tremenda extorsão em nome da religião.

Mas tem mais. De acordo com Deuteronômio 12, o povo de Israel deveria trazer de seu próprio rebanho os melhores animais para sacrificar. Os sacerdotes instituíram um mercado de animais para sacrifício. Sem dúvidas, isso tornou as coisas mais convenientes para os adoradores. Contudo, o que começou como mera conveniência, rapidamente virou extorsão religiosa.

A lei exigia que o animal para o sacrifício deveria ser perfeito. Dessa forma, o pessoal do templo tinha que inspecionar os animais antes de serem aprovados para o sacrifício. Nos tempos de Jesus, o templo havia estabelecido inspetores, ou mumcheh, que examinavam os animais. Eles cobravam dez reais para examinar. Além do mais, todos sabiam que os mumcheh eram desonestos e rejeitavam todos os animais trazidos de fora pelo povo. Por quê? Para que o povo comprasse os animais de sacrifício no mercado do templo. O problema se agravava com o alto custo dos animais. Fora do templo um par de pombinhas custava cerca de quarenta reais, enquanto que dentro do templo, no pátio dos gentios, o par era vendido a até setecentos e cinquenta reais! Dessa forma, o sistema corrupto do templo extorquia o povo pobre, forçando-o a comprar os animais no templo. Mais uma vez, extorsão em nome da religião.

Não há nada novo na extorsão religiosa, não é? A Reforma Protestante começou quando um monge, Martinho Lutero, se enfureceu ao ver o que um homem chamado Tetzel fazia com o povo. Tetzel, em nome da igreja organizada, vendia as chamadas indulgências. Por uma pequena soma de dinheiro, você comprava um papel dizendo que tantos pecados haviam sido perdoados. Se você gastasse uma soma grande de dinheiro, mais pecados seriam perdoados. Tetzel viajava por todo o país, arrancando dinheiro dos pobres. Ele tinha até uma bandinha que ia à frente cantando algo mais ou menos assim: “Cada vez que uma moeda entra no cofre, uma alma sai do purgatório.” Lutero se enfureceu com isso e iniciou uma série de debates com Tetzel.

Mas será que isso ocorria apenas naquele período da história? Claro que não! Hoje vemos líderes religiosos e igrejas falando que você deve mandar seus pedidos de oração com uma nota de cem reais junto. Outros dizem que, para ser salvo, você precisa frequentar uma igreja, fazer determinadas obras, fazer algum voto... O sistema religioso é um ambiente que, em essência, estipula um preço para se ter acesso a Deus, mas isso não está à venda.

O Leão se Revela

Ver essa corrupção fez brotar uma indignação justa em Jesus Cristo—o Cordeiro de Deus que agora revela ser também é o Leão de Judá. E o seu brado ecoa nos corredores repletos de gente e perfura o coração do sistema religioso judaico que havia corrompido a adoração de maneira inacreditável e cruel. Vejamos João 2.15–16:

Tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio.

Phillips traduz essa passagem da seguinte forma:

E deu uma chicotada de cordas e expulsou todos do templo, como também ovelhas e bois. Fez voar as moedas dos cambistas e derrubou suas mesas. E disse aos vendedores de pombos: “Tirem estas coisas daqui. Não se atrevam a transformar a casa de meu Pai em um mercado!”

Agora, é necessário entendermos as implicações profundas desses atos de Jesus. Permita-me fornecer o que o Leão de Judá revela com essa atitude:

Jesus revela sua autoridade sobre o quartel religioso

  • Primeiro, Jesus revela sua autoridade sobre o quartel religioso.

Ele argumenta que o templo, o centro da religião judaica, era na verdade a casa de seu Pai. Você viu isso no verso 16b? não façais da casa de meu Pai casa de negócio.

Mas há algo bastante interessante aqui. Durante a Páscoa, era dever de cada família limpar a sua casa. Todos deveriam retirar de casa especialmente o fermento, algo que muitos estudiosos acreditam ser símbolo bíblico do mal. Eles geralmente limpavam suas casas no mês de abril. Essa era a chamada “limpeza da primavera.”

Aqui vemos Jesus Cristo entrando no templo e chamando-o de “Casa meu Pai.” E o que ele faz? Ele limpa a casa! Jesus declara ser o Dono do templo e ter autoridade sobre esse templo. Em outras palavras, Jesus declara ser nada menos que o Messias!

 

Jesus revela sua ira com o assédio religioso

  • Segundo, Jesus revela sua ira com o assédio religioso.

Esse evento fornece algumas reflexões sobre a religião organizada, inventada ou criada pelo próprio homem. Deixe-me dar algumas exemplos do quê a religião humana geralmente faz:

  • Primeiro, a religião humana vê o que as pessoas podem oferecer, não como as pessoas podem crescer.

Em outras palavras, como as pessoas podem contribuir à corporação ao invés de como podem servir ao Rei.

  • Segundo, a religião humana considera seu orçamento mais importante do que sua mensagem espiritual e sua missão.

Dinheiro geralmente é o que importa para muitas organizações, e igrejas acabam caindo na mesma armadilha. Infelizmente, a igreja de hoje, assim como o templo, se transformou num bazar, numa feira, num local de comércio e negócios. A igreja virou um lugar para qualquer coisa, menos adoração. Nosso desafio não é fazer dinheiro, mas discípulos. Em nossa igreja, adotamos a seguinte postura: jamais adquiriremos um débito que mudará o foco de nosso ministério; caso isso ocorra, deixaremos as pessoas fora de nossos objetivos.

  • Terceiro, a religião humana geralmente se preocupa mais com a forma do que com a substância.

Você trouxe o seu sacrifício? Bom! Apareceu para o Sabbath? Ótimo! Segue a Torah, lê a Mishnah ou repete a Shemah? Muito bem! A pergunta deveria ser: Você conhece o Senhor? Tem andado com ele? Está desenvolvendo na sua vida espiritual? Conhece Jesus Cristo? Já recebeu o presente da vida eterna? Você já foi perdoado e lavado pelo sangue do Cordeiro?

Muitas vezes, saio de caso e tenho a alegria de ver pessoas dobrando seus joelhos e recebendo Jesus Cristo como Salvador. Algumas dessas pessoas cresceram na igreja. Mais uma vez, religião humana não funciona. Por quê? Porque foca em rituais e obras externos em vez de em confiança e relacionamento íntimo e pessoal.

  • Finalmente, a religião humana geralmente dificulta a adoração ao invés de criar um caminho para adoração.

Nos tempos de Jesus, apenas os judeus tinham livre acesso ao templo. Se um gentio quisesse entrar para adorar e meditar, teria que permanecer no pátio dos gentios. E onde ocorria todo o negócio dos judeus? No pátio externo chamado de “pátio dos gentios.”

As autoridades judaicas estavam causando grande tumulto e barulho no pátio dos gentios de forma que a meditação e a oração dos gentios não eram mais possíveis. Vacas rugiam de um lado, ovelhas berravam de outro, pássaros cantavam e grunhiam aqui, ambulantes gritavam acolá, o barulho das moedas, o cheiro de esterco e a voz dos que discutiam tentando fazer um bom negócio eram ensurdecedores. O pátio dos gentios era o lugar na terra mais distante de adoração. Adorar a Deus e meditar na corte dos gentios era como tentar fazer um devocional em pleno Maracanã com Brasil e Argentina jogando. Pode ser que exista muita oração sendo feita, mas nenhuma meditação ou adoração.

Certo autor definiu “adoração” da seguinte forma:

Acelerar a consciência com a santidade de Deus, alimentar a mente com a verdade de Deus, instigar a imaginação com a beleza de Deus, abrir o coração para o amor de Deus e consagrar a vontade para os propósitos de Deus.

Em resumo, “Adoração é pré-ocupação com Deus.”

Jesus revela sua resposta para a fome espiritual

  • A revelação final vista nas ações de Jesus no templo é a seguinte: Jesus revela sua resposta para a fome religiosa.

Quando Jesus purificou o templo com tamanha autoridade, os líderes judeus sabiam que somente o Messias teria aquela autoridade. Jesus, na verdade, estava se oferecendo a eles como Messias. Por isso, eles exigiram alguma prova. Continue até o verso 19.

Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei.   

O Evangelho de Marcos ainda dá outra pista, no capítulo 14, verso 58:

...Eu destruirei este santuário edificado por mãos humanas e, em três dias, construirei outro, não por mãos humanas.

Os judeus estavam ansiosos pela vinda do Messias. A prova disso é que, um pouco antes de Jesus Cristo, mais de uma dúzia de judeus havia se autoproclamado Messias. Até mesmo depois da ascensão de Jesus, a nação judaica ainda estava em busca de falsos messias.

No século segundo d.C., Simão ben Koseva foi declarado Messias pelo famoso rabino Akiva. Ele recebeu um título que traduzido significa “estrela de Jacó.” Simão era visto como um grande guerreiro que expulsaria os romanos da terra de Israel. Ele até conseguiu retomar Jerusalém por pouco tempo em 135 d.C., mas finalmente foi morto pelos romanos numa batalha.

Depois dele, um homem chamado Zevi deu início ao maior movimento messiânico na história dos judeus. Ele instigou no povo um espírito messiânico muito fervoroso e inúmeros judeus começaram a segui-lo, crendo que os conduziria de volta à terra prometida.

Será que o povo judeu não está mais à procura do Messias ou perdeu as esperanças? Não! Recentemente, um rabino chamado Schneerson foi aclamado por muitos como Messias. Foi dito que ele curou muitos e que muitas predições do futuro que ele fez se cumpriram. Seus seguidores diziam: “Moisés foi o primeiro libertador e o rabino é o último.” Elwood McQuaid fez a estimativa de que quase 300.000 judeus creram que esse rabino era o Messias. E o que será que o rabino Schneerson tem a dizer? Nada. Ele não pode dizer nada, porque está morto.

O que valida a reivindicação de Jesus? Veja o verso 22:

Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, lembraram-se os seus discípulos de que ele dissera isto; e creram na Escritura e na palavra de Jesus.    

Não é nenhuma surpresa que seus discípulos tenham se dispersado após Jesus morrer—eles pensaram que ele era mais um falso Messias. Não é surpresa também que viraram mártires, pois logo viram que Jesus Cristo havia ressuscitado dos mortos!

Por isso, Jesus Cristo não veio a Terra para revitalizar a religião; ele veio para reinventá-la. Não seria mais um lugar, mas uma pessoa! Ele não traria um sistema religioso complicado, apenas ofereceria um Salvador crucificado—um Salvador que seria crucificado e sepultado, mas que ao terceiro dia seria levantado dos mortos.

Lições Aprendidas

Você é um empecilho à adoração ou promove a adoração?

  • Você é um empecilho à adoração ou promove a adoração?

Se Jesus Cristo fisicamente visitasse hoje o templo do seu corpo, seu estilo de vida, sua mente e seu lar, será que ele teria que fazer a limpeza da primavera? O que lançaria fora? O que restaria?

Você inspira e encoraja outras pessoas a andar com Deus ou as atrapalha?

  • Você inspira e encoraja outras pessoas a andar com Deus ou as atrapalha?

Você preenche sua vida com todo tipo de barulho e atividades que o impedem de adorar o Senhor?

  • Você preenche sua vida com todo tipo de barulho e atividades que o impedem de adorar o Senhor?

Eu poderia mudar essas frase e dizer o seguinte: Deus pelo menos passou em sua mente na semana passada? Você pelo menos pensou nele, falou com ele? Talvez você esteja precisando que o Senhor faça uma limpeza e retire alguns destroços que têm obstruído o seu caminho para a adoração pura e maravilhosa. Dessa forma, você poderá novamente se “pré-ocupar” com o Messias, o Salvador vindouro ressurreto, o Leão de Judá!

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 7/11/1993

© Copyright 1993 Stephen Davey

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