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Nascer de Novo: A Declaração

Nascer de Novo: A Declaração

經過 Stephen Davey 參考: John 3:1–15

Nascer de Novo: A Declaração

João 3.1–15

Introdução

Não há dúvidas de que certos livros da Bíblia são mais conhecidos do que outros. Tenho certeza de que, se eu fizesse uma rápida pesquisa, somente poucas pessoas poderiam falar alguma coisa sobre o livro de Habacuque. Se nossas vidas dependessem disto, duvido que conseguiríamos citar um verso do livro de Ageu. Eu aposto que até mesmo um estudante da Bíblia teria dificuldades em citar um versículo de Ageu.

Para aqueles que não são familiarizados com Ageu, quando lemos João capítulo 3, as histórias são mais conhecidas. Muitos já ouviram a história de Nicodemos e muitos de nós já memorizamos, cantamos ou, pelo menos, ouvimos o verso mais famoso da Bíblia: João 3, verso 16:

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Confesso algo a você. Quando cheguei ao capítulo 3 de João, pensei comigo: “Bom, este capítulo é muito conhecido pelas pessoas. Vou apenas ressaltar os pontos principais e caminhar para frente. Creio que só uma mensagem nos primeiros vinte e dois versos será o suficiente.”

Daí, quando comecei a estudar, o Espírito Santo convenceu minha mente e coração de que eu estava diante da verdade mais preciosa de todos os tempos. Como eu poderia apenas passar os olhos por cima desse texto, abordando-o superficialmente?

Poderíamos colocar agora nossos pés-de-pato, máscara e cilindro de oxigênio, pois estamos mergulhando em um oceano de verdades profundas. Minha oração e esperança é que essas verdades sirvam de refrigério para aqueles que já as conhecem e tragam novo nascimento para aqueles que ainda não creem ou não têm conhecimento.

Nicodemos

Existe uma fábula de um jovem árabe, montado em seu jumento, indo estrada a fora, quando vê um passarinho—um pardal—deitado de barriga para cima na estrada. Lá estava, um negócio pequeninho com suas duas perninhas magricelas estiradas para cima. De início, o jovem pensou que o pardal estivesse morto. Quando viu que ainda estava vivo, ele desceu de seu jumento e foi falar com o passarinho: “Está tudo bem?”, perguntou. “Sim!” “Então o que você está fazendo, deitado desse jeito na estrada com as perninhas para cima?” O pardal respondeu: “Você não ouviu dizer por aí? O céu vai cair.” O jovem árabe riu e disse: “E você acha que conseguirá segurar o céu com as suas perninhas magrelas?” Depois de uma pausa demorada, o passarinho olhou sério para o jovem e replicou: “Fazemos o melhor que podemos!”

Quero apresenta-lo a um homem que, se fosse possível segurar o céu com as perninhas das obras humanas, ele teria conseguido. João inicia a história nos fornecendo o currículo impressionante de um homem que parecia ter tudo o que era necessário. Abra sua Bíblia no Evangelho de João capítulo 3, verso 1:

Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.

Vamos detalhar mais essa história.

Seu fervor religioso

  • Primeiramente, João nos fala sobre o fervor religioso de Nicodemos—ele era um fariseu.

De muitas maneiras, os fariseus eram os piores homens do mundo. Eram frios e legalistas. Ao mesmo tempo, eram as melhores pessoas no país. Eram os homens santos que guardavam a Lei, buscavam fervorosamente a pureza e desejavam ardentemente viver vidas que agradavam a Deus. Eles eram sinceros, mas sinceramente enganados.

Havia mais de seis mil fariseus no país; eles eram conhecidos como chaburah ou “a irmandade.” Um indivíduo entrava para essa irmandade fazendo o voto, diante de três testemunhas, de que passaria toda a sua vida observando cada detalhe da lei dos escribas.

Aí estava o problema! Os escribas haviam criado a Mishnah, os escritos sistematizados da lei dos escribas. Também havia o Talmude, uma espécie de comentário da Mishnah. Li certa vez sobre um rabino que passou quase três anos estudando apenas um capítulo da Mishnah.

Uma ilustração perfeita é vista na simples lei do sábado. A Bíblia claramente prescreveu aos israelitas: “Não trabalhe e não carregue nenhum fardo, mas descanse e guarde o dia santo.” Bom, “trabalho” tinha que ser definido; “carregar fardos” tinha que ser definido. Por exemplo, alguém poderia:

  • Pegar apenas o leite suficiente para um gole; e:
  • Levantar uma colher que não pesasse mais do que um figo.

Eram os fariseus e escribas que discutiam se uma mulher poderia ou não usar um broche no sábado, se a mãe poderia carregar seu filho ou se um homem poderia usar sua muleta. Essas coisas eram fardos. Mas a Bíblia disse que devemos descansar no Sabbath—não trabalhar! Está claro? Não. Temos que definir “trabalho.” Por exemplo, na vida agrária havia sido determinado que dar um nó era trabalho. Contudo, “nó” teria que ser definido. Ouça esta definição:

Abaixo estão os nós que, se o homem der no sábado, será considerado culpado: o nó de guiadores de camelo e o nó de marinheiros. O homem será tido como culpado tanto por fazer como também por desfazer o nó.

Além disso:

A mulher pode amarrar a sua touca e a sua cinta.

Agora, suponha que um homem queira pegar água no poço no dia de sábado. Ele não pode amarrar a corda no balde, pois o nó é ilegal no sábado. Mas pode amarrar o balde na cinta de sua mulher e, então, amarrar a corda na cinta e descer o balde no poço, porque qualquer nó associado à cinta da mulher é considerado legal. Misericórdia!

Era algo ridículo, mas esses eram os homens que haviam se comprometido à inconveniência de guardar milhares de leis a fim de agradar a Deus. Embora fervoroso, era trágico. Os escribas haviam expandido e desenvolvido a lei escrita em milhares de regulamentos. E os fariseus dedicavam suas vidas a seguir tais regulamentos.

Aqui estamos nós, desfrutando de graça e liberdade porque conhecemos a verdade, mas temos pouquíssimo fervor para agradar a Deus e ainda menor é o nosso auto-sacrifício. Silenciosamente, afundamos em nossa cultura contemporânea sem nenhuma distinção. Portanto, a primeira coisa que notamos em Nicodemos é o seu fervor religioso.

Seu nível social

  • Em segundo lugar, Nicodemos era rico; ou seja, ele tinha grande projeção ou proeminência na sociedade.

Pense no sepultamento de Jesus. Nicodemos trouxe uma mistura de mirra e aloés pesando quase cinquenta quilos. Só um homem rico poderia comprar aquilo. A tradição rabínica coloca Nicodemos entre os três  homens mais ricos de Jerusalém.

“Nicodemos” é, na verdade, um nome grego que significa “aquele que conquista o povo.” Interessante é que, nos tempos de Jesus, apenas os ricos podiam contratar professores gregos para seus filhos, expondo-os, assim, à cultura grega. Também sabemos que as famílias ricas geralmente davam dois nomes aos seus filhos—um hebraico e um grego. Tudo indica que Nicodemos pertencia a uma família respeitada em Jerusalém.

Sua posição

  • Em terceiro lugar, a última parte do verso 1 nos diz que Nicodemos era um dos principais dos judeus.

O termo grego é archon, o que indica que Nicodemos era um membro do Sinédrio. Em Israel, o Sinédrio era composto de setenta e um líderes religiosos. Esse era o Supremo Tribunal Federal da nação. Esses homens eram poderosos e o interessante é que o Sinédrio tinha a responsabilidade de examinar e lidar com qualquer pessoa suspeita de ser um falso profeta.

Sua ocupação

Agora, pule até o verso 10 e adicione mais uma qualidade ao currículo de Nicodemos.

Tu és mestre em Israel e não compreendes estas coisas?

A melhor tradução deveria ser: “Tu és o mestre em Israel...,” pois, no grego, existe um artigo definido precedendo a palavra “mestre.” Jesus, portanto, pergunta o seguinte a Nicodemos: “Não é você o professor famoso, o guia em Israel?”

  • A quarta qualidade de Nicodemos é que ele era evidentemente muito popular com a reputação de um ótimo professor.

Nicodemos conhecia os fatos bíblicos, mas não conhecia a verdade! E João está nos preparando para uma coisa aqui. Nicodemos era o melhor tipo de pessoa nos dias de Jesus—ele desfrutava de fama e proeminência na sociedade, mas havia escolhido viver uma vida separada para agradar a Deus, e não viver para o dinheiro; ele era um membro do Sinédrio e tinha a reputação de ser um excelente professor. Ele era a melhor representação que a religião, educação e cultura poderiam produzir.

Se havia algum candidato ao reino, seria Nicodemos. Se alguém pudesse ser graduado a um nível acima da raça humana com o título: “Homem com maior possibilidade de entrar no céu,” seria Nicodemos. Mas Nicodemos estava perdido! Veja o verso 2:

Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.

Nesse momento, o debate sobre a fonte de poder desse Jesus já estava rolando. Alguns diziam que vinha de Belzebu. Nicodemos está amigavelmente dizendo que não concorda com isso. Ele diz: “Jesus, eu realmente acho que você tem motivos puros e também tem o poder de Deus.” Também foi uma maneira educada de Nicodemos abrir a porta para Jesus compartilhar sua mensagem principal. “Eu sei que você vem de Deus e tem o poder de Deus. Vi como purificou o templo hoje de manhã e declarou sua autoridade sobre o templo. Mas qual é exatamente a sua mensagem principal?” A resposta de Jesus está no verso 3. Aqui está a mensagem que Jesus veio trazer:

A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.

Essa é uma declaração ofensiva. Por quê? Porque Jesus está dizendo ao candidato ao céu que ele não vai para o céu! Ele tem feito muitas coisas boas, mas ainda não fez a coisa correta. E Nicodemos, sendo um judeu fiel, já pensa que faz parte do reino de Deus. Ele é filho de Abraão, tem o direito ao céu!

Essa declaração não é só ofensiva, como difícil de engolir. O que significa nascer de novo? continue até o verso 4:

Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?

Pobre Nicodemos... não consegue entender. Nem poderíamos nós entender, se não tivéssemos João capítulo 3. Jesus, o Mestre, continua a conversa, dando a Nicodemos e a todos nós três ilustrações que explicam a transação que chamamos salvação.

Primeira Ilustração

Do nascimento físico

  • A primeira ilustração é a do nascimento físico.

 

Veja o verso 5:

 

Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.

Mas não pare no verso 5, leia também o verso 6: O que é nascido da carne é carne (ou, “da água”), e o que é nascido do Espírito é espírito.

“Nascer da água” significa...

Mas o que significa nascer da água? Algumas sugestões quanto ao significado de nascer da água são:

  • purificação da Antiga Aliança;
  • purificação da Palavra;
  • o agir do Espírito Santo;
  • João Batista e seu batismo de arrependimento;
  • necessidade de batismo na água.

Deixe-me falar rapidamente sobre este último. Jesus não está dizendo que o novo nascimento ocorre por meio do batismo na água. No Novo Testamento, batismo está ligado à morte e não à vida. Embora o batismo seja uma questão de obediência espiritual, não é necessário para a regeneração ou nascimento espiritual. Caso fosse, a salvação não seria mais simplesmente um presente recebido, mas seria algo conquistado. Dessa forma, eu fui batizado não como garantia de que um dia estaria com o Senhor, mas para mostrar publicamente que já pertenço ao Senhor.

Algo interessante na tarefa de interpretação bíblica é que, muitas vezes, ignoramos o próprio comentário bíblico na passagem que estamos estudando. Jesus está falando sobre nascer de novo. Em outras palavras, para que você entre no reino de Deus, precisa nascer duas vezes. Veja o verso 6 novamente: O que é nascido da carne é carne—esse é o nascimento natural, o primeiro nascimento. E o que é nascido do Espírito é espírito—esse é o nascimento sobrenatural, o segundo nascimento.

Na analogia de Jesus, o nascimento carnal ou natural corresponde a nascer da água. A expressão grega é ex hudatos, que traduzido significa “de dentro da água.” Interessante que, no hebraico, a palavra para “dar à luz” se refere à ruptura de membranas.

Não quero cansar você com os detalhes, mas, na última vez que passei por isso, eu estava na sala de parto com minha esposa; eles vieram e romperam a água dela. O bebê estava flutuando numa bolsa cheia de líquido amniótico, ao qual nos referimos como “a água.” O médico, ao romper a bolsa, basicamente deixou vazar toda a água da piscina. É claro, estou usando termos bem leigos aqui. E, assim como você, o bebê não gosta de nadar numa piscina sem água. Esse é um tipo de incentivo para o bebê dar as caras! Daí, as coisas acontecem rapidinho. As contrações se tornaram mais frequentes e as dores mais fortes. Eu estava nervoso, mas orgulhoso de minha esposa por muitas razões. Nossa filhinha literalmente nasceu ex hudatos, ou “de dentro da água.” E é a isso que o verso 5 se refere—você precisa nascer fisicamente “de dentro da água.”

Agora, você pode dizer: “É óbvio, né! Todo mundo sabe que, para ir para o céu, precisa primeiro nascer!” Então você está pensando como um bom judeu. Eles pensavam que a única coisa que existia era o nascimento físico; eles já nasciam parte da descendência de Abraão. Era isso e mais nada!

Jesus continuou: “Sim, você precisa nascer fisicamente, mas estou falando de um outro tipo de nascimento—o espiritual. O primeiro nascimento não é suficiente. Nicodemos, se você realmente quer entrar no céu, precisa fazer parte de uma outra família!”

O problema que Nicodemos enfrenta neste ponto é o Espírito Santo. Nicodemos é um pragmático realista. Tudo precisa ser preto no branco. Ele pensa: “Como confiar em alguém que é invisível? Não entendo isso!” E antes de Nicodemos falar isso, Jesus dá uma segunda ilustração.

Segunda Ilustração

Da regeneração por meio do Espírito

  • A segunda ilustração que Jesus dá é a da regeneração pelo Espírito.

 

Veja o verso 8:

 

O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.

F. B. Meyer, escreveu: “A nova vida gerada pelo Espírito de Deus é tão misteriosa como o vento.” O que Jesus quer dizer com isso? Bom, para começar, ele está dizendo que o Espírito Santo e o vento são bem parecidos. Na verdade, a mesma palavra grega é usada tanto para “espírito” como para “vento.” A regeneração por meio do Espírito e o movimento do vento são parecidos. Como?

  • Tanto o nascimento espiritual como o vento são invisíveis;
  • Apesar de serem ambos invisíveis, eles podem ser sentidos;
  • Eles não podem ser totalmente explicados, mas existe total evidência para ambos.

O efeito do Espírito na vida humana

Você não consegue ver o vento soprando, mas vê os seus resultados; não conseguimos também ver o Espírito se movendo, mas vemos os seus efeitos na vida humana.

O pastor americano H. A. Ironside estava pregando ao ar livre certa vez em Chicago, Estados Unidos. Uma multidão havia se congregado para ouvi-lo pregar sobre salvação e vida cristã. Um agnóstico famoso da época estava no meio daquela multidão. Ele era o tipo de homem cético que duvidava do poder das Escrituras e da realidade de um Deus pessoal. Esse cético se aproximou do pregador Ironside e lhe deu um papel com uma frase, que dizia: “Eu o desafio a um debate próximo domingo na Conferência Científica.”

Ironside leu a frase em voz alta e disse ao cético:

Irei, sim, e debaterei com você a respeito da realidade da vida cristã, se você fizer apenas uma coisa: garanta que levará uma pessoa de sua esfera de influência; uma pessoa que, até o momento que ouviu a sua palestra científica agnóstica, era desencorajada e derrotada na vida, não sabia para onde ir nem no que acreditar. E essa pessoa, após ter ouvido sua palestra, disse: “Creio no que você está dizendo e agora viverei minha vida à luz disso....” Leve uma pessoa que, depois de ter ouvido você, teve paz na sua mente, vitória sobre a tentação e encontrou o propósito para sua vida. Leve uma só pessoa assim e eu debaterei com você levando cem comigo.”   

É dito que o cético virou-se e foi-se embora.

Meu amigo, o argumento inquestionável a favor do Cristianismo é o próprio crente—um crente vivendo sua vida sob o poder e controle do Espírito Santo.

Nicodemos ainda estava meio confuso com tudo isso e disse a Jesus: “Certo, você me disse que preciso nascer de novo e, após ter nascido de novo, veria o agir do Espírito, mas...”, verso 9b: Como pode suceder isto?

Então, depois de uma repreensão branda no verso 10, Jesus dá uma terceira ilustração. É a ilustração mais clara de todas. As duas primeiras ilustrações explicam a natureza do novo nascimento, enquanto esta terceira explica a necessidade do novo nascimento.

 

 

 

Terceira Ilustração

A da serpente de bronze

  • A terceira ilustração é a da serpente de bronze.

 

Veja os versos 14 e 15:

 

E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,  15 para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.

Esses versos nos levam de volta a uma das histórias mais singulares do Antigo Testamento. No livro de Números, vemos os israelitas em rebelião contra Deus. Deus, então, envia uma praga de serpentes mortais. Elas foram chamadas de serpentes abrasadoras porque o sintoma da picada era uma quentura elevadíssima, ou seja, uma febre muito alta que levava o indivíduo à morte. O povo clamou a Deus por misericórdia e Deus mandou Moisés fazer uma serpente abrasadora, fixá-la a uma haste e estender essa haste no meio do acampamento dos israelitas. Aqueles que olhassem para a serpente seriam curados. Simples assim!

Por que não remédio? Por que não exigir que eles desenvolvessem a cura? Porque, se assim fosse, o povo estaria realizando algo em prol de si mesmo, satisfazendo cada desejo do coração, trabalhando com suas mãos por sua própria cura. Deus não os mandou fazer um remédio porque não existe nenhum remédio humano para a cura do pecado. Caso Deus mesmo não interviesse, o resultado do pecado seria a morte do povo.

Donald Grey Barnhouse escreveu:

No tipo de religião de nossos dias hoje, creio que as pessoas se apressariam para fazer parte da “Sociedade de Exterminação das Serpentes Abrasadoras,” conhecida como SESA. Haveria crachás, cartões de propaganda, cartões de votação contra as serpentes, secretários para as diferentes unidades da sociedade e passeatas a favor do movimento. Também existiria um escritório para a publicação de um periódico semanal com relatório de progresso  do serviço. Certamente haveria também fotos das milhares de serpentes mortas pelos membros e trabalhadores fiéis do grupo. Todos eles trabalhando fervorosamente, tentando, por meio de seus esforços humanos, vencer a picada do pecado dada pela serpente.

Vamos ver como esse movimento funcionaria na prática. Um homem entra desesperado na tenda do movimento buscando ajuda; ele acabou de ser picado pela serpente e o veneno já se espalha em seu corpo. Ele deita em agonia com febre altíssima e já vislumbra a morte iminente. Um zeloso membro da Sociedade de Exterminação das Serpentes Abrasadoras fala para ele de todos os esforços já feitos na tentativa de erradicar essas serpentes e o convence a se unir ao movimento. A vítima, quase morta e sem forças, tenta pegar o dinheiro em seu bolso. Com seus dedos trêmulos, segura a caneta com a ajuda do trabalhador do movimento, ajeita-se para assinar o cartão de membresia da sociedade e, quando termina de assinar, dá o último suspiro e morre!

Esse incidente na história de Israel se tornou uma figura de Jesus levantado na cruz, se tornando maldito em nosso lugar. Salvação, cura espiritual e novo nascimento se tornam realidade quando simplesmente olhamos para ele e, vendo-o, cremos que a esperança existe somente ao confiarmos nele.

Meu amigo, você pode entrar para uma sociedade, igreja, fazer estudos bíblicos, catecismo, dar dinheiro, ser batizado... e morrer sem Deus. Fomos picados pelo pecado e essa é uma ferida mortal. Qual é a nossa esperança? Olhe lá—num poste de madeira—a cruz na qual morreu o Salvador. Ele desceu do céu a fim de ser levantado numa cruz.

Volte até o verso 14:

E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,

A palavra original para levantou é fantástica. Ela é aplicada duas vezes a Jesus. A primeira quando ele foi erguido na cruz; a segunda, quando ascendeu ou subiu aos céus. Jesus foi levantado duas vezes em sua vida: uma vez para morrer na cruz e outra para ser levado à glória. Jesus Cristo é a cura para a mordida do pecado.

Agora, note que o verso 15 diz:

Para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.

O que significa “crer”? Falaremos mais sobre isso no estudo seguinte João 3.16. Mas, agora, considerando Nicodemos e sua conversa com Jesus, o que Jesus quis dizer com “crer”?

Quero que você se imagine passando por um sítio velho e desgastado. Não há nada mais do que um chão seco e duro. Existe um poço ali e, sobre o poço, uma tampa de madeira e uma bomba manual toda enferrujada. Você está morrendo de sede. Então vai, cuidadosamente pisa sobre a tampa de madeira e bombeia para ver se sai água. A bomba velha chia e reclama a cada bombeada. Nada acontece. O que você faz agora? Vou dizer para você o que a humanidade toda tem feito. A humanidade limpou a manivela, tirou toda ferrugem e pintou a manivela. Não, melhor ainda, ela substituiu a manivela velha por uma novinha, de bronze, que brilha à luz do sol com dignidade e beleza. Muitas pessoas vêm de várias regiões para ver a nova bomba. Criaram até músicas sobre a nova bomba; um artista veio e fez uma pintura em tela—um belo quadro daquela bomba. A bomba é magnífica e muitas pessoas trabalham para mantê-la atraente. Nada, contudo, pode mudar o fato de que aquela bomba nunca trará nenhuma gota de água para os lábios sedentos. Por quê? Por que está sobre um poço vazio.

“Nicodemos, você até que é bonzinho. É o melhor que a sociedade, religião e cultura podem produzir, mas está bombeando sobre um poço vazio. Você precisa ser reposicionado, reconstruído. Precisa ser colocado sobre o poço da água da vida. E você veio dar uma olhada no Filho do Homem, o qual veio a Terra para que você fosse para o céu.”

Foi dito que o pé da cruz tocou a terra, declarando que Deus se mexeu para tocar o seu coração, o meu coração. O topo da cruz apontava para o céu, declarando que agora existe uma ponte a ser cruzada, atravessada. Os braços da cruz se estendiam para os lados, como que dizendo: “Aquele que quiser vir, venha.” Até mesmo eu, até mesmo você! Venha!

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 21/11/1993

© Copyright 1993 Stephen Davey

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