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Jonas Prega

Jonas Prega

參考: Jonah 1–4

Jonas Prega

O Profeta Pródigo – Parte 5

Jonas 3.1–4

 

Introdução

Todos os anos, ocorre um festival estadual em nosso estado. Existe de tudo nesse festival: animais de fazendas locais, legumes, frutas, parque de diversão, malabarismos e muito mais. Pessoas de todas as partes da região viajam para participar desse festival regional. Contudo, a principal atração do evento é a comida. E não é por causa do nível nutricional dos alimentos! Vende-se de tudo, mas as mais conhecidas são as frituras: desde sorvete, até biscoitos e chocolates fritos. Muitas pessoas se entregam à comida; aquele se torna o “dia do lixo” ou o “dia da porcaria.”

Eu, particularmente, gosto do chocolate frito; simplesmente não consigo resistir. Mas muitas pessoas conseguem se conter. Elas passam por mim e acenam com a mão sem serem tentadas a comer aquelas porcarias fritas. Eu tiro o chapéu para essas pessoas. Tenho pena delas, mas as admiro por resistirem à tentação.

A verdade é que nossa vida seria melhor sem aquele tipo de comida que se vende lá. Realmente, ainda bem que a opção de comer aquele tipo de comida existe apenas uma vez por ano! Esses alimentos não são em nada nutritivos. São, de fato, lixo para o corpo.

O problema é que esse tipo de lixo não é apenas uma tentação para o corpo físico, mas é um problema espiritual também. Walter Kaiser destacou o estado anêmico da igreja evangélica hoje e colocou a responsabilidade sobre os ombros dos pastores e professores que pregam e ensinam tudo, menos a Palavra de Deus. Ele escreve:

Não é segredo para ninguém que a igreja de Cristo não se encontra em boa saúde... Ela tem definhado porque tem sido alimentada, como muitos dizem, com “porcaria;” todos os tipos de conservantes artificiais e outros substitutos longe de naturais que servem a ela. Como resultado, má nutrição teológica e bíblica aflige exatamente a mesma geração que tem dado passos gigantes para se certificar de que a saúde física não seja prejudicada por comidas e produtos que são... danosos ao corpo físico. Ao mesmo tempo, uma... fome espiritual resulta da ausência de qualquer tipo de publicação genuína da Palavra de Deus...

Como isso é verdade! Estamos servindo frituras para a igreja em forma de sermões, lições de Escola Dominical e materiais de estudo bíblico. Se existe alguma nutrição, é pouquíssima; a comida é cheia de adoçantes artificiais, desprovida de substância textual ou fibra teológica. Com certeza, a carne passou longe. Temas criativos, estudos superficiais que pulam de um lado para outro em busca de respostas fáceis e rápidas, e soluções inteligentes têm deixado a igreja com saúde debilitada.

Grande parte da solução não se encontra na proibição de coisas não saudáveis. A solução está na mudança de dieta; a solução está no retorno ao ensino não apenas da Palavra de Deus, mas das Palavras de Deus.

Apesar de os pastores, professores e líderes de estudos bíblicos serem tentados a ensinar simplesmente sobre a novidade recente de maior interesse sobre a vida em geral, eles devem resistir a essa tentação por amor à saúde da igreja. Vale a pena repetir que a maioria dos pregadores faz exposição da vida usando ilustrações da Bíblia, mas precisamos voltar a expor as Escrituras e ilustrá-la com nossa vida.

Quando chegamos ao capítulo 3 de Jonas, é natural pensar que a parte boa já passou. A maioria dos crentes pode até ter certa noção de que a cidade de Nínive se arrependeu e que Jonas não ficou muito feliz com isso, mas logo que se passa do grande peixe vomitando Jonas na praia, para muitos a história acaba ali e chega a hora de estudar outra história da Bíblia.

Todavia, tenho descoberto que Jonas capítulo 3 é uma grande advertência para mim como pastor, bem como para todos os demais que ensinam uma turma ou fazem estudos bíblicos, qualquer que seja a idade e o tipo do grupo.

Jonas 3 pode, na verdade, se tornar a chave para um grande reavivamento espiritual, um retorno à saúde e vitalidade espirituais que começam nos púlpitos e se espalham para todos os cantos do país.

Sinceramente, estamos com necessidade desesperadora de pregadores e pastores que seguem o exemplo de Jonas, bem como de pessoas que respondem como os ninivitas responderam.

A Primeira Chance de Jonas

Talvez você se recorde de que Jonas recebeu ordens para ir até os ninivitas. Sua reação a essa ordem de Deus foi descer até Jope na costa do Mar Mediterrâneo e comprar uma passagem de barco com destino a Társis, cidade costeira que ficava na Espanha. Társis ficava na direção oposta e o mais distante possível de Nínive, a cidade para qual Jonas deveria ter ido.

Mas por que ele faria isso? Um dos motivos foi porque ele era um judeu patriota. Jonas, assim como muitos de seus compatriotas, passou a crer que Deus pertencia a eles somente; que a salvação pertencia somente ao povo judeu. Somente quando Jonas se encontrou dentro da barriga do peixe que ele reconheceu: Ao SENHOR pertence a salvação! (2.9).

Além disso, Jonas tinha ressentimento amargurado—e talvez medo—da notável crueldade dos ninivitas para com seus cativos. Os ninivitas eram conhecidos por arrancarem a pele de seus prisioneiros ainda vivos, arrancarem seus olhos, ou humilhá-los ao conduzi-los pela cidade guiados com ganchos presos ao nariz como se fossem gado e depois matá-los.

Recentemente, fui a um museu e vi pessoalmente as imagens de barro que um dia decoraram o palácio do rei de Nínive. Havia desenhos de prisioneiros sendo desmembrados e crânios empilhados pelas paredes do castelo.

Sinceramente, Jonas não queria que Deus tivesse misericórdia desse povo que não tinha misericórdia de ninguém. Ele não queria que eles recebessem nada de Deus, além de condenação e morte. Na verdade, iremos ouvi-lo dizendo isso mais à frente.

Por isso, Jonas foge. Contudo, Deus enviou um grande peixe para trazê-lo de volta. O capítulo 2, verso 10, nos conta que o peixe ...vomitou a Jonas na terra.

Se eu fosse Jonas, me aposentaria em algum lugar na Samaria ou na minha cidade natal, Gate-Héfer. Se eu fosse Deus, estaria à procura de outro profeta. E estaria errado quanto a ambos.

Jonas está pronto para aceitar sua missão na capital do Império Assírio: a grande cidade de Nínive. E Deus está pronto para realistar Jonas no serviço.

A Segunda Chance de Jonas

As próximas palavras no livro de Jonas são emocionantes para mim. Note o capítulo 3, verso 1:

Veio a palavra do SENHOR, segunda vez, a Jonas, dizendo:

Pare por um instante e pondere nestas palavras: segunda vez. Quanta graça e perdão transbordam destas duas palavras—“segunda vez”.

Nós não realistamos alguém como Jonas. Voltamos ao quadro  de alistados em busca de outro; ou buscamos outros currículos; recomeçamos o processo.

Pedro teve sua chance no pátio. João Marcos teve sua oportunidade com Paulo e Barnabé. Tomé perdeu uma chance incrível por não estar no cenáculo. Mas todos esses tiveram um segunda chance!

James Montgomery Boice escreveu o seguinte em seu comentário sobre Jonas:

Se fôssemos dizer: “Volte para casa agora, Jonas! Estou feliz que você se arrependeu de sua desobediência, mas você não é mais útil a mim,” estaríamos sendo razoáveis. Será que Deus faz isso todas as vezes? Deus condescende e usa aqueles que rejeitaram seu comissionamento, taparam os ouvidos à sua palavra e seguiram a rota da desobediência? Sim, Deus condescende e ainda os usa. Se não, nenhum de nós poderia servi-lo.

Ninguém! Falo isso não para defender a desobediência, mas a graça de Deus—e não somente na vida de Jonas, mas na minha e na sua também. Ele é o Deus das segundas chances e muito além.

Um outro autor também me deu um lembrete ao escrever: “Uma reflexão honesta compele o crente a falar dele como o Deus das 999 chances. Quantas vezes você já foi perdoado e recebeu a oportunidade de fazer algo para Cristo novamente?” Imagine a alegria do profeta Jonas ao ouvir a palavra do Senhor vindo a ele novamente, a segunda vez.

George Morrison, um pastor e escritor escocês conhecido que viveu várias gerações atrás, escreveu certa vez: “A vida do crente vitorioso é realmente nada mais do que uma série de novos recomeços.”

A Responsabilidade Sagrada de Jonas

Veja, agora, Jonas 3.2:

Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e proclama contra ela a mensagem que eu te digo.

O que é interessante para mim é que esse é o mesmo comissionamento que havia sido antes dado a ele no capítulo 1. Mas, na primeira vez, Deus fala a Jonas sobre a iniquidade do povo de Nínive. Nesse segundo comissionamento, Deus não relembra Jonas da impiedade do povo. Ao invés disso, ele recebe o desafio de Deus com uma responsabilidade sagrada: “Proclama a mensagem que eu te digo.”

Jonas recebe uma segunda chance e, agora, ele recebe uma responsabilidade santa. Esse é nada mais que o comissionamento para pregar a palavra. Essa é a mesma responsabilidade que Paulo deu a Timóteo e a todos os pastores desde então: Prega a palavra (2 Timóteo 4.2).

Sempre haverá o desejo de pregar outra coisa, algo mais interessante, algo mais animado, algo mais positivo ou promissor. Entretanto, a renovação de almas e o despertamento de corações vêm somente por meio do poder do Evangelho (Romanos 1.16), o qual, conforme Hebreus 4.12, vem por meio da:

...palavra de Deus que é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.

Eu creio que ainda existe algo mais que Deus alerta que Jonas não faça.

Jonas acabou de sobreviver três dias dentro da barriga de um peixe. Sob a ordem de Deus, ele pegou carona dentro da barriga do peixe de volta para onde ele deveria ter ido em primeiro lugar, que é o local onde o peixe o vomitou em terra seca. Pense nisto: quem tem esse tipo de testemunho?

Você já participou de alguma reunião onde as pessoas deram seus testemunhos e cada uma tentava dar um testemunho melhor do que o da outra pessoa? Pois é, ninguém tem um testemunho melhor do que o de Jonas. Jonas será o foco das atenções em qualquer reunião de testemunhos. Que grande testemunho! “Eu cresci em um lar cristão e me converti quando estava na faculdade após alguns tempos de dificuldade.” Esse testemunho simplesmente não supera:

  • “Minha carona milagrosa dentro da barriga do peixe;”
  • “Como eu sobrevivi três dias debaixo d’água;” ou
  • “A vida dentro da baleia—nunca mais vou comer peixe de novo!”

Quem ganha desses testemunhos? Isso sim é testemunho! Jonas poderá escrever um livro e seu livro será o mais vendido de todos. Ninguém jamais experimentou o que ele experimentou.

“Nada disso, Jonas. Proclame aos ninivitas a minha mensagem, minha proclamação, minha palavra. Não fale nada sobre a história do peixe; não faça um drama com seu chamado ao ministério; não chame a atenção de ninguém para si mesmo. Jonas, vá para aquela grande cidade e proclame a minha advertência a eles.”

A propósito, quatro vezes Deus se refere a Nínive como a grande cidade:

  • Ela era grande nas histórias, tendo sido fundada por Ninrode, o bisneto de Noé;
  • Ela era grande em tamanho, tendo a circunferência da cidade e seus subúrbios em torno dos noventa quilômetros, sendo a habitação de 600 mil pessoas;
  • Era também grande em pecado, sendo idólatra, imoral e violenta.

Nínive ficava localizada às margens orientais do Rio Tigres, próxima à atual cidade de Mosul, norte do Iraque.

Alguns dos muros de Nínive foram reconstruídos em seu local original; e alguns dos portões também foram reconstruídos usando até mesmo as pedras originais.

Ao entrar na cidade, Jonas passaria por um portão enorme com torres altíssimas aos lados. Os soldados assírios ficaram observando de cima das torres esse estrangeiro ousando entrar na cidade.

Sem dúvida alguma, Jonas se encontrou com o próprio rei. O texto sugere que o rei se arrependeu após a pregação de Jonas. É muito provável que ele ouviu uma pregação particular de Jonas. Jonas viu o palácio como foi escavado alguns séculos atrás: todo colorido pintado com cenas de batalhas.

É interessante que, por vários anos, os céticos diziam que um dos motivos por que a Bíblia não é confiável era porque ela falava sobre essa grande cidade de Nínive, mas não havia nenhuma evidência de que ela realmente existira. Daí, no século 19, um arqueólogo descobriu o monte sob o qual estava enterrada a cidade de Nínive. De fato, devido à areia seca que encobria a cidade, Nínive foi preservada de forma incrível.

Jonas entrou na cidade e ficou de pé entre dois bois enormes com rostos de homens barbados. Esses bois eram colocados à entrada dos palácios e dos templos para proteção contra espíritos malignos. Um par desses deuses com asas foi escavado e se encontra hoje em um museu na Inglaterra. Eu tive a oportunidade de ficar entre eles alguns anos atrás. Eles são enormes e todos esculpidos em pedra. Esses bois de pedra serviam ao rei de Nínive como proteção contra perigos espirituais. E, como eu disse, ele tinha dois em seu palácio.

Imagino que Jonas, enquanto no palácio, teve a oportunidade de talvez apontar para esses deuses de pedra e dizer: “Ó rei, esses deuses não o guardarão do julgamento do Deus vivo e verdadeiro. Você tem quarenta dias antes que ele julgue você, sua cidade e seu povo.”

Será que o rei ficou ouvindo isso? Sinceramente, creio que o rei já estava preparado para ouvir. De fato, é possível que Jonas tenha recebido uma recepção real. Na verdade, os eventos desses livro sugerem que ele recebeu um ajudante para poder viajar de um lugar a outro, indo a todos os locais importantes na capital Nínive.

Tenho poucas dúvidas de que a história do homem que havia viajado na barriga do peixe e sido vomitado em terra seca já tinha chegado aos ouvidos do rei. E eu tenho bons motivos para pensar isso. Um dos principais deuses dos ninivitas acontece de ser um deus-peixe. Seu nome era Dagom. Dag era a palavra para “peixe.”

Os ninivitas adoravam o deus-peixe Dagom e criam que ele era soberano sobre o Mar Mediterrâneo e além. Ele era retratado da cintura para cima como homem e da cintura para baixo como peixe. Esculturas e pinturas de Dagom têm sido descobertas por arqueólogos ao redor da cidade de Nínive.

Adicione ainda a isso o fato de que uma inscrição fenícia, datando de duzentos anos depois da vida de Jonas, nos informa que uma das principais cidades de Dagom era Jope, justamente a cidade para onde Jonas havia fugido para pegar o barco, e bem possivelmente o lugar onde ele foi vomitado. Quando encaixamos essas peças, descobrimos que os ninivitas estavam preparados para ouvir!

Eu creio que Deus usou a desobediência de Jonas e propositadamente escolheu seu transporte de volta a Jope, tendo em mente exatamente a superstição e idolatria dos ninivitas. Os ninivitas estavam prontos para ouvir um profeta que viajou dentro de um grande peixe sob as ordens de Deus—um Deus que evidentemente pode controlar o grande peixe do mar; um Deus que evidentemente é mais poderoso do que Dagom, o deus-peixe deles. O palco foi montado de forma singular para a maior conversão nacional da história do planeta.

Note Jonas 3.4:

Começou Jonas a percorrer a cidade caminho de um dia, e pregava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida.

A palavra subvertida significa literalmente “de cabeça para baixo.” O tempo verbal indica perfeição. Portanto, essa seria uma destruição completa; os alicerces, muros e portões da cidade seriam postos de cabeça para baixo. Esse é o mesmo verbo utilizado para descrever a destruição total de Sodoma e Gomorra.

Da perspectiva e razão humanas, esse investimento parece ser ridículo. Como pode um homem, dizendo ser um profeta de Deus, confrontar milhares de pessoas com a mensagem ofensiva de que Deus destruiria a cidade de Nínive, colocando-a de cabeça para baixo?

Você consegue imaginar o que Jonas estava pensando ao subir o morro e passar pelos portões dessa cidade enorme? Jonas era apenas um homem, mas um homem enviado por Deus com uma mensagem de Deus que ele estava pronto para proclamar.

Meu amigo, até aos dias de hoje, séculos depois, esse ainda é o método que Deus usa para realizar reforma, avivamento e despertamento na terra. Ele trabalha por meio de um professor, um líder de estudo bíblico, um discípulo, um mentor, um pastor que proclama as palavras de Deus.

Transformação ocorre quando o povo de Deus se submete à vontade de Deus e comunica ao seu mundo a Palavra de Deus. Então, Deus fará aquilo que somente Deus pode realizar.

Portanto, não é surpresa nenhuma o que lemos no verso 5: Os ninivitas creram em Deus. Imagine isto: eles creram em Deus. A propósito, o texto não diz que eles creram em Jonas. O povo de Nínive pode muito bem nem ter sido impactado por Jonas. Todavia, eles foram profundamente impactados pela advertência desse Soberano; eles foram impactados pela misericórdia do Deus de Jonas.

Perguntaram certa vez ao reformador Martinho Lutero a respeito de sua contribuição incrível à Reforma quando a própria igreja e milhares de pessoas foram transformadas. Ele respondeu: “Eu simplesmente ensinei a Palavra de Deus e a Palavra de Deus fez todo o resto.”

Esse grande avivamento foi iniciado. Um homem que recebeu uma segunda chance agora cumpre seu santo comissionamento. E a Palavra de Deus fará todo o resto porque ela é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Romanos 1.16).

 

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 12/10/2008

© Copyright 2008 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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