
Um “Zé Ninguém” de Um Lugar Qualquer
Um “Zé Ninguém” de Um Lugar Qualquer
1 Reis 16.29–17.1
Introdução
Alguém me enviou um artigo retirado do manual de uma ONG norte-americana que serve para instruir seus voluntários que trabalham na Amazônia. O artigo apareceu no manual publicado na década de 1970 e fornece aos voluntários dez dicas de como reagir no caso de serem perseguidos por uma cobra sucuri enorme. Essa é uma das maiores cobras do mundo. Uma sucuri adulta pode chegar a mais de 10 metros de comprimento e pesar mais de 150 kg.
Bom, se você se vir ameaçado de ser engolido por uma sucuri—que a propósito se alimenta de jacarés e porcos—é só lembrar destas dez dicas:
- 1: não tente correr; a cobra é mais rápida do que você.
- 2: deite-se no chão imediatamente. Estique seus braços firmemente ao longo das laterais de seu corpo e junte suas pernas uma à outra.
- 3: coloque o queixo para dentro.
- 4: permaneça deitado quieto enquanto a cobra o cutuca e rasteja sobre seu corpo—ela está tirando sua medida.
- 5: depois de a cobra o ter examinado, ela começará a engoli-lo, a começar pelos pés; permaneça calmo e deixe a cobra engolir seus pés e tornozelos.
- 6: lembre-se que isso levará bastante tempo.
- 7: não entre em pânico.
- 8: quando a cobra tiver engolido suas pernas até a altura dos joelhos, cautelosamente tire sua faca do bolso e a posicione cuidadosamente do lado da boca da cobra; em seguida, dê um golpe para cima com força, de forma a cortar a cabeça da cobra e mata-la.
- 9: certifique-se de que está com sua faca no bolso.
- 10: mantenha sua faca sempre bem afiada.
Só de ler essas dez dicas a pessoa já pensaria mais de duas vezes antes de se voluntariar para uma ONG na Amazônia!
Hoje, chamo sua atenção para a vida de um voluntário comum, um voluntário que se pôs no caminho de uma sucuri enorme, louca e perigosa; na verdade, duas. Essas serpentes gêmeas tinham esmagado a vida espiritual de Israel. Seus nomes: Acabe e Jezabel. Os que defendiam o Senhor ficaram paralisados de medo, com exceção de um homem comum chamado Elias.
Gostaria de apresenta-lo a Elias por meio de uma passagem do Novo, não do Antigo Testamento. Lemos em Tiago 5.17–18:
Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos.
Outras traduções dizem:
- Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós (ARC);
- Elias era humano como nós (NVI);
- O profeta Elias era um ser humano como nós (NTLH, uma paráfrase).
Elias foi um homem comum. Em nosso estudo em sua biografia, o veremos no topo da vitória espiritual e, em seguida, no vale da depressão e exaustão física e espiritual.
Se visitássemos Elias em sua cabana rústica da montanha e lhe perguntássemos: “Elias, você gostaria de se tornar um exemplo de fé e de coragem a milhões de pessoas por milhares de anos?” tenho certeza que ele responderia “não.” Mas ele se tornou exatamente isso. Por que? Porque era um homem comum, totalmente submisso a Deus, e o Senhor o usou de forma extraordinária.
Precisamos entender que um crente normal que vive em meio a uma cultura perversa brilha de forma singular. E em nossa cultura, na qual a igreja parece estar paralisada diante das serpentes de nosso tempo, quando santos tropeçam como se estivessem numa neblina densa, quando a comunidade cristã se dissolveu no líquido da sociedade, nós precisamos de um exemplo vívido, de carne e sangue, como esse.
É importante lembrar que Deus jamais nos desafia a ser alguma coisa sem nos dar um exemplo. Tiago deixa bastante claro que Elias é um exemplo de poder visto em sua oração. Mas adivinha o que? Elias não foi um homem especial ou diferente; ele foi um homem comum, assim como eu e você.
Elias e As Dificuldades de Seus Dias
Com isso em mente, abra sua Bíblia em 1 Reis 16 para adquirirmos um entendimento melhor das dificuldades que Elias enfrentou.
Talvez você lembra que o reino do norte é governado por um rei perverso após outro. Finalmente, um homem chamado Zinri assassina o rei e assume o trono. Quando o exército ouve isso, declara seu general, Onri, rei de Israel, e começa a marchar de volta para o norte. O assassino, Zinri, sabe que não conseguirá escapar; seu reino, na verdade, dura somente uma semana. Então, ele entra no palácio e comete suicídio ao incendiar tudo ao seu redor.
Essa atitude de Zinri deu início a uma guerra civil. Onri se tornou rei, mas metade da população não o queria. Então, eles escolhem Tibni para ser rei, o que significa que o reino do norte é governado por dois reis simultaneamente. Apesar de a Bíblia não nos dar todos os detalhes, lemos em 1 Reis 16.22:
Mas o povo que seguia a Onri prevaleceu contra o que seguia a Tibni, filho de Ginate. Tibni morreu, e passou a reinar Onri.
Temos todo motivo do mundo para concluir que Onri ajudou Tibni a morrer antes do esperado; talvez tenha envenenado seu vinho. Não sabemos. Então, como é esse novo rei? Veja o verso 25:
Fez Onri o que era mau perante o SENHOR; fez pior do que todos quantos foram antes dele.
É no verso 29 que somos apresentados a uma dupla diabólica dos dias de Elias:
Acabe, filho de Onri, começou a reinar sobre Israel no ano trigésimo oitavo de Asa, rei de Judá; e reinou Acabe, filho de Onri, sobre Israel, em Samaria, vinte e dois anos.
O nome Acabe pode ser traduzido como “assim como o pai.” Todavia, conforme o verso 30, ele foi pior do que seu pai:
Fez Acabe, filho de Onri, o que era mau perante o SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele.
Não ignore a terrível digressão que acontece na terra; Acabe é mais perverso do que todos os reis antes dele; ele comete mais maldades do que seu pai Onri. Continue no verso 31:
Como se fora coisa de somenos andar ele nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e o adorou.
Os sidônios ou fenícios eram os vizinhos ricos e poderosos de Israel que habitavam no oeste. Esse povo desfrutava de luxo e riqueza desconhecidos no mundo antigo. O mundo em torno do Mar Mediterrâneo era repleto de colônias fenícias e seus navios dominavam o mar. Fenícia acabou se tornando sinônimo de afluência e influência. Acabe desejou um pouco desse poder e luxo para si; então, casou-se com a filha do rei.
Salomão foi o primeiro a armar o palco para alianças políticas por meio de casamento. Acabe, porém, levou a prática ainda mais adiante. As esposas de Salomão trouxeram seus ídolos consigo, mas nunca forçaram a idolatria sobre o povo. Jezabel forçará Israel a aceitar a adoração a Baal como a religião estatal.
O verso 31 nos diz que Jezabel era uma princesa, filha do rei Etbaal. Josefo, o historiador judeu que viveu no século primeiro, diz que Etbaal assassinou seu próprio irmão quando tinha 36 anos e assumiu seu trono. Depois, reinou por 32 anos. De fato, seu nome já diz tudo. “Etbaal” significa “com Baal.”
O nome “Jezabel” é interessante. Ele estava intimamente associado a adoração a Baal; na verdade, sua origem é uma expressão popular da poesia fenícia que arqueólogos descobriram. O provérbio dizia: “Onde está Baal, o vencedor? Onde está o príncipe, o senhor de toda terra?”
A frase “onde está o príncipe” em idioma fenício é “izebel.” O pai de Jezabel, por ser um fervoroso seguidor de Baal, deu a sua filhinha um nome que era, na verdade, a resposta a essa pergunta—ela era a princesa de Baal!
Acabe pensa que se casa, simplesmente, com a filha solteira de um rei, mas consegue mais do que esperava. A verdade é, como outros versos deixam claro, ele será totalmente dominado por essa mulher idólatra e demonizada, cujo nome era em honra ao príncipe da terra.
É interessante que a Bíblia menciona seu casamento; é a primeira vez que um casamento do reino do norte é registrado. E não há dúvida alguma quanto a quem veste o manto real nesse palácio. Conforme lemos no verso 31, de todos os males que Acabe fez, o pior deles foi se casar com Jezabel. Continue no verso 32 e veja o que Acabe faz:
Levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria.
O livro de 2 Reis conta que esse templo era tão grande que podia acomodar todos os adoradores de Baal de Israel ao mesmo tempo. Deve ter sido um templo belíssimo; templos de falsas religiões geralmente são. Veja o verso 33:
Também Acabe fez um poste-ídolo, de maneira que cometeu mais abominações para irritar ao SENHOR, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele.
Baal era o principal deus dos cananeus. Ele tinha vários rostos que incluíam o vento, o sol, etc. Ele tinha três mulheres e a crença era a de que, em toda a primavera, se o povo lhe fosse bom, Baal coabitava com suas mulheres e o resultado era chuva, colheita abundante e um clima agradável na região.
A expressão poste-ídolo é “Aserá,” uma das três mulheres de Baal. O nome “Aserá” significa “mãe-terra.” A adoração à mãe-terra não é nova, mas volta a Canaã.
Um dos apelidos mais populares de Baal era “cavalgador das nuvens.” O povo cria que, se adorasse Baal, teria chuva, a qual produziria uma rica colheita e sustentaria a vida. Talvez você já esteja fazendo a ligação entre essa crença e o fato de Elias orar para que não chova. A interrupção de chuva é um ataque direto contra a adoração a Baal!
O contexto dificílimo no qual Elias atua fica ainda mais tenebroso quando consideramos que ele vive num período em que há poucos profetas. 1 Reis 18 nos diz que Jezabel tinha iniciado uma estratégia para sistematicamente matar todos os profetas. A perversidade reinava no palácio; idolatria era a língua do povo; Yahweh, o Deus de Israel, tinha sido esquecido, era ignorado e blasfemado.
Em meio a tudo isso, podemos falhar em nossa compreensão da história. O motivo porque entramos em pânico em nossa época é que temos um entendimento superficial dos tempos de Elias. Se existe algo a aprendermos hoje com esta mensagem, é o seguinte: a despeito das tremendas dificuldades numa determinada época, Deus continua trabalhando.
No verso 34, lemos ainda mais detalhes quanto aos tempos de Elias:
Em seus dias [isto é, nos dias de Acabe], Hiel, o betelita, edificou a Jericó; quando lhe lançou os fundamentos, morreu-lhe Abirão, seu primogênito; quando lhe pôs as portas, morreu Segube, seu último, segundo a palavra do SENHOR, que falara por intermédio de Josué, filho de Num.
Se você pensa que já temos material suficiente para saber como a situação estava feia, então, observe esse comentário adicional que Jeremias insere, dizendo que Acabe desobedece diretamente à palavra de Deus. Quando Josué conquistou Jericó e as muralhas ruíram, ele pronunciou uma maldição, dizendo que ninguém deveria tentar reconstruir aquela cidade. Quem tentasse reconstruí-la, pagaria o seguinte preço: seus dois filhos morreriam.
Essa foi uma profecia, e ela se concretizou com Hiel. Entretanto, apesar de supormos que eles morreram de uma doença ou acidente, esse não foi o caso. Arqueólogos escavaram evidência desse período de uma prática chamada “sacrifícios do alicerce.” Nesse tipo de sacrifício, filhos eram enterrados, talvez ainda vivos, nos alicerces de construções na esperança de garantir o favor de Baal.
Já sabemos que o culto a Baal envolvia o sacrifício de crianças. Então, é muito provável que esse “sacrifício do alicerce” explica a morte dos dois filhos de Hiel. Esse adorador de Baal provavelmente sacrificou seu primogênito quando o projeto de Jericó iniciou. Veja o verso 34 novamente: quando lhe lançou os fundamentos, morreu-lhe Abirão, seu primogênito. Quando o projeto terminou, ou seja, quando as portas foram colocadas, veja o que diz o verso 34: quando lhe pôs as portas, morreu Segube, seu último. Ou seja, ele provavelmente enterrou seu filho mais novo sob os portões da cidade.
E agora, você está pronto para ver Elias brilhando em meio às trevas de seus dias? David Roper escreveu: “Tempos perigosos são tempos de oportunidade singular. Aqueles que conhecem o Deus verdadeiro não precisam temer, mas usar essas oportunidades.” Paulo coloca isso da melhor forma possível em Efésios 5.16: remindo o tempo, porque os dias são maus. Paulo não diz: “remindo o tempo antes que os dias se tornem maus,” mas porque os dias são maus.
Dias maus são feitos sob medida para que exemplos piedosos brilhem intensamente. O Senhor não ficou suado de ansiedade quando Jezabel levou suas malas para Israel, ou quando Baal foi colocado no palácio de Samaria; ele não recebeu seus profetas martirizados com as palavras: “Ah, infelizmente não pude fazer nada.”
Deus não esteve de mãos atadas naquela época e não está de mãos atadas hoje, sem saber o que fazer diante dos crentes perseguidos na Índia ou dos sussurros de seus adoradores nas igrejas subterrâneas da China; Deus não fica atordoado com a incredulidade na França, nem com a adoração de ancestrais na Coreia; ele não fica confuso com os animistas da África, nem com a nossa cultura pós-moderna.
Por 60 anos, o reino do norte—Israel—se entregou a carnalidade e imoralidade. Neste momento, a princesa do inferno ascendeu ao trono de Samaria; os profetas de Deus ou morrerão, ou se esconderão em cavernas; o povo será obrigado, seduzido, exposto e, em seguida, mergulhado no culto a Baal. A situação não poderia ficar pior!
Contudo, Deus não está desprovido de palavras ou planos. Na verdade, no momento em que Zinri enfiava seu punhal no coração de Baasa, em algum lugar nas montanhas pedregosas de Gileade, um rapaz apascentava ovelhas. Quando o caminhão de mudança da Fenícia estacionou diante do palácio de Acabe 12 anos depois, um homem adulto já orava para que a palavra de Deus fosse ouvida.
Deus não precisa fazer planos; ele já tem planos. Você já parou para pensar que você é o plano de Deus, você é a sua solução?
Elias e Seu Testemunho Transformador
O que é necessário para transformar nossos dias? Vá para 1 Reis 17.1 e note que a solução de Deus vem sendo preparada já há um tempo. A solução é apresentada apenas como Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade.
F. B. Meyer escreveu que os moradores de Gileade assumiam a reputação de seu país: selvagem e descabelado. Eles viviam em cabanas de pedra primitivas em vilas e sobreviviam do trabalho de pastorear ovelhas. Elias cresceu e se tornou como os homens de sua idade. Em seus primeiros anos, ele possivelmente trabalhou como pastor nas montanhas isoladas. Quando se tornou homem, sua postura, aparência descuidada, manto de pelo de camelo e cinto de couro o destacavam em meio ao palácio de Acabe. A única descrição física de Elias aparece em 2 Reis 1.8, onde lemos: Era homem vestido de pêlos, com os lombos cingidos de um cinto de couro. A expressão homem vestido de pelos significa “senhor dos pelos ou cabelos,” o que sugere que ele tinha cabelos e barba compridos.
Elias era um homem de aparência rudimentar, iletrado e inculto, oriundo de uma região desconhecida: Tesbe. A região de Tesbe não tinha nada de atraente, mas era um local de isolamento e trabalho pesado. Havia pouca cultura e diplomacia em Tesbe, sendo de pouca significância nos negócios de Israel, tanto política como religiosamente. Até hoje, ninguém sabe, ao certo, onde ficava a vila natal de Elias nas montanhas de Gileade.
Sinceramente, Elias foi um “Zé Ninguém” de um lugar qualquer. Grande foi o espanto para o rei e rainha: quando Deus escolheu falar, ele falou por meio de Elias; quando Deus escolheu enviar fogo do céu, seria pelas orações desse homem descabelado, roceiro e iletrado. Elias foi um “ninguém” que veio de um lugar qualquer. Deus gosta de usar “ninguéns.”
Mensageiro após mensageiro chegava a Gileade, trazendo as últimas notícias da influência de Baal sobre o reino e da idolatria de Acabe e Jezabel. Contudo, ninguém tinha coragem para se opor; a única coisa que faziam era se esconder, esperar ou dobrar os joelhos a Baal.
Enquanto lê a história de Elias, você pode pensar que teria, talvez, se voluntariado. Mas, sinceramente, temos essa atitude porque conhecemos o final da história; sabemos que tudo dará certo. Não é necessário coragem para se ler história; é necessário coragem para se fazer história.
Elias pula em águas turbulentas de incredulidade e imoralidade, em águas que borbulhavam com poderes satânicos e ele encarou as forças do inferno. E Elias foi armado com três coisas, as quais são necessárias para o crente de hoje que deseja transformar seus dias também.
- Primeiro, Elias se apresentou diante de Acabe e Jezabel totalmente convencido de que Deus vivia.
Veja 1 Reis 17.1:
Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo como vive o SENHOR, Deus de Israel...
Ele diz, com efeito: “Acabe, seus deuses são tocos de madeira; Jezabel, seu nome é em honra a uma árvore morta, mas o Senhor, o Deus de Israel, vive!” Todos estão enfeitiçados pela idolatria. De repente, Elias, do nada, entra no palácio do rei e diz: “Jezabel, você e seu esposo servem deuses falsos. Eu sirvo o Deus vivo e verdadeiro.”
Meu amigo, se você deseja transformar seus dias, precisa ser primeiro transformado. Pare de agir como se Deus estivesse morto. Quando surgem as dificuldades, quando tudo se desmorona e os tempos são difíceis, a primeira coisa que fazemos é questionar o poder de Deus e sua presença; o acusador sussurra em nossos ouvidos: “Onde está Deus?”
Nos dias de Elias, as pessoas diziam: “Acho que todos nós fomos enganados por esse culto ao Deus de Israel... existem somente alguns milhares que ainda acreditam naquelas velhas histórias.”
O povo ficou calado em medo, mas nesse momento, Elias chega ao palácio e diz: “O Deus de Israel vive!”
- Segundo, Elias mergulha nessas águas perigosas na convicção de que ele era o representante de Deus.
Continue em 1 Reis 17.1:
Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo como vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou...
Isso é uma afronta! Elias é audacioso e até rude com suas palavras. Ele não começa dizendo: “Viva o rei!” Ele não presta reverência ao rei, curvando-se com seu manto de camelo de lado. Na verdade, ele nem mesmo menciona Acabe e Jezabel. Ele tem a audácia de entrar na presença da realeza e falar sobre o fato de estar ciente de uma realeza cuja autoridade excede a de Acabe e Jezabel!
Esse homem comum tinha a convicção de que, enquanto vivia e respirava, estava na presença de Deus, falando por Deus, e isso significava muito mais do que a ostentação, pompa e beleza do palácio de Acabe. É como se ele lhes dissesse: “A única realeza digna de ser reconhecida é Deus.”
Meu amigo, lembre-se disso quando entra em seu mundo. Não fique intimidado, não se acovarde. Você acontece de ser um representante do Deus Todo-Poderoso. Então, ande, fale e viva de forma digna.
- Terceiro, Elias estava convencido não somente de que Deus vivia e que era seu representante, mas estava fervorosamente comprometido a ver a palavra de Deus cumprida.
Veja o final do verso 1: nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra. Mas como Elias sabia disso? Pensei que ele fosse um homem comum como nós. Ele teve essa coragem porque tinha dois recursos que eu e você também temos à nossa disposição hoje.
- O primeiro recurso que Elias tinha era um contato pessoal e confiança na Palavra de Deus.
Quando Moisés entrega a Lei aos israelitas, veja o que ele diz em Deuteronômios 11.13–14:
Se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje vos ordeno, de amar o SENHOR, vosso Deus, e de o servir de todo o vosso coração e de toda a vossa alma, darei as chuvas da vossa terra a seu tempo, as primeiras e as últimas, para que recolhais o vosso cereal, e o vosso vinho, e o vosso azeite.
Pule para os versos 16–17:
Guardai-vos não suceda que o vosso coração se engane, e vos desvieis, e sirvais a outros deuses, e vos prostreis perante eles; que a ira do SENHOR se acenda contra vós outros, e feche ele os céus, e não haja chuva, e a terra não dê a sua messe, e cedo sejais eliminados da boa terra que o SENHOR vos dá.
Assim como todo judeu fiel, Elias conhecia bem essa passagem, ele conhecia os alertas de Deus e estava convencido de que o Senhor cumpriria todas as suas advertências, bem como suas promessas.
- O segundo recurso que Elias tinha era uma comunhão constante com Deus.
Veja o que diz 1 Reis 19.10: Tenho sido zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos. A glória de Deus era o centro de suas orações. Conforme lemos em Tiago 5 no início, Elias não orou para que os profetas saíssem de seus esconderijos, ou para que Acabe fosse deposto do trono; ele orou para que a glória de Deus fosse manifestada!
Jamais se esqueça que Elias ora para que as coisas piorem; ele ora por fome. Porque Elias era um homem como nós em suas paixões, podemos ser como ele em suas orações. Entretanto, precisam ser orações pela glória de Deus e não pelo nosso conforto pessoal.
Uma Verdade Transformadora
Que tipo de pessoa Deus usa no escritório, no lar, na vizinhança, na sala de aula, no laboratório e numa sala de vendas? Uma pessoa comum que está profundamente convencida de que Deus vive, de que é seu representante, que tem fervor para ver a palavra de Deus cumprida e sua glória manifestada. Deus usará esse filho de maneiras simples e grandiosas para transformar seus dias. Quando pessoas ordinárias se submetem a Deus, ele as usa para realizar coisas extraordinárias.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 17/09/1995
© Copyright 1995 Stephen Davey
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