
Jogando A Toalha
Jogando A Toalha
1 Reis 18.41–19.19
Introdução
Se fôssemos escolher um personagem bíblico que passou por desespero e depressão, dificilmente mencionaríamos Elias; afinal, ele foi o profeta de fogo e milagre. Se fôssemos escolher um capítulo da Bíblia que oferece conselhos para vencermos o desespero, poucos escolheriam 1 Reis 19. É nesse capítulo que Deus faz uma sessão de aconselhamento com um paciente deprimido.
Mas o que levou Elias à beira do desespero? No capítulo 18, ele realizou milagres incríveis e até zombou dos falsos profetas porque Baal não lhes respondia as orações com fogo do céu. Por outro lado, como vimos, Elias orou e Yahweh respondeu suas orações, consumindo o sacrifício com fogo do céu. Como resultado, o povo reconhece que somente Yahweh é o Deus verdadeiro. Já faz anos que Elias ora por um reavivamento espiritual na nação, para que Baal seja deposto. Finalmente, vitória!
Chuva Pesada do Céu
Continuamos nossa série em 1 Reis 18.41:
Então, disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque já se ouve ruído de abundante chuva.
O céu ainda não está coberto de nuvens carregadas, mas Elias ouve o ruído de chuva com os ouvidos da fé. Os ouvidos da fé jamais dependem de experiências ou circunstâncias, mas da palavra de Deus. O Senhor tinha prometido a Elias em 1 Reis 18.1: Vai, apresenta-te a Acabe, porque darei chuva sobre a terra.
Nessa situação, muitos crentes teriam dito: “Só acredito que vai chover quando vir a chuva,” mas Elias já compra um guarda-chuva. Conforme Hebreus 11.1 diz, fé é... a convicção de fatos que se não vêem. Como seria bom se nos parecêssemos mais com Elias!
Perceba nos versos 42–43 que o profeta começa a orar intensamente:
Subiu Acabe a comer e a beber; Elias, porém, subiu ao cimo do Carmelo, e, encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos, e disse ao seu moço: Sobe e olha para o lado do mar...
Esse é o Mar Mediterrâneo que pode ser visto de cima do Monte Carmelo. Continue nos versos 43–44:
...Ele subiu, olhou e disse: Não há nada. Então, lhe disse Elias: Volta. E assim por sete vezes. À sétima vez disse: Eis que se levanta do mar uma nuvem pequena como a palma da mão do homem. Então, disse ele: Sobe e dize a Acabe: Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva não te detenha.
A nuvem é do tamanho de uma moeda e Elias já diz a Acabe: “É melhor você se apressar antes que o temporal o atrapalhe.” Que fé! Continue nos versos 45–46:
Dentro em pouco, os céus se enegreceram, com nuvens e vento, e caiu grande chuva. Acabe subiu ao carro e foi para Jezreel. A mão do SENHOR veio sobre Elias, o qual cingiu os lombos e correu adiante de Acabe, até à entrada de Jezreel.
O que vemos aqui é mais um milagre. Jezreel fica a aproximadamente 30km dali, e esse profeta velho corre com seu manto de camelo preso ao cinto adiante da carruagem. Creio que Deus comunica a Acabe durante a viagem o seguinte: “Acabe, Elias é meu profeta; ouça-o!”
Agora, no que Elias pensa enquanto corre até Jezreel? É possível que esteja pensando: “Sem dúvidas, depois do fogo que desceu do céu, Jezabel não precisa de mais provas que Yahweh é o único Deus verdadeiro. Com certeza, aquela bola de fogo e agora essa chuva que cai são evidências suficientes para aquela mulher se prostrar diante do único Deus verdadeiro.” Imagino Elias bastante animado com o que Deus tem feito e anda cheio de expectativas.
Ameaça Furiosa de Jezabel
No palácio, a rainha Jezabel espera o dia inteiro, pensando: “Onde Acabe se meteu, por onde ele anda?” A chuvarada começou. Quando Acabe chega, Jezabel diz: “Veja só! Baal não é maravilhoso?! Os profetas de Baal devem ter vencido a competição!” Antes de Jezabel ir longe demais, Acabe a interrompe e coloca seus pés no chão. Veja 1 Reis 19.1–2:
Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito e como matara todos os profetas à espada. Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias a dizer-lhe: Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles.
“Não quero saber do fogo que desceu do céu, Elias... e não quero saber se o seu pedido ao seu Deus resultou nesta chuva. Você vai se ver comigo!” É interessante que Jezabel não envia soldados para prender e matar Elias imediatamente. Talvez porque, se isso acontecesse, ela transformaria o profeta num mártir, o que apenas fomentaria a fé de um povo que já anda animado com o que Yahweh tem realizado.
Por isso, Jezabel usa outra estratégia, uma que, até então, não tem funcionado com Elias. Ela é: fazer com que o profeta fuja de medo. Se ela conseguir fazê-lo ir embora do país, sua fama de profeta herói de Yahweh diminuirá consideravelmente no meio do povo. Então, Jezabel diz: “Elias, você tem 24 horas para sumir. Se não, está morto!” E infelizmente, sua estratégia funciona.
É interessante que a Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, adiciona uma frase à ameaça de Jezabel. Ela diz: “Assim como o seu nome é Elias e o meu é Jezabel.” Com isso, ela faz um trocadilho. O nome de Elias se refere a “Yahweh como Deus” e seu nome, Yezabel, se refere a “Baal como príncipe.” Ou seja, “Assim como você diz que Yahweh é Deus, também digo que Baal é príncipe.”
Mas a batalha ainda não terminou. Esse é apenas o primeiro round. Continue em 1 Reis 19.3–4:
Temendo, pois, Elias, levantou-se, e, para salvar sua vida, se foi, e chegou a Berseba, que pertence a Judá; e ali deixou o seu moço [muitos acreditam que o moço é o filho da viúva de Sarepta]. Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó SENHOR, a minha alma...
Em questão de poucas horas, Elias sai de uma vitória incrível no Monte Carmelo para o lamaçal do desânimo. Ele diz: “Senhor, é melhor logo tirar minha vida!”
Ele age como o técnico de um lutador de boxe que apanha do adversário. Ele sabe que seu lutador não conseguirá reagir; então, ele joga a toalha no ringue, terminando a luta e sinalizando derrota.
Elias, que luta contra Baal, joga a toalha e sinaliza derrota. Ele diz: “Senhor, não consigo mais. Acabou! Desisto!” Você consegue ouvir seu tom de voz? Ele está longe das cidades, no meio do deserto sozinho e diz: Basta; toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais.
Você já fez isso alguma vez? Muitos de nós já disseram: “Senhor, não consigo mais. Chega! Desisto.” Bom, o maior Conselheiro de todos já nos disse em 1 Coríntios 10.13:
Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.
Geralmente, interpretamos esse verso erradamente. Pensamos que Deus dará o livramento, de forma que diremos: “Escapei,” e deixaremos o problema para trás. Não. Deus providencia o livramento e, ao fazer isso, nos dá a graça necessária para suportar a provação. Jesus Cristo não promete ao crente uma vacina contra as provações e tristezas; ele promete seu envolvimento pessoal conosco em meio aos testes.
Deus e Seu Conselho Fiel
Note, agora, como o Conselheiro fiel lida com um homem que deseja pôr fim a tudo. Veja 1 Reis 19.5–6:
Deitou-se e dormiu debaixo do zimbro; eis que um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come. Olhou ele e viu, junto à cabeceira, um pão cozido sobre pedras em brasa e uma botija de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir.
Imagine, serviço de quarto por um anjo!
Perceba que Deus não reage ao pedido que Elias faz para morrer; ele não diz: “Elias, é o seguinte: essa é a coisa mais egoísta que poderia dizer. Você pensa que a vida é difícil, que o mundo é corrupto... mas deveria ver as coisas daqui de cima!” Não, Deus diz: “Pode dormir, Elias.”
Você não está feliz que Deus não responde todas as nossas orações? Imagine o que Elias teria perdido se Deus tivesse respondido sua oração. Ele não teria:
- Sido trasladado ao céu num redemoinho, carregado por uma carruagem de fogo;
- Estabelecido uma escola de profetas que produziu mais de cem homens fieis para um momento especial na história de redenção;
- Conhecido e comissionado Eliseu; e
- Ouvido aquela voz suave que ouvirá logo que acordar!
Deus não responde sua oração. Na verdade, a única resposta que dá é a provisão de um descanso necessário a um profeta cansado.
Segundo diz a Escritura, Elias era homem como nós, o que indica que nós também vamos a Deus com a mesma reclamação: “Senhor, já basta. É assim que você trata seus servos? É por isso que não tem mais!” Isso pode até soar como blasfêmia, mas é proposital, já que, quando estamos debaixo de nosso zimbro, não nos sentimos pessoas espirituais! O que precisamos em momentos assim é parar e descansar. Um autor escreveu: “Existem momentos em que a melhor coisa que podemos fazer para nossa vida espiritual é jantar e dormir.”
Quando você está cansado como Elias, tem a tendência de procurar um zimbro e se desesperar, além de chegar a conclusões precipitadas. Elias pensou que Deus tinha sido derrotado, que a situação não tinha solução. Então, ele diz para Deus o que acha que deve ser feito.
Deus não somente dá descanso a Elias, mas providencia comida também por meio de um anjo. E por que a comida é entregue por um anjo? Talvez isso sirva de lembrete do seguinte: “Elias, existe muita coisa acontecendo que você não sabe. Você lembra daqueles ouvidos da fé que ouviram coisas que ainda não tinham descido do céu? Bom, existem coisas acontecendo no céu que você não consegue ver.”
Acho engraçado que Elias está tão cansado e desanimado que nem sequer nota o anjo. O anjo o acorda. Do nada, existem pedras com um bolo quente sobre elas, além de uma jarra com água. Ainda tonto e sonolento, Elias come, bebe, deita-se e dorme novamente. Um anjo acabou de lhe entregar comida e ele nem sequer percebeu isso!
Continue nos versos 7–8:
Voltou segunda vez o anjo do SENHOR, tocou-o e lhe disse: Levanta-te e come, porque o caminho te será sobremodo longo. Levantou-se, pois, comeu e bebeu; e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
Gosto demais do que acontece em seguida. Deus dá a Elias uma oportunidade para se expressar no verso 9:
Ali, entrou numa caverna, onde passou a noite; e eis que lhe veio a palavra do SENHOR e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?
É como se Deus dissesse: “Você quer me falar como se sente? O que o colocou nessa situação?” Você alguma vez já se encontrou com algum conselheiro? Ele deve ter perguntado: “O que o traz até aqui?” É exatamente isso o que Deus faz com Elias: “Elias, o que o trouxe aqui? Abra seu coração e me diga o que o deixou tão desanimado ali debaixo do zimbro. Me diga como se sente.” Elias dispara suas palavras no verso 10:
...Tenho sido zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida.
“Muito obrigado por nos dizer como se sente, Elias!”
Nesse ponto, Deus inicia uma cirurgia reconstrutiva em seu paciente. A primeira coisa que faz é lidar com a memória de Elias, que anda falhando. Com três manifestações poderosas, ele lembra Elias que ainda é soberano. Veja os versos 11–12:
Disse-lhe Deus: Sai e põe-te neste monte perante o SENHOR. Eis que passava o SENHOR; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do SENHOR, porém o SENHOR não estava no vento; depois do vento, um terremoto, mas o SENHOR não estava no terremoto; depois do terremoto, um fogo, mas o SENHOR não estava no fogo; e, depois do fogo, um cicio tranqüilo e suave.
Enquanto estudava, aprendi que, durante um tratamento de amnésia, nomes, pessoas, lugares e situações são colocados diante do paciente para refrescar sua memória. Semelhantemente, essas manifestações um tanto dramáticas de poder serviram para lembrar Elias de que é Deus quem cavalga os ventos, não Baal; é Yahweh quem controla raios que caem na terra, não Baal. Deus diz: “Preciso relembrá-lo de algumas coisas.” Acho que Elias entendeu a mensagem.
Em seguida, o Senhor deseja aprofundar o entendimento que Elias tem acerca de Deus. Perceba que Deus escolhe não se revelar nas manifestações poderosas—na ventania, no terremoto e no fogo.
Elias tinha chegado a um ponto em sua vida—e entendemos por que—no qual dependia de expressões dramáticas de poder para saber que Deus, de fato, estava com ele. Ele tinha visto desde provisão contínua de farinha e azeite até a ressurreição de um menino, comida aparecendo no deserto do nada e, é claro, fogo descendo do céu, consumindo um altar e revelando o Senhor a Elias. Com certeza, Deus gosta desse tipo de coisa!
Mas, agora, Deus deseja aprofundar o entendimento de Elias, ensinando-o que o Senhor também se encontra numa voz suave. Veja os versos 12b–13:
...e, depois do fogo, um cicio tranqüilo e suave. Ouvindo-o Elias, envolveu o rosto no seu manto e, saindo, pôs-se à entrada da caverna. Eis que lhe veio uma voz e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?
David Roper oferece uma explicação sobre isso que achei útil. Ele escreve:
É impossível saber como Deus agirá. Ele pode aparecer de forma extraordinária em furacões e fogo, mas esse não é seu estilo típico. Ele parece preferir métodos menos óbvios; ele trabalha em quietude, em silêncio. Os maiores esforços de Deus raramente são vistos.
O problema de Elias era que ele tinha expectativas irreais sobre Deus. Ele esperava uma repetição do Monte Carmelo; quem sabe, talvez Deus faria uma versão menor e eliminaria Jezabel da terra com fogo. Ao invés disso, Jezabel vive e Elias foge para salvar sua vida.
Deus corrigiu o entendimento de Elias ao lhe revelar que também podemos ouvir a voz de Deus em lugares calmos.
Nessa cirurgia reconstrutiva, o grande Cirurgião restaura a vista de Elias também. Talvez você tenha percebido que ele tem visão limitada. Ele disse no final do verso 14: e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida. Então, perceba a repreensão amorosa do Senhor no verso 18:
Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou.
Ou seja, “Elias, você pensa que é o único que sobrou, mas saiba que ainda tenho um remanescente. Você não está sozinho. Não desanime.” Nesse momento, Elias precisou aprender que ele não era indispensável, que ele não era o único fiel a Yahweh. Ele chega à conclusão: “Senhor, eu sou o único que restou e, se alguma coisa acontecer a mim, não terá mais ninguém.” Deus corrige seus números: “Ainda existem 7 mil fieis e eu conheço seus nomes, apesar de você nem saber quem são.”
É possível que, a essa altura em sua caminhada cristã, você já tenha descoberto que é encorajado por pessoas que sofreram a mesma coisa que você sofreu.
Um tempo atrás, conversei com uma senhora que está com câncer. Ela me disse que, por todo o tempo difícil de tratamento de quimioterapia, os momentos mais encorajadores foram aqueles passados com pessoas que também tiveram câncer.
E esse é o conselho de Deus a Elias: “Elias, você não está só. Existem 7 mil pessoas que suportam blasfêmias contra o meu nome; 7 mil de caráter que, apesar de perseguidos, recusaram dobrar os joelhos a Baal.”
Que grande encorajamento isso deve ter sido a Elias. E de fato, essa é a última coisa que o Senhor diz ao profeta antes de enviá-lo de volta à batalha. Enquanto o Cirurgião divino trata o coração de Elias, ele, com uma voz gentil, fala ao seu ouvido: “Você não está só. Existem milhares de pessoas passando pela mesma coisa e você nem as conheceu ainda. E nunca as conhecerá se ficar debaixo de um zimbro. Você tem que ir!”
Agora, voltando ao verso 13, vemos que Deus pergunta a mesma coisa uma segunda vez, falando do cicio: Que fazes aqui, Elias? E Elias repete a mesma resposta de antes. Parece que não houve progresso, mas eu creio que, apesar de a linguagem ser a mesma, o tom é outro. O motivo para isso está no que vem em seguida. Observe a ordem do Senhor ao profeta nos versos 15–16:
...Vai, volta ao teu caminho para o deserto de Damasco e, em chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria. A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar.
Algo diferente aconteceu. Não há mais milagre, manifestações ou revelações, somente uma ordem. Evidentemente, Elias entendeu a mensagem de Deus e está pronto para obedecê-la.
Deixe-me tentar explicar da seguinte forma. Deus diz: “Elias, como você se sente?” Elias responde da primeira vez: “Senhor, sou teu profeta e te represento, mas nada está dando certo. Eles mataram todos os profetas piedosos e meu país inteiro virou idólatra. Agora, eles me matarão. Desisto!” Da segunda vez, Elias responde a mesma coisa, mas ao invés de dizer “desisto!” no final, ele pergunta: “O que vou fazer agora?” Então, Deus dá a ordem dos versos 15–16.
Uma das coisas que Elias aprendeu foi que Deus ainda não tinha terminado sua obra; ainda tinha mais a ser feito. Deus não limita seus planos a um dia, uma geração ou uma nação. Essa é a lição que Elias aprende, o que fica claro com o decorrer da história. Jeú, o rei que Elias ungirá sobre Israel, erradicará o culto a Baal depois da morte de Elias. Eliseu, o jovem companheiro que Elias ainda conhecerá, verá a raiz do reavivamento espiritual crescendo e se desenvolvendo no solo de Israel. Por isso, Deus diz: “Elias, não pare por aqui. Você tem que ir. Você não entende hoje, nem entenderá amanhã. Simplesmente, vá.”
Aplicação
As situações desanimadoras e solitárias da vida podem gerar em nós as seguintes atitudes: dependência em Deus ou desespero; consciência do agir de Deus ou ansiedade; compaixão pelo povo de Deus ou tristeza; serviço fiel ou apatia. O que fazer para que desenvolvamos dependência, consciência, compaixão e serviço? Quero compartilhar alguns passos citados no livro Diretrizes para Discípulos.
- O primeiro passo é: já que ficar sozinho não é pecado, não adicione culpa aos seus problemas. Deus não condenou Elias por estar sozinho ou desencorajado.
- Segundo: não deprecie a si mesmo; se Deus o aceitou, então, aceite sua avaliação de você.
É animador que Deus não tenha dito: “Elias, você me decepcionou; se sentou debaixo de um zimbro e agora se enfiou numa caverna. Vou mostrar que estou no controle de tudo. Fique aqui que resolvo o resto.” É mistério divino que Deus tenha escolhido pegar Elias, arrumá-lo e lhe dito: “Elias, continue me representando ao mundo pagão.”
- Terceiro: aprenda a viver com alguns problemas não resolvidos.
Jesus disse a Pedro: “Pedro, você não precisa entender o que estou fazendo agora, mas entenderá depois.” Você consegue viver com problemas não resolvidos? Não se trata de uma visão fatalista que nunca busca soluções, mas de viver com um senso de que Deus não dará solução para todas as coisas. Algumas coisas permanecem não resolvidas na vida.
- Quarto: deixe de lado a autocomiseração.
- Quinto: compartilhe seus sentimentos, lutas e fracassos com seu Senhor compreensivo.
- Sexto e último: se circunstâncias exteriores não podem ser mudadas, atitudes interiores devem ser mudadas.
George MacDonald escreveu:
Deus nos carregará em seus braços até que conseguimos caminhar sozinhos; e ele nos carregará nos braços quando não conseguimos caminhar; mas ele não nos carregará porque simplesmente não queremos caminhar.
Esse é um passo difícil, mas pode arrancar o indivíduo de debaixo do zimbro e leva-lo a um serviço revigorador.
É interessante ver que Deus não pergunta: “Elias, você se sente melhor agora?” Nem diz: “Elias, gostaria que você mudasse seu ânimo.” Não. Ele diz: “Elias, quero que você exerça sua vontade: levante-se e vá com base no que acabei de ensiná-lo a meu respeito.”
E 1 Reis 19.19 diz tudo:
Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou o seu manto sobre ele.
Meu amigo, nessa biografia de Elias que temos estudado, esse foi o teste mais severo com o qual o profeta teve que lidar. Na força da palavra de Deus apenas, Elias marchou adiante; suas esperanças tinham sido despedaçadas, expectativas levadas pelo vento, ele não verá a concretização de seus planos e orações por um reavivamento nacional. Entretanto, com base no que Deus diz—“Vai, Elias”—ele se levanta e volta à batalha.
Tiago 5.17 nos diz que Elias era homem semelhante a nós. Que possamos dizer também: “Somos pessoas semelhantes a Elias.”
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 05/11/1995
© Copyright 1995 Stephen Davey
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