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O Semeador, O Solo e A Semente

O Semeador, O Solo e A Semente

經過 Stephen Davey 參考: Mark 4:1–20

O Semeador, O Solo e A Semente

Marcos 4.1–20

Introdução

Continuamos, hoje, nossa série no Evangelho de Marcos. Em nosso estudo anterior, concluímos o capítulo 3 falando sobre o pecado imperdoável. Começamos, agora, o capítulo 4, tratando de outra passagem famosa nos Evangelhos: a Parábola do Semeador. Acompanhe a leitura de Marcos 4.1–20:

Voltou Jesus a ensinar à beira-mar. E reuniu-se numerosa multidão a ele, de modo que entrou num barco, onde se assentou, afastando-se da praia. E todo o povo estava à beira-mar, na praia. Assim, lhes ensinava muitas coisas por parábolas, no decorrer do seu doutrinamento. Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. Outra caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se. Outra parte caiu entre os espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram, e não deu fruto. Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu, produzindo a trinta, a sessenta e a cem por um. E acrescentou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Quando Jesus ficou só, os que estavam junto dele com os doze o interrogaram a respeito das parábolas. Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas, para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles. Então, lhes perguntou: Não entendeis esta parábola e como compreendereis todas as parábolas? O semeador semeia a palavra. São estes os da beira do caminho, onde a palavra é semeada; e, enquanto a ouvem, logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles. Semelhantemente, são estes os semeados em solo rochoso, os quais, ouvindo a palavra, logo a recebem com alegria. Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera. Os que foram semeados em boa terra são aqueles que ouvem a palavra e a recebem, frutificando a trinta, a sessenta e a cem por um.

Todo mundo gosta de uma boa história. Um homem chamado Russel Conwell, que viveu no século 19, provou que isso é verdade quando contou a mesma história mais de 5 mil vezes e, no processo, ganhou mais de 8 milhões de dólares. A história se chamava “Campos de Diamantes.”

Essa história é sobre um fazendeiro na África que ouviu falar que outros colonizadores africanos tinham descoberto minas de diamante. Então, ele vendeu sua fazenda infestada de pulga e partiu em busca de uma mina. Infelizmente, ele tragicamente pôs fim à sua vida um dia ao se matar. O resultado foi que nunca encontrou sequer um diamante.

Por outro lado, num belo dia, o homem que comprou sua pequena fazenda estava no riacho que cortava a propriedade e encontrou uma pedra, a qual acontecia de ser um diamante extremamente valioso. Após buscar por mais pedras, descobriu que a fazenda ficava, na verdade, sobre uma das minas de diamante mais abundantes de toda a África.

Essa é uma história fascinante. Todos prestam atenção quando você conta uma boa história.

Em Marcos 4, Jesus toma uma decisão dramática em relação ao Seu ministério. A partir de agora, Ele passa a ensinar usando histórias, as quais são conhecidas como “parábolas.”

O termo “parábola” é uma simples transliteração do grego paraboles, que significa “jogar ao lado de.” A melhor definição que ouvi de “parábola” é que ela é simplesmente uma história terrena com significado celestial. Em outras palavras, você conta uma história sobre algo natural e, com essa história, ensina algum princípio eterno. A partir deste momento em Seu ministério, Jesus ensinará por meio do uso de parábolas.

Jesus Ensina a Parábola do Semeador

Veja que Marcos 4.1 começa com Jesus ensinando a multidão usando uma parábola:

Voltou Jesus a ensinar à beira-mar. E reuniu-se numerosa multidão a ele, de modo que entrou num barco, onde se assentou, afastando-se da praia. E todo o povo estava à beira-mar, na praia.

É interessante que a plataforma ou palco que Jesus utiliza é um barco. Possivelmente, trata-se de um pequeno barco de pesca que, pelo fato de a multidão ser numerosa demais, foi afastado um pouco da praia. Jesus, sentado nesse barco, ensina o povo.

E Ele usa o método de ensino por parábolas. Veja o verso 2:

Assim, lhes ensinava muitas coisas por parábolas, no decorrer do seu doutrinamento.

Por que Jesus ensinou por parábolas?

Deixe-me rapidamente sugerir alguns motivos por que Jesus utilizou parábolas para ensinar.

  • Um dos motivos mais óbvios para utilizar parábolas é que Jesus ensina ao ar livre.

Ele não está mais ensinando dentro de uma sinagoga. Quando se ensina numa sinagoga, os que ouvem não podem se levantar e sair. Contudo, quando se ensina ao ar livre, qualquer pessoa pode ir embora quando bem quiser ou precisar. Creio que Jesus deseja cativar o coração dos que ouvem. Então, usou o método que as pessoas mais gostavam—uma história.

  • Segundo, conforme veremos mais adiante, Jesus ensinou por meio de parábolas para ocultar o mistério do reino.

Precisamos entender que, a essa altura, os líderes religiosos já tinham recusado a oferta do reino. Como resultado dessa rejeição, a verdade do reino se tornaria um mistério para eles.

Para os que receberiam a oferta do reino, a verdade não seria um mistério. Esse mistério era algo escondido, oculto aos que não seguiam a Cristo. Já que os discípulos O seguiam, Jesus lhes explica o mistério do reino.

A parábola do semeador

Agora, sinceramente, creio que o método de ensino mais popular—o qual já identificou, caso tenha estudado a vida de Jesus—não foi o de fornecer respostas, mas o de fazer perguntas.

As pessoas iam a Jesus com uma pergunta. E Ele era até irritante porque se virava e fazia outra pergunta ao invés de dar uma resposta; Ele queria que as pessoas pensassem, ao invés de simplesmente dar a resposta e o povo nutrir uma mente anã. Ele queria que o povo acordasse e ouvisse!

E, na verdade, é assim que Jesus começa em Marcos 4.3: Ouvi: Eis. Em outras palavras, “Ouçam bem, olhem!” Jesus nunca desejou tomar do povo o exercício de raciocinar.

Agora, talvez olhando de longe um fazendeiro semeando seu campo, Ele começa o ensino e diz no verso 3: saiu o semeador a semear. Enquanto o fazendeiro espalha as sementes, elas caem em vários tipos de solo.

  • O primeiro tipo de solo onde o semeador semeia aparece em Marcos 4.4.

E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.

A expressão à beira do caminho se refere a uma passagem ou trilha onde as pessoas caminhavam.

Sementes eram semeadas de diferentes maneiras naquela região. O fazendeiro podia semear carregando em sua cintura um saco de semente, pegando um punhado de sementes e lançado ao solo. Já que o trigo e a cevada eram semeados à mão, eles não cresciam em fileiras organizadas. Na modernidade, eles crescem em fileiras porque máquinas semeiam em linhas retas. Naqueles dias, contudo, já que não tinham a tecnologia das máquinas de hoje, os fazendeiros apenas lançavam as sementes ao ar, e o trigo e a cevada cresciam onde caíssem.

Se o fazendeiro quisesse fazer o trabalho mais rápido, ele colocava o saco de sementes no lombo de um jumento, fazia um corte estreito na parte de baixo do saco e conduzia o jumento pelo campo. Enquanto caminhava, o jumento semeava.

Os campos de semeadura da época eram cortados por trilhas ou caminhos nos quais o fazendeiro caminhava a fim de semear e cuidar de seu terreno, sua pequena plantação. Ao lançar as sementes ao ar, evidentemente algumas caíam nessas trilhas, onde o solo era batido e endurecido pelas pisadas das pessoas que passavam sobre ele. Nesse primeiro cenário, portanto, o semeador lança as sementes, mas elas não conseguem entrar no solo; elas caem sobre o solo, mas não entram nele.

  • O segundo tipo de solo aparece em Marcos 4.5:

Outra caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra.

Nesse tipo de solo a semente consegue penetrar. Contudo, já que não possui profundidade suficiente, a semente não penetra a fundo; a semente é plantada, mas fica mais na superfície.

Daqui a pouco, veremos a interpretação da parábola que o próprio Jesus fornece aos discípulos. Antes, todavia, é importante entendermos que, na Galileia, a terra era coberta por uma camada muito fina de solo, uma espécie de pele fina que cobria uma camada espessa inferior de rocha de calcário. Numa geografia como essa, o fazendeiro tinha duas opções: cavar uma área do chão para quebrar a camada de rocha de calcário e limpar um terreno para plantação, ou adicionar solo para que a camada de solo ficasse mais profunda e mais propícia ao crescimento de raízes.

O problema com o solo duro era que precisava ser arado; o problema com o solo rochoso era que precisava ser aprofundado.

  • Jesus menciona um terceiro tipo de solo em Marcos 4.7:

Outra parte caiu entre os espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram, e não deu fruto.

O verbo sufocaram significa “estrangular.” Se um fazendeiro galileu fosse preguiçoso, ele não limparia as ervas daninhas como deveria.

Não sei se você já plantou uma horta ou plantação, mas, por algum motivo, não há necessidade alguma de se plantar espinhos ou ervas daninhas; eles simplesmente nascem! Você não precisa fertiliza-los e nutri-los com água e outras coisas—eles crescerão de uma forma ou de outra!

Se um fazendeiro galileu fosse fazer um trabalho preguiçoso, ele apenas queimaria o campo. Daí, teria uma aparência de limpo. Talvez ele fosse vender o campo a outro e engana o comprador dessa maneira. O problema com isso, obviamente, é que as raízes das plantas espinhosas ainda estavam sob a superfície. Quando a semente caía e entrava no solo, não conseguia brotar porque as raízes das ervas daninhas a sufocavam.

Esse cenário transmite o sentimento de uma situação apertada, quase claustrofóbica. A semente é enforcada, sufocada. Coloque-se dentro de um elevador abarrotado de pessoas, com a capacidade máxima, a ponto de você nem conseguir se mexer direito, ou sair no andar que deseja. Essa é a ideia. A semente está tão apertada que não consegue subir.

  • Por fim, existe um quarto tipo de solo em Marcos 4.8:

Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu, produzindo a trinta, a sessenta e a cem por um.

É importante entendermos antes de continuar que nenhum solo na Galileia era naturalmente bom para plantação; não havia solo natural rico e fértil. Se você quisesse plantar alguma coisa, o solo teria que ser trabalhado por um lavrador ou fazendeiro.

Falaremos sobre as aplicações mais adiante nessa passagem, mas está evidente já que eu e você somos o solo. Sem o trabalho do Fazendeiro (Cristo), é impossível que eu e você nos tornemos um solo bom e fértil. É necessário um homem diligente que lavre o solo a fim de que possa produzir algum fruto bom.

Agora, no caso de eu e você não entendermos o ensino, Jesus explica a parábola. Veja Marcos 4.14: O semeador semeia a palavra. Portanto, a semente é a Palavra de Deus.

Quatro Reações à Semeadura da Palavra de Deus

Existem quatro reações diferentes à semeadura da Palavra. Enquanto estudava, fiquei debatendo comigo mesmo se esses são quatro indivíduos que reagem, mas concluí que é apenas um indivíduo com quatro possíveis reações. O motivo por que cheguei a essa conclusão é, simplesmente, que eu e você podemos reagir como um solo duro, um solo rochoso, um solo espinhoso ou um solo bom. Podemos responder de quatro formas diferentes. Vamos observá-las rapidamente.

  • Uma possível resposta à semeadura da Palavra é a de um coração insensível—a semente não entra.

Veja Marcos 4.15:

São estes os da beira do caminho, onde a palavra é semeada; e, enquanto a ouvem, logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles.

Esse é um coração que não responde, está endurecido e a Palavra não penetra.

Quais elementos na minha vida podem gerar um coração insensível? O que existe em sua vida que o impede de responder positivamente à Palavra?

Existem pelo menos três fatores que atrapalham nossa recepção à Palavra.

  • Primeiro, uma influência que pode endurecer o solo de nosso coração é a de amigos e colegas ímpios.

Com isso, me refiro a amigos e colegas mais chegados. A intimidade de amigos impacta nossas vidas; eles podem ou endurecer, ou amolecer nossos corações. Assim como Salomão escreveu em Provérbios 27.17:

Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo.

Seus amigos, colegas e aqueles que permite andar pelo caminho de sua vida podem endurecer o seu coração. Isso se aplica de forma mais intensa ainda a jovens. Precisamos tomar cuidado com quem deixamos invadir nossas vidas.

  • Uma segunda influência que pode endurecer nossos corações é a de entretenimentos.

Amigos chegados nos impactam; entretenimentos nos condicionam.

A faculdade que frequentei era evangélica; o sistema era de internato, semelhante ao de um seminário no qual solteiros moram em dormitórios e casais em suas casas. Já que estava inserido e cercado por um ambiente cristão, em certo sentido eu estava protegido de influências externas. Acho que não havia sequer uma televisão na faculdade; se houvesse, era contra as regras. Então, passei o semestre inteiro sem ver nem mesmo uma propaganda.

Quando voltei para casa nas férias de final de ano, liguei a televisão. Jamais me esquecerei de como fiquei envergonhado e chocado com o que vi. Não consegui acreditar que aquele tipo de coisa estava passando na TV. Por que? Porque, por vários meses, me alienei daquilo e, no processo, fiquei mais sensível a coisas que cria serem erradas.

Meu querido, você sabe o que acontece como resultado das coisas que lemos, assistimos e dos lugares que frequentamos? Essas coisas condicionam nossas vidas. Nós não somos neutros; as influências também não são neutras. Elas ou nos afetam positivamente produzindo um solo fértil, ou nos impactam negativamente, endurecendo nossos corações à Palavra.

Acorde para as coisas que você permite pisar e endurecer o caminho de sua vida.

  • Uma terceira influência que endurece nossos corações à Palavra é a de seus pensamentos particulares.

É uma grande verdade que sou o que eu penso quando estou só, não o que finjo ser em público. Talvez, ainda exista em minha vida pensamentos perversos teimosos; quem sabe o chão endurecido da amargura, animosidade, falta de perdão e ressentimento. Pelo fato de eu habitar nessas coisas em meus pensamentos, o chão fica de tal maneira duro que é preciso que a dinamite do Espírito Santo o exploda, a fim de que a semente da Palavra consiga penetrá-lo.

O coração insensível recebe a semente, mas ela nunca consegue entrar nele.

  • A segunda resposta possível à semeadura da palavra é a de um coração impulsivo—não há profundidade.

Veja Marcos 4.16–17:

Semelhantemente, são estes os semeados em solo rochoso, os quais, ouvindo a palavra, logo a recebem com alegria. Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam.

O verbo se escandalizam significa que eles tropeçam assim que surge o calor. Esses são crentes, creio eu, que enxergam o Cristianismo como algo confortável a se desfrutar. Eles dizem: “Ah, como é bom ser crente. Nunca me senti tão bem em toda minha vida!”

Posso até ouvir um desses vindo a mim, dizendo: “Acabei de terminar esse livro, que está dentre os mais vendidos—‘Guia Devocional de Trinta Segundos.’ Você não faz ideia do quanto pode fazer em apenas 30 segundos. Posso fazer meus devocionais e ter comunhão com o Todo-Poderoso enquanto faço a barba. O Cristianismo não é tão difícil assim. Não sabia que era tão fácil crescer. Na Escola Dominical, estamos estudando o material ‘Dez Passos para Se Tornar um Gigante Espiritual.’ Pense só nisso—no próximo mês, já serei tão maduro quanto o apóstolo Paulo!”

Esse é o tipo de indivíduo que faz parte de algum grupo de crentes. Toda semana, quando fazem um estudo bíblico, se encontram numa pista de boliche. Para cada bola que jogam, leem um verso—“Vamos ler o Evangelho de João inteirinho em três anos.” Nossa! “Estou frequentando a Igreja Batista Comida e Comunhão. Fazemos um ‘junta de panelas’ todo domingo, além dos churrascos uma vez por mês. Desse jeito, podemos engordar e dar glórias a Deus ao mesmo tempo!”

Existem crentes que olham para o Cristianismo como se tivesse sido projetado para ser algo confortável e conveniente. Meu amigo, creio que temos transmitido à nova geração a ideia deturpada de que o Cristianismo é para ser confortável. Não é! O Cristianismo deve ser algo revolucionário. Isso significa quebrar solo rochoso, render cada canto onde existem espinhos para que Cristo os arranque por completo. Isso é difícil e doloroso!

O problema com pessoas impulsivas é que não há profundidade. “Bíblia Sagrada” é apenas uma expressão, um título. Muitas vezes, é assim que agimos—ouvimos a Palavra e não sabemos como ela se aplica porque ela nunca toma raiz em nosso coração. Não há profundidade.

  • A terceira resposta possível à semeadura da Palavra é a de um coração preocupado—não há crescimento.

Creio que é nessa área que a maioria de nós, crentes, tropeça. Veja Marcos 4.18–19:

Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera.

Existem três coisas que podem obscurecer nosso coração, conforme o texto deixa claro. Elas são:

  • Os cuidados do mundo;
  • A atração pelas riquezas;
  • E magnetismo pelo materialismo.

Você pode pensar: “Espere um segundo! Eu tenho cuidados; eu tenho dificuldades e preocupações. E existem coisas que preciso!”

Sim, existem. Todavia, creio que o pensamento mais importante aqui é a questão da “preocupação.” Em outras palavras, se você somar o valor de sua vida inteira, verá que tudo gira em torno das coisas do mundo. Por isso, não consegue ouvir a Palavra; você está demasiadamente preso e preocupado com as coisas do mundo.

É exatamente esse o problema desse indivíduo que Jesus menciona. A Palavra entra no solo, desce e forma raiz. Contudo, ela nunca consegue brotar porque é sufocada pelos cuidados do mundo.

  • A quarta resposta possível à semeadura da Palavra é a de um coração receptivo—esse é o bom solo.

Veja Marcos 4.20:

Os que foram semeados em boa terra são aqueles que ouvem a palavra e a recebem, frutificando a trinta, a sessenta e a cem por um.

Sugiro que você grife os verbos ouvem, recebem e frutificando. Num contraste claro com os demais solos, esse solo é fértil. Esse é o tipo de solo que ouve a Palavra que é semeada nele; ele deixa a Palavra entrar, ela forma raiz, brota e frutifica.

Deixe-me sugerir alguns motivos por que isso acontece, por que esses indivíduos frutificam. Esses motivos emergem do próprio texto.

  • Primeiro, essas são pessoas que ouvem a Palavra;
  • Segundo, essas são pessoas que recebem a Palavra.

Agora, eu e você falamos de forma banal sobre “receber:” recebemos a Cristo, uma multa, troco a mais no caixa do supermercado, perdão, etc. No contexto bíblico, entretanto, o ato de receber não é algo tão trivial assim.

Temo que, muitas vezes, levamos nossos filhos a falar sobre “receber” a Cristo de forma meio inconsequente; às vezes, eles não entendem realmente do que se trata.

No seu livro sobre criação de filhos, o autor James Dobson conta a história interessante de uma mãe que ensinava sua filha a verdade de receber a Cristo. A mãe tentava entrar nos detalhes doutrinários na esperança de que sua filhinha de 4 anos entenderia. Finalmente, a mãe diz: “Como você vê, minha filha, quando eu recebi Cristo, O recebi em meu coração. Ele veio morar dentro de mim.”

Depois que disse isso, a filha encostou o ouvido contra a barriga da mãe e ficou em silêncio. A mãe perguntou: “O que você está fazendo, filha?” “A menina respondeu: “Estou tentando ouvir Jesus.”

A mãe pensou: “Olha, que legal! Ela é inteligente. Está começando a entender.” Então, deixou sua filha ali por um tempo e depois perguntou: “E aí, o que está ouvindo?” A menina respondeu: “Hum, parece que Ele ligou a cafeteria para fazer um cafezinho.”

Pensar no fato de receber a Cristo como o ato de Cristo vir e morar dentro de nós é muito mais do que simplesmente abrir uma caixinha, deixar Cristo entrar e vivermos uma vida tranquila. Sua entrada em nossas vidas revoluciona nosso viver.

  • Terceiro, essas são pessoas que praticam a Palavra, elas produzem frutos.

Elas ouvem, recebem e praticam a Palavra. Esse é o tipo de resultado final que virá de um bom solo. Esse é o aspecto espiritual de uma pessoa cuja vida é frutífera.

Aplicação

Agora, como aplicação perguntamos: como pode a plantação da minha vida produzir frutos? Permita-me mencionar três formas.

  • Primeiro, e creio que é algo óbvio a partir da passagem: precisamos estar abertos.

O portão da plantação de minha vida não pode estar fechado. Jesus Cristo não pegará um trator para derrubar a cerca, dizendo: “Certo. Vou plantar algumas sementes. É pegar ou largar.”

Jesus nunca fará isso. Ele deseja entrar pelo portão que já está aberto. Então, esteja aberto à Palavra.

  • Segundo: precisamos estar ávidos.

O Espírito Santo sente a nossa hesitação, a relutância em nosso coração para receber a Palavra. E Ele não irá forçar a Palavra em seu coração; você precisa estar ávido para recebe-la.

Precisamos estar abertos e ávidos ao recebimento da Palavra.

  • E terceiro: precisamos estar dispostos.

Como um bom fazendeiro, creio que Jesus Cristo deseja invadir cada centímetro quadrado do campo de nossa vida. Ele quer revirar o solo e a terra de cada canto para fertiliza-lo e aguá-lo. Ele deseja que sejamos férteis para produzir frutos espirituais. Contudo, precisamos estar dispostos.

Também creio que precisamos entregar todo o campo a Cristo para que Ele tenha total liberdade para atuar em nós. Se Ele diz: “Quero produzir o fruto da paciência em você.” Dizemos: “Certo, Senhor, sei o que isso significa—dificuldades.” Devemos Lhe dar liberdade para que plante aquilo que Ele bem desejar e achar necessário. Isso também significa que, quando vir alguma planta indesejada, Ele irá arrancá-la.

“Mas isso irá doer!”

Sem dúvidas irá. Lemos em Hebreus 12.11:

Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.

O ponto principal dessa parábola é o seguinte: você está disposto a receber a semeadura da Palavra de Deus no solo de sua vida? Se sim, deixará a Palavra entrar, formar raízes fortes, brotar e produzir frutos espirituais?

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Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 29/11/1987

© Copyright 1987 Stephen Davey

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