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Neemias 7, 11
Introdução
Eugene Peterson escreveu algumas palavras intrigantes em seu livro Corra com os Cavalos:
Existe cada vez menos o que admirar e imitar nas pessoas proeminentes em nossa cultura hoje. Temos celebridades, não santos. Nem a aventura da bondade, nem a busca pela justiça são notícia de jornais. Por outro lado, se olharmos ao nosso redor para ver o que significa ser uma pessoa de integridade, não encontramos muita coisa. Não é fácil encontrar alguém íntegro. Nenhum jornalista entrevista essas pessoas. Programas de TV não os incluem em suas programações. Os íntegros não são admirados. As pessoas não os observam. Eles não ditam tendências. Não há nenhum valor financeiro neles. Ninguém recebe o prêmio do Oscar baseado em sua integridade. Ao final do ano, ninguém forma uma lista de vidas mais bem vividas no ano.
O mundo não nota as pessoas que merecem reconhecimento. A verdade é que, nem mesmo a igreja nota na maioria das vezes.
Sinceramente, parte de nossa natureza caída, como pessoas, ignora as pessoas ao nosso redor, bem como suas conquistas e serviços até mesmo em nosso favor. Estão todos ao nosso redor, mas raramente os notamos.
Pense nas mães, por exemplo. Recentemente, eu li a seguinte história:
Um homem chegou do trabalho e viu que sua casa estava uma loucura. Seus três filhos estavam do lado de fora brincando na terra ainda vestidos em seus pijamas. Havia caixas vazias e fitas espalhadas no jardim da frente da casa. A porta do carro de sua esposa estava aberta, bem como a porta da frente da casa.
Caminhando em direção à entrada, ele viu uma bagunça ainda maior. Um abajur tinha sido derrubado ao chão e um tapete pendurado numa das paredes. Numa outra sala, a TV estava ligada com o volume altíssimo e a sala de estar coberta de brinquedos e roupas. Na cozinha, a louça empilhada na pia, restos do café da manhã sobre o balcão, um copo quebrado debaixo da mesa e um pouco de areia atrás da porta.
Com toda pressa, ele subiu as escadas pisando em brinquedos e mais roupas que estavam espalhados, procurando sua esposa preocupado se ela estava doente ou se algo sério havia acontecido. E a encontrou em seu quarto, ainda na cama, enrolada nos lençóis e de pijamas, lendo um livro de romance. Tinha metade de uma broa comida e uma xícara de café sobre o criado-mudo ao lado.
Ela olhou para ele e perguntou como havia sido seu dia. Ele olhou para ela confuso e perguntou: “O que aconteceu aqui hoje?”
Ela sorriu e respondeu: “Sabe, todos os dias, quando você chega do trabalho, você me pergunta o que eu fiz o dia inteiro. Bom, hoje eu resolvei não fazer nada!”
A verdade é que nem mesmo as pessoas mais próximas de você entenderão completamente o escopo de seu labor e luta! E, infelizmente, a maioria de nós não investe tempo em descobrir.
Pense nisto: quando foi a última vez que você assistiu a um filme e ficou para ver os créditos subirem na tela? “Figurino de índio número 43,” “figurino 44.” E aquela música que marcou o filme e que você gostou demais – você viu quem compôs a música? Não! O show acabou... para o próximo evento, por favor.
Acho muito interessante que, no final do capítulo 6 de Neemias, quando o show já tinha terminado e os muros já haviam sido construídos, Neemias dá play nos créditos. A lista é longa e a maioria dos nomes é até complicada de se pronunciar. Mas existem algumas pedras preciosas dentro desses créditos, as quais Deus considera proveitosas para o estudante da Bíblia.
Então, antes de você pensar em pegar sua vasilha de pipoca e suas embalagens de doce para sair, vamos levar um tempo para reconhecer alguns homens e mulheres que tornaram possível a reconstrução do muro.
De Reconstrução de Muro a Reconstrução de Pessoas
Por favor, abra sua Bíblia em Neemias, capítulo 7. E também deixe sua Bíblia marcada em Neemias 11 que é outra lista de nomes e números representando as muitas pessoas que, por trás das cenas, ajudaram Jerusalém a prosperar.
Lista – cantores, Levitas, guardas das portas, vigias e líderes (7.1-2)
O primeiro grupo de pessoas alistado e mencionado por Neemias nos créditos é encontrado nos versos 1 e 2:
Ora, uma vez reedificado o muro e assentadas as portas, estabelecidos os porteiros, os cantores e os levitas, eu nomeei Hanani, meu irmão, e Hananias, maioral do castelo, sobre Jerusalém. Hananias era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos outros.
Agora, observe Neemias 11, versos 22 e 23:
O superintendente dos levitas em Jerusalém era Uzi, filho de Bani, filho de Hasabias, filho de Matanias, filho de Mica, dos filhos de Asafe, que eram cantores ao serviço da Casa de Deus. Porque havia um mandado do rei a respeito deles e certo acordo com os cantores, concernente às obrigações de cada dia.
Lembre-se, o povo de Israel havia passado vários anos em cativeiro e, além disso, tinham sido estrangeiros em terras distantes por mais de um século. Não havia muito motivo para cantar durante o cativeiro babilônico.
Salmo 137 nos informa que eles se sentaram e choraram à beira dos rios da Babilônia. Eles penduraram suas harpas nos carvalhos.
Todavia, no livro de Neemias, estavam afinando seus instrumentos. No livro de Neemias, há oito referências a ações de graças a Deus. Existe a necessidade de músicos no templo para cantar a fidelidade de Deus. Música na adoração não é algo incidental, mas essencial.
Na ocasião do aniversário de cinquenta anos do Seminário Teológico de Dallas, Estados Unidos, o seminário publicou um hinário especial chamado Hinário do Jubileu. Dr. Erwin Deibler escreveu o prólogo do hinário e Richard Seume repetiu suas palavras no livro Neemias, Construtor de Deus, dizendo:
Desde períodos remotos, o povo de Deus tem usado a música para expressar sua adoração ao Deus Triúno. Gerações subsequentes de crentes, até os nossos dias, adotaram a poesia da música para exprimir sua adoração, louvor, aspirações e orações. Com bastante frequência, talvez até sempre, tais expressões excederam em intensidade os estilos de vida reais da congregação que os utilizava. Se a experiência cristã fosse, mesmo que por apenas uma semana, trazida ao nível dos hinos cristãos, um grande avivamento varreria o mundo inteiro.
É incrível, amigos, que antes que um grande avivamento ocorresse em Neemias, capítulo 8, os músicos e coristas são reorganizados no capítulo 7.
Enquanto os cantores providenciavam o louvor para a cidade de Jerusalém, os guardas das portas providenciavam a proteção à cidade. Eles são mencionados nos capítulos 7 e 11. Veja o verso 19 de Neemias 11:
Dos porteiros: Acube, Talmom e os irmãos deles, os guardas das portas, cento e setenta e dois.
“Ei, Acube e Talmom, o que vocês fazem?”
“Nós abrimos e fechamos as portas e, depois, vigiamos para garantir que nenhum intruso indevido entre na cidade.”
Achei interessante ler que a Grande Muralha da China foi invadida pelo menos em quatro ocasiões diferentes. Em cada uma das ocasiões, os soldados chineses foram subornados. Portões são tão bons quanto o caráter dos seus vigias. E, a propósito, cada crente é um vigia.
John Bunyan, o autor do livro O Peregrino, também escreveu um livro intitulado A Guerra Santa. Nesse livro, ele fala sobre “Almahumana,” a cidade que tinha cinco portões. E eles eram:
- O Portão do Ouvido;
- O Portão do Olho;
- O Portão do Nariz;
- O Portão do Sentimento; e
- O Portão da Boca.
O inimigo de Almahumana atacava, diariamente, um dos portões da cidade. Ele falava por meio do Portão do Ouvido ou pintava imagens vívidas e enganosas próximo ao Portão do Olho. A coisa interessante é que Almahumana, na alegoria de Bunyan, jamais poderia ser derrubada por ataques externos. A única maneira como o inimigo poderia conquistar a cidade era se alguém de dentro abrisse o portão para o inimigo.
Salomão escreveu em Provérbios 4, verso 23:
Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.
Em outras palavras, seja cuidadoso com aquilo que você permite passar pelos portões da sua vida, pois irá, no final, impactar seu coração e sua alma.
Volte para Neemias 7. Neemias sabia que precisava de ajuda para liderar a cidade de Jerusalém. Então, ele escolhe dois homens. O verso 2 diz:
eu nomeei Hanani, meu irmão, e Hananias, maioral do castelo, sobre Jerusalém. Hananias era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos outros.
Neste ponto, amigos, os muros já estão levantados, as portas em seus devidos lugares e, agora, Neemias precisa de alguém que o ajude no governo da cidade e do povo. Quem você busca?
Bom, você procuraria por uma pessoa com experiência. Faz sentido. Buscaríamos uma pessoa que possuísse a estatura e confiança que o povo automaticamente seguiria. Faz sentido. Se estamos em busca de alguém para comandar, precisamos de alguém que sabe como comandar, não é?
Errado. Note as qualidade que Neemias buscava em seus auxiliares. O verso 2b nos informa: era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos outros.
A palavra hebraica traduzida como “temente” vem do vocábulo “yare,” que significa reverência e honra.
Que grande lição para a igreja e qualquer outra organização missionária. Temos a tendência de seguir a direção do mundo ao buscarmos pessoas para preencher lugares, realizar tarefas e ministérios. Buscamos pessoas com experiência, com boa aparência, que conseguem articular e se comunicar o partido, que possuem algo natural em si que atrai a atenção para sua personalidade cativante e habilidade naturais.
Você percebeu que as duas qualidades mencionadas por Neemias não têm nada a ver com aquilo que podemos enxergar? Elas eram qualidades internas de dependência e reverência a Deus.
Registrando—cidadãos, sacerdotes (7.5-65)
A próxima seção do capítulo 7 nos mostra Neemias registrando os cidadãos. Eles eram identificados por famílias, clãs, tribos e eram, então, contados. Note apenas alguns deles nos versos 8 a 12:
foram os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois. Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois. Os filhos de Ará, seiscentos e cinqüenta e dois. Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesua e de Joabe, dois mil oitocentos e dezoito. Os filhos de Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro.
Por que contar com tanto cuidado? Eles foram contados por Deus porque eles contavam para Deus. Se havia alguém interessado nos créditos, alguém que fosse ler os créditos – na verdade, Ele é o autor original dos créditos – esse alguém era o próprio Deus.
No verso 39, os sacerdotes são identificados e contados. Eles tiveram que provar sua linhagem de Arão ou não poderiam servir no templo. Na verdade, note os versos 61 e 64:
Os seguintes subiram de Tel-Melá, Tel-Harsa, Querube, Adom e Imer, porém não puderam provar que as suas famílias e a sua linhagem eram de Israel... Estes procuraram o seu registro nos livros genealógicos, porém o não acharam; pelo que foram tidos por imundos para o sacerdócio.
Precisamos também entender que as pessoas que não puderem provar sua linhagem judaica desde o período pré-exílio foram excluídas de dentro da cidade. Os sacerdotes seriam excluídos do serviço no templo, caso não conseguissem provar sua linhagem araônica.
Deus possuía um padrão para que alguém herdasse uma terra na cidade ou servisse no templo. Você teria que ter sangue judaico correndo em suas veias – e precisaria ter prova escrita de sua genealogia. Sem isso, você não poderia viver dentro da cidade e não poderia servir a Deus no templo.
Meus amigos, que direito temos de viver na Nova Jerusalém? O livro de Apocalipse nos diz que somente aqueles que foram redimidos pelo sangue do Cordeiro poderão habitar na Cidade Santa dos céus. Será que você poderá traçar sua genealogia dentro da família de Deus? Você é um parente de Deus?
Você pode perguntar: “Como me torno um membro da família de Deus?”
Bom, primeiro você precisa entender que você não pertence à família de Deus.
Jesus Cristo, conforme registrado em Mateus 7, verso 22 e 23, disse:
Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.
A pergunta que pressionava o povo em Neemias 7 e 11 era: “Você tem algum parentesco com Israel? Você pode comprovar seu relacionamento sanguíneo com a nação dos judeus, o povo de Deus?”
A pergunta que pressionará a humanidade nos últimos dias da história humana será, como sabemos: “Você é parente do Judeu carpinteiro? Você consegue comprovar seu relacionamento com a família de Deus?”
Deus mantém um registro de nomes. Ele é chamado o Livro da Vida do Cordeiro. No livro de Apocalipse, capítulo 20, verso 15, lemos:
E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.
Você pode perguntar: “Como fazer para que eu tenha meu nome registrado na família de Deus?”
O livro de João, capítulo 1, versos 12 e 13, dá a resposta:
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
Quando você o recebe, como João nos informa que precisamos, quando você diz, “Senhor, não sou da Tua família; não estou em meu caminho ao céu, mas no caminho ao inferno; estou na família errada; quero me tornar membro da Tua família,” então, você nasce de novo dentro da família de Deus.
Doando—alguns deram (7.70-73)
Agora, de volta a Neemias 7, encontramos o povo fazendo doações.
Creio que a palavra mais triste em Neemias 7 é uma palavra que ocorre duas vezes – uma no verso 70 e outra no verso 71. É a palavra “alguns.”
Alguns dos cabeças das famílias contribuíram para a obra... E alguns mais dos cabeças das famílias deram para o tesouro da obra...
Deveríamos estar lendo: “Todos.” Mas, não; apenas “alguns.”
Agora, talvez você tenha notado o problema no capítulo 7, verso 4, que diz:
A cidade era espaçosa e grande, mas havia pouca gente nela, e as casas não estavam edificadas ainda.
Existe essa grande cidade com muros finalizados, mas poucas pessoas dentro da cidade!
E o problema foi resolvido de duas maneiras.
Sorteio—um a cada dez (11.1)
Primeiro, houve um sorteio. No capítulo 11, verso 1, lemos:
Os príncipes do povo habitaram em Jerusalém, mas o seu restante deitou sortes para trazer um de dez para que habitasse na santa cidade de Jerusalém; e as nove partes permaneceriam em outras cidades.
Cerca de um milhão de pessoas viviam nas cercanias de Jerusalém. Então, cem mil foram sorteadas para viverem dentro da cidade.
Agora, com certeza, como em qualquer outro sorteio, havia os espertinhos se escondendo nas montanhas. Pelo menos aqui, creio que a maioria trouxe seus pertences e suas famílias para Jerusalém.
Voluntariado – os nobres (11.2)
Também houve um segundo grupo de pessoas. Veja o verso 2 de Neemias 11:
O povo bendisse todos os homens que voluntariamente se ofereciam ainda para habitar em Jerusalém.
A palavra hebraica para “voluntariamente” é muito interessante. É a palavra “nadab,” e significa, “ser impelido por um apelo interno a defender, ser compelido a ser corajoso.” É traduzido como “ser nobre.”
Eles deram um passo à frente e disseram: “Deixaremos nosso país. Desarraigaremos nossas famílias. Deixaremos nossos lares e familiares. Mudaremos para a cidade de Jerusalém e iremos cooperar para o seu sucesso.”
Que melhor palavra para descrever esses homens?
Oração—ação de graças (11.17)
E, dentre os nobres, havia um conhecido por sua oração.
Há uma menção especial de um homem chamado Matanias no verso 17 do capítulo 11.
Matanias, filho de Mica, filho de Zabdi, filho de Asafe, o chefe, que dirigia os louvores nas orações...
Gosto demais desse destaque na longa lista de créditos. Quem era ele? Não sabemos. O que Matanias fazia? Era aquele que iniciava a oração. Ele era o levita que se levantava no momento apropriado e começava a oração de louvores. Na única menção das Escrituras a esse nobre, ele está orando.
Duas Lições para os que Merecem Crédito
Vamos amarrar nossos pensamentos com dois princípios finais de aplicação.
A maioria das coisas nobres que fazemos
- Primeiro, a maioria das coisas nobres que fazemos jamais receberá reconhecimento na terra.
Na verdade, existem aqueles que notam, mas que não apreciam o que vêem você fazendo.
Um pastor me enviou uma história que ilustra bem essa verdade.
Por vinte e cinco anos, ele realizou cultos em enfermarias. Quando ele deu início a essas reuniões, como pastor jovem, ele notou que uma das pessoas que frequentava com regularidade trazia o controle remoto de sua TV. De vez em quando, ela dava uma resmungada, mirava o controle na direção dele e apertava alguns botões. Isso ocorreu por vários meses, até que, finalmente, ele interrompeu um dos cultos, deu uma risada bem natural, e disse a ela: “Senhora, você não pode me desligar com isso!”
Ela respondeu a ele no mesmo instante: “Não estou tentando desligar você; quero apenas mudar de canal.”
Sinceramente, sinto a apreciação das pessoas em minha congregação com bastante frequência. Geralmente, alguém me diz um “oi.” Talvez se sintam constrangidas; não sei. Mas fico pensando: quantas pessoas servirão a Deus hoje, mas não receberão nenhum “oi”? Quantos trabalhadores em berçários entregarão um bebê aos pais e nem sequer ouvirão: “Muito obrigado por se voluntariar”? Quantos professores de Escola Dominical, músicos, recepcionistas e professores virão e farão coisas nobres sem nunca serem notados?
A cidade de Jerusalém floresceu por causa dos vigias e guardas, dos zeladores, dos cantores, dos sacerdotes, dos fazendeiros, dos pastores e de outros contribuintes que fizeram sua parte. A verdade é que aquela cidade antiga e a igreja de hoje têm muita coisa em comum – nenhuma das duas sobrevive um dia sem que pessoas nobres façam sua parte.
Posso dizer a você, com base no meu ministério, que sou cercado por uma equipe de homens altamente dedicados e mulheres que organizam tudo. Se está organizado, não fui eu que fiz. Se soa bem, não fui eu que escrevi. Se eu apareço na hora, provavelmente me relembraram do compromisso. Outro dia, uma pessoa ficou admirada ao saber de mim que não sou eu que planejo os cultos de domingo. Nosso pastor de música e sua equipe planejam e organizam os detalhes, geralmente com semanas de antecedência. Eu simplesmente recebo a ordem do culto que tem uma linha que geralmente diz: “Mensagem – Pastor.”
Cada igreja, cada organização missionária, cada ministério e cada crente empurra as coisas para frente, não apenas alguns poucos que são vistos, mas por uma força composta por vários membros da equipe, guerreiros de oração e voluntários ao redor de toda congregação cujos corações são incomodados a realizarem coisas nobres. Essas são coisas nobres que provavelmente jamais serão totalmente calculadas e recompensadas nesta terra.
E isso me conduz ao meu próximo princípio da aplicação que é especialmente designado aos que servem outras pessoas.
Nenhuma das coisas nobres que fazemos
- Apesar de a maioria das coisas nobres que fazemos não receber reconhecimento na terra, o segundo princípio nos diz que nenhuma das coisas nobres que fazemos na terra será ignorada por Deus no céu.
O autor de Hebreus falou sobre o assunto quando escreveu em Hebreus 6, verso 10:
Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos.
Pessoas esquecem; pessoas podem nem dizer “obrigado;” pessoas podem nos ignorar; mas Deus jamais nos ignorará. Ele sempre lê os créditos. Melhor ainda, Ele está no processo de composição dos créditos.
Então, vamos dar play nos créditos e reconhecer os nobres que trocam fraldas e varrem o chão; atendem telefones e arrancam mato do jardim; organizam reuniões e dão estudos bíblicos; preparam brincadeiras para crianças e mexem na mesa de som; limpam os banheiros e contam as ofertas; ensaiam os louvores e digitam as letras das músicas; oram na sua lista de oração e visitam pessoas; fazem refeições e dão aulas; tiram pó dos móveis e recebem famílias; ajudam no estacionamento e fazem café; disciplinam adolescentes e conduzem uma criança ao bebedouro; desenvolvem boletins e panfletos; engatinham no chão com crianças e arrumam as cadeiras nas salas; lavam e secam os lençóis do berçário e lavam a louça após uma atividade da igreja; recrutam ainda mais voluntários e agradecem aos que se voluntariam; planejam atividades das aulas e ajudam em acampamentos; ouvem versículos memorizados e empilham mesas e cadeiras; arrumam todo o equipamento e depois desarrumam novamente, simplesmente para ser arrumado de novo, depois, desarrumado, e de novo, e de novo, e de novo.
Enquanto você faz essas cosias, saiba que é uma obra nobre. É serviço nobre para o povo e ministério de Cristo que pode nem ser reconhecido na terra, mas, um dia, será recompensado nos céus.
A questão é, para quem você faz essas coisas, afinal? Se é para a atenção das pessoas, esqueça, elas nunca ficarão sentadas tempo suficiente para ler os créditos. Se é para a glória e prazer de Deus, anime-se, Ele não ignora nem sequer uma obra nobre que você faz.
Foi dito de Jerusalém no dias de Neemias que, alguns, deram de si mesmos. Que o mesmo seja dito a nosso respeito, que demos de nós mesmos, que todos nós somos nobres filhos e filhas de Deus.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 28/05/2000
© Copyright 2000 Stephen Davey
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