
Palavras Podem até Ferir, Mas. . .
Palavras Podem até Ferir, Mas. . .
Neemias 4.1–6
Introdução
Em 1845, John Franklin deixou a Inglaterra para descobrir uma passagem marítima noroeste – um caminho que atravessava o Ártico Canadense e que conectava os oceanos Atlântico e Pacífico. De acordo com Kent Hughs em seu comentário no livro de Tiago, John Franklin levou consigo em sua expedição cento e trinta e oito homens selecionados da Marinha Real. Ninguém sabia o que os esperava à frente. Na verdade, eles pareciam não estar cientes das condições climáticas severas que encontrariam no entorno do Polo Norte. Todavia, eles partiram em dois navios modernos. Cada navio era equipado com um motor a vapor e uma enorme sala de depósito que comportava carvão suficiente para doze dias, caso propulsão a vapor fosse necessária durante a jornada.
Eles estavam confiantes em sua busca e os navios partiram em meio à grande pompa e glória imperiais. Mas, eles estavam despreparados. Eles não haviam planejado o suficiente para o que os aguardava nas águas congelantes do norte do Alasca. Na verdade, a única roupa que levaram foram seus uniformes e casacos fornecidos pela Vossa Majestade da Marinha.
Dois meses após a partida deles, um navio britânico de pesca de baleia teve um contato com os dois navios. Ele foi o último europeu a vê-los ainda vivos.
Grupos de busca passariam doze anos refazendo o trajeto da expedição de Franklin, conseguindo, posteriormente, juntar algumas peças do quebra-cabeças. A expedição tinha sido, evidentemente, retardada pelo gelo nas águas. Esquimós relataram terem visto homens empurrando barcos de madeira sobre o gelo. Daí, membros da equipe de busca avistaram algo assombroso no Estreito de Simpson. Eles viram os três mastros de madeira de um dos navios atravessando o gelo.
Em meio aos achados, houve a descoberta de que nenhum dos navios tinha abastecido o estoque de carvão. Na realidade, eles tinham transformado aquelas salas de depósito enormes numa biblioteca com 1200 volumes, um órgão e até um armário para louças chinesas e de prata para os oficiais. Um historiador disse que, dentro do clube de oficiais da Marinha Real, a Expedição Franklin estava preparada para as condições climáticas, mas não para o clima dentro do Oceano Ártico. Uma equipe de resgate encontrou trinta corpos congelados numa tenda próxima à beira d’água. Os oficiais estavam vestidos com seus casacos e ainda com seus cachecóis de seda ao redor do pescoço intactos.
Eles estavam confiantes e com grandes expectativas, mas não estavam preparados para os desafios daquela expedição.
Jesus Cristo disse em João 15, verso 18:
Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim.
Você está preparado para isso?
Ele também alertou Seus discípulos em João 16, verso 2:
Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus.
Você está pronto para isso?
Jesus ainda disse em Lucas 12, versos 51 a 53:
Supondes que vim para dar paz à terra? Não, eu vo-lo afirmo; antes, divisão. Porque, daqui em diante, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, e dois contra três. Estarão divididos: pai contra filho, filho contra pai; mãe contra filha, filha contra mãe; sogra contra nora, e nora contra sogra.
Você está preparado?
Por toda Sua vida na terra, o nosso Senhor foi zombado pelos líderes religiosos. Os sacerdotes o ridicularizaram. Herodes zombou dele. E, por fim, os soldados escarneceram dele.
A igreja primitiva foi ridicularizada no Pentecostes e a cidade zombou dos apóstolos, como vemos em Atos 2, verso 13, dizendo: Estão embriagados!
Hebreus 11 registra que muitos crentes suportaram zombaria cruel. Você está pronto para isso?
Gálatas 6, verso 12, nos informa que os crentes serão: perseguidos por causa da cruz de Cristo.
Paulo escreveu a Timóteo em 2 Timóteo 3, verso 12:
Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.
Em 1 Coríntios 4, versos 11 a 13, Paulo também escreveu:
Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa, e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos.
Você está pronto para essas coisas?
Por cem anos, os judeus tinham se acostumado com aqueles muros caídos. Eles estavam vivendo confortavelmente com as reprovações por causa da cidade santa e do seu Deus vivo e verdadeiro.
Mas, agora, um homem chegou com as ferramentas para reconstrução, com os suprimentos necessários para uma expedição de fé. Ele calculou os custos e sabe exatamente o que deve esperar. Se você me permite, digo que ele trouxe consigo bastante carvão.
Agora, precisamos entender que, nos tempos do Antigo Testamento, a cidade de Jerusalém era o centro dos propósitos terrenos de Deus. A reconstrução da cidade representaria a derrota dos inimigos de Deus e de seu povo.
Então, menos de uma semana depois de Neemias ter navegado para a cidade, o vento gelado da adversidade começou a soprar. O inimigo, o difamador, o caluniador, o inimigo de Deus e de Seu povo também chegou. Uma batalha está sendo travada. Uma nevasca de conflito está prestes a começar.
Por trás de toda oposição ao trabalho de Deus está o grande inimigo de Deus. Quando o céu avança, o inferno de opõe. E, quando você vive para ver Deus glorificado e sua igreja aumentada, apoiada, abastecida ou defendida, você sentirá o vento da adversidade de uma forma ou de outra.
Quer Neemias soubesse disso ou não, o Adversário havia movido sua base para o outro lado do muro de Jerusalém.
Olhando o Inimigo Mais de Perto
Antes de observarmos a estratégia contra Neemias, vamos dar uma olhada mais próxima no inimigo.
Quem é ele?
Ele possui muitos disfarces e nomes:
- O primeiro é Satanás, como em Jó, capítulo 1. Esse nome se refere ao seu papel de adversário de Deus e de seu povo.
- Ele também é chamado, é claro, de diabo, em Mateus 4, verso 1. Ele constantemente acusa Deus diante das pessoas, e as pessoas diante de Deus.
- Outro nome que o Senhor Jesus usou para esse arqui-inimigo é o de Belzebu, que aparece em Mateus 12, verso 27. Significa simplesmente “Senhor das moscas,” ou “Mestre das moscas.” É uma referência à sua mente maligna por trás de tudo o que é corrupto.
Outros nomes que aparecem nas Escrituras para esse Mestre da Corrupção incluem:
- O príncipe deste mundo, conforme João 12, verso 31.
- Lúcifer, que era o seu nome original, e se refere à sua luz, como Isaías 14, verso 12, relata.
- Pai da mentira, ou seja, a fonte e o originador da mentira, como vemos em João 8, verso 44. Mentira é sua língua materna. Quando ele mente, ele fala seu próprio idioma.
- O tentador, conforme 1 Tessalonicenses 3, verso 5.
- O deus deste século, de acordo com 2 Coríntios 4, verso 4.
- O inimigo, como em Mateus 13, verso 39.
- O poder das trevas, conforme Lucas 22, verso 53.
- O príncipe da potestade do ar, como vemos em Efésios 2, verso 2.
- Jesus também o chamou de assassino em João 8, verso 44.
- O maligno, como lemos em 1 João 2, verso 13.
- A antiga serpente, como ele é chamado em Apocalipse 12, verso 9. É interessante que, no primeiro livro da Bíblia, ele é apresentado como uma serpente e, no último livro da Bíblia, ele também é chamado de serpente.
- O adversário, como Pedro o chamou em 1 Pedro, 5, verso 8.
- O anjo de luz também. Ouça a advertência que Paulo deu à igreja de Corinto e à nossa igreja hoje em 2 Coríntios 11, versos 13 a 15:
Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.
Em outras palavras, Satanás e seus mestres utilizam vocabulário de justiça, mas, em todo tempo, estão procurando enganar, manipular e levar seus seguidores à injustiça.
- O último nome de Satanás é bem interessante. É encontrado em Apocalipse 12, verso 3, onde ele é chamado de “dragão vermelho.” O contexto da passagem revela seu desejo por sangue derramado, seu desejo ardente por guerra, assassinato e seu poder de intimidar e enganar.
Como ele trabalha?
Como o inimigo de Deus e de Seu povo trabalha?
- Com o propósito de destruir.
Ele é aquele que, de acordo com 1 Pedro 5, verso 8: como leão que ruge procurando alguém para devorar;
Ele se dedica à destruição da adoração ao Deus único, vivo e verdadeiro, cujo trono ele cobiçou e pelo qual lutou. Ele fracassou e foi, então, lançado para a terra e, desde então, tem buscado roubar o trono de Deus na adoração e glória. Todo crente e toda a igreja que busca a adoração e glória do Deus vivo é inimigo do Inimigo. Quando nosso propósito é glorificar e honrar a Deus, então, aquele que se opõe a Deus também irá se opor a você. Satanás opera com o propósito de destruir.
- Ele também trabalha com competência notável.
Ele é inteligente, possui discernimento e é astuto. Seu reino avança por meio de uma comunicação que leva nossas mentes a hesitar e tropeçar.
Mas não se esqueça
Agora, ao olharmos o inimigo mais de perto, não quero que você esqueça de algumas coisas:
- Seu poder é limitado. Ele não é onipresente, onisciente e onipotente.
- Sua influência é delegada. Ele não pode fazer nada independente da aprovação soberana de Deus. E o que ele planeja para o mal, Deus transforma em bem. A serpente é uma marionete nas mãos de Deus.
- Sua destruição já está determinada. Ele sabe o que o final do Livro diz. Ele sabe, mas seu ódio e raiva o levam a agir contra o trono de Deus enquanto ele tem tempo.
- Seu sucesso é constantemente impedido. Ele não pode não somente levantar um dedo contra Deus, mas ele também é limitado naquilo que consegue realizar contra o crente.
O crente que, pela fé, ousa fazer uma expedição ao território inimigo para o avanço do evangelho recebe a roupa adequada. O discípulo de Cristo recebeu a armadura de Deus e Efésios 6 descreve para nós cada peça necessária para nos proteger contra o fogo do dragão vermelho.
- O dragão não somente opera para destruir e com competência notável, mas ele também trabalha com grande paciência.
Ele é tão paciente quanto um pescador que joga sua isca na lagoa e espera. Esse dragão e seu reino lançam sua isca nas lagoas de nossas vidas e esperam – semanas... anos... ele está disposto a esperar a vida inteira.
Suas iscas são chamadas de várias coisas no Novo Testamento.
Métodos
- Uma palavra é “métodos.” Paulo escreveu em Efésios 6, verso 11:
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas [methodias] do diabo;
As methodias, que nos origina a palavra “método,” indica as artimanhas do diabo.
- A segunda palavra é “desígnios.” Ela é encontrada em 2 Coríntios 2, verso 11.
para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios.
Nesse verso, “desígnios,” ou noema no grego, se refere à capacidade intelectual. Ou seja, Satanás, com muita inteligência, arquiteta truques e laços para ludibriar a igreja e o crente. E ele joga esses laços com bastante cuidado e paciência.
Recentemente, minha esposa entrou no meu escritório e me disse: “Amor, você precisa ler isso.” Era um livro que ela estava lendo intitulado Sob Suas Asas. Ela deixou o livro comigo para eu ler apenas algumas páginas, mas logo percebi que estava lendo vários capítulos. A autora descreve Satanás como um pescador usando palavras bem descritivas.
A pescaria é uma forma muito boa de entendermos os planos de Satanás para nós. Venho de uma família cheia de pescadores, do tipo que nem deixam você se mexer no barco para não espantar os peixes. Alguns membros de minha família são conhecidos por sentarem num barco a remo instável por vinte e quatro horas. Eles se sentam e observam a atividade dos peixes dentro e sobre a água. Quando a atividade é boa, eles lançam o anzol na esperança de pegar alguma coisa. Quando o peixe fisga a isca, ele é trazido para o barco e logo vira jantar.
De uma forma bem semelhante, Satanás introduz seu barco nas águas de nossas vidas. Daí, ele aguarda por momentos de fraqueza, observa necessidades não supridas e vagueia pelas águas escuras de questões não resolvidas em nossas vidas. Cuidadosamente, ele abre sua caixa com iscas e escolhe a mais adequada. Quando ele percebe que a ocasião é ideal, ele lança sua linha e espera o tempo que for necessário para mordermos a isca. Daí, ele nos puxa. Diferente de alguns pescadores que conheço, Satanás nunca nos lança de volta à água. Ao contrário, ele parece ter predileção pelos menores.
O dragão vermelho já teve dois mil anos para afiar suas habilidades e aperfeiçoar suas iscas contra a igreja. Ele não pode possuir nossas almas, mas pode levar embora nossa música. Ele pode destruir nosso caráter, nosso testemunho, nossa eficiência. Isso se mordermos a isca... e a engolirmos por completo.
Examinando Uma Isca Inteligente
Não existe um lugar onde encontramos os métodos e desígnios de Satanás apresentados de forma tão clara como em Neemias capítulo 4, 5 e 6. O adversário, o tentador, o enganador, o anjo de luz, o dragão, nunca é mencionado por nome nesses capítulos. Mas, se olharmos cuidadosamente, veremos as sombras de suas escamas e quase podemos ouvir seus remos na água à medida que ele navega em direção a Jerusalém.
Lúcifer engendrará quatro iscas e as lançará, uma de cada vez, na lagoa da vida de Neemias. A primeira isca é uma das que possui mais sucesso há várias gerações. É simplesmente chamada a isca da zombaria e ridicularização. Veja Neemias 4, verso 1.
Tendo Sambalate ouvido que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito, e escarneceu dos judeus.
Cinco perguntas escarnecedoras
Eles riram dos judeus. A zombaria de Neemias e de seus companheiros feita por Sambalate irá tomar a forma de cinco perguntas. Cada pergunta é projetada para intimidar e envergonhar os judeus por causa daquilo que estão tentando realizar.
“Que fazem estes fracos judeus?”
Note a primeira pergunta no verso 2:
Então, falou na presença de seus irmãos e do exército de Samaria e disse: Que fazem estes fracos judeus?...
- Ele questiona a força dos judeus.
“O que esses judeuzinhos miseráveis estão tentando fazer?” Em outras palavras: “Quem vocês pensam que são?”
Golias fez essa mesma pergunta a Davi que foi correndo lutar contra Golias armado apenas com um estilingue de pastor de ovelhas e cinco pedras lisas. Uma pedra foi suficiente para Golias e as outras seriam para os quatro filhos de Golias. O exército israelita segurou sua respiração, pensando: “Golias é grande demais para matar.” Mas, como um certo autor escreveu: “Davi correu para Golias pensando: ele é grande demais para eu errar.”
Golias zombou de Davi quando o viu correndo até ele, conforme 1 Samuel 17, verso 42, nos diz: o desprezou, porquanto era moço...
Donald K. Campbell citou Alan Redpath em seu livro Neemias: Homem na Liderança:
O mundo julga tudo pelo tamanho, pelas notícias, pelos planos arbitrários, pela propaganda; e isso derrama desprezo sobre o pequeno e frágil rebanho de Deus. “Vocês, com suas reuniões de oração fracas. Vocês, com seus planos de conduzir um a um a Cristo. Qual a chance que vocês têm de permanecer firmes diante de nossos programas econômicos por meio dos quais o mundo inteiro será revolucionado em poucos anos? Vocês não possuem inteligência, vocês estão fora de moda, vocês não têm dinheiro, vocês não tem posição social. Esse grupo débil e pequeno!”
Alguém já riu de você por causa de sua fé? Você já passou pelo ridículo por causa de seu relacionamento com Cristo? Você desaba ao som das risadas? Quem esses “judeuzinhos” fraquinhos pensam que são?
“Permitir-se-lhes-á isso?”
A segunda pergunta é feita de forma sarcástica no verso 2:
...Permitir-se-lhes-á isso?...
Em outras palavras, “Eles realmente entendem o que estão tentando fazer? Eles não fazem a mínima ideia do quanto custa para construir um muro! Veja só – aquele cara ali é um perfumista. E olha lá – aquele outro fabrica joias. E ainda veja lá – aquelas moças misturando concreto.”
- Ele questiona a inteligência dos judeus.
Você já se sentiu ignorante diante da sabedoria do mundo? Você já murchou diante da acusação de um professor intelectual, de um parente grã-fino ou de um amigo instruído? Ah, com certeza você é inteligente demais para precisar da muleta da religião, não é?
“Sacrificarão?”
A terceira pergunta é feita ainda no verso 2:
...Sacrificarão?...
Derek Kidner está provavelmente correto ao refazer essa pergunta de forma que possamos entender melhor. Ele diz: “Será que esses judeus irão orar para que os muros se ergam? Essa é a única esperança dele!”
- Ele questiona a fé deles.
Que isca inteligente. “Ei, vocês já se esqueceram que a fé de seus pais não foi boa o suficiente para manter esses muros de pé? E que a fé deles também não foi o suficiente para reconstruir esses muros no decorrer dos últimos cem anos? O que vocês pensam que possuem – uma fé maior que a deles? Vocês pensam que os sacrifícios irão fazer mágica? Será que veremos alguma espécie de milagre?”
“Darão cabo da obra num só dia?”
Sarcasticamente, Sambalate faz a quarta pergunta no verso 2:
...Darão cabo da obra num só dia?...
- Ele questiona a organização dos judeus.
Foi como dizer: “Vocês precisarão terminar esse projeto em um dia porque o plano de vocês não durará por muito tempo! Vocês não resistirão muito tempo nesse frio – vocês vão morrer congelados. Vocês não se prepararam para um longo inverno.”
“Renascerão, acaso, dos montões de pó as pedras que foram queimadas?”
A última pergunta da zombaria está no verso 2:
...Renascerão, acaso, dos montões de pó as pedras que foram queimadas?
- Ele questiona a habilidade dos judeus.
“Eles não têm a habilidade para ressuscitar esses muros de meio de uma pilha de pedras de um século. Nunca vai funcionar. Jamais conseguirão.”
Daí, esse outro homem chamado Tobias que estava próximo adicionou seu espinho no verso 3:
...Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derribará o seu muro de pedra.
Eles riram, riram e riram.
O povo de Deus sofreu gargalhadas dos outros por causa da sua:
- Força;
- Inteligência;
- Fé;
- Organização; e
- Habilidade.
Warren Wiersbe escreveu em seu livro Seja Determinado:
Algumas pessoas, que conseguem permanecer firmes até mesmo quando alvejadas com tiros, irão desabar quando se tornarem motivos de risadas.
O dragão vermelho simplesmente observou e esperou.
“Vocês não têm a habilidade para criar filhos piedosos. Você não tem a força para viver para Cristo. Você não tem inteligência para se defender diante da sabedoria do mundo. Você não tem fé para terminar sua obra para Deus. Quem vocês pensam que são, ‘povinho’ fraco?” Será que o dragão vermelho andou lançando sua isca da zombaria na sua vida recentemente?
Podemos imaginar como essa isca do ridículo foi poderosa sobre o povo de Neemias. Com certeza, isso pararia com o trabalho. Com certeza, alguém diria: “Neemias, eles estão certos. Vamos logo admitir. Não sabemos direito o que estamos fazendo. Não somos construtores. Isso é impossível!”
Três Maneiras como Neemias Evitou a Isca do Dragão
Como Neemias evitou a isca do dragão? De três formas:
O que ele não fez
- Primeiro, o que ele não fez – retaliou!
“É mesmo, Tobias?! Uma raposinha poderia derrubar esse muro. Bom, venha cá, então, dá um empurrão aqui, seu magrelo, e tente derrubar você mesmo!” Não houve nada disso da parte Neemias. Retaliação nunca constrói muralhas.
O que ele fez
- Segundo, o que ele fez – orou!
Note a oração de Neemias no verso 4:
Ouve, ó nosso Deus, pois estamos sendo desprezados...
Neemias orou a Deus dizendo: “As palavras deles realmente me atingiram.”
Ouve, ó Deus...
Em outras palavra, “Senhor, tu tens escutado e ouvido o que eles têm dito?”
Será que Neemias foi pego de surpresa? Não. Mas, mesmo assim, essas palavras o atingiram.
Ele ainda não terminou de orar. Veja os versos 4 e 5:
...caia o seu opróbrio sobre a cabeça deles, e faze que sejam despojo numa terra de cativeiro. Não lhes encubras a iniqüidade, e não se risque de diante de ti o seu pecado, pois te provocaram à ira, na presença dos que edificavam.
Precisamos entender que essa oração pertence ao período da Antiga Aliança. Não oramos dessa maneira na Nova Aliança; ou pelo menos não deveríamos orar a Deus pedindo que as pessoas jamais sejam perdoadas. A Antiga Aliança era baseada na Lei e a Lei era baseada na retaliação.
Odiar Jerusalém significava odiar a Deus. Um inimigo de Jerusalém era inimigo de Deus. O santo do Antigo Testamento orava pedindo que Deus vingasse seus inimigos por amor do caráter e glória de Deus e por amor à cidade santa.
Neemias não disse nada aos seus zombadores – ele disse tudo ao Mestre. E ele esperava plenamente que seu Mestre cuidasse dos seus zombadores, pois a vingança pertence a Deus.
Ele não retaliou. Ele orou.
O que ele fez em seguida
- Terceiro, o que ele fez em seguida – continuou trabalhando.
Veja o verso 6:
Assim, edificamos o muro, e todo o muro se fechou até a metade de sua altura; porque o povo tinha ânimo para trabalhar.
Palavras podem até ferir, mas elas não podem nos impedir de continuar fazendo a obra do Senhor. Que possamos nós, assim como Neemias, evitar a isca poderosa do dragão vermelho chamada zombaria e continuar construindo as muralhas da vida e servir para a glória e honra de nosso Deus!
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 09/04/2000
© Copyright 2000 Stephen Davey
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