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Fique!

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參考: Philippians 1–4

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Avançando—Parte 5

Filipenses 1.23

Introdução

Conforme os anos passam e fazem história e novos anos começam, o que mais me chama a atenção é a lista de pessoas famosas que morreram no ano anterior. Revistas e jornais geralmente trazem essa lista, a qual inclui empresários, atores, jogadores e outras pessoas que, de alguma forma, impactaram o mundo.

Assim como um homem chamado Edmund Abel. Você provavelmente jamais ouviu esse nome antes, mas ele foi o engenheiro que inventou e projetou a cafeteira. A nova máquina revolucionou a forma de se fazer café, e foi lançada nos Estados Unidos em 1972 com o nome Mr. Coffee. No primeiro ano apenas, a empresa lucrou 150 milhões de dólares.

Já que seu projeto foi um contrato, Edmund nunca viu muito do lucro. Na verdade, sua paixão era construir barcos. De fato, quando morreu aos 92 anos de idade, ele estava fazendo o casco para um barco dentro de sua sala de estar. Pouco tempo antes, ele disse aos repórteres que o segredo para uma vida longa era comer bastante toranja e nunca tomar café.

Outro nome na lista de falecidos foi Dayuma—uma mulher da tribo Auca que veio à fé e se tornou o contato para Elizabeth Elliot e Rachel Saint alcançarem a tribo inteira para Cristo. Fico apenas imaginando sua recompensa ao se encontrar com o Salvador pessoalmente.

A verdade é que a maioria das pessoas fica, secreta e honestamente, perturbada, na melhor das hipóteses, ou amedrontada, na pior das hipóteses, com a ideia de morrer, principalmente porque sabem que algo provavelmente acontecerá após a morte.

Conforme um autor escreveu, a morte paira como um inimigo terrível. Francis Bacon, o famoso estadista que viveu mais de um século atrás, disse que os “homens temem a morte como crianças temem o escuro.” Com base nas Escrituras, sabemos que, no fundo do coração de cada ser humano, está o conhecimento de um Criador. Apesar de tentarem sufocar a verdade (Romanos 1), a lei de Deus está gravada em seus corações e sua consciência os acusa ou defende (Romanos 2). O pecador sabe, intuitivamente, que haverá algum tipo de prestação de contas do outro lado. Samuel Johnson, um escritor famoso do século dezoito, testemunhou a morte de um de seus amigos e depois escreveu: “Diante da cena desse conflito final, senti a sensação que jamais tivera antes... uma confusão de sentimentos... um terror sombrio sem nome.”

Os atores de cinema Jack Nicholson e Morgan Freeman fizeram o papel de dois homens doentes em estado terminal no filme Antes de Partir, lançado em 2007. Nessa condição terminal, eles decidem fazer várias coisas antes de morrer. Quando entrevistado depois por uma revista, Jack Nicholson admitiu o seguinte: “Eu costumava viver com muita liberdade. A mantra na minha geração era ‘Seja o homem que você quiser, escolha as regras que bem desejar.’ Assumirei a culpa; pagarei o preço; cumprirei minha pena. Escolho fazer as coisas do meu jeito.” Um pouco mais adiante na entrevista, ele adicionou: “Todos nós queremos viver para sempre, não é? Todos chegam até aquela parede, mas ninguém sabe o que está do outro lado... é por isso que tanto tememos a morte.”

Sem nem perceber, esses homens personificaram a verdade das Escrituras que afirmam que os filhos da incredulidade estão, pelo pavor da morte... sujeitos à escravidão por toda a vida (Hebreus 2.14–15).

Enquanto lia essa lista de falecidos—muitos atletas, políticos, escritores, atores e atrizes, celebridades da mídia, filósofos, inventores, empresários—fiquei me perguntando quantos deles deitaram no seu leito de morte e pensaram: “Estou prestes a morrer e não consigo esperar por isso... o que me aguarda será muito melhor do que a vida que vivi até agora.”

Esse, contudo, pode ser o testemunho de cada crente. Sabemos, pelas Escrituras, o que existe do outro lado. Vemos exatamente esse tipo de confiança na carta de Paulo aos Filipenses.

Volte à declaração sobre vida e morte que vimos no nosso último estudo e começamos a explorar. Comece em Filipenses 1.21:

Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.

O que Paulo fará em seguida é nos explicar seu raciocínio ao invés de simplesmente dar sua opinião; ele nos mostra a lista dos prós e contras sobre a vida e a morte.

Você já fez isso para tomar uma decisão importante? Eu e minha esposa fazemos isso, quer mentalmente ou em um pedaço de papel com duas colunas: de um lado, estavam os prós; do outro, os contras.

Em nosso estudo anterior, vimos a lista que Paulo fornece para viver. Existem três prós. Primeiro, ele deseja multiplicar o fruto espiritual. O verso 22 diz: Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ele deseja que sua vida produza mais fruto espiritual, duradouro e eterno.

Segundo, ele deseja encorajar crescimento espiritual em outros crentes. Os versos 24 e 25 dizem: Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne. E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei com todos vós, para o vosso progresso e gozo da fé.

Em terceiro, Paulo diz que quer viver para engrandecer Jesus Cristo. Ele diz no verso 26: a fim de que aumente, quanto a mim, o motivo de vos gloriardes em Cristo Jesus, pela minha presença, de novo, convosco.

No fim, a vida de Paulo girava em torno de frutos espirituais, encorajamento espiritual e na glorificação de Jesus Cristo.

No meio dessa lista de motivos para viver, Paulo insere um motivo para morrer. Contudo, antes de observarmos essa razão para morrer, quero que você note a batalha no coração, mente e espírito do apóstolo. Obviamente, ele não tem medo de morrer, mas tem interesse em continuar vivendo. Continue a leitura no verso 23:

Ora, de um e outro lado, estou constrangido...

O verbo traduzido como constrangido é o grego synechomai, usado no Novo Testamento para o ato de ser espremido em ambos os lados. Ele aparece, por exemplo, para descrever as multidões apertando o Senhor em Lucas 8.45: Mestre, as multidões te apertam.

Paulo também emprega esse verbo para falar que seu amor a Cristo é a força que pressiona, compele, constrange e que governa nossas vidas (2 Coríntios 5.14).

No mundo antigo, o verbete era usado para falar de um viajante passando por um caminho estreito com rocha em ambos os lados de forma a apertá-lo e não poder se virar ou manobrar. O verbo nos dá a ideia de uma pessoa presa entre a cruz e o punhal.

Paulo diz, com efeito: “Por um lado, desejo viver; por outro lado, quero morrer—estou sendo constrangido, apertado em ambas as direções, tendo o desejo de partir e estar com Cristo.”

Paulo emprega uma palavra forte traduzida como tendo desejo. É o termo epithymia, que se refere a um anseio ardente. Ele geralmente aparece num contexto negativo.

No Novo Testamento, ela tem conotações sexuais, usada para descrever a lascívia por coisas proibidas. Paulo a emprega para falar da concupiscência da carne em Gálatas 5.16. Mas o vocábulo também era usado em contextos positivos. O próprio Paulo escreve aos tessalonicenses e lhes fala de como está desejoso de vê-los (1 Tessalonicenses 2.17).

Isso no fornece mais informação sobre esse homem: ele era emotivo e fervoroso. Paulo era o teólogo mais resoluto, perseverante e inteligente, mas, ao mesmo tempo, ele era gentil e tinha uma sensibilidade emocional; cada fibra de seu corpo manifestava aspectos emocionais.

A questão é a seguinte: entendemos por que Paulo deseja continuar vivo—multiplicar os frutos espirituais, encorajar crescimento nos crentes e engrandecer Cristo. Contudo, por que Paulo desejaria de forma tão emotiva, ardente e fervorosa partir por meio da morte? A verdade é que podemos entende-lo de forma errada, caso não exploremos mais seu raciocínio sobre a morte.

Nesse parágrafo, Paulo nos fornece três razões para viver; agora, ele nos fornece três verdades sobre a morte.

  • A primeira verdade é: a morte é uma partida espiritual.

Veja o verso 23 novamente:

Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir...

A palavra que Paulo escolhe para partir está carregada de conotações emocionais e suscita uma imagem na mente. É o verbo analyo, bastante comum nos dias de Paulo e usado em pelo menos cinco contextos diferentes—algo que ajuda a esclarecer nosso estudo.

A palavra era usada por um soldado e seus companheiros ao desmontarem acampamento, ou seja, ao guardar suas tendas e partirem para outro lugar. A ideia era a de que os soldados partiam de um posto militar para outro.

Achei bastante interessante uma ilustração contada por William Barclay muitos anos atrás sobre a Força Aérea Britânica. Muitos pilotos sacrificaram suas vidas pela Grã-Bretanha durante os bombardeios de Hitler. Quando um piloto era derrubado e sua morte confirmada, os militares jamais falavam que ele tinha sido morto, mas que havia sido “transferido para outro posto miliar.”

Paulo diz, com efeito: “Estou ansioso para desmontar o acampamento e partir deste campo de batalha e entrar no descanso celestial na presença de Cristo.”

O verbo também falava de um viajante a bordo de um navio que soltava as cordas que o seguravam no porto. O navio estava pronto para partir e navegar.

Talvez Paulo tivesse essa nuança em mente—sua morte vindoura faria nada mais do que afrouxar as cordas que o seguravam ao porto desta terra, permitindo-lhe navegar para o céu.

Paulo estava pronto para soltar as cordas e navegar para o porto do céu.

O fazendeiro usava o verbo ao remover o fardo do jugo de seu boi após o animal ter passado um longo dia arando, puxando, suando e se esforçando.

Paulo talvez desejasse ser aliviado do jugo de arar e limpar os campos; sem dúvida alguma, ele já estava cansado e sobrecarregado. Paulo queria ir para o céu. Seu desejo era que o Senhor do Arado removesse seu jugo e o recebesse no lar.

O verbo ainda era usado no contexto acadêmico para se referir ao ato de resolver um problema. Quando ele era resolvido, as pessoas diziam que o problema tinha partido.

Que verdade maravilhosa sobre a morte para o crente. A morte é o fim dos problemas, é a partida de todo problema e o começo de soluções infinitas.

Por fim, a palavra também se referia a um prisioneiro ou escravo que era libertado. O juiz deixava essa pessoa partir; sua sentença foi revogada; seu status social mudado; suas algemas removidas. Ele estava livre para ir embora.

Paulo não enxergava sua morte como um momento de extermínio, mas como um momento de emancipação. As cadeias da carne mortal cairiam e seu espírito voaria para se encontrar com seu Senhor.

Paulo diz e nós, que conhecemos o Senhor, podemos dizer junto com ele:

  • Estou pronto para me livrar desse fardo.
  • Estou pronto para deixar de lado minhas cadeias.
  • Estou pronto para desmontar o acampamento da minha tenda mortal.
  • Estou pronto para trocar meus problemas por soluções.
  • Estou pronto para erguer a âncora e navegar para o Porto Celestial.

Para nós, os que cremos, nosso espírito sobe para estar com o Senhor. O corpo retorna ao pó, mas será ressuscitado, glorificado e reunido com o espírito por ocasião do arrebatamento da igreja.

Aqui está a verdade sobre a morte: ela é uma partida espiritual.

Mas isso não é tudo.

  • A segunda verdade sobre a morte é a seguinte: a morte é uma chegada literal.

Veja o verso 23:

Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo...

A revelação de Deus sobre a morte por meio desta carta de Paulo destrói, na verdade, muitas concepções falsas e antibíblicas.

  • O ensino falso do sono da alma ou limbo.

O Novo Testamento emprega o sono como uma metáfora para a morte a fim de retratar o indivíduo como livre das preocupações da vida. A Bíblia em momento algum deseja ensinar que a alma dorme literalmente em algum estado de limbo, confinada sob maldição a vaguear pelo planeta até a consumação dos séculos.

Se isso fosse verdade, Paulo teria escrito: “Tenho muito desejo de morrer porque, daí, minha alma dormirá e entrará num estado de limbo.” Diferente disso, ele escreve: tendo o desejo de partir e estar com Cristo.

A alma não fica vagueando de forma mística e fantasmagórica, nem num sono transitório que barra a alma de ser unida com Cristo imediatamente.

  • O texto também apoia outras passagens que destroem o ensino herético do purgatório.

Se o purgatório fosse uma realidade, então, quando Paulo diz que ao morrer estará com Cristo, ele sugere que Cristo está no purgatório também. Ele afirma que, quando morrer, estará com Cristo. Contudo, Jesus não está sofrendo nas chamas do purgatório. Além disso, note a última frase no verso 23: o que é incomparavelmente melhor.

Você acha que Paulo escreve: “Estou ansioso demais para ir para o purgatório, o que é incomparavelmente melhor?”

Não existe nem sequer uma faísca de evidência bíblica para a existência do purgatório. Essa é uma crença religiosa fabricada por homens que se encaixa bem com o esquema doutrinário Católico de se conquistar a salvação. O pecador, literalmente, realiza obras para conseguir entrada no céu.

Se isso é verdade, não há alegria alguma na morte; por que Paulo estaria animado para morrer, se a morte fosse apenas uma porta para mais sofrimento?

As Escrituras ensinam claramente que, quando o crente morre, ele deixa o corpo para estar imediatamente com o Senhor, assim como o ladrão pendurado na cruz ao lado de Cristo e a quem Jesus prometeu em Lucas 23.43: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. Jesus não disse “amanhã, daqui um ano depois que você tiver queimado seus pecados no purgatório,” mas hoje estarás comigo no paraíso.

No livro de Apocalipse, durante a Tribulação, o passeio de João pelo céu nos mostra que os crentes martirizados estão plenamente conscientes e na presença do trono de Deus (Apocalipse 6.9–11).

Logo antes de Estêvão morrer em Atos 7.59, sendo apedrejado por aquela gangue, ele disse: Senhor Jesus, recebe meu espírito. Ele não orou: “Senhor, proteja-me das chamas do purgatório; Senhor, por favor, não deixe minha alma no limbo.”

O apóstolo Paulo escreveu em 2 Coríntios 5.8:

Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor.

Ou seja, ao morrermos, nosso espírito deixa o corpo e entra imediatamente na presença do Senhor; não após vários anos de sofrimento nas chamas do purgatório, nem vagueando pelo planeta assombrando seus parentes, apesar de isso parecer algo até interessante.

Veja bem: a distância entre céu e inferno não é medida em anos ou quilômetros, mas em fração de segundo.

O motivo por que Paulo escreveu em Filipenses 1 que a morte era muito melhor é que a morte é não somente uma partida espiritual, mas é também uma chegada literal.

Já estive ao lado do leito de morte de muitos crentes no decorrer dos anos que deram seu último suspiro de vida. Nós, que ficamos vivos ao lado do leito de um ente querido crente que faleceu, dizemos com lágrimas: “Ele se foi.” Da perspectiva do céu, as hostes celestiais dizem: “Aí vem ele!”

Nós pranteamos, e não há nada de errado com isso—ela nos deixou! O céu canta—como deve: “Ela se juntou a nós!”

Aí vai ele... aí vem ele!

A morte é não somente uma partida espiritual, mas é também uma chegada literal.

E à luz do fato de Paulo haver passeado no céu durante seu treinamento particular pelo Espírito Santo, não conseguimos imaginar como ele ansiava retornar para a casa do Pai. É de se esperar que ele escreveria: o que é incomparavelmente melhor!

A morte não é apenas uma partida, mas é também uma chegada.

Um comentarista mencionou o epitáfio que viu no cemitério ao lado de uma igreja. O nome do falecido era Jonathan Pease. Logo abaixo de seu nome havia um poema que dizia:

Sob as folhas, sob as árvores,
aqui jaz o corpo de Jonathan Pease.
Não Jonathan, mas apenas seu casco está,
pois para Deus se foi a viver no celeste lar.

Isso é boa teologia.

Podemos ainda fazer uma terceira observação sobre a morte a partir do verso 23. A morte é não somente uma partida espiritual e uma chegada literal.

  • Terceiro: a morte é também uma conexão eternal.

O verso 23 ainda diz:

Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.

Anseio, desejo ardentemente partir e estar com Cristo. Três motivos para viver e perseverar; três motivos para aceitar a morte e terminar a luta, algo que Paulo diz ser incomparavelmente melhor.

Isso me leva a destacar algo especialmente profundo no relacionamento de Paulo com Cristo. Havia três razões para viver e três razões para morrer—veja que nenhum lado ganhou; temos um empate! Três benefícios de viver e três benefícios de morrer.

Três contra três; houve um empate no coração e na mente de Paulo—ele admite que está entre a cruz e o punhal quanto a essa decisão.

Contudo, existe uma maneira de desempatar esse jogo. O desempate vem com o Mestre de Paulo. O apóstolo começou a carta dizendo que era escravo de Cristo Jesus: “Farei o que meu Senhor mandar; o voto minerva é dEle; Ele decidirá se continuarei aqui ou se minha contribuição chegou ao fim.”

Deixe-me resumir com dois princípios o que observamos na atitude e espírito de Paulo.

  • Primeiro, Paulo conseguiu viver plenamente porque estava pronto para morrer a qualquer momento.

Meu amigo, a verdade é que você não está preparado para viver de fato até que esteja pronto para morrer.

  • Paulo estava disposto a ficar porque seu Senhor tinha a última palavra.

O que o motiva a permanecer onde está agora? Será que o voto minerva pertence ao Mestre quanto às suas maiores decisões, empreendimentos na vida, mudanças de emprego e de direção? Você escreveu no papel os prós e os contras de alguma decisão, mas onde Cristo se encaixa nisso tudo? Paulo deu ao Senhor o direito ao voto final, o direito de escolher.

Agora, não me entenda mal. O seu Senhor e Mestre tem o direito de escolher quer você Lhe dê ou não esse direito. Contudo, quando você entrega espontaneamente esse direito em Suas mãos—quando você reconhece que o direito é dEle e se coloca nas Suas mãos—daí, você começará a viver de fato, e estará, verdadeiramente, pronto para morrer.

Para alguém como Paulo cuja mente e coração queriam sempre partir, imagine como deve ter sido difícil ser direcionado a ficar.

No último Natal, li um livreto intitulado Lições de Um Cão-Guarda de Ovelhas. O autor é Phillip Keller, ex-fazendeiro e pastor de ovelhas. Nesse livro, ele fala sobre uma cadela que levou para sua fazendo e treinou. Ela era muito inteligente e logo aprendeu seus comandos: “Venha, esquerda, direita, sente, fique, deite.” A cachorrinha Lass aprendeu muito rápido.

Phillip Keller escreve:

Um dos aspectos mais interessantes de nossa amizade era sua profunda devoção a mim. Ela se tornou praticamente minha sombra. Para onde eu ia, ela ia. Minha presença parecia ser sua paz e seu prazer.

Provavelmente por esse motivo, o comando mais difícil de obedecer era quando eu dizia: “Fique.” Às vezes, eu dava esse comando para guardar alguns carneiros desobedientes enquanto eu fazia outra coisa. Era algo terrível para ela me ver sumindo de vista.

Essa palavra bem clara—“Fique”—significava que deveria permanecer inerte onde quer que estivesse. Numa fazenda de ovelhas, parte do trabalho e sucesso envolve conduzi-las de um pasto a outro e separar ovelhas, carneiros e cordeiros. Talvez significasse que ela deveria guardar o portão, ou manter encurralado um grupo de ovelhas enquanto eu cuidava dos cordeiros. Mas, se eu sumisse de vista, a cadela ficava perturbada; ela tinha certeza de que havia sido esquecida. Então, ela começava a se mexer e, finalmente, saía à minha procura. As ovelhas se espalhavam, o trabalho era desfeito. Mandar Lass ficar era quase que pedir demais.

Em seguida, Keller faz uma aplicação com essa experiência:

Deus usou esse cenário para me ensinar um princípio muito importante: devo ser perseverante e fiel onde quer que Ele me colocar. Esses geralmente são tempos difíceis e tentadores—ficamos inquietos, pensamos até que fomos esquecidos por Deus [quando Sua ordem é simplesmente: “Fique!”]. Qualquer um de nós pode agir como herói e até de forma ousada em momentos de grande entusiasmo. Mas ficar exige muito mais fé perseverante em nosso Pai—ficar ali e realizar fielmente a tarefa diária que Deus colocou em nossas vidas, fazer a nossa parte e ser alguém a quem Deus pode confiar uma obra, mesmo que isso signifique “ficar.”

Mesmo quando significa que Deus está fora de nossa vista.

Talvez o comando de Deus para você hoje seja, “Fique!” Fique em sua tarefa, nesse casamento complicado, nessa obra difícil, nesse trabalho cansativo, nessa casa ou apartamento velho, onde você se encontra neste momento.

Fique.

É impossível não pensar em nosso grande exemplo:

  • Angustiado em Sua humanidade diante do sofrimento vindouro e da crueldade da cruz—rejeição por Seu próprio povo e abandono pelos discípulos; angustiado em Sua divindade pela separação vindoura de Seu Pai ao carregar em Seu corpo os nossos pecados, ao se tornar pecado por nós, Ele que não conheceu pecado;
  • E ali no Jardim, angustiado em Sua humanidade e divindade, o Salvador clama ao Seu Pai e pergunta: “Existe outra saída, outro rumo que posso tomar?” E Seu Pai respondeu, dizendo: “Fique.”

Paulo, encarando tristezas e pressões inferiores, mas ainda um grande exemplo ao ter sofrido e apanhado muitas vezes, apedrejado quase à morte, naufragado, aprisionado e abandonado enquanto escreve esta carta: “Senhor, será muito melhor se eu for logo para meu lar.” E o Senhor respondeu, com efeito: “Fique.”

Sim, Senhor... ficarei. Enquanto isso, o lema de minha vida continuará sendo:

Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 04/01/2015

© Copyright 2015 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

 

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