website tracking softwareweb statistics
Vivendo Contrário à Nossa Natureza

Vivendo Contrário à Nossa Natureza

參考: Philippians 1–4

Vivendo Contrário à Nossa Natureza

Humildade—Parte 2

Filipenses 2.2–4

Introdução

Em nosso estudo anterior, começamos uma minissérie sobre humildade. Essa é uma virtude rara; ninguém pode entrar na família de Deus sem condescender em humildade, sem reconhecer que não há nada em nós digno de ser salvo, de que não há nada em nós capaz de conquistar nossa salvação (Efésios 2.8–9). Afirmar essas declarações já exige humildade de nossa parte.

Veja bem: a atitude de presunção, pensar demais sobre si mesmo—que é o caminho para o inferno, essa perspectiva arrogante sobre si que destrói relacionamentos de diversas formas—não é nenhum problema novo.

Se voltássemos aos dias do apóstolo Paulo, veríamos que a perspectiva romana sobre o “eu” era bastante semelhante à de nossos dias—eles encorajavam e aplaudiam a atitude da pessoa que desejava conseguir prestígio social; quaisquer meios para alcançar esse objetivo eram incentivados. Tudo girava em torno de desenvolver uma perspectiva elevada sobre si mesmo.

Isso pode ser visto claramente nas palavras de um dos escritores romanos mais famosos da época de Paulo, o qual afirmou que a população do Império Romano estava escravizada pelo desejo por fama.

Paulo sabia que nada seria tão tremendamente devastador à igreja quanto pessoas com uma perspectiva presunçosa sobre si mesmas, pessoas com planos egoístas e orgulhosas em busca de posição e proeminência. E ele também sabia que não havia algo tão encorajador quanto a humildade—uma pessoa humilde com um coração de servo.

Em Filipenses 2, Paulo começa uma discussão sobre o assunto. Conforme vimos no nosso último encontro, Paulo diz no verso 1: “É o seguinte: se isso, e isso e aquilo é verdade, então algo deve acontecer como resultado.” Parafraseando, o verso 1 diz:

  • Se existe alguma exortação em Cristo—e eu sei que existe;
  • Se existe alguma consolação de amor—e eu sei que existe;
  • Se existe alguma comunhão do Espírito—e eu sei que existe;
  • E se existe algum sentimento entranhado e misericórdia—e eu sei que existe;
  • Então, completem a minha alegria pensando a mesma coisa.

Agora, por que Paulo mandaria a igreja de Filipos permanecer unida? Essa era uma igreja maravilhosa. Muitos estudiosos acreditam que a igreja filipense já estava começando a se dividir e essa carta de Paulo busca tratar do assunto um pouco mais adiante especificamente. Isso significa que:

  • Apesar de a igreja de Filipos apoiar Paulo de forma incrível;
  • Apesar de eles serem motivo de grande alegria ao apóstolo todas as vezes que ele orava pelos filipenses;
  • Apesar de eles entenderem o valor do Evangelho;
  • Eles ainda corriam o perigo de se dividir.

John MacArthur escreve em seu comentário de Filipenses sobre esse alerta de Paulo:

A igreja de Filipos era, em sua maioria, teologicamente sadia, devotada, com bons princípios morais, amorosa, zelosa, corajosa, com uma vida de oração e generosa. Mesmo assim, ela corria o perigo da discórdia que frequentemente é gerada por apenas algumas pessoas. Esses alvoroçadores podem atiçar contenção e dissensões que dividem uma congregação inteira. Agora, preste atenção no seguinte: apesar de sã doutrina, pureza moral e compromisso fervoroso ao Senhor e Sua obra serem elementos essenciais a um ministério eficaz na igreja local, eles sozinhos não podem garantir proteção contra discórdia. Então, Paulo gentilmente, mas de forma severa, implora para que os filipenses se protejam diligentemente da discórdia.

Então, Paulo escreve a essa igreja dizendo: completai a minha alegria, de forma que penseis a mesma coisa.

A propósito, penseis a mesma coisa é o verbo principal nesse verso; todas as demais ações são secundárias, apenas descrevendo o que significa “pensar a mesma coisa.”

Antes de observarmos essas coisas mais detalhadamente, preciso logo dizer que elas vão contrário à nossa natureza; ou seja, essas atitudes não brotam naturalmente. Paulo intima os filipenses—e nós—à humildade, o que é um estilo de vida desnatural. Essa é outra forma de dizer que devemos viver de forma sobrenatural, ou seja, por meio do poder e da perspectiva sobrenaturais do Espírito Santo quando nos submetemos a Ele.

Agora, como isso se manifesta na prática? Bom, primeiramente, veja o que Paulo escreve no verso 2: tenhais o mesmo amor.

  • A primeira atitude é a seguinte: amar intencionalmente.

A melhor tradução para esse verbo seria “tendo o mesmo amor.” E lembre-se: esse particípio funciona como um adjetivo que apenas caracteriza a ação principal, que é penseis a mesma coisa.

Perceba que Paulo escreveu tenhais o mesmo amor e não “amem as mesmas coisas,” e ele emprega a palavra agape para amor. Esse é o amor ligado à vontade, ao ato de decidir amar; por isso Paulo pode dar essa ordem. Esse amor não provém dos sentimentos e emoções, mas da vontade.

E realmente, João nos manda amar não de palavra nem de língua, mas de fato e de verdade (1 João 3.18). João ainda escreve que Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos (1 João 3.14).

Nós não amamos as mesmas coisas, mas compartilhamos do mesmo amor. Todos recebemos o amor de Deus através de Cristo e devemos demonstrar o mesmo tipo de amor não egoísta no relacionamento com os outros.

E veja que Paulo exige muito mais do que amarmos somente as pessoas que já nos amam. Ele não nos manda amar aqueles que nos amam; e ele também não nos manda amar somente pessoas amáveis. Nenhum de nós é amável o tempo inteiro; talvez você seja; não sei. Alguns de nós são amáveis 2, 3 dias da semana... quando estamos numa semana boa.

Somos todos como porcos-espinhos—temos algumas qualidades, mas é difícil chegar perto.

Mas agora estamos na mesma família—e viveremos juntos para sempre.

O tipo de vida que Paulo deseja que a igreja comece a viver exigirá uma mente governada pela humildade porque a humildade transborda com amor genuíno e concreto pelo próximo.

Paulo continua no verso 2 e adiciona mais uma frase que descreve o verbo principal: sejais unidos de alma, ou “sendo unidos de alma.”

  • Devemos não somente amar intencionalmente, mas, em segundo lugar, viver harmoniosamente.

Unidos de alma—essa é apenas uma palavra grega, synpsychos, que ocorre apenas aqui em Filipenses em todo Novo Testamento. Isso significa simplesmente viver harmoniosamente. Harmonia é impossível sem humildade.

Quando falamos de harmonia, pensamos numa sinfonia musical, o que acontece de ser uma boa ilustração da igreja. Talentos diferentes e instrumentos diferentes que produzem bela harmonia.

Agora, imagine se o rapaz que toca o trombone numa orquestra estiver determinado a tocar o que ele bem quiser, quando bem desejar? Imagine a moça que toca o tímpano exigindo fazer uma apresentação solo toda vez que a orquestra tocar, caso contrário, ela não tocará? Haveria apenas uma palavra para descrever esses dois músicos: desempregados.

Semelhantemente, a igreja é uma sinfonia composta por instrumentos variados, pessoas diferentes, idades diferentes, contextos singulares, habilidades variadas, cada um tocando de forma maravilhosa seu instrumento, mas, muito provavelmente, incapaz de tocar outro instrumento com a mesma habilidade. Entretanto, todos nós damos contribuições diferentes à música enquanto nos esforçamos a manter o mesmo tempo musical junto com todos os demais. Acima de tudo, nos esforçamos a manter os olhos fixos no Grande Maestro da igreja, o Senhor Jesus Cristo.

Devemos amar intencionalmente.

Devemos viver harmoniosamente.

  • Terceiro, devemos ansiar coletivamente.

Note a próxima descrição desse modo de viver sobrenatural: a última parte do verso 2 diz: tendo o mesmo sentimento. Temos o mesmo desejo, o mesmo fervor.

Se fizermos uma conexão disso com o desafio primário de Paulo no capítulo 1 de vivermos por modo digno do Evangelho (1.27), veremos que esse sentimento coletivo do capítulo 2 está ligado à ideia de viver de tal maneira a glorificar a Deus ao obedecermos a Jesus Cristo.

E qual foi o mandamento principal de Cristo à igreja? O Senhor nos deu o que chamamos de Grande Comissão, às vezes chamada de a Grande Omissão, já que a igreja em geral escolheu não obedecê-la.

Mas antes de ascender aos céus, Cristo deu uma ordem aos Seus seguidores: fazer discípulos, batizando-os e ensinando-os a obedecer àquilo que Cristo ordenou (Mateus 28 e Atos 1). Esse é o propósito principal da igreja e do crente na terra. Somos testemunhas, cooperando juntos como assembleia local para glorificar a Deus por meio da obediência a Cristo. Isso significa que levamos o Evangelho ao mundo.

Veja bem: algo que o diabo adora fazer é distrair o crente e a igreja de cooperar juntos nessa empreitada global e nos levar a pensar apenas em nós mesmos. O desejo de Satanás é nos impedir de glorificar a Deus unindo-nos ao Pai, que busca adoradores que o adorarão em espírito e em verdade (João 4.23); seu desejo é fazer com que pensemos apenas em nossa situação imediata—isso sim é algo natural; não pense numa missão global—isso é algo desnatural.

A pergunta é: que tipo de sentimento sua igreja nutre—um natural ou um sobrenatural? E qual é a sua contribuição individual como crente em cooperação?

Aqui está a humildade—e ela não brota naturalmente: amar intencionalmente, viver harmoniosamente e ansiar coletivamente. É isso o que “humildade” significa.

Agora, Paulo vai ainda mais adiante e nos informa o que humildade não significa. Veja o verso 3:

Nada façais por partidarismo ou vanglória...

Nada façais por partidarismo significa não fazer nada cuja motivação é o “eu.” Será que isso é algo natural de se fazer?

A palavra partidarismo é a mesma que Paulo empregou em Filipenses 1.17 para falar sobre os que pregam por discórdia. Esse é o termo grego eritheia, o qual originalmente se referia a um trabalhador diarista—primariamente aos que cortavam e juntavam feixes de trigo—que era pago por dia. Posteriormente, com o passar do tempo, a palavra passou a se referir a pessoas que buscavam riqueza pessoal ou mesmo posições políticas com estratégias egoístas. Por fim, na época de Paulo, a palavra passou a se referir frequentemente a alguém que disputava posição e poder, alguém motivado por egoísmo e ambição pessoal.

Disputar por posição de poder—como isso é natural! Esse era Diótrefes, conforme João escreveu em 3 João, o qual gostava de exercer a primazia, sempre disputando, concatenando e manipulando as coisas para ser o primeiro na fila.

O egoísmo é um pecado que consome e destrói—ele destrói, engana, manipula e é autodestrutivo, já que a vítima primária é a pessoa que o manifesta.

Podemos entender por que Paulo alertaria a igreja contra essa atitude. Discórdia e divisão são inevitáveis quando as pessoas brigam por posição dentro da igreja, quando as pessoas focam em seus próprios planos, quando o corpo é dividido conforme desejos e planos egoístas.

Vários anos atrás, li a biografia de Jonathan Edwards, aquele famoso pastor e pregador americano que foi um dos líderes do Grande Avivamento nos anos de 1700. Essa biografia em particular incluía algumas informações sobre o casamento de Jonathan e Sarah Edwards. O título do livro é Casada com Um Homem Difícil.

Que título! Quantas esposas não adoram o título desse livro! Casada com Um Homem Difícil. Esse foi o presente que minha esposa me deu no último Natal—ainda não entendi por que.

Um dos capítulos registra o conflito na igreja que Jonathan pastoreava após a galeria ter caído. Os líderes se reuniram para organizar os assentos. Diferente de nossas igrejas hoje, as pessoas na época se sentavam sempre no mesmo lugar. Você não faz isso, faz?

Bom, no século 18, um assento era designado para você; e geralmente, os assentos eram designados conforme o quão importante a pessoa era aos olhos dos outros na igreja. Na galeria, a igreja colocava 6 pessoas por fileira no chão e apertava 9 em cada banco. O problema é que agora não tinha mais galeria; os líderes tiveram que designar assentos para todos os que perderam a fim de que pudessem participar dos cultos. O biógrafo registra a partir do diário do próprio Jonathan Edwards como os diáconos e líderes labutaram por horas e horas no mapa de assentos até que, finalmente, desenvolveram um plano que parecia ofender o menor número de pessoas possível.

Que tal essa distração? Tudo girava em torno de onde eu me sentaria.

Humildade é o contrário de egoísmo.

Agora, veja que Paulo também fala de vanglória. Essa é uma palavra composta que significa “glória vazia, promoção pessoal, vaidade.”

Paulo destaca que a vanglória é algo, em essência, vão; é a tentativa de conseguir glória, mas ela não passa de uma importância vazia e exagerada.

Uma das coisas que meu neto mais gosta é quando enchemos um balão e o damos em suas mãos—ele se acaba de rir quando solta o balão e ele sai ziguezagueando pela sala enquanto o ar sai de dentro do balão.

Essa é a ideia aqui. A vanglória é como esse balão—ele está cheio, mas, ao mesmo tempo, vazio. E, quanto maior fica do lado de fora, maior o vazio do lado de dentro. Ele simplesmente está cheio de ar.

Você deseja ter uma vida vazia? Então viva para si mesmo. Quer uma vida abundante? Então, esvazie-se de si mesmo. Todavia, isso não é natural; você tem razão. Essa atitude exigirá a presença e o poder sobrenaturais do Espírito Santo.

Paulo continua e descreve mais dois aspectos desnaturais da humildade que ajudam ainda mais a promover a unidade na igreja.

  • Primeiro, existe uma compreensão desnatural.

Veja o verso 3:

...mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.

Esse é um entendimento desnatural—as outras pessoas são mais importantes do que você! “Mas não pode ser! Sério?!”

A palavra traduzida como considerando se refere a uma conclusão decidida, e não a fingimento ou a um tratamento com sentimento de superioridade. Você, de fato, chega à conclusão de que as outras pessoas realmente são mais importantes do que você. E perceba o elemento que o conduz a essa conclusão: por humildade, que significa uma “mentalidade de inferioridade.”

Agora, não se trata aqui de alguma síndrome de autocomiseração do tipo “coitadinho de mim... não sou bom... vou comer minhocas... sou inferior.” A mentalidade que Paulo menciona aqui é aquela que não pensa em si mesmo.

Essa pessoa não pensa de forma negativa sobre si mesma, e ela também não pensa de forma positiva. Dentro do contexto da igreja, essa pessoa nem sequer pensa em si mesma. Quando pensa, ela considera as outras pessoas no corpo mais importantes do que si mesma.

Veja bem: nenhum crente deve sair pela igreja dizendo: “Sou bom em tudo isso,” nem “Não sou bom em nada.” Ambas as mentalidades prejudicam a igreja e a própria pessoa; no fundo, contudo, essas mentalidades não glorificam a Deus, nosso Criador.

Veja que a pessoa humilde considera os outros superiores a si mesmo, ou seja, o humilde não se acha melhor do que ninguém. Era esse tipo de atitude que Paulo tinha em mente quando escreveu dizendo que ele era o menor dos apóstolos (1 Coríntios 15.9) e o menor de todos os santos (Efésios 3.8). Paulo não estava se queixando, se rebaixando ou transbordando autocomiseração. Ele simplesmente tinha concluído que não era melhor do que ninguém.

Essa é uma compreensão desnatural, não é verdade? Ela removeria do corpo de Cristo toda competição, eliminaria comparações carnais, disputas por posição e fofocas; todos enxergariam o próximo como superiores a si mesmos. A expressão favorita na igreja seria: “Você primeiro.”

Dentro do corpo de Cristo, não existe nenhum chefão. Ninguém deve sair em busca de vantagem, popularidade, alguma plataforma para chamar atenção para si mesmo. Todos fazemos nossa parte conforme a regência do Maestro Divino da Orquestra.

Uma senhora idosa escreveu um artigo sobre um casamento no qual seu neto entraria com as alianças. Ele tinha 5 anos e era bem agitado, como você pode imaginar—evidentemente, ele tinha uma surpresa reservada para o evento. Ele é o motivo porque muitos de nós vamos a casamentos—queremos ver o que daminhas e pajens aprontarão.

Enfim, a vovó elaborou um plano inteligente e disse no ensaio: “É o seguinte: vou dar um prêmio para a pessoa que fizer o melhor trabalho durante o casamento—essa será a pessoa mais importante e ganhará o prêmio.” No dia seguinte ela escreveu:

Estávamos segurando nosso fôlego, mas, quando a hora chegou, o pequeno pajem fez seu papel perfeitamente. Durante a recepção, quando a sua vó lhe disse que ele tinha ganhado o prêmio, o menino ficou animado e aliviado. Ele disse: “Eu achava mesmo que ia ganhar... mas, depois que ela entrou vestida de branco e todo mundo se levantou, vi que não tinha chance.”

Imagine: uma das pessoas menos importantes na festa achou que tudo girava em torno dele. Será que somos tolos assim em nossas comparações e competições?

A unidade na humildade se baseia numa compreensão desnatural.

  • Segundo, a unidade no corpo de crentes é construída sobre uma resolução desnatural.

Veja o verso 4:

Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.

A compreensão desnatural diz: “As outras pessoas são mais importantes do que eu;” a resolução desnatural diz: “As necessidades dos outros são mais importantes do que as minhas.”

Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.

A coisa natural a se fazer é ter em vista nossas próprias coisas. O verbo traduzido como ter em vista é o grego skopeo que, neste contexto, tem a nuança de “fazer de alguma coisa seu alvo na vida.”Acordamos pela manhã e tudo gira em torno de nossos próprios interesses.

Acho interessante que o verbo skopeo é usado em palavras como “telescópio” e “microscópio.” Pegamos o nosso telescópio metafórico e olhamos nossas vidas o mais distante possível; daí, tentamos analisar o que acontecerá e nos preparamos para isso, planejamos e economizamos.

Ou pegamos o nosso microscópio e estudamos cada detalhe de nossas vidas—todos os acontecimentos, relacionamentos, problemas, questões, necessidades—e focamos nelas, falamos nelas, oramos só por elas, nos preocupamos com elas e nos desesperamos por causa delas.

A verdade é que esse tipo de uso do telescópio e do microscópio é natural. Por outro lado, Paulo escreve aqui que a humildade pega o telescópio e o aponta para as necessidade e preocupações que enxergamos na vida de outra pessoa. A humildade pega o microscópio e estuda como podemos ajudar o próximo, encorajá-lo, orar por ele e apoiá-lo.

Um pastor e escritor disse:

Por que faço o que faço na igreja, em casa e no trabalho? Será que sou movido por motivos interesseiros e egoístas, mesmo quando supostamente ajudo outras pessoas? Será que sirvo a mim, mesmo quando sirvo outras pessoas na esperança de ser percebido para que receba algum elogio e reconhecimento que penso merecer? Quer expresse isso de forma visível ou não, será que nutro ressentimento quando meu trabalho duro é ignorado ou minhas ideias rejeitadas?

De quem é o interesse que eu, no fundo, tenho em mente? O nosso mundo aplaude a promoção do eu, uma perspectiva elevada de si mesmo, ao mesmo tempo em que reduz nossa capacidade de agir em humildade, prestar contas ao próximo, e até de nos sacrificar pelo bem dos outros.

Em meus estudos, me deparei com uma lista de responsabilidades de enfermeiras datada do ano de 1887. 9 responsabilidades de enfermeiras em 1887 nos Estados Unidos incluíam:

  • Varrer e passar pano diariamente no chão da enfermaria, tirar o pó dos móveis do seu paciente e das janelas.
  • Manter uma temperatura adequada em sua enfermaria trazendo brasas suficientes para o dia durante o inverno.
  • Você precisa de luz para poder observar a condição de seu paciente. Portanto, encha suas lamparinas diariamente com querosene e limpe o pavio; lave as janelas uma vez por semana.
  • As anotações da enfermeira são importantes para ajudar o médico no seu trabalho; prepare suas canetas cuidadosamente.
  • Cada enfermeira do turno deverá chegar às 7 da manhã e sair às 8 da noite; exceto aos domingos, quando você poderá ter 2 horas de descanso.
  • Enfermeiras graduadas e que contam com a aprovação do diretor receberão uma noite de folga por semana para poder namorar, e duas noites por semana para ir à igreja regularmente.
  • Qualquer enfermeira que fuma, toma licor de qualquer tipo, faz o cabelo no salão ou frequenta bailes de dança estarão dando ao diretor motivo suficiente para suspeitar de sua integridade e intenções.
  • Cada enfermeira deverá separar parte de seu pagamento para benefício pessoal durante seus anos de declínio para que não se torne um fardo; por exemplo, se você ganha 30 dólares por mês, deverá separar 15.
  • A enfermeira que realiza sua função, serve os seus pacientes e médicos fielmente por um período de 5 anos receberá um aumento da administração do hospital equivalente a cinco centavos por dia.

Nossa reação natural é: como assim... e por que alguém desejaria ser uma enfermeira?

O Evangelho nos treina para esse tipo de humildade altruísta e autossacrificial. De fato, na mente do Espírito de Deus por meio de Paulo, é assim que servimos uns aos outros; é assim que lutamos contra as divisões, distrações, planos egoístas e orgulho na igreja—e em nossos corações.

Paulo escreve: “É assim que vivemos e servimos juntos: pensando a mesma coisa. E pensamos a mesma coisa quando fazemos o seguinte:

  • Temos o mesmo amor—ou seja, amando intencionalmente;
  • Somos unidos de espírito—ou seja, vivendo harmoniosamente;
  • Temos o mesmo sentimento—ou seja, ansiando coletivamente.

Isso nos conduz a uma compreensão desnatural—outras pessoas são mais importantes do que eu—e a uma resolução desnatural—as necessidades dos outros são mais importantes do que as minhas.

Esse será um jeito desnatural de viver, um viver sobrenatural com humildade:

  • Glorificando a Cristo;
  • Sendo uma influência para a unidade na igreja;
  • Servindo outros;
  • Pregando o Evangelho ao mundo.

Você quer uma vida vazia? Encha-se de si mesmo; quer uma vida abundante? Esvazie-se de si mesmo. Isso é viver contrário à nossa natureza, mas é a única maneira de vivermos uma vida digna de ser vivida.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 22/02/2015

© Copyright 2015 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

添加評論