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A Verdade sobre Nossas Tendências

A Verdade sobre Nossas Tendências

參考: Philippians 1–4

A Verdade sobre Nossas Tendências

Humildade—Parte 7

Filipenses 2.12–13

Introdução

O que é um paradoxo? Podemos definir “paradoxo” como duas declarações aparentemente contraditórias, mas que são igualmente verdadeiras. E o lugar que isso parece causar mais confusão é quando declarações dessa natureza ocorrem na Bíblia.

Em seu comentário em Filipenses, John MacArthur escreve palavras interessantes:

Desde os dias mais primitivos da igreja, o relacionamento entre o poder de Deus e a responsabilidade dos crentes foi um assunto debatido. A vida cristã é uma questão de confiança passiva ou de obediência ativa? É Deus quem realiza tudo, todas as obras do crente, ou será que é uma combinação de ambos? A mesma pergunta surge em relação à própria salvação. Ela é totalmente obra de Deus, ou uma parte é exigida do homem em resposta à ordem de obedecer ao Evangelho? As Escrituras enfatizam ambos; está evidente que a salvação envolve tanto a soberania de Deus como a resposta do homem. Em João 6.44, Jesus declarou: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer;” mas lemos a ordem em Atos 16.31: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo.” Está claro que a salvação é iniciada por Deus, mas ela sempre se manifesta na fé e confissão do pecador. A salvação não é por obras humanas, mas sempre por meio da fé pessoal.

John MacArthur continua e lista outras doutrinas que envolvem aparentes paradoxos:

  • Jesus Cristo é totalmente Deus e totalmente homem;
  • As Escrituras foram escritas por autores humanos, mas alegam ser a palavra inspirada de Deus;
  • O Evangelho é oferecido ao mundo inteiro, mas a salvação é aplicada apenas na vida dos eleitos;
  • Deus segura eternamente a salvação do crente, mas Deus manda o crente perseverar.

Por fim, MacArthur faz a seguinte observação: “Crentes que tentam conciliar cada doutrina segundo o raciocínio humano inevitavelmente chegam a extremos.”

No decorrer dos anos, tenho percebido que isso é verdade. Independente do assunto—profecia, eleição, livre arbítrio, métodos evangelísticos, os dons do Espírito—a verdade é que um lado da moeda pode se transformar no favorito e a pessoa no final perde o equilíbrio. E parece que isso geralmente se dá porque tentamos resolver aparentes paradoxos—tensões doutrinárias; então, acabamos enfatizando um aspecto da Palavra de Deus às custas de outro. Dessa forma, muitos dizem:

  • Nem toda porção das Escrituras é Palavra de Deus; a Bíblia apenas contém a Palavra de Deus.
  • O Evangelho não precisa ser oferecido ao mundo inteiro.
  • Evangelismo eficaz é resultado de treinamento e bom uso de técnicas.
  • Segurança eterna depende mesmo do crente; perseverança significa que você precisa se segurar.

Por mais desafiadoras que essas questões sejam para o estudante da Bíblia, existe outra doutrina que é alvo de bastante controvérsia: a doutrina da santificação—crescer na fé e na sua caminhada com Cristo. A questão é: é Deus quem nos faz crescer e caminhar na fé, ou somos nós que realizamos essas coisas? Qual dos dois é verdade?

A resposta é: ambos são verdade.

De forma resumida, podemos explicar “santificação” ou “crescimento espiritual” da seguinte forma: o crescimento do crente requer seu esforço diligente e ele jamais acontecerá sem tal esforço. Por outro lado, esse esforço diligente é capacitado pelo poder de Deus e ele jamais será uma realidade sem o agir de Deus.

É exatamente esse paradoxo que o apóstolo Paulo apresenta em sua carta aos Filipenses quando começa a aplicar a atitude humilde de Jesus ao crente e à igreja. Portanto, prepare-se para ouvir duas afirmações unânimes em Filipenses 2.12–13:

…desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.

Esse parece ser um grande paradoxo.

A pergunta permanece: nossa caminhada, crescimento e serviço cristãos dependem de nós ou de Deus? A resposta é: “sim.”

Paulo não tentará conciliar essas duas declarações aparentemente contraditórias nesse capítulo de Filipenses. A única coisa que ele faz é partir do exemplo da humildade de Cristo para a aplicação dessa humildade às nossas vidas e corações.

Imitar Cristo nesse aspecto exigirá cada centímetro de diligência de nossa parte para seguir Seu exemplo de humildade, mas exigirá também cada gota do poder da parte de Deus. Um lado da moeda não exclui o outro.

E Paulo sabe que precisaremos de mais do que um exemplo de fora; precisamos de um poder no lado de dentro. Estudamos o exemplo de Cristo; concordamos com ele, ficamos maravilhados e comovidos com ele. Mas, agora, como praticá-lo? O verso 12 começa a responder: Assim, pois.

A partícula grega usada no início do verso 12, hoste, é usada para conduzir o discurso a uma conclusão (ou aplicação) dos versos anteriores. Ou seja, o exemplo de humildade e obediência de Cristo fornecido nos versos 5 a 11 forma o alicerce primário da aplicação de Paulo.

Perceba a gentileza de Paulo com suas palavras: Assim, pois, amados meus.

Paulo age como um pastor bondoso que compreende as decepções dos crentes filipenses; ele sabe as dificuldades que enfrentam, seus medos, necessidades, e também está ciente da cultura adversária na qual o Evangelho é tudo, menos apreciado. Conforme um autor escreve: “Paulo não dá uma ordem indiferente sem se preocupar; ele amorosamente convoca os filipenses a seguir o exemplo da humildade e obediência de Cristo.”

Enquanto lia essa passagem, percebi que Paulo destaca com sabedoria os desafios que encaramos em nosso crescimento em Cristo. Na verdade, Paulo, com bastante ternura, destaca a verdade sobre as nossas tendências.

Todos nós temos certas tendências que nos atrapalham e impedem de praticar a humildade e a obediência. Então, na progressão de nosso estudo, meu esboço coloca em forma de palavras o que Paulo destaca com bastante gentileza. Ao destacar essas verdades, Paulo fornece a solução para o nosso processo de santificação enquanto crescemos em humildade e obediência.

Verdades Sobre Nossas Tendências

  • A primeira verdade que Paulo destaca aqui é que temos a tendência de nos desviar.

Veja o verso 12 novamente:

Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência..

Você percebe o que Paulo graciosamente sugere aqui? “Vocês obedeceram à minha autoridade quando estava com vocês; agora, sejam ainda mais diligentes enquanto estou longe.”

Assim como um pai ou mãe experiente, uma coisa é seus filhos obedecerem quando você está por perto; o desafio é completamente diferente quando os pais não estão vendo. Uma coisa é dividir os brinquedos e se comportar quando a mãe vê tudo; é outra coisa agir assim quando a mãe está na cozinha e não vê o que seu filho faz.

Paulo sugere aqui que esses crentes adultos de Filipos têm o mesmo problema. Tem alguém nos observando?

Na semana passada, li sobre um policial rodoviário que estava sentado dentro de sua viatura no acostamento de uma rodovia com o radar móvel apontado na direção dos carros; ele estava descansando seu braço ali sentado e os motoristas reduziam bruscamente a velocidade. Mas esse policial admitiu que, na verdade, ele não estava segurando um radar móvel, mas o secador de cabelo de sua esposa. Ele tinha esquecido o radar e pegou o secador de cabelo para inibir um pouco os motoristas.

Isso está errado! Não, na verdade, isso é algo bom. Um autor chamou isso de “a pressão da presença.” E isso é uma coisa boa. A pressão exercida pela presença nos ajuda a manter na linha e a nos lembrar quando estamos saindo da linha.

Paulo diz aos filipenses: “Vocês foram obedientes na minha presença, mas quero que obedeçam especialmente agora que a pressão da minha presença não está aí com vocês em Filipos.”

A palavra que Paulo emprega para obedecestes é um termo composto que está ligado ao ato de ouvir. Ela era usada para uma pessoa que ia atender a porta—um ato que resulta do ouvir. Em outras palavras, Paulo diz: “Vocês sempre foram diligentes em ouvir a verdade; certifiquem-se de que a obedecerão mesmo se não estou aí mandando que a obedeçam.”

Ao dizer isso, Paulo não está desmerecendo os filipenses, mas apenas destacando algo que acontece de ser verdade. E, diferente de crianças—e de motoristas que não se comportam—evidenciamos crescimento espiritual pela maneira como nos comportamos quando ninguém nos observa; ou, colocando isso de forma mais grosseira, como agimos quando sabemos que sairemos ilesos se fizermos a coisa errada.

  • Reputação baseia-se em como agimos quando as outras pessoas nos observam.
  • Santificação baseia-se em como agimos quando ninguém nos observa.

Quando amadurecemos em nossa santificação, a pressão da presença parte de uma autoridade externa—como um pai ou policial—para um Autoridade interna, a qual acontece de ser o Espírito Santo.

De forma bem prática, crescer em nossa santificação significa que estamos começando a entender e nos submeter à pressão da presença de Deus. Deus nos observa; e isso é uma coisa boa, já que temos a tendência de nos desviar.

  • Em segundo lugar, temos a tendência de relaxar.

Lemos na segunda parte do verso 12:

...porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação...

A propósito, lembre-se bem que Paulo escreve aqui para crentes. Portanto, ele não está definindo como ser salvo, mas como demonstrar a salvação. Por isso, vemos a questão do “desenvolver, desenvolvimento,” ou seja, avanço ou progresso. E Paulo manda os filipenses desenvolverem a salvação.

Lembre-se que, no decorrer do Novo Testamento, nos deparamos com três dimensões da salvação:

  • Uma dimensão passada para cada crente—a justificação. Essa é a nossa redenção e inclusão na família de Deus pela fé em Cristo somente. Esse aspecto passado foi resolvido e está seguro eternamente.
  • Existe uma dimensão futura, conforme João escreve, na qual, quer por meio da morte ou do arrebatamento, veremos Cristo face a face e seremos semelhantes a Ele em corpos glorificados perfeitos (1 João 3.2).
  • Agora, entre a dimensão passada de nosso novo nascimento e a dimensão futura de nosso estado glorificado está a dimensão presente da salvação. Podemos chamar essa dimensão de “santificação.” É exatamente a esse processo de crescimento espiritual que Paulo se refere aqui em Filipenses 2.

Talvez você já tenha ouvido essas três dimensões da salvação nas seguintes palavras:

  • A nossa salvação passada nos salvou eternamente da penalidade do pecado—Cristo carregou o nosso castigo na cruz.
  • A nossa salvação futura nos salvará eternamente da presença do pecado—não haverá mais pecado no estado eterno.
  • E a nossa salvação presente nos salva do poder do pecado—quando dizemos “não” às tentações. Esse é um processo contínuo com altos e baixos, às vezes regredindo, subindo montes e passando por vales ao longo do caminho.

Essa dimensão presente da salvação é o processo de santificação no qual o crente é desafiado a manifestar crescimento em Cristo, tendo sido redimido no passado e caminhando em direção à glorificação futura.

E Paulo desafia os filipenses a desenvolverem muito mais; ou seja, não desacelerem o progresso. E o motivo por que Paulo diz isso é o verbo traduzido como desenvolvei. Esse é o termo grego katergazomai, o qual tem a nuança de completar, fazer progresso em direção a terminar um objetivo.

E qual é o objetivo que Paulo tem em mente aqui? Dentro do contexto da aplicação, Paulo os exorta a demonstrar a humildade de Jesus Cristo e a obediência à vontade do Pai. Portanto, “Não parem, terminem esse objetivo!” O alvo é a atitude de humildade de Cristo; esse alvo será atingido quando Cristo completar Sua obra em nós ao glorificar nossos corpos por meio da ressurreição ou arrebatamento.

Mais uma vez, Paulo age como um encorajador gracioso; ele sabe que cruzar a linha de chegada é muito mais difícil do que começar a corrida:

  • Muitos crentes decidem ler a Bíblia dentro de um ano; esse é o motivo por que o livro de Gênesis é o mais lido da Bíblia.
  • As pessoas entram num programa de mestrado, mas menos da metade conclui. Terminar é complicado.
  • Outras começam aula de violino aos 8 anos de idade, mas pouquíssimos tocam o instrumento aos 38 anos de idade.

Se você quiser estudar uma ilustração dessa tendência, um ótimo exemplo se encontra no livro de Neemias, aquele líder judeu que reconstruiu as muralhas de Jerusalém que haviam permanecido em ruínas por várias gerações. Ao ler o diário de Neemias, você verá que as maiores ameaças de seus inimigos e os momentos de maior desencorajamento surgiram quando as muralhas estavam pela metade. Na metade da construção!

Talvez a tentação mais forte de desistir surge especialmente naquele momento em que você percebe como trabalhou duro, e vê que está ainda na metade. É aí que surge o desejo forte de jogar a toalha, ou simplesmente relaxar. Em seguida, após haver terminado algo para o Senhor, ter dado alguns passos de fé e perseverado em meio a uma tempestade, você ergue os olhos e vê mais uma vindo em sua direção.

A propósito, na época de Paulo, esse verbo era empregado para falar de alguém trabalhando numa minha subterrânea, garimpando em busca de pedras preciosas. Ele também se referia ao ato de trabalhar numa plantação a fim de colher a maior safra possível.

Um agricultor que protela após semear e não limpa, fertiliza nem protege sua plantação não deve esperar uma boa colheita. Um garimpeiro que é indiferente ao trabalho duro na luz precária daquela caverna jamais deveria esperar encontrar ouro, diamante ou platina.

Portanto, não desista enquanto trabalha na rotina de plantar e limpar; não pare de cavar, não importa quão rígidas sejam as condições dentro de uma caverna impiedosa.

Conforme escreveu Eugene Peterson:

Essa é uma obediência duradoura na mesma direção; isso significa perseverar. Quando o caminho da obediência se torna íngreme, difícil e até perigoso, os que apenas desejam prazer buscarão um caminho mais fácil; os turistas religiosos que caçam entretenimento, aprendizado instantâneo e emocionalismo subirão nos trens das novidades mais recentes e pegarão os atalhos mais rápidos. Contudo, esses não estarão entre os crentes no caminho longo e duro que segue as pisadas de Jesus Cristo, o qual—conforme Paulo escreve e aplica aqui—foi obediente até a morte, e morte de cruz.

A morte para o eu significa obedecer a Cristo por toda vida, esperar pela solução de todas as coisas no glorioso reino de Deus, aguardando e ainda trabalhando com humildade e obediência em direção ao alvo da glória de Deus. Esse é o significado de “santificação.”

E, assim que você dá um passo ou dois nessa direção, o inimigo em nossa carne ouve o Inimigo no inferno sussurrando em seu ouvido: “Como você é especial! Veja como você é uma raridade no corpo de Cristo. Não existem muitos crentes tão dedicados como você! Eles são limitados, mas você tem uma visão única.”

Com essa tendência em mente, Paulo parte para nos lembrar do seguinte:

  • Não somente temos a tendência de nos desviar e a tendência de relaxar, em terceiro lugar, temos a tendência de nos vangloriar.

Temos a tendência de nos gloriar, especialmente quando realizamos algo bom ou progredimos em alguma coisa.

Então, Paulo adiciona uma perspectiva que nos ajudará a não nos gloriar no processo de santificação. Veja o verso 12:

...desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor;

Essa é uma terminologia derivada do Antigo Testamento que informa que a nossa plateia é Deus. Temor e tremor é outra forma de dizer em reverência e profundo respeito pela glória e perfeição santa de Deus.

A palavra temor é o grego phobos, que significa “terror,” e a palavra tremor é tromos. A expressão temor r tremor, portanto, dá a ideia de medo reverente e santa preocupação de tratar Deus com a honra que Ele merece.

Um erudito do grego escreveu séculos atrás que essa expressão significa que trememos de ansiedade para fazer o que é reto. Simplesmente queremos fazer o certo por causa da grandeza, santidade e majestade de Deus; queremos depender dele da maneira correta.

Uma das coisas que faço em casa é trocar lâmpadas. O problema é que, às vezes, a lâmpada não desgruda do encaixe e, quando giro, o vidro acaba se separando da base da lâmpada; daí, findo com um abacaxi na mão. Por experiência própria, aprendi que não devemos tocar na base da lâmpada sem antes desligar o interruptor. Isso se eu não quiser que a luz do meu testemunho brilhe mais forte diante dos homens!

Então, desenvolvi com o passar do tempo a boa atitude de respeitar a eletricidade. Não sei você, mas eu tremo de ansiedade quando vou mexer com eletricidade—quero fazer as coisas do jeito certo. Agora, eu também gosto da eletricidade; ela revolucionou a forma como vivemos e sou profundamente grato pela descoberta da eletricidade. Contudo, não desejo me aproximar dela da maneira errada, trata-la com descaso, nem lidar com ela sem um sentimento de humildade e respeito. Ela possui mais poder invisível do que conseguimos imaginar.

Paulo nos manda desenvolver nossa salvação com esse tipo de temor, respeito e humildade diante de Deus, o qual é a nossa plateia. Ele revolucionou a forma como vivemos; temos enorme apreço por ele, mas não podemos nos aproximar de Deus ou caminhar com ele de forma desrespeitosa. Deus é muito mais poderoso do que podemos imaginar. Então, tremendo de ansiedade para vivermos da forma correta, nosso dever é desenvolver nossa salvação diante dele.

Esse tipo de atitude anula qualquer tentação de nos gloriar, não é verdade? Como ou por que alguém se gabaria no corpo de Cristo? Isso seria como mostrar o quão fortão você é enfiando o dedo na tomada da sua casa.

Desenvolva sua salvação com respeito e reverência humildes; ninguém se engrandece na presença da glória de Deus. Mas, já que essa é nossa tendência natural, Paulo deixa o recado.

Temos a tendência de nos desviar; temos a tendência de relaxar; temos a tendência de nos vangloriar.

  • Em quarto lugar, temos a tendência de roubar.

Em outras palavras, temos a tendência de assumir o crédito por algo bom que outra pessoa fez, fabricar ídolos a partir de nossas realizações.

Paulo nos lembra aqui que não devemos roubar ou reivindicar crédito e glória; por que? Veja o verso 13:

porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.

Orgulho—que é o ato de roubar crédito de Deus—já estava emergindo na igreja de Filipos. Paulo tenta cortar o mal pela raiz ao mostrar o exemplo de humildade na vida e através da vida e morte de Cristo. Mais adiante, Paulo lidará com partidarismo egoísta. E Paulo lembra os filipenses de que Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.

Então, aqui está o paradoxo: recebemos a ordem de desenvolver exteriormente nossa salvação; agora, Paulo nos diz que esse desenvolvimento exterior é resultado da obra interior de Deus. Nesse contexto de humildade, essa é a maneira de Paulo nos lembrar de que Deus somente merece o crédito porque, no fundo, é Ele quem trabalha em nós tanto o querer como o realizar. E isso é algo que nos humilha.

“Como você conseguiu esse feito?” Foi Deus através de mim. “Como você saiu com essa ideia excelente?” Deus a colocou em meu coração. “De onde veio esse desejo nobre?” De Deus.

Talvez você esteja pensando: “Ah, mas isso é jargão religioso de domingo. Você acredita mesmo nisso?” Paulo diz: “Isso não é jargão religioso não.” Por isso, ele escreveu:

logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim (Gálatas 2.20).

para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim (Colossenses 1.29).

tudo posso naquele que me fortalece (Filipenses 4.13).

Você consegue dizer isso junto com Paulo? Essa acontece de ser uma das maiores evidências de seu crescimento na santificação. Qualquer desejo bom que tenho veio de Deus; qualquer coisa boa que eu tenha feito, foi Deus quem a realizou através de mim. No fim, Deus é quem efetua.

Paulo emprega uma palavra interessante aqui traduzida como efetua; é o verbo grego energeo, do qual derivamos nosso termo “energia.” Mais uma vez, surge um paradoxo. Deus, o Infinito Capacitador, capacita o crente a fazer a Sua obra e, conforme um autor escreveu, quando o nosso serviço é energizado por Deus, nosso serviço se torna uma expressão da obra de Deus.

Portanto, aqui está a tensão:

  • Deus não fará com que você abra sua Bíblia e estude;
  • Ele não o expulsará da cama para ir para um estudo bíblico;
  • Deus não preencherá o cartão de voluntários para você servir em alguma área na igreja;
  • Deus não fará com que você economize dinheiro para dar de oferta para um missionário;
  • Deus não o forçará a testemunhar de Sua graça para o vizinho.

Sua obra em nós e por nós não elimina a nossa responsabilidade de trabalhar para ele. Mesmo assim:

  • Quando trabalhamos—é porque ele nos deu forças para fazer o certo. Isso não faz da obediência algo fácil, mas faz dela algo possível.
  • E quando desejamos agir—entendemos que esse desejo vem primeiramente de Deus.
  • E quando realizamos o serviço—é para o prazer e glória de Deus.

Assim, não roubamos o crédito, mas humildemente agradecemos a Deus pelo privilégio de trabalhar para ele, com ele e com a força dele.

Esta é a verdade sobre nossas tendências:

  • Temos a tendência de nos desviar—fique alerta!
  • Temos a tendência de relaxar—persevere!
  • Temos a tendência de nos vangloriar—tema!
  • Temos a tendência de roubar—seja grato!

Assim, servimos a Deus, na força do seu poder, e para a glória e honra do Senhor.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 12/04/2015

© Copyright 2015 Stephen Davey

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