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Satisfeito com O Segundo Lugar

Satisfeito com O Segundo Lugar

參考: Philippians 1–4

Satisfeito com O Segundo Lugar

Humildade—Parte 10

Filipenses 2.19–22

Introdução

Todo estudante jovem já aprendeu sobre a famosa contribuição de Isaac Newton, o inventor, filósofo e matemático do século dezessete. Newton fez um papel fundamental e proeminente como um dos cientistas mais influentes do mundo em todos os tempos.

Geralmente, Isaac Newton é retratado ou desenhado, até hoje, como um homem sentado debaixo de uma árvore de maçã. De repente, uma maçã cai e o atinge na cabeça, levando-o a questionar por que as coisas caem e não flutuam.

Essa é a lenda. Na realidade, Isaac Newton fez muitas descobertas nos ramos da óptica, astronomia, geometria, filosofia natural e muitas outras coisas. Suas invenções, formulações e deduções foram descobertas que transformaram a vida da humanidade.

Contudo, poucas pessoas ouviram falar de Edmund Halley, um amigo de Newton que também era cientista. A verdade é que, se não fosse por Halley, o mundo provavelmente jamais teria ouvido falar de Newton. Halley:

  • Desafiou Newton a ponderar cuidadosamente acerca de suas noções iniciais;
  • Corrigiu alguns erros matemáticos de Newton;
  • Persuadiu Newton em sua hesitação a escrever sua grande obra, Princípios Matemáticos da Filosofia Natural;
  • Editou e supervisionou a publicação dessa obra;
  • Financiou a primeira edição, apesar de Newton ter mais dinheiro do que ele.

A única razão por que sabemos de Halley é por causa do cometa que recebeu seu nome e que aparece por poucos instantes a cada 76 anos e depois some no vasto universo. Seu cometa foi visto pela última vez orbitando em torno do sol, conforme o previsto, no dia 9 de fevereiro de 1986.

Os historiadores chamam isso de o exemplo mais altruísta nos anais científicos. Newton começou imediatamente a colher os frutos da proeminência, enquanto Halley recebeu pouco crédito. Uma referência biográfica de Halley diz que ele não se importava sobre quem recebia o crédito, sua missão de vida era simplesmente avançar a causa científica.

O apóstolo Paulo está prestes a nos apresentar ao seu pupilo, um jovem que dificilmente sairá da sombra de Paulo, e ele não verá problema algum nisso. Paulo usará o jovem Timóteo como um exemplo de humildade; um homem que não se importava muito com quem receberia o crédito; sua missão na vida era simplesmente avançar a causa do Evangelho.

Enquanto continua desafiando a igreja filipense a desenvolver a atitude da humildade, Paulo nos apresenta ao exemplo do jovem Timóteo em Filipenses 2.19, destacando várias características em Timóteo que devem ser imitadas pelos filipenses.

  • Primeiro: sua devoção.

Veja Filipenses 2.19:

Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar-vos Timóteo, o mais breve possível, a fim de que eu me sinta animado também, tendo conhecimento da vossa situação.

Em outras palavras, Paulo enviará Timóteo de Roma até a igreja de Filipos para descobrir como os irmãos estão. Mas por que Timóteo? Continue no verso 20: Porque a ninguém tenho de igual sentimento.

Ou seja, não há outra pessoa em quem possa confiar para realizar essa missão da maneira como confio em Timóteo.

Talvez você saiba que Paulo passou anos investindo na vida desse jovem. O resultado final do discipulado é a reprodução. Jesus disse que, após ser treinado, o estudante se torna igual ao seu mestre (Mateus 10.25). Conforme um autor disse, no decorrer do tempo, é claro Timóteo começou a pensar como Paulo, a se relacionar com os crentes e descrentes como Paulo, a avaliar ideias, situações, modas e preocupações como Paulo, a confiar no Senhor para direção como Paulo e até mesmo a orar como Paulo.

A expressão que Paulo usa aqui traduzida como de igual sentimento é o termo grego composto isopsychos, formado pelas palavras isos, “igual,” e psychos, “alma.” Traduzida de forma mais literal, a palavra significa “de mesma alma,” ou tendo a mesma mentalidade. Paulo diz aqui que ele e Timóteo são iguais em seu fervor pela igreja.

É fácil ignorarmos o conteúdo profundo da humildade de Paulo que jaz atrás dessa declaração. Paulo era um convertido judeu—um hebreu de hebreus, um fariseu de fariseus, treinado pessoalmente na lei rabínica pelo famoso rabino Gamaliel; Paulo orava como os rabinos fieis oravam, dizendo: “Obrigado, Deus, porque não sou um gentio.”

Ainda mais discriminados do que os gentios eram pessoas de raça misturada, bebês nascidos de pai ou mãe judeu que havia abandonado sua herança e se casado com um pagão e tido um filho meio-judeu e meio-gentio.

E isso acontece de descrever exatamente o jovem Timóteo. Ele teria sido a última pessoa na terra que Paulo teria tido interesse em liderar, discipular e amar como se fosse seu próprio filho. Essa declaração nos diz que algo revolucionário aconteceu tanto na vida de Paulo, como na vida de Timóteo.

Pelas Escrituras, sabemos que Paulo e Timóteo se conheceram na primeira viagem missionária de Paulo (Atos 14). Quando Paulo pregou na cidade de Timóteo, o rapaz se converteu à fé em Cristo. Sua mãe, Eunice, era uma judia casada com um homem grego (Atos 16).

Sem dúvida alguma, logo após o nascimento do menino, ela sentiu muito pesar pelo fato de Timóteo não ter um pai piedoso. Isso fica claro pela sua atitude em assumir a função de uma típica figura paterna judaica, assim como muitas mulheres piedosas têm feito por muitas gerações. Lemos em 2 Timóteo 3 que ela e sua mãe convertida e avó de Timóteo, Loide, treinaram o menino nas Escrituras desde sua infância.

A linguagem sugere que elas o ensinaram a ler usando as Escrituras. Tudo indica que o pai de Timóteo permitiu esse tipo de instrução em sua casa, mas não deixou que o menino fosse circuncidado. Ele deve ter dito alguma coisa do tipo: “Eunice, você pode ensinar ao menino essas suas práticas religiosas do Antigo Testamento, mas ele não se transformará num judeu—ele permanecerá um grego.”

E quantos maridos desde então têm dito às suas espoas piedosas: “É o seguinte: você pode levar as crianças para a Escola Dominical e para a igreja, mas nada de fanatismo religioso. Deixe essas coisas para os domingos e depois continue com sua vida normal no decorrer da semana.”

Gostaria muito de saber mais sobre os primeiros anos de vida de Timóteo em seu lar, mas o coração de sua mãe e avó deve ter muito se alegrado ao ver Timóteo ouvindo Paulo pregar e crendo em Cristo, como elas já haviam feito anteriormente (2 Timóteo 1.5).

Agora, quando Paulo passa pela cidade de Timóteo uma segunda vez, o apóstolo fica admirado ao ver a maturidade desse jovem rapaz que já havia se destacado como um líder na sua igreja. Daí, Paulo faz o inimaginável: enquanto a igreja ainda debatia sobre questões de unidade entre judeus e gentios, ele convida Timóteo para se juntar a ele em suas viagens missionárias. Paulo adota o jovem espiritualmente e, por vários anos, eles impactam a igreja juntos. Paulo se refere a Timóteo como:

  • Meu filho no Senhor (1 Coríntios 4.17);
  • Meu verdadeiro filho na fé (1 Timóteo 1.2);
  • Meu cooperador (Romanos 16.21);
  • Meu irmão (2 Coríntios 1.1).

Timóteo se tornará a pessoa a quem Paulo recorre para resolver problemas—um solucionador de problemas. Paulo o envia a Corinto e à Macedônia para tarefas difíceis; Paulo o envia a Tessalônica e depois a Éfeso (1 Timóteo 1); e aqui lemos que Paulo enviará Timóteo de Roma a Filipos.

Timóteo é mencionado 24 vezes nas cartas de Paulo. O jovem será uma das únicas pessoas a permanecerem junto com Paulo enquanto o apóstolo fica aprisionado em Roma e é condenado à morte por Nero. Por fim, Timóteo se tornará o pastor na grande igreja de Éfeso.

Veja bem, se você tivesse vivido com os crentes do século primeiro e estivesse participando de um “junta de panelas,” conversando sobre o zelo missionário de Paulo, a conversa provavelmente incluiria o seguinte: “É, rapaz, aquele jovem Timóteo... um rapaz de casamento misto, meio-judeu, meio gentio... nem acredito no que ele se tornou. Só Paulo mesmo para ver potencial naquele rapaz! Nenhum de nós enxergou o seu potencial.”

A diferença na vida de Timóteo pela providência de Deus foi que Paulo, um homem mais velho no Senhor, investiria em um jovem que não tinha um pai espiritual.

E eu tenho testemunhado a mesma coisa em nossa igreja—homens mais novos sendo discipulados, ensinados e orientados por homens mais velhos. Um autor escreveu com transparência:

Quando eu ainda estava no ensino fundamental, meu pai viajava duas horas para ir ao trabalho. Naqueles anos importantes de minha formação, eu nunca desfrutava de uma refeição com meu pai em dia de semana. Isso deixou um vazio em minha alma e eu me perguntava às vezes: “Como eu serei um pai se eu nem mesmo tive um pai?”

Quando me aproximei dos meus 30 anos, comecei a lutar com a vida—o significado da vida; mesmo havendo confiado em Cristo e estar seguindo-O, eu ainda tinha dificuldades com o significado da vida. Até que um dia minha esposa finalmente me disse: “Olha, está óbvio que eu não posso ajuda-lo; por que você não vai conversar com o Douglas?” Isso deu início a um discipulado de 11 anos no qual Douglas, um crente mais velho, se tornou o meu mentor; nos reuníamos pelo menos uma vez por mês. Douglas me ouvia, fazia perguntas, se preocupava e orava. Naqueles 11 anos, ele me advertiu duas vezes de que estava tomando decisões erradas; quando olho de volta para esses momentos em que quase tomei a decisão errada, percebo que ele estava certo. Acima de tudo, Douglas simplesmente se fez presente... constantemente, e me animou a servir agora como pai para outros ao longo do caminho.

Paulo foi como um pai para Timóteo ao longo do caminho. Agora, ele elogia o jovem de forma incrível, sabendo que esse elogio não somente serviria de garantia para a igreja de Filipos, mas encorajaria Timóteo. Ele diz: “Eu e Timóteo compartilhamos do mesmo fervor, da mesma mentalidade, da mesma devoção.”

Paulo continua e observa outra característica na vida desse jovem que é um modelo de humildade.

  • Paulo menciona não somente sua devoção, mas, em segundo lugar, sua preocupação.

Continue no verso 20:

Porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos vossos interesses;

O advérbio sinceramente sugere que a igreja de Filipos talvez não acredite que Timóteo se importa com eles. Então, Paulo destaca: “Timóteo se preocupa, sinceramente, com os interesses de vocês.”

O verbo cuide é bem interessante, já que, um pouco mais adiante nesta mesma carta, Paulo proibirá essa atitude. Ele é traduzido como “andar ansioso,” (merimnao), “ficar preocupado.” Paulo escreve em Filipenses 4.6: não andeis ansiosos de coisa alguma. Mas, aqui, Paulo emprega o mesmo verbo para expressar o sentimento de Timóteo pelos crentes filipenses.

Agora, obviamente, existe uma diferença entre ansiedade prejudicial, carnal e que não confia em Deus e uma preocupação piedosa. A ansiedade incrédula e carnal resulta, na verdade, do orgulho quando pensamos que as coisas dependem de nós mesmos; se não nos preocuparmos com elas, nem mesmo Deus conseguirá depois resolvê-las.

Por outro lado, como destacou um erudito no Novo Testamento, existe também aquele sentimento de anseio e preocupação pessoais e profundos. Portanto, não vamos diluir esse verbo para que se transforme numa preocupação passageira.

De fato, Paulo usa a mesma palavra quando escreve aos Coríntios:

Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas.  Quem enfraquece, que também eu não enfraqueça?... (2 Coríntios 11.28–29).

Paulo diz que existe um tipo de preocupação salutar, um bom tipo de pressão; e essa preocupação não é com sua própria vida, seu mundo, sua família, seu emprego e coisas com as quais todos naturalmente se preocupam. Paulo fala aqui de pensamentos ansiosos e preocupação pela proteção espiritual, maturidade e fé da igreja. E ele se preocupa profundamente com aqueles que estão se desviando ou tentados a enfraquecer na fé. Esse é um tipo de preocupação diária do apóstolo. Essa é a mesma palavra usada aqui em referência a Timóteo.

O que Paulo e Timóteo manifestam aqui é o coração de um verdadeiro pastor. Um pastor genuíno agoniza por causa da saúde espiritual de sua congregação; ele sofre intensamente pela pressão de ver ovelhas novas protegidas, as que crescem alimentadas e servindo, e as ovelhas mais velhas produzindo o fruto maduro do Espírito de Deus.

Quando eu me reúno com os demais pastores de nossa igreja, compartilhamos a mesma pressão, a preocupação ansiosa pelo bem-estar do rebanho; uma preocupação profunda pelas ovelhas que estão enfraquecendo na fé e caindo em pecado; oramos por todas elas.

Se você é um pai ou mãe que segue a Cristo, então entenderá bem esse tipo de pressão pelo bem-estar espiritual de seus filhos. Nada se compara à preocupação agonizante por causa de um jovem que caminha em pecado, e nada se compara ao alívio agradável de saber que seus filhos caminham com o Senhor.

Esse é o coração de um pai e mãe piedoso, um professor, discipulador, mentor, pastor, presbítero, diácono e voluntário piedoso.

Essa é a devoção de Timóteo; essa é a preocupação de Timóteo.

  • Paulo destaca uma terceira característica de Timóteo: sua distinção.

Agora, Paulo menciona algo trágico no verso 21. Vamos ler os versos 20 e 21:

Porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos vossos interesses; pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus.

Agora, quando Paulo diz todos eles, ele não se refere a todos na igreja de Filipos, já que sabemos que Lucas, João Marcos e Aristarco se encontram ali (Colossenses 4.10; Filemom 24).

Paulo fala que todos eles buscam o que é seu próprio, uma frase que nos conduz de volta ao verso 4 onde Paulo descreve o oposto da humildade. E também ainda mais atrás, no capítulo 1 verso 15, onde Paulo se refere a outros pastores e líderes na igreja de Roma que proclamam a Cristo por inveja e porfia.

Em outras palavras, eles não se preocupam com o rebanho, mas com seus seguidores; eles pregam o Evangelho, mas têm inveja de Paulo a ponto de suscitar rivalidade contra Paulo; e eles pregam por ambições egoístas. Paulo também diz de forma clara no verso 17 que esses buscam suscitar tribulação às minhas cadeias. Ou seja, a única coisa que fazem é agravar o sofrimento do apóstolo.

Então, Paulo parece contrastar Timóteo com esses outros pastores e líderes da igreja de Roma. Timóteo sinceramente se preocupa com os interesses do rebanho; todos os demais se preocupam com seus seguidores. Esse é o elemento que destaca Timóteo dentre todos os demais. Para Timóteo, o ministério não gira em torno de si. Paulo sugere aqui: “Quando Timóteo for visita-los aí em Filipos, vocês não ouvirão Timóteo falando de Timóteo.”

Cientistas da universidade americana de Harvard realizaram uma pesquisa interessante com 195 pessoas sobre atividade cerebral e detectaram algo interessante que acontece no cérebro: as partes do cérebro associadas a motivação, recompensa e prazer foram estimuladas quando as pessoas falaram sobre si mesmas. O artigo resumiu o achado da seguinte forma: “Em outras palavras, amamos falar de nós mesmos porque nos sentimos bem com isso; essa atividade produz uma reação neurológica que gera um sentimento agradável.”

Esses cientistas apenas descobriram na atividade cerebral algo que já sabemos por meio da revelação bíblica: falar sobre nós mesmos é uma questão de orgulho; isso nos faz sentir melhor do que ser ignorados, algo que exige humildade.

Veja bem, o Espírito de Deus precisa realizar uma cirurgia radical em nosso cérebro; nossas mentes precisam ser transformadas e renovadas (Romanos 12.1–2). Se formos entregues às nossas próprias paixões, seremos consumidos por orgulho e ambição egocêntrica—até mesmo dentro da igreja; Paulo fala de pastores acometidos por esse mal. Dessa forma, o conteúdo das conversas dentro da igreja será o mesmo das conversas fora da igreja; seremos controlados pelo “eu,” pelo nosso mundo, nossa família, nosso trabalho e nossas próprias coisas. E encontraremos amigos dispostos a nos ouvir falar de nós mesmos; em seguida, retornamos o favor: “Estamos tendo um momento de comunhão.” Depois, ficamos nos perguntando por que existem pouquíssimos Timóteos com esse tipo de devoção, preocupação e distinção.

Leia mais uma vez esta frase: todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus.

Agora, ficamos nos perguntando: qual é o interesse de Cristo Jesus?

  • Pense em Cristo como um pastor—desejando cuidar dos outros e buscar os perdidos.
  • Pense em Cristo como um fazendeiro—espalhando a semente e cultivando uma plantação espiritual.
  • Pense em Cristo como um oleiro—transformando vidas em vasos úteis.
  • Ele se interessa por você (1 Pedro 5.7).
  • Ele se interessa pelo perdido (Lucas 19.10).
  • Ele se interessa na glória de Seu Pai (João 8.54).
  • Ele se interessa no reino vindouro (Mateus 13.45).

No que você está interessado? Você se interessa sinceramente pelos interesses de Cristo Jesus? Devemos ter a mesma atitude ou sentimento de Jesus Cristo—lembre-se de como o capítulo começou. É a atitude humilde de Jesus que O faz se interessar por nós, pelos perdidos, pela glória de Seu Pai, pelo reino vindouro que compartilharemos com Ele.

Humildade define nossa devoção, gera uma preocupação genuína e forma nossa distinção.

  • Paulo continua e apresenta mais uma característica do jovem Timóteo. Em quarto lugar, sua confiança.

Veja o verso 22: E conheceis o seu caráter provado.

Vocês sabem que Timóteo pode ser confiado. Muito provavelmente, ele estava com Paulo quando essa igreja foi fundada.

Vocês sabem do seu caráter provado. Paulo usa a palavra dokime, que se refere a algo testado e preservado; ou seja, ele passou no teste.

E a propósito, esses não precisam ser longos testes de perseverança. Nesse contexto, Timóteo provou seu caráter ao se preocupar com as outras pessoas, e isso pode se manifestar em coisas grandes e em coisas pequenas.

Paulo envia Timóteo a Filipos para resolver problemas e para encorajar a igreja. Sem dúvida alguma, essa será uma jornada longa e cansativa. A rota direta será partir de Roma pela Via Ápia e descer para o Brindizi, no litoral sudeste da Itália. Só esse trajeto já é de aproximadamente 540 km. Em seguida, ele embarcará num navio para atravessar o Mar Adriático—cerca de 150 km. De Dirráquio, ele viajaria 560 km para o oeste na Via Engácia, atravessando a Macedônia e, finalmente, chegando a Filipos.

Timóteo provavelmente celebraria seu aniversário ao longo do caminho. Essa jornada exigirá alguém de caráter testado e aprovado. E veja bem, ele precisará ser motivado pela coisa certa porque essa viagem será difícil e perigosa. Se ele não for energizado pelo amor a Cristo e à igreja, se orgulho brotar no meio do caminho, ele ficará se perguntando por que ninguém viaja para vê-lo e por que ninguém faz isso por ele e por Paulo.

Timóteo era uma pessoa de confiança e de grande humildade!

Vemos essas qualidades maravilhosas de humildade expressadas na devoção, preocupação, distinção e confiança de Timóteo.

  • Por fim, a quinta característica de Timóteo que Paulo menciona é: sua submissão.

Veja o verso 22:

E conheceis o seu caráter provado, pois serviu ao evangelho, junto comigo, como filho ao pai.

Como filho servindo a seu pai. Existe algo precioso aqui nessa terminologia. A criança sente um deleite natural de servir seu pai; ela diz: “Vou ajudar o papai.”

Essa terminologia deixa claro que esse não foi um contrato profissional frio; essa foi uma lealdade e alegria pessoais entre Timóteo e esse senhor que fez o inacreditável. O apóstolo famoso que olhou para o jovem e, estimulado pelo Espírito Santo, adotou um rapaz sem um histórico de destaque e sem um futuro promissor, tornando-se seu mentor espiritual, de maneira que agora são como pai e filho.

E veja que Paulo escreve no meio do verso que Timóteo serviu ao evangelho, junto comigo. Veja que Paulo não diz: “Ele me serviu;” as pessoas esperariam isso. Mas Paulo diz: “Ele serviu comigo.”

A preposição com é vital. Para você que lidera, as pessoas sob sua liderança não servem a você, mas servem com você. Mesmo que você seja a pessoa dando as direções, elas, no fundo, servem a Cristo, não a você.

Paulo entendeu bem isso; e Timóteo também. Mas Timóteo também entendeu—conforme Paulo escreve aqui com terminologia amorosa—que Paulo sempre seria seu pai e Timóteo sempre seria seu filho.

Eu li um estudo sobre como as pessoas pensam e se sentem no mundo dos esportes. Esse estudo fascinante realizado vários anos atrás estudou medalhistas olímpicos e descobriu por meio de entrevistas e conversas que medalhistas de bronze são tão felizes quanto medalhistas de ouro; por outro lado, medalhistas de prata não são tão felizes quanto os outros dois. Aqui está o motivo: medalhistas de prata tendem a focar em quão perto chegaram de ganhar o ouro, de forma a não ficarem satisfeitos com a prata; já os medalhistas de bronze tendem a focar em quão perto chegaram de não ganhar medalha nenhuma, de forma a ficarem felizes por terem conseguido subir ao pódio.

Eu imagino que deve ser bastante difícil ficar feliz ao lado da pessoa que ganhou o ouro; segundo lugar provavelmente exige mais humildade do que terceiro ou último.

Timóteo sempre foi o segundo homem. Mas, com base nessa biografia peculiar e até comprida de Timóteo, fica evidente que ele não tinha problema algum em ocupar o segundo lugar.

A propósito, não há evidência alguma nas Escrituras ou na tradição eclesiástica de que Timóteo tenha se casado, criado filhos e mantido um lar no qual poderia descansar até a próxima campanha missionária. Tudo indica que Timóteo dedicou sua vida inteira para servir a noiva de Cristo; ele viveu satisfeito com o segundo lugar.

Que devoção, que preocupação genuína, que confiança, que distinção de outros ao seu redor que viviam viciados no zunido de suas próprias conversas; e quanta submissão ao seu pai espiritual. Mas, por fim, quanta humildade em seguir os propósitos de Deus para sua vida.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 03/05/2015

© Copyright 2015 Stephen Davey

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