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Não Quero Nem Saber de Mortadela!

Não Quero Nem Saber de Mortadela!

參考: Philippians 1–4

Não Quero Nem Saber de Mortadela!

Mirando Mais Alto—Parte 2

Filipenses 3.4–9

Introdução

Alguns dias atrás, uma pessoa me enviou a seguinte história:

Lembro daqueles bons dias de piquenique na igreja após a Escola Dominical. Todos os sábados nos encontrávamos às 4:30 da tarde em um restaurante. As ordens eram sempre as mesmas: traga sua comida que a igreja fornecerá a bebida—um chá gelado. Talvez você tenha feito o que eu fiz uma vez: quando fui preparar meu piquenique em casa, abri a geladeira e a única coisa que encontrei foi um pedaço ressecado de mortadela e um restinho de mostarda no fim do pote. O único pão que achei para ir com a mortadela já estava meio duro. Mas, não me importei; fiz meu sanduíche de mortadela e fui para o piquenique da igreja. O dia chegou; sentei a uma mesa com várias outras pessoas; peguei meu sanduíche que havia guardado numa sacola de papel marrom e o coloquei sobre a mesa. A senhora sentada ao meu lado havia, evidentemente, passado o dia inteiro preparando sua refeição. Ela desembrulhou um frango frito, feijão, salada de maionese, pão caseiro, salada de tomate, picles e azeitonas—além de duas tortas de chocolate também caseiras. Ela colocou tudo isso sobre a mesma ao lado do meu humilde sanduíche de mortadela e mostarda. Não demorou muito para ela perceber a minha situação complicada. Daí, ela disse graciosamente: “Por que não juntamos nossa comida?”

Imagine juntar meu sanduíche de mortadela àquele banquete. Mas, com o convite da senhora, não quis nem saber do meu pão com mortadela e comi como um rei.

Quando pensamos na salvação; quando consideramos o sacrifício precioso de Cristo; quando medimos a oferta realizada pelo nosso Deus gracioso; quando pensamos nessas coisas, colocar algo sobre a mesa e oferecer isso a Deus é como desembrulhar uma mortadela ressecada e pão duro e coloca-los ao lado de um banquete abundante e suntuoso, já pago e oferecido livremente pela graça.

Paulo já advertiu severamente os crentes de Filipos contra falsos mestres judeus que desejam adicionar à graça; não é Jesus somente, lembra? Eles pregavam Jesus com um sinal de soma:

  • Jesus + a circuncisão;
  • Jesus + batismo;
  • Jesus + boas obras.

Eles confiavam na carne e Paulo não mede suas palavras ao condená-los, chamando-os de cães, obreiros maus e cerimonialistas, orgulhosos de suas cestas de piquenique e daquilo que podiam desembrulhar e oferecer a Deus.

O que Paulo faz em seguida em Filipenses 3 é convocar esses líderes religiosos para um desafio de credenciais religiosas. Ele escreve no verso 4:

Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais:

O que Paulo faz aqui é falar hipoteticamente, a fim de causar um efeito desejado. Em outras palavras, se vocês realmente desejam fazer uma competição de credenciais—uma guerra de currículos—tipo, se vocês querem comparar as coisas, então vou dizer o que trouxe para o piquenique!

Daí, Paulo menciona sete coisas que teriam lhe dado o prêmio nessa competição. Eu dividi esses sete atributos em três categorias.

  • A primeira categoria é: Paulo mostra aos falsos mestres seu pedigree.
  • circuncidado ao oitavo dia, v. 5.

Essa introdução ao seu currículo é repleta de significado. Paulo está dizendo que nasceu em um lar que honrava as Escrituras do Antigo Testamento; seus pais seguiam a lei da circuncisão para meninos judeus, conforme determinada em Levítico 12.3.

Em outras palavras, Paulo não é um prosélito gentio que havia sido circuncidado após ter se convertido ao Judaísmo; não, ele nasceu judeu e a primeira exigência da lei foi satisfeita pelos pais de Paulo.

  • Segundo, da linhagem de Israel, v. 5.

Israel foi o nome que Jacó recebeu após ele ter passado a noite lutando com Deus (Gênesis 32). Quando um judeu desejava enfatizar seu relacionamento especial com a aliança da promessa de Deus por meio de Abraão, Isaque e Jacó, ele se referia ao nome novo de Jacó:

  • Os ismaelitas traçavam sua descendência a Abraão porque Ismael foi o filho de Abraão com a serva Hagar.
  • Os edomitas traçavam sua descendência a Abraão por meio de Isaque porque Esaú, o pai da nação edomita, foi filho de Isaque e neto de Abraão.

Ismael e Esaú eram descendentes de Abraão, mas não eram recipientes das promessas da aliança que Deus deu a Jacó, posteriormente chamado Israel.

Então, Paulo diz aqui, com efeito: “Não sou apenas um descendente de Abraão, mas um descendente direito por meio de Jacó, cujo nome Deus mudou para Israel.” E ao se identificar como um israelita, Paulo destaca a pureza absoluta de seu pedigree.

Mas ainda tem mais.

  • da tribo de Benjamim, v. 5.

Ou seja, não descendo de Jacó através de alguma das 12 tribos que receberam seus nomes baseado nos 12 filhos de Israel; eu pertenço à tribo de elite—a tribo de Benjamim. Essa é outra maneira de dizer que Paulo tinha o direito de esperar um tratamento preferencial. Essa era a tribo da elite de Israel, a aristocracia da nação.

Se você estudar a história de Israel, descobrirá que Benjamim foi o filho da amada esposa de Jacó, Raquel; de todos os doze patriarcas, Benjamim foi o único que nasceu dentro da Terra Prometida (Gênesis 35.17–18). Agora, Paulo diz: “Veja o que trouxe na minha sacola de piquenique... veja as minhas credenciais.”

Mas ele só está começando.

  • Paulo adiciona no verso 5—hebreu de hebreus.

O que Paulo salienta aqui não é apenas que ele foi um menino hebreu nascido de pais hebreus, mas provavelmente o fato de ele saber falar o idioma hebraico. Milhões de judeus falavam grego e já haviam, há muito tempo, esquecido a linguagem de sua herança. Após séculos de assimilação das culturas vizinhas, os judeus adotaram o idioma, a cultura e os costumes gregos.

Por outro lado, Paulo faz seus devocionais direto das Escrituras hebraicas, e não da tradução grega—a Septuaginta. Eu paguei caro no seminário para aprender hebraico bíblico, mas meu conhecimento não seria digno nem de segurar a vela para Paulo ler a Bíblia Hebraica. E a verdade é que a maioria dos judeus da época de Paulo também não seria digna; assim como eu, eles não dominavam o hebraico.

De fato, nos dias de Neemias, um dos problemas que fazia do avivamento algo tão necessário era o fato de a nação não mais entender o idioma hebraico bem o suficiente para poder ler, traduzir e entender a Bíblia Hebraica.

Paulo diz: “Posso estudar as Escrituras no idioma que Deus originalmente comunicou.”

Isso é algo impressionante. Não havia muitos judeus nos dias de Paulo que tinham essa qualidade em seu pedigree.

Agora, Paulo pega seu currículo impressionante. A primeira categoria foi seu pedigree.

  • A segunda categoria é: a performance de Paulo.

Veja a última parte do verso 5: quanto à lei, fariseu.

Os fariseus eram os atletas olímpicos da cultura e vida santa do povo judeu. Um autor comentou que o fariseu havia atingido o ápice da experiência religiosa—os ideais mais sublimes que um judeu esperava alcançar.

O próprio nome “fariseu” significava “Os Separados.” Eles tinham apenas um alvo: observar os mínimos detalhes da lei, da cerimônia e da tradição de seu sistema religioso.

Paulo estava dentre os mais dedicados; na verdade, perceba que ele havia superado todos os demais fariseus. Veja a última parte do verso 6: quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.

Paulo não está dizendo que era perfeito, mas que jamais havia aliviado sua constante e escrupulosa observação da lei. Ou seja, quando o assunto era praticar cada tradição, cada cerimônia, cada ordenança e observação judaica, Paulo nunca tirava um dia sequer de folga.

E ele era, na verdade, também uma companhia rara, já que não havia mais de 6 mil fariseus em toda a terra de Israel. Sinceramente, não havia muitos homens judeus dispostos a viver esse tipo de vida tão dedicada.

Quando fui a Israel poucos anos atrás e visitei o Muro das Lamentações—algumas das pedras do muro datam dos dias da construção de Herodes—vi vários judeus dedicados que tinham vindo após o trabalho para ficar ali de pé por um tempo. Ali eles ficaram balançando o corpo, orando, lendo, escrevendo pequenas orações em pedaços de papel e os colocando nas fissuras daquele muro enorme.

Em seguida, entramos num prédio anexo ao Muro das Lamentações e ali dentro, de uma parede a outra, do chão ao teto, havia livros e comentários judeus sobre as tradições, história, e ensinos e orações rabínicos. Nessa sala grande do tamanho de uma biblioteca pequena, muitos homens liam, oravam; alguns estavam de pé, outros sentados, mas todos eles repetindo em voz baixa uma frase, uma oração, um cântico. Todos eles totalmente dedicados ao que faziam. Se Paulo estivesse vivendo em nossos dias na época antes de sua conversão a Cristo, sem dúvida alguma ele estaria ali e seria o rosto mais conhecido de todos.

Dentre os muitos manuscritos descobertos na região do Mar Morto, um deles fala da religião de obras da geração de Paulo—e de todas as demais gerações. Um parágrafo de um rolo diz: “Pelo espírito de retidão e de humildade seu pecado é expiado. E pela obediência de sua alma a todas as leis de Deus sua carne é purificada pela aspersão com água pura, sendo santificado pelas águas do arrependimento. Que seus passos, então, continuem firmes a fim de caminhar em perfeição.”

Essa é a religião da fé mais as obras. Essa é uma forma longa de dizer: “Venha ao banquete da graça de Deus, mas traga seu melhor sanduíche de mortadela porque você não poderá entrar no Paraíso ao menos que traga alguma coisa, não importa quão velho ou duro seja.”

Mas Paulo vai ainda mais adiante. Ele não somente declara seu pedigree e seu currículo.

  • O sétimo item na lista de Paulo forma a terceira categoria: o fervor de Paulo.

Veja o início do verso 6: quanto ao zelo, perseguidor da igreja.

Em outras palavras, eu não somente cria na minha religião; eu estava disposto a caçar qualquer um que mexesse com minha religião.

Paulo viajou centenas de quilômetros a fim de encontrar cristãos, leva-los acorrentados a Jerusalém e votar a favor de sua morte.

Mais adiante, Paulo confessará abertamente sua vergonha e dirá que perseguiu os cristãos. Ele escreveu em 1 Coríntios 15.9–10:

Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou…

E ele escreveu aos Gálatas com bastante transparência:

Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava. E, na minha nação, quanto ao judaísmo, avantajava-me a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios... (Gálatas 1.13–16).

Antes de Paulo vir à fé em Cristo, ele seria chamado em nossos dias de “extremista judeu,” um homem disposto a matar qualquer um que abandonasse o Judaísmo e seguisse um Judeu carpinteiro e criminoso, tornando-se cristão.

Essa atitude se equipara a um muçulmano jihad de hoje que confia em Jesus Cristo como seu Salvador e depois se torna um testemunho poderoso do Evangelho para seu povo; e isso, a propósito, tem acontecido em nossos dias em grande número.

Esse teria sido Paulo ao seu mundo. Por isso, os líderes judeus tentarão mata-lo, da mesma forma como o próprio Paulo participara no assassinato de Estêvão, um dos primeiros diáconos da igreja (Atos 7).

Esse foi Paulo num dado momento de sua vida; e ele tinha um grande passado. Mas, no que diz respeito a ser um judeu devoto, zeloso e fiel, Paulo era melhor do que todos os demais fariseus.

O que Paulo faz aqui ao dizer essas coisas aos crentes filipenses amados e que estão com a possibilidade de ser enganados é proclamar o Evangelho—e ele usa si mesmo como uma ilustração hipotética.

Ele está dizendo: “Veja bem, se ser bom, decente, diligente, devoto, observador da lei, dedicado ao que crê a ponto de arriscar sua vida—se isso é necessário para se ir ao céu, então eu estaria indo para o céu de primeira-classe.”

  • Sou zeloso o suficiente para matar qualquer um que discorda e mexe com minha religião.
  • Sou um fariseu fiel.
  • Sei a língua hebraica nativa.
  • Eu pertenço à tribo da elite de Israel—Benjamim.
  • Sou um descendente de Jacó.
  • Sou parente de Abraão.
  • Quando tinha oito dias de vida, já recebi a marca como membro da aliança judaica.

Se existisse algum pedestal religioso por ali, Paulo deveria ser colocado sobre ele! Ninguém tinha um troféu maior do que o de Paulo.

Um tempo atrás, eu estava numa cerimônia de formatura e um aluno ganhou premiações e reconhecimentos de vários tipos. Então, eu falei para o presidente que estava ao meu lado: “Esse rapaz vai precisar de um carrinho-de-mão quando for sair daqui!”

Jamais me esquecerei do prêmio que recebi na cerimônia de premiação do ensino médio; todos os alunos estavam presentes e essa cerimônia aconteceu uma semana antes da nossa formatura. Apesar de eu estar numa turma pequena de 50 alunos, eu sabia que não ganharia nada. Já meus colegas estavam recebendo premiações por caráter, esporte e desempenho acadêmico.

Daí, já próximo do final da cerimônia, chamaram meu nome... eu nem estava prestando atenção, mas chamaram meu nome à frente. Eu e um colega tínhamos decidido fazer aula de datilografia—uma matéria opcional. Na época, meninos não faziam datilografia; somente meninas.

Talvez você nem saiba o que é uma máquina de escrever, mas nessa matéria aprendíamos a datilografar, tanto em máquinas manuais como em eletrônicas.

Enfim, eu e meu colega decidimos fazer essa matéria—éramos os únicos meninos numa turma de 25 meninas. Mas, sem saber, eu havia datilografado melhor e mais rápido do que todas as meninas e, agora, para a minha profunda vergonha, estava recebendo o prêmio da datilografia.

Nunca superei esse vexame.

Paulo aqui nos leva ao seu escritório da religião—ele ganhou todos os prêmios. Ele disse aos gálatas que ele se avantajava a muitos fariseus de sua idade, ou seja, ele estava avançando para ser o primeiro da turma, sendo laureado uma vez após outra; ele é bom e justo, um líder dentro do mais elevado escalão de líderes.

Agora, havendo dito todas essas coisas, Paulo chega ao ponto que deseja—não olhem para o meu pedigree, para as minhas realizações, nem para o meu fervor. Olhem para o meu testemunho.

  • O testemunho pessoal de Paulo.

Veja os versos 7 e 8:

Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo

Um autor chamou isso de a matemática invertida de Paulo.

Paulo lança uma terminologia de contabilidade nessa passagem. Os termos lucro e perda realmente possuem essa conotação de lucro e perda financeiros, e eram utilizados até mesmo antes dos dias de Paulo para falar de lucro e perda nos negócios.

Ou seja, tudo o que Paulo antes considerara como lucro, agora ele soma e diz: “O total é 0!”

Jesus Cristo se tornou o único crédito de Paulo.

Mas Paulo vai ainda mais além e diz no verso 8: isto considerei perda por causa de Cristo. Ele não diz que precisa merecer Cristo, mas que simplesmente não pode confiar em sua nacionalidade, tribo, idioma, devoção religiosa e aderência às tradições do Judaísmo e, ao mesmo tempo, confiar em Cristo para salvação.

De forma simples, deixe de lado seu sanduíche de mortadela! Você não traz esse tipo de coisa à mesa e espera que Deus o inclua no cardápio da graça!

Paulo diz: “Todos os meus troféus que pensei serem importantes são, na verdade, lixo quando o assunto é ganhar Cristo como meu Salvador.”

Será que esse é o seu testemunho também? Nada—absolutamente nada—na vida importa mais do que Jesus Cristo, que você não confia em nada, mas em Cristo somente para a sua salvação?

O termo que Paulo emprega para refugo teria feito a igreja de Filipos se arrepiar. Essa é uma palavra grosseira que a versão Revista e Corrigida traduz como esterco. De fato, a palavra grega skybalon pode se referir a excremento humano, mas também a comida jogada fora de cima da mesa. Basicamente, a palavra significa tudo o que pertence ao esgoto.

Alguém pode dizer: “Paulo, você está sendo meio duro aqui; ultrapassou os limites; pense melhor.”

E Paulo prevê essa crítica; então, ele diz no verso 8: Sim, deveras considero tudo como perda. O verbo considero também é um termo de contabilidade que significa “somar tudo cuidadosamente.” Eu analisei cuidadosamente o que eu tinha para oferecer a Deus.

Na nossa analogia, Paulo diz: “Olhei bem o que eu trouxe para o piquenique. Antes eu pensava que era algo bom, mas, em comparação a Cristo, a única coisa que tenho é um pão seco com uma mortadela velha. Nada disso vale alguma coisa para a salvação; essas coisas precisam ser jogadas fora de cima da mesa, lançadas no esgoto.”

No verso 9, Paulo adiciona ao seu testemunho algo que ele aprendeu:

e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé;

Isso é o que os teólogos chamam de imputação, que significa, “depositar na conta de alguém.” Em outras palavras, Paulo olha para o livro do caixa de sua vida e reconhece que ele está falido. Em seguida, ele olha para Cristo e vê apenas perfeição. Daí, pela fé, ele crê em Cristo e Deus o Pai deposita a justiça de Cristo em sua conta falida, e transfere seu registro de pecado para a conta de Cristo, pelo qual Cristo sofreu e morreu e o qual pagou. Agora, Cristo dá ou deposita a Paulo—e a cada crente—a justiça que Ele somente pode dar.

Como recebemos essa justiça de Cristo em nossa conta? Veja o que diz o verso 9: a justiça que procede de Deus, baseada na fé. E não é:

  • Fé + cerimonialismo;
  • Fé + participar da Missa;
  • Fé + batismo nas águas;
  • Fé + devoção zelosa à sua religião;
  • Fé + guardar os 10 Mandamentos.

Veja bem, não confunda as coisas; é um objetivo sublime ser bom, justo e de boa moral. Mas, como Spurgeon colocou certa vez, “Boa moral evita que a pessoa vá para a cadeia, mas apenas Jesus Cristo protege a pessoa de ir para o inferno.”

Aqui está o Evangelho: Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie (Efésios 2.8–9).

A salvação é um presente de Deus—um presente da graça—e nós a recebemos pela fé—crendo que o presente da graça de Deus é para nós.

Paulo a recebeu e ela mudou tudo para esse ex-fariseu que havia devotado sua vida para merecer a aceitação e o favor de Deus. Em seguida, ele descobriu que a salvação não tinha nada a ver com seus troféus e premiações, mas tudo a ver com o Salvador ressurreto e o presente da graça.

Na terminologia bíblica, a graça inclui perdão de Deus que é não merecemos, conquistamos ou retribuímos.

  • Se merecemos, não é graça;
  • Se conquistamos, não é graça;
  • Se retribuímos, não é graça.

Paulo escreveu em Efésios 1.7–8:

...temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós…

Deus derramou abundantemente Sua graça sobre nós.

Gosto de pensar na graça como aquele tipo de presente que o doador mal espera para dar. Deus não dá de Sua graça com ressentimento ou relutância, mas tem prazer em derramar a graça sobre nós. E Ele faz isso todos os dias de diversas maneiras que nem sequer sabemos. Não porque nosso sanduíche de mortadela finalmente satisfez os padrões exigidos, mas porque Seu Filho satisfez esses padrões.

Presentes da graça ficam mais evidentes em aniversários, não é verdade? Apesar de seu filho não merecer aquele presente, é aniversário dele e é isso o que mais importa.

Quando damos um cartão de aniversário ou de Natal, não listamos nos cartões os méritos de nossos filhos ou parentes e escrevemos no final: “Porque você mereceu, aqui está seu presente.” Não, isso não é graça e, segundo Paulo, a salvação não vem nesses termos.

Paulo escreve em seu testemunho: “Não tive nada a oferecer a Deus de valor e justiça genuínos quando Ele abriu meu coração na estrada para Damasco. Todas as minhas realizações, meus esforços orgulhosos, tudo virou troféu de plástico, lixo que antes eu contava como lucro. Apaguei todos eles e os transferi para a coluna de perda em meu livro de caixa da minha vida. Na coluna de lucro, escrevei apenas uma coisa digna de mencionar: o nome de Jesus Cristo, meu Salvador e Senhor.”

Jesus—Ele ofereceu, no lugar do meu pão dormido e mortadela velha, um banquete de perdão abundante, livre e que satisfaz. Pela fé, confiando em Seu convite, eu tomei meu lugar ali e logo me esqueci do meu sanduíche velho e comecei a festejar à mesa da graça abundante de Deus.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 31/05/2015

© Copyright 2015 Stephen Davey

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