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Suficiente!

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參考: Philippians 1–4

Suficiente!

Graça Extravagante—Parte 5

Filipenses 4.10–14

Introdução

Um artigo recente de uma revista registrou como as coisas mudaram nos últimos 100 anos de invenções e avanços tecnológicos. Ele também revelou como o coração do ser humano não mudou. Na verdade, coisas que antes eram consideradas luxos são hoje tidas como necessidades. A revista ilustrou esse fato ao observar o seguinte:

  • Em 1900, 90% dos lares não possuíam eletricidade, fogão ou telefone.
  • Em 1915, 90% das famílias não tinham automóvel.
  • Em 1930, 90% não possuíam uma geladeira ou uma máquina de lavar roupas.
  • Em 1945, 90% não tinham ar-condicionado em seus lares.
  • Em 1960, 90% da população não tinham TV a cores.
  • Em 1975, 90% não possuíam um micro-ondas.
  • Em 1990, 90% das pessoas não tinham um telefone celular ou acesso à internet.

Como as pessoas conseguiam sobreviver sem carros, geladeiras e internet? O artigo continuou: “Hoje, pelo menos 90% das pessoas possuem eletricidade, fogão, máquina de lavar roupas, acesso à internet e telefones celulares. E, conforme sabemos, nada disso é suficiente.”

Isso tudo ainda não é suficiente. Adicione a isso ainda o fato de que experiências são medidas de forma diferente. Conforme escreveu um escritor do jornal americano The New York Times: “A maioria das pessoas hoje não se satisfaz com coisas normais ou com a vida comum. Toda refeição precisa ser extraordinária; toda amizade precisa ser maravilhosa; todo concerto musical de primeira qualidade; todo pôr-do-sol celestial; todo filme merecedor do Oscar; nada mais pode ser normal.”

Michael Horton, escritor evangélico e autor de uma teologia sistemática, respondeu a esse artigo adicionando: “Os casamentos precisam ser do outro mundo, apesar de estarmos vivendo na terra; os filhos precisam ser os primeiros nas melhores escolas; experiências em empregos anteriores precisam ser fantásticas, caso você deseje avançar em sua carreira; e, se você for tirar férias, precisa ser um pacote de viagens inesquecível num resort maravilhoso, com diversão sem parar para toda a família.”

A verdade é, simplesmente, que nada é suficiente. Conforme escreveu Dennis Johnson: “A economia de nosso mundo depende da cultivação da insatisfação.”

O problema não começou conosco, mas no início da história humana. Adão e Eva viviam no paraíso, um mundo de inocência, beleza e harmonia. Eles tinham tudo de que precisavam... até que Satanás chegou; ele não estava satisfeito; então, começou a cultivar o descontentamento.

O que seduziu o coração de Adão e Eva para longe de Deus? O que os conduziu a rebelião e incredulidade? De forma simples: eles queriam mais. E Satanás, que não estava satisfeito, veio e convenceu seus corações de que eles também não tinham o suficiente.

O escritor Puritano Thomas Watson escreveu 300 anos atrás: “Descontentamento desloca a alma, seca o cérebro, corrói o conforto da vida e estraga o espírito.”

Em sua carta bastante pessoal aos seus amigos amados, o apóstolo Paulo, que já está se aproximando do final de sua vida e ministério, fala sobre o assunto do descontentamento. Ele diz aos filipenses que ele descobriu o segredo dessa virtude elusiva. Veja o que Paulo escreve em Filipenses 4.10–14:

Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece. Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação.

Desejo destacar quatro palavras nesse texto e quatro princípios que nos ajudam a alcançar a virtude do contentamento.

  • A primeira palavra é: gratidão.

E o princípio que acompanha essa palavra é: valorize aquilo que você tem. Paulo já disse aos filipenses no verso 4: alegrai-vos sempre no Senhor. Agora, no verso 10, ele pratica o que pregou, dizendo: alegrei-me, sobremaneira, no Senhor.

Agora, que motivo Paulo tem para se alegrar? Ele está acorrentado a guardas pretorianos em prisão domiciliar, numa dieta limitada, sem amigos e, no geral, esquecido pela igreja de Roma. Apesar disso, alegrei-me, sobremaneira, no Senhor.

Por que? Porque Paulo foca naquilo que tem, não no que não tem. E o que ele tem? Veja o motivo que ele dá para sua alegria:

...porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade

Epafrodito chegou a Roma com uma oferta em dinheiro para suprir as necessidades de Paulo. O apóstolo se alegra com essa oferta e com a forma como ela representa o cuidado dos filipenses para com ele. Paulo descreve a preocupação dessa igreja com a palavra traduzida como renovastesrenovastes a meu favor o vosso cuidado. O verbo renovastes pode ser entendido como “florescer novamente.”

Em outras palavras, para Paulo, a oferta dos filipenses foi como flores novas que tinham acabado de florescer. Agora, Paulo se alegra porque sua prisão domiciliar se transformou num belo jardim. Adão e Eva viveram no jardim e isso não foi o suficiente para eles; Paulo está vivendo em cadeias e sua prisão se transformou num jardim.

Valorize o que você tem; dessa maneira, você estará a caminho do contentamento.

A propósito, Paulo não diz por que faltava oportunidade para os filipenses o ajudarem. É possível que esses irmãos estivessem passando por provações e encarando séria pobreza. Por outro lado, talvez o aprisionamento de Paulo tenha limitado o acesso dos filipenses ao apóstolo.

Não sabemos. Mas, veja bem, pode ser que Paulo esteja apenas pensando o melhor dos filipenses, como que dizendo: “Eu sei que vocês teriam enviado ajuda antes, mas tenho certeza que não foi possível. Sei que não tiveram oportunidade e não tem problema!”

Agora, pense no que Paulo poderia ter escrito. Ele poderia ter focado em seus sofrimentos, a ausência, falta de apoio, privações pessoais e longa espera por uma palavra ou oferta de outros crentes. Ele teria escrito: “Finalmente chegou uma oferta!”

A pessoa que tem coração descontente geralmente se convence de que o que ela faz para Deus é mais do que suficiente e tudo quanto Deus faz para ela é pouco e chega tarde demais. Paulo tem todo motivo do mundo para pensar isso, mas veja sua atitude aqui—ele demonstra contentamento ao escolher se regozijar naquilo que possui. Gratidão!

  • A segunda palavra é: responsabilidade.

E o princípio que acompanha essa palavra é: não somente devemos valorizar o que temos, mas devemos aplicar aquilo que aprendemos. Veja o que Paulo escreve no verso 11:

Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.

O verbo que Paulo emprega aqui indica que ele aprendeu isso por experiência com o passar do tempo.

  • O que significa que Paulo teve que aplicar a verdade de Deus que havia aprendido a todas as experiências da vida.
  • O que significa que Paulo não aprendeu o contentamento automaticamente.
  • O que significa que nós não ficamos automaticamente contentes com o que temos na vida porque somos salvos.
  • O que significa que, se Paulo teve que aprender o contentamento, nós também temos que aprendê-lo.

No caso de Paulo, o contentamento cresceu com o tempo quando ele passava por adversidades financeiras, de saúde, de relacionamentos e aplicava a verdade de quem Deus era e do que Deus havia dito, não importava o que encarasse na vida. Paulo aprendeu a se agarrar firme, não nas expectativas daquilo que ele achava que deveria acontecer, mas ele aprendeu a se agarrar firme na graça de Deus em meio a qualquer coisa que acontecesse.

A palavra que Paulo usa para contente se refere a alguém cujos recursos estão dentro de si, de forma que não precisa depender de outras coisas ao seu redor. Em outras palavras, o contentamento não é criado por um salário melhor, um título, saúde, popularidade; contentamento não depende de um plano de aposentadoria, filhos inteligentes, carros na garagem ou despensa cheia das melhores comidas. Essas coisas são externas—elas vêm e vão, assim como as ondas do mar.

O contentamento cristocêntrico, conforme escreveu um autor, não é pré-instalado em nossos corações como um programa de computador; precisamos adicioná-lo ao sistema. O contentamento não é algo que se consegue externamente, mas ele cresce internamente e temos a responsabilidade de fazê-lo crescer.

O apóstolo Pedro escreve de forma parecida ao encorajar o crente a ser diligente e adicionar a excelência moral à fé; e à excelência moral, o conhecimento; e ao conhecimento, o domínio-próprio; e ao domínio-próprio, a perseverança e etc. (2 Pedro 1).

Lembre-se de que a ideia de “aprender” no sentido bíblico nunca está ligada a simplesmente aprender uma verdade teórica, mas ao ato de aplicar essa verdade, o que transforma conhecimento em sabedoria. Por isso, no contexto bíblico, o oposto da sabedoria não é tolice, mas desobediência—recusar aplicar aquilo que tem aprendido.

Conforme o testemunho do próprio Paulo, isso é algo que ele aprendeu com o passar do tempo por meio da prática. Essa é a nossa responsabilidade também. Vamos nos certificar de que estamos fazendo nosso dever de casa e fazendo-os corretamente.

Um pastor escreveu que ele queria ensinar o contentamento e boa administração financeira aos seus filhos; então, ele lhes ensinou o sistema do envelope.

Quando lhes dávamos a mesada, eles colocavam o dinheiro em envelopes com as etiquetas “Dar,” “Economizar” e “Gastar.” Eu pensava que estava lhes ensinando que a vida era mais do que dinheiro—e eu achava que eles estavam aprendendo, até que algo aconteceu numa tarde. Eu voltei para casa do trabalho com um Band-Aid no braço. Minha filha, que na época era uma aluna inteligente de segunda série, me preguntou: “Por que você está com esse Band-Aid no braço?” Não quis preocupa-la, mas julguei que ela já tinha idade suficiente para ouvir uma explicação. Eu lhe disse que tinha feito um exame no médico naquele dia para poder comprar um seguro de vida. Ela perguntou: “O que é um seguro de vida?” Eu expliquei: “Bom, o papai ama tanto você e a nossa família que decidiu o seguinte: se algo me acontecer e eu morrer, o seguro de vida pagará 250 mil.” Ela arregalou seus olhos; pensei que ela tivesse ficado preocupada. Mas, logo em seguida, ela olhou para mim e disse: “250 mil para cada um?”

Esse pastor continuou escrevendo:

Não sei se ela estava aprendendo as lições certas. Contentamento não é um presente, mas uma lição a ser aprendida, um dever, algo que você consegue por meio de luta contra a tentação de querer mais, invejar o que outros têm, fixar os olhos nas circunstâncias desconfortáveis, inconvenientes e erradas que às vezes o cercam.

O contentamento é praticar a arte de se segurar firme, não em coisas externas, mas na graça de Deus que foi derramada sobre você (Efésios 1.8), sendo grato por aquilo que você tem e aplicando aquilo que tem aprendido. Charles Spurgeon escreveu sobre essa passagem: “O contentamento não é algo que exercemos naturalmente, mas uma ciência que adquirimos gradualmente. Meu irmão e minha irmã, silencie essa murmuração, por mais natural que seja, e continue sendo um aluno diligente na Escola do Contentamento.”

Permaneça matriculado! Faça os deveres da gratidão e da responsabilidade.

  • A terceira palavra que surge do texto de Filipenses é: aceitação.

Você deve não somente valorizar o que tem, aplicar o que aprendeu, mas, o terceiro princípio ligado à palavra aceitação é: aceite aquilo que você recebe. Veja o que diz o verso 12: Tanto sei estar humilhado (uma palavra que se refere a uma posição humilde na vida), como também ser honrado...

A palavra honrado diz respeito não somente a ser elevado em sua posição na vida, mas a possuir bens em abundância.

Mas quero que você note o que Paulo escreve em seguida:

...de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome...

Ou seja, já passei por momentos em que estive de barriga cheia, e por outros em que não tive nada para comer: assim de abundância como de escassez.

Paulo nos mostra seu testemunho pessoal de haver passado por circunstâncias extremas. Apenas leia seu testemunho na carta aos coríntios, onde ele fornece detalhes de haver passado sede e fome, ter sido açoitado e ficado sem lar, tratado como um bandido e recusado pelo mundo (2 Coríntios 4.8–12); um mundo que, conforme Paulo escreve mais adiante, como servos de Deus experimentamos aflições, provações, calamidades, açoites, prisões, motins, noites sem sono e com fome (2 Coríntios 6.4–5).

Paulo ainda conta que recebeu 40 açoites menos um; apanhou com varas três vezes; apedrejado uma vez; um dia e uma noite à deriva no mar; em muitas viagens, em perigo em rios, perigos de bandidos, de seu próprio povo, dos gentios, na cidade, no deserto; em labuta e trabalho duro, em sede e fome, no frio e exposto aos rigores do clima (2 Coríntios 11).

Veja bem, Paulo era o último homem no planeta que imaginaríamos que, ao envelhecer, teria aprendido o contentamento. O crente em geral teria desistido há muito tempo, pensando que Deus estava ou irado com ele, ou cansado dele. Foi uma calamidade após outra, uma ameaça de morte após outra, uma noite sem dormir e com estômago vazio após outra, um naufrágio após outro. Mas Paulo considerava todas essas coisas como fatores externos, substitutos para a versão comum de contentamento, não para sua convicção interna.

Paulo tinha aprendido que a vida cristã não é uma série de acidentes, mas de encontros agendados e de deveres, enquanto nosso Professor divino nos ensina o contentamento.

Dessa forma, Paulo pode ser tanto otimista como realista; veja o verso 14:

Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação.

Tribulação significa uma pressão e um problema intenso.

Paulo era realista. Ele não evitava descrever os desafios da experiência cristã. Ele já mencionou nesta carta suas lágrimas e, ao mesmo tempo, revela alegria; tudo na mesma carta. Como? Porque ele tinha desenvolvido a prática da gratidão, da responsabilidade e da aceitação.

  • A quarta palavra é: dependência.

Valorize o que você tem; aplique o que você aprendeu; aceite aquilo que você recebe. Agora, por fim, o quarto princípio: entregue a Cristo tudo o que você faz.

Perceba que existe uma progressão aqui nas palavras de Paulo. Antes, ele disse: aprendi; agora, no verso 12, ele escreve: já tenho experiência. Paulo usa aqui uma palavra rara que ocorre apenas aqui no Novo Testamento; ela retrata o processo de aprendizado. O termo era comumente empregado nas religiões de mistério da Grécia quando um iniciado passava pela experiência dos rituais de iniciação.

Podemos, de fato, entender Paulo da seguinte forma: “Já fui iniciado.” Paulo usa essa palavra para fazer uma ligação com as pessoas que haviam sido levadas a uma sala e instruídas em sua religião.

Agora, ele não sugere aqui que crescer em Cristo significa aprender senhas secretas, apertos de mão secretos e outros tipos de coisas. O que ele faz aqui é dizer, com efeito: “Aqui está um conhecimento que surge de dentro; este é o segredo que aprendi e pratiquei todos esses anos depois que fui iniciado no Evangelho. E esse é um segredo que estou tornando público, escrevendo; aqui está: tudo posso naquele que me fortalece.”

Aí está! Esse é o segredo de um discípulo de Cristo que cresceu e aprendeu o contentamento. Renda-se a Cristo e entregue a Cristo tudo aquilo que você tentar fazer.

Esse acontece de ser um dos versos bíblicos mais estampados em camisetas, canecas, ímãs de geladeira, bordados, escritos em diários, pintados em quadros.

Infelizmente, esse verso é também, na maioria das vezes, retirado de seu devido contexto. Veja que Paulo não escreve aqui: “Posso fazer tudo através de Cristo,” ou, “Posso fazer qualquer coisa por meio de Cristo.” Palestrantes motivacionais do meio evangélico dizem: “Você pode fazer qualquer coisa que colocar na sua cabeça e orar; se você realmente quiser algo e crer que conseguirá, então poderá consegui-lo; ah, e você pode pedir a ajuda de Jesus também.”

Não é isso que Paulo está dizendo aqui; esse verso é uma revelação privilegiada do aprendizado pessoal de Paulo. Ele diz: “Posso todas as coisas em Cristo.” Quais coisas são essas? Ele acabou de descrever: posso sofrer dificuldades, ficar faminto sem ressentimento, lidar com problemas com equilíbrio, ocupar uma posição humilde na sociedade, estar de barriga cheia numa hora e sem comida alguma depois—sei estar contente em todas essas situações. Como? Pela força de Cristo que habita em mim. Quando aprendo a entregar em Suas mãos tudo quanto sou e tento fazer, Cristo me fortalece para fazer aquilo que Ele deseja que eu faça.”

E aqui está a promessa: Deus promete nos dar a força para fazer aquilo que Ele pede de nós. Então, o que Deus pede que você faça?

  • Onde Ele o colocou hoje?
  • Quais desafios você tem enfrentado nesta semana?
  • Quais decepções o têm entristecido?
  • Quais pressões você tem encarado?
  • Quais perdas tem sofrido?
  • Qual promoção conseguiu?
  • Que abundância você precisa aprender a manusear com equilíbrio e sabedoria?

Deus planejou essas coisas para sua vida e ele o capacita a colocar sua fraqueza no poder dele, sua incapacidade na capacidade dele.

Será que esse verso promete que crentes podem fazer o que bem desejarem? Não! Aqui está o segredo: Deus promete que você conseguirá fazer tudo aquilo que Ele o chama para fazer ao depender de Seu poder que habita dentro de você. Tudo posso naquele que me fortalece é a mesma coisa que: “Não posso fazer nada sem Cristo.”

Cristo está dentro de você; ele habita em você e o capacitará a entregar em suas mãos aquilo que você é incapaz de realizar, mas consegue no poder dele.

Pense nisso da seguinte forma: “Se Albert Einstein entrasse no meu corpo e minha mente agora, eu resolveria milhares de problemas de álgebra sem dificuldades. Se Picasso assumisse o controle das minhas mãos, eu conseguiria pintar um quadro que ninguém jamais entenderia e mesmo assim vende-lo por 30 milhões de dólares. Se Mozart se movesse em meu corpo e eu lhe entregasse o controle de minha imaginação, minha mente e dedos poderiam escrever uma peça musical incrível, até mesmo uma sinfonia. Se Michelângelo se movesse em meu corpo, eu conseguiria pegar um bloco de mármore e o transformar numa belíssima escultura.

O segredo do contentamento não é tentar com mais esforço, mas convidar Cristo para assumir sua vida, suas mãos, sua imaginação, sua mente e seu corpo. Ele deu a Si mesmo por você; então, você Lhe entrega tudo o que faz, aceita o que recebe, põe em prática o que aprende e valoriza o que tem. No fim, você percebe que possui o próprio Cristo; e quando temos Cristo, temos Sua autoridade, Sua proteção, Seu poder e Sua sabedoria.

Conclusão

O grande missionário David Livingstone serviu na África de 1840 até sua morte em 1873. David tinha um grande fervor para viajar à África Central e pregar o Evangelho. Numa dada ocasião, ele chegou à fronteira de uma comunidade tribal governada por um cacique. Conforme a tradição, o cacique sairia para conhece-lo. Após conhece-lo, se tudo desse certo, David Livingstone receberia autorização para viajar pelo território daquela tribo. O costume também determinava que o cacique escolheria para si uma das posses de Livingstone que mais chamasse sua atenção, e ele também daria ao missionário algo em retorno.

Livingstone trazia consigo algumas coisas e, quando se encontrou com o cacique, colocou todas as coisas diante dele—roupas, livros, relógio e até mesmo uma cabra que lhe fornecia leite, já que problemas crônicos no estômago o impediam de beber a água local. Para a sua profunda tristeza, o cacique pegou sua cabra; em retorno, o cacique lhe deu seu cajado que se parecia com uma bengala.

Livingstone ficou desapontado com a troca; não demorou muito até que começou a murmurar contra Deus por aquela bendita tradição tribal, por causa do cacique e da bengala ridícula e inútil. Qual seria a utilidade desse cajado comparado à cabra que lhe fornecia leite e mantinha seu sistema digestivo funcionado corretamente?

Posteriormente, enquanto viajava, um dos homens explicou a David: “O que você recebeu não é um cajado qualquer. Esse é o cetro do próprio rei e, com ele, você pode entrar em qualquer vila desse país. O rei o honrou grandemente com esse cajado.”

Como esperado, então, a África Central se tornou uma porta aberta para David Livingstone; muitos outros evangelistas o seguiram e muitas conversões aconteceram naquela região do país.

Às vezes, em nossa decepção por aquilo que não temos, não valorizamos a significância daquilo que temos, daquilo que recebemos na providência bondosa e graciosa de Deus.

Conforme Paulo aqui, Deus não nos deu apenas um cajado; na verdade, Ele nem mesmo nos deu um cetro real. Ele nos deu a Si mesmo—o próprio Rei reside dentro de nós. Por causa disso, podemos dizer algo que Adão e Eva não puderam dizer, algo que crentes de todas as eras têm tido dificuldades para dizer: “Isso é suficiente. Em Cristo, nós temos o suficiente.”

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 08/05/2016

© Copyright 2016 Stephen Davey

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