
Crentes Comuns
Crentes Comuns
Graça Extravagante—Parte 7
Filipenses 4.21–23
Introdução
Um artigo de jornal trouxe a história da luta de várias pessoas não identificadas que findam em delegacias e hospitais. Em geral, são adultos que sofrem um derrame ou têm problema de demência e, por algum motivo, se perdem de suas famílias. A maioria é depois identificada por familiares que os encontram, mas esse artigo falou em particular daqueles que nunca são encontrados por parentes. Um homem mencionado no artigo não tinha documento algum de identidade e ainda tinha problema de memória.
Ele foi colocado sob os cuidados de uma instituição, e os funcionários dali o apelidaram de Carlos. Ali ele ficou por dez anos. Por causa de um derrame que havia sofrido, Carlos não falava direito e vivia na cadeira de rodas; sua única reação às pessoas era sorrir.
O artigo continuou dizendo que, finalmente, após uma década, a instituição recebeu informação que ajudaria a desvendar a identidade de Carlos. Seu nome era Crispin Mareno e, coincidentemente, no dia em que a instituição descobriu seu nome verdadeiro, Crispin estava completando 53 anos de idade. Nesse dia, um dos diretores da instituição foi até Carlos, disse-lhe o que haviam descoberto, ajoelhou-se ao seu lado e, em voz baixa, sussurrou em seu ouvido: “Crispin Mareno, feliz Aniversário.” Após ouvir seu nome, Crispin ficou calado—pela primeira vez em 13 anos, ele sabia quem era e lágrimas desceram em seu rosto.
O título desse artigo era “Vivendo Uma Vida Desconhecida;” ele acabou produzindo grande interesse e conhecimento sobre esse mundo de pessoas não identificadas que, por um motivo ou outro, não fazem ideia de quem são.
Com isso em mente, achei interessante que um dos motivos principais por trás da carta bastante pessoal de Paulo aos crentes em Filipos foi o desejo de lembra-los de sua verdadeira identidade, lembra-los de quem são e a quem pertencem.
Você já parou para pensar que, toda vez em que pega a Palavra inspirada de Deus, ela conserta nossa predisposição natural à amnésia espiritual? Nós tendemos esquecer quem somos. Quer no primeiro século ou no século vinte e um, crentes de todas as gerações estão inclinados a ter perda de memória:
- A neblina de nossa cultura pecaminosa nos faz perder nossa capacidade espiritual;
- As distrações barulhentas de nossa geração ensurdecem nossa audição espiritual;
- As vozes corruptas que competem por nossa atenção ao nosso redor nos fazem esquecer de quem somos e a quem pertencemos.
Paulo escreve para um grupo de crentes que estão sob a ameaça de pensar que são cidadãos de Filipos e que pertencem a Roma. De fato, Roma faz um barulho alto e o Império parece ser soberano e determinar todas as coisas. Então, Paulo escreve: “Mas, apesar do poder do Império Romano, deixe-me lembra-los de que vocês, na verdade, são cidadãos do céu e pertencem a Deus” (Filipenses 3.20).
Pode até parecer que Roma é a chefona, mas o verdadeiro Chefe é Deus; pode até parecer que o César é todo-poderoso, mas o Todo-poderoso é Deus. E isso é algo incrível porque sai da boca do apóstolo Paulo que acontece de estar escrevendo esta carta acorrentado a dois soldados da elite pretoriana, o quais recebem salário dobrado nessa missão especial dada por César de manter a vigilância de Paulo nessa prisão domiciliar.
Entretanto, na perspectiva de Paulo, ele não foi preso por César, mas foi preso por Cristo; ele escreve:
Porque estou certo de que isto mesmo… me redundará em libertação… também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte (Filipenses 1.19–20).
Paulo diz: “Sei muito bem quem sou e a quem pertenço.”
Abra sua Bíblia em Filipenses 4. Hoje concluiremos nossa série de estudos nessa epístola vendo os 3 últimos versos. Nesses versos, Paulo reconhece quatro grupos diferentes de pessoas.
- O primeiro grupo é a igreja de Filipos, a quem ele escreve esta carta.
Veja o verso 21: Saudai cada um dos santos em Cristo Jesus.
Esse é um linguajar costumeiro de Paulo quando se aproxima do final de suas cartas. De fato, ele diz a mesma coisa em três de suas cartas—aos crentes romanos e aos coríntios; a única coisa que ele adiciona nessas outras é o “ósculo santo” (Romanos 16.16; 1 Coríntios 16.20; 2 Coríntios 13.12). O ósculo ou beijo santo não era algo inapropriado, mas era algo tão cultural como um aperto de mão ou abraço. Fazemos algo semelhante a isso em nossa cultura.
Aqui em Filipenses, contudo, Paulo deixa de lado o beijo santo; ou ele não precisava dizer, ou mais provavelmente, porque nas demais cartas ele mandou todos os membros da igreja saudar uns aos outros, enquanto que aqui em Filipenses ele manda os bispos e diáconos saudar cada irmão individualmente por ele. A ênfase está na parte verbal da saudação.
Paulo destaca cada um dos irmãos em Cristo, o que é outra maneira de dizer que ele deseja que cada membro individualmente da igreja filipense receba uma saudação pessoal e verbal de sua parte. É como se Paulo estivesse lembrando cada um desses membros queridos e fieis que o apoiam que ele ama, ora e estima profundamente cada um deles.
E note que Paulo diz: saudai cada um dos santos. Você talvez seja tentando a pensar: “Pronto, agora as coisas ficaram mais fáceis. A fila de saudação não será mais tão longa assim.” Pensamos dessa forma principalmente porque perdemos o entendimento teológico de quem realmente somos.
Pensamos como a Igreja Católica Romana ou a Igreja Ortodoxa Grega, as quais canonizam indivíduos que foram celebridades da fé—esses são os santos. Essas igrejas exigem que os santos estejam associados a milagres verificáveis resultantes de seus ministérios, ensinos ou mesmo ligação física com alguma relíquia de seu passado.
No caso da Madre Teresa, que morreu décadas atrás, uma mulher disse que foi curada após um contato físico com uma foto da Madre Teresa. Conforme disse essa devota, um raio de luz saiu do medalhão onde estava a foto e curou seu corpo. Isso ajudou o Vaticano a confirmar a candidatura da Madre Teresa à posição de santa.
Não desejo desviar muito do assunto aqui. O que quero destacar é que muitos pensam que apenas as pessoas extraordinárias que têm alguma coisa a ver com milagres ou que vivem vidas impecáveis merecem ser chamadas de santos. Celebridades espirituais se tornam santos. Até mesmo fora do sistema da religião, é comum ver pessoas boas sendo chamadas de santas—“Ah, ela é uma santa!”
Que chance temos num contexto como esse? Bom, para começar, precisamos entender que nada do que religiões exigem tem a ver com as Escrituras; essas são exigências humanas. O termo usado no Novo Testamento para santo é hagios, que significa simplesmente “separado.” Essa é uma referência, não a crentes especiais, mas a todo crente porque todo crente foi separado a Deus como Sua posse pessoal. O termo santo acontece de ser o favorito do apóstolo Paulo para falar do crente, e ele o emprega 40 vezes em suas cartas.
Ele chama todos os crentes de Filipos de santos. Ele escreveu em Filipenses 1.1:
Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus... que vivem em Filipos.
Até mesmo no caso da congregação problemática e imatura de Corinto, Paulo remove todas as dúvidas quanto à posição de cada crente como santo; ele escreve: chamados para serdes santos (1 Coríntios 1.2).
Conforme escreveu um autor: “No contexto bíblico, um santo não é um super-herói da fé, mas alguém que tem vida eterna em Cristo.”
De fato, perceba a base para a pessoa ser chamada de santa aqui em Filipenses 4. Paulo esclarece: Saudai cada um dos santos em Cristo Jesus. Por causa de sua união com Cristo Jesus, você acontece de ter uma posição de santidade; neste exato momento, você é um santo—separado para Deus pela fé em Cristo como Sua posse singular e preciosa.
Então, Paulo diz a cada membro de Filipos e de nossas igrejas hoje:
- Aqui está a sua identidade, quem você é—um santo.
O que significa que:
- Você não é santo por causa de sua atuação perfeita como crente;
- Você não se torna santo apenas depois que graduou a um nível superior de espiritualidade;
- Você não é um santo porque descobriu os segredos da espiritualidade.
Você é chamado de santo porque Deus o chamou para Si pela fé em Cristo, de forma que todos os que estão em Cristo são chamados de santos.
E a propósito, as Escrituras não nos encorajam a venerar, adorar ou queimar velas, incensos e fazer rezas para santos, quer vivos ou mortos. Isso não passa de religião humana. Santos não são pessoas a serem adoradas; santos são pessoas que adoram o Senhor vivo e verdadeiro.
- Paulo reconhece um segundo grupo de pessoas nessas observações finais: esse é o grupo das pessoas que estão com ele.
Veja o verso 21:
Saudai cada um dos santos em Cristo Jesus. Os irmãos que se acham comigo vos saúdam.
Ele diz: “Os irmãos que estão comigo aqui dizem ‘oi’ também!” Apesar de Paulo não mencionar nomes aqui, isso sem dúvidas inclui Timóteo, o aprendiz de ministério de Paulo. Quando começou a escrever esta carta, Paulo fez de Timóteo o coautor; ele escreve: Paulo e Timóteo. Além disso, somos informados em Filipenses 2.25 que Paulo envia Epafrodito a Filipos, sem dúvida como o portador desta epístola.
A propósito, apesar de esses homens serem talentosos de forma singular e de terem grandes responsabilidades na igreja primitiva, perceba que Paulo não diz que eles são uma categoria especial de santos. Paulo os chama simplesmente de irmãos. Essa atitude também revela nobreza em Paulo. Ele poderia ter escrito com um ar de superioridade e diferença: “Esses homens são meus aprendizes, meus alunos.” Não, eles são meus irmãos, o que é outra maneira de dizer: “Como membros do corpo de Cristo, somos iguais aos olhos de Deus—somos irmãos.”
De forma implícita, Paulo diz que eles são irmãos dos crentes de Filipos também. Acontecemos de pertencer à mesma família por estarmos em Cristo. Isso é verdade hoje também. Pelo fato de pertencermos a Cristo, cada mulher crente é sua irmã e cada homem crente é seu irmão.
Quem é você? Um santo! E também é um irmão ou irmã de todos os demais santos na família de Cristo ao seu redor. Então, não somente pertencemos a Deus, mas pertencemos uns aos outros—somos família.
Lembre-se que Paulo escreve aqui, conforme vimos antes, a uma igreja que lutava com o problema da divisão. É como se o apóstolo lembrasse esses irmãos agora que sua união em Cristo é tão profunda e imutável quanto a união que possuem com seus parentes de sangue.
Meu querido, Deus não nos manda produzir unidade como uma família no corpo; Deus não nos manda produzir unidade, mas proteger a unidade. Paulo escreve em Efésios 4.3:
esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz
E quanto maior a família, mais desafiador se torna preservar essa unidade. Uma igreja, contudo, não é unida por ser pequena; uma igreja não é unida porque todos possuem a mesma personalidade; uma igreja é unida porque todos têm o mesmo propósito e a mesma prioridade: fazer discípulos e glorificar a Deus. Ninguém é o chefão; todos são irmãos ou irmãs nessa família.
Lembre-se que Paulo já desafiou os filipenses no capítulo 2 a ter a mesma atitude de Jesus Cristo, o qual se humilhou e viveu, não para ser servido, mas para servir. Não há espaço na família e na igreja para orgulho egoísta. Paulo escreveu em outra de suas cartas:
Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor (1 Coríntios 1.26–31).
Quem somos nós? Um bando de irmãos e irmãs redimidos que não se esqueceram de que a igreja é uma família à qual pertencemos.
Os irmãos que se acham comigo vos saúdam.
- Paulo reconhece, agora, um terceiro grupo: os crentes das igrejas na região onde se encontra.
Ele escreve no verso 22: Todos os santos vos saúdam.
O contexto indica que Todos os santos se refere aos crentes na região onde Paulo está, ou seja: “Os crentes aqui de Roma mandam lembranças.”
Essa é uma manifestação tremenda de graça por parte de Paulo. Já aprendemos que a maioria dos crentes em Roma havia abandonado Paulo; eles não cuidavam dele, nem o apoiavam em suas necessidades. Nenhuma delegação de pastores vinha encorajá-lo na prisão ou ver como as coisas estavam.
Mesmo assim, ao invés de dizer: “Não há nenhum santo aqui em Roma que se preocupa comigo; e eles provavelmente não se preocupam com vocês também,” Paulo os inclui em sua carta.
Paulo constrói uma ponte—que graça! Sem dúvida alguma, ele sabe que esta carta aos Filipenses chegará em Roma e todos os crentes romanos ficarão envergonhados por sua óbvia falta de cuidado pelo corpo universal de Cristo e pelo próprio apóstolo.
Então, Paulo os inclui na carta. Com as melhores das intenções e motivos, ele ergue uma ponte para que os romanos atravessem e não fiquem de fora da comunhão dos santos. Podemos ler as entrelinhas; nenhum nome é mencionado, apenas uma menção geral: todos os santos [daqui] vos saúdam.
- O quarto e último grupo que Paulo reconhece é o dos crentes da casa de César.
Ele escreve no verso 22: Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa de César.
Aqui, Paulo fala de forma mais específica ao mesmo tempo em que não menciona nomes, mais provavelmente para a própria proteção dos irmãos.
Não seria sábio se Paulo, inimigo de César, mencionasse por nome seus amigos que estão inseridos na administração do império. Então, ele deixa os nomes de lado. Todavia, o efeito é o mesmo: pessoas estão sendo salvas—e bem debaixo do nariz de Nero.
Existem santos na casa de César!
Agora, a palavra casa não se refere, necessariamente, à família pessoal de Nero, apesar de existir um rumor de que, quando Nero saiu em uma de suas viagens, sua esposa ouviu o Evangelho e entregou sua vida a Cristo. Entretanto, isso é rumor e não foi confirmado historicamente.
A expressão casa de César era comum nessa cultura para o que pode ser chamado hoje de “governo.” Essas eram pessoas que trabalhavam para o governo, para César. Na época de Paulo a frase incluía escravos e livres, homens e mulheres que serviam nas cozinhas preparando as refeições de César ou cuidando de seus jardins. Também podia incluir administradores de propriedades, arquitetos imperiais, pedreiros e pintores, zeladores e agricultores. Também podia se referir a oficiais do palácio, assim como Daniel no Reino da Pérsia. De forma geral, essas eram pessoas do palácio de César responsáveis por lidar com dinheiro imperial e administrar as coisas do dia-a-dia do império. Paulo não menciona nomes, mas diz aos crentes de Filipos que eles estão em todo lugar. Em nossos dias, é como se Paulo dissesse que eles estão no Palácio da Alvorada.
O erudito no Novo Testamento, Lightfoot que viveu no século 19, encontrou alguns paralelos interessantes entre os nomes na lista de crentes que Paulo fornece em Romanos e os nomes dos membros da casa de César datados do século primeiro. William Barclay resumiu bem quando escreveu: “Esse carpinteiro galileu já tinha começado a governar sobre aqueles que governavam o mais poderoso império do mundo.”
Apenas imagine a implicação dessa frase: aqui está Paulo, acorrentado a soldados pretorianos, escrevendo com uma linguagem quase criptografada que o poder do império não pode deter o poder do Evangelho.
Com isso, Paulo conclui sua carta com uma espécie de inclusio: ele começou a carta desejando a graça sobre os filipenses, e ele termina com a mesma ideia. Veja o verso 23:
A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito.
Quem é você? Um santo, separado para Deus por uma escolha que Deus mesmo fez. A quem você pertence? À família de Deus, bem como aos demais irmãos e irmãs. E o que você tem? Graça, um favor imerecido, além do amor infinito e inesgotável de Deus.
Uma história ilustra bem essa verdade. Lillie era uma excelente motorista. Vários anos atrás, ela dirigia um ônibus escolar numa grande cidade americana. Pelo fato de não ter nenhuma multa ou acidente, o município estava lhe dando, agora, um prêmio por sua direção cautelosa.
Seus colegas de trabalho sabiam que Lillie era uma boa motorista e muitos deles compareceram à cerimônia de premiação na qual ela receberia seu reconhecimento. Bom, a caminho da cerimônia, Lillie fez uma curva fechada muito rápido e virou o ônibus, enviando não somente a si mesma, mas também outras 16 pessoas para o hospital.
Ela tinha passado o ano inteiro sem acidente algum. Será que ela recebeu seu prêmio? Claro que não. Comitês de premiação não operam com base na graça. Deixe-me colocar isso da seguinte forma:
- Justiça é receber aquilo que você merece.
- Misericórdia é não receber aquilo que você merece.
- Graça é receber aquilo que você não merece.
E como recebemos essa graça imerecida? Paulo diz no verso 23 que ela pertence e é dada pelo Senhor Jesus Cristo.
Veja bem, tudo nesta carta está ligado a Jesus Cristo. Paulo menciona o Senhor 40 vezes nesta pequena epístola e toda responsabilidade, benefício, ambição e desejo do crente se resume ao que Cristo faz, é, dá e fará no futuro:
- Paulo começou a carta escrevendo que era um escravo de Cristo (1.1).
- Seu aprisionamento era para o avanço do Evangelho para glorificar Cristo (1.13).
- Para Paulo, o viver era Cristo (1.21) e o morre nada mais do que uma reunião com Cristo (1.23).
-
Paulo exortou os crentes filipenses a:
- assumirem a mesma atitude de Cristo (2.5).
- gloriarem-se em Cristo (3.3).
- ansiarem ardentemente pela vinda de Cristo (3.20).
- contentarem-se em Cristo (4.13).
- encontrarem sua identidade em Cristo (4.21), bem como toda graça necessária para cada aspecto da vida (4.23).
Enquanto Paulo escreve esta carta, sua pena foi mergulhada na tinta da graça; a carta está saturada com a graça de Cristo e isso por si só é suficiente para encorajar o espírito de cada crente.
Em seu livro O Despertar da Graça, Charles Swindoll conta o seguinte sobre o ex-chanceler do Seminário Teológico de Dallas, Estados Unidos:
Não cheguei a conhecer Lewis Sperry Chafer, o fundador do seminário onde estudei; ele morreu poucos anos antes de eu começar meus estudos ali em 1959. Alguns dos meus professores o haviam conhecido bem e, sem exceção, lembravam-se dele como um homem de grande graça. Ele era um grande defensor da doutrina da graça.
Um dos meus mentores conta de uma vez quando esse homem de Deus querido terminou sua última aula sobre a graça numa tarde quente em Dallas. Era a primavera de 1952. Esse homem idoso, que havia ensinado naquele semestre em particular sentado numa cadeira de rodas, concluiu seus comentários finais. Ninguém na sala se mexeu quando a aula terminou. Foi como se os jovens teólogos estivessem absorvendo o que tinham ouvido, admirados com as colocações e com o entusiasmo de seu professor com a graça incomparável de Deus. Logo depois, esse senhor de cabelos brancos começou a se retirar da sala e, quando ele desligou o interruptor da luz, a sala inteira se ergueu em aplauso trovejante.
Enquanto o amado teólogo enxugava suas lágrimas, com a cabeça abaixada, ele ergueu uma mão, pedindo que parassem. Quando todos se silenciaram, ele falou em voz baixa e de forma inesquecível: “Senhores, passei mais da metade da minha vida estudando essa verdade e estou agora apenas começando a descobrir o que a graça de Deus realmente é.” Doze semanas depois, esse proponente da graça foi recebido na presença do Senhor aos 81 anos de idade.
Ele estava apenas começando a descobrir o tesouro da graça.
Quem é você? Um santo, separado a Deus pela Sua graça imerecida. Você é um santo. A quem você pertence? À família de Deus e aos irmãos e irmãs ao seu redor, presos juntos em unidade por virtude de nossa união com Jesus Cristo.
E você também acontece de estar vivendo, neste exato momento, sob o derramar abundante da graça, a qual é suficiente para suprir cada necessidade, suficiente para ajuda-lo a encarar cada dia, até aquele dia em que veremos Cristo face-a-face.
Daí, a extravagância de sua graça começará a ser revelada em dimensões espetaculares que nem sequer conseguimos imaginar. E ele nunca cessará de nos maravilhar; sua graça nos definirá eternamente. Somos o que somos e vamos para onde vamos por causa de sua graça! Enquanto isso, não se esqueça de quem você é e a quem você pertence.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 22/05/2016
© Copyright 2016 Stephen Davey
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