
O Livro Secreto
O Livro Secreto
Os Primeiros Hinos Celestiais—Parte 3
Apocalipse 5.1–7
Introdução
Se levantar o assunto do céu em conversas, você ouvirá dezenas de opiniões diferentes.
Escritores de livros populares vendem suas visões mais recentes do céu ou experiências de morte que revelam um céu que podemos facilmente prever. Muito do que dizem é uma descrição que apoia suas próprias perspectivas. Como resultado, existe o homem que vê o céu como um grande depósito contendo partes do corpo prontas para serem enviadas à pessoa que pedir em fé e que precisa de uma perna, braço ou coração novos.
Evidentemente, esse homem se esquece que Deus embutiu em nosso corpo o processo de envelhecimento que alcança todos nós, quer as pessoas acreditem ou não, algo que é resultado do pecado, já que o salário do pecado é a morte (Romanos 6.23).
A queda da raça humana no pecado é parte daquilo que nos leva ansiar pela redenção completa e final. O nosso mundo também envelhece e caminha para uma redenção total. Paulo escreveu que, por causa do pecado, a criação está sujeita ao cativeiro da corrupção (Romanos 8.20). Ou seja,
...toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós... igualmente gememos em nosso íntimo... a redenção do nosso corpo (Romanos 8.22–23).
Apesar de cuidarmos de nosso corpo e de nosso mundo como bons despenseiros, não precisamos de uma nova perna ou novas válvulas do coração. O que cada crente ardentemente deseja é a redenção e glorificação do corpo e o novo céu e nova terra como nosso lar eterno. Esse é o momento em que a mortalidade se reveste de imortalidade, quando a desonra é substituída por glória e fraqueza por poder (1 Coríntios 15.42–43).
Ter curiosidade a respeito dessa transição para a imortalidade é algo normal. O problema é que a grande maioria das visões parece mais como uma viagem a um belo resort ou férias em família.
Contudo, quando abrimos as Escrituras para as visões de Daniel, Ezequiel e João, nos deparamos com criaturas esquisitas demais para descrever, e as pessoas de Deus o Pai, Filho e Espírito brilhosas, coloridas, misteriosas, assombrosas e terríveis que acabam indo além de nossa imaginação.
As pessoas querem saber sobre a eternidade, e as pessoas também querem saber sobre o Deus eterno.
Se você conversar com as pessoas sobre as pessoas de Deus e de Cristo, e sobre espiritualidade, você também ouvirá muitas ideias diferentes.
Recentemente, li sobre um homem que supostamente passeou pelo céu. Após ter uma experiência de morte numa mesa de cirurgia, o homem disse que voltou à vida possuindo a capacidade de transmitir os ensinos do apóstolo João. Ele cria que havia se tornado a personificação de um poder semelhante a Cristo, ensinando, por fim, que podemos determinar o nosso destino e criar nosso próprio futuro.
Em outras palavras, Deus é somente uma força e você é essa força. Você é Deus—Deus é você.
Trinta anos atrás, esse ensino da Nova Era penetrou na sociedade. Hoje, em grande parte devido à promoção feita por celebridades, televisão e falsos pregadores, a Nova Era é bastante comum.
O tema comum é que podemos determinar ou pensar o nosso destino, criar o nosso mundo—o que bem quisermos. Por trás de tudo isso existe a crença de que nós somos soberanos. Em seu livro recente intitulado O Segredo, a autora Rhonda Byrne escreve:
Você é Deus em um corpo físico. Você é Espírito em carne. Você é a Vida Eterna expressando-se como você... Você é todo poder. Você é toda sabedoria. Você é toda inteligência. Você é a perfeição. Você é a grandeza. Você é o criador, e você está criando a criação de si mesmo neste planeta.
A terra gira em sua órbita por causa de você... Os pássaros cantam para você. O sol nasce e se põe para você. As estrelas brilham para você... Olhe ao redor. Nada disso poderia existir sem você. Não importa quem pensava ser, agora você conhece a verdade sobre quem realmente é. Você é o mestre do universo. Você é o herdeiro do reino. Você é a perfeição da vida. E, agora, você sabe O Segredo.
Isso não é segredo algum, mas uma mentira tão antiga quanto o Jardim do Éden. A serpente disse, “Eva, você não gostaria de ser igual a Deus?” (Gênesis 3). Esse suposto segredo é meramente a antiga mentira da serpente em uma nova roupagem.
O pastor Erwin Lutzer pregou sobre esse mesmo assunto recentemente. Na semana passada, eu pedi para ver seu esboço e ele bondosamente o enviou para mim. Entre outras coisas, ele mencionou em seu sermão a Lei da Atração. Essa lei é mais um ensino da Nova Era que afirma que nossos pensamentos e palavras enviam uma mensagem para o universo e o universo responde.
Lutzer resume o ensino da seguinte forma:
[A Lei da Atração ensina que] sua vida inteira foi criada por você. Você pensa e o Universo responde a seus pensamentos, os quais influenciam o Universo através das pessoas, circunstâncias e acontecimentos a cumprir seu desejo. Dê uma ordem ao Universo. Deixe claro para o Universo o que você quer, pois ele responde a seus pensamentos. O Universo se organizará para realizar o que você deseja. Em outras palavras, você recebe exatamente aquilo que pensa.
Lutzer comentou:
Você gostaria de dizer isso aos sobreviventes do Holocausto? Você recebeu exatamente aquilo no que estava pensando—você simplesmente atraiu seu sofrimento por meio de seus pensamentos negativos.
Essa pregação me motivou e eu fui atrás de declarações de pessoas que afirmam esse ensino em programas de televisão. Um entrevistado disse, “É como se o universo estivesse ouvindo tudo o que você diz e pensa, e ele diz, ‘Ah, é isso o que ele quer.’ Como o universo pode produzir algo de bom [se você não alimenta pensamentos bons] se você não fala coisas boas? É por isso que gosto de ensinar as pessoas a amarem a si mesmas, simplesmente amar e adorar quem [elas] são.’”
Como resultado das influências desses ensinos em programas de televisão, milhares de mulheres—talvez até milhões—criaram seu próprio painel de visões no qual se comunicam com seu mundo e com o universo informando o que desejam na vida.
Se parar para pensar nisso por um instante, você perceberá que um Deus soberano e pessoal foi substituído pelo universo. O universo é o doador de dons e o sustentador da vida. Por outro lado, a Bíblia diz que Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes (Tiago 1.17), não do universo.
Além disso, a Lei da Atração concede ao universo atributos divinos de onipresença, onipotência e onisciência. É somente assim que o universo é capaz de ouvir nossas palavras, ler nossos pensamentos (onisciência) e os pensamentos de todos ao mesmo tempo (onipresença) e, depois, ter o poder para concretizá-los (onipotência).
No fundo, todavia, o universo não é um deus, mas uma marionete. O segredo nos permite controlar as cordas e ser soberanos porque nossas palavras e pensamentos movem o universo a nosso favor.
É de se esperar, portanto, que essa religião se tornaria tão popular. Ela nos deixa amar nós mesmos sem vergonha alguma e nos concede a habilidade de exigir que nossa vontade seja feita e, depois, promete que o universo está à nossa disposição para que a nossa vontade no universo seja feita na terra.
Ouça, agora, a perspectiva do homem que recebeu um passeio pelo céu e viu a glória de Cristo pessoalmente. Agora que ele sabia o segredo da vida fora de terra, será que ele passou a determinar seu próprio destino e exigir sua vontade? Veja o que ele escreve aos coríntios:
Por esta causa, vos mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo Jesus, como, por toda parte, ensino em cada igreja… mas, em breve, irei visitar-vos, se o Senhor quiser… (1 Coríntios 4.17, 19).
Paulo diz, se o Senhor quiser. Ou seja, “A vontade de Cristo determina meu caminho.”
Ouça bem Tiago repreendendo o pensamento atual que, a propósito, soa exatamente igual ao que a Lei da Atração encoraja—“Simplesmente fale e tudo acontecerá em sua vida!” Tiago escreve:
Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã... Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo.
“Se o Senhor quiser... se essa é a vontade de Deus, faremos isso ou aquilo.” Tiago termina:
Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna (Tiago 4.13–16).
A Lei da Atração—a crença de que podemos criar ou determinar nosso futuro por meio de nossa vontade ou palavras—é, conforme as Escrituras, jactância ou prepotência egoísta, e arrogância e egoísmo são coisas malignas.
Deus não faz nossa vontade—nós fazemos a dEle. O Soberano não é nosso servo—nós somos Seus servos.
A maneira sábia de se viver é com a seguinte perspectiva:
[Senhor] faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu (Mateus 6.10).
Os proponentes do “Segredo” diriam, “Não, pensar assim é errado. Você é o mestre do universo, o herdeiro do reino, a perfeição da vida. [Você cria o futuro com sua palavra...] E agora você conhece O Segredo.”
Meu querido, fique atento, a falsa religião não muda tanto ao redor do mundo e em alguma geração. Com maior frequência, a falsa religião transforma Deus em alguma espécie de força e transforma a humanidade em Deus. Deus é somente uma força, uma energia ou poder. E nós somos parte disso; na verdade, nós controlamos essa força porque temos o poder através de nossos pensamentos e palavras de criar a realidade e controlar o universo.
As pessoas sabem, intuitivamente, que existe algo mais—existe mais na vida do que o que conseguimos enxergar. Fomos criados com a realidade da eternidade estampada em nossos corações (Eclesiastes 3.11).
As pessoas não somente querem saber mais sobre ela, mas querem saber de algum segredo sobre o futuro, sobre o que acontecerá e como ficar do lado certo. Todos querem saber os segredos do futuro do universo.
Nós temos o segredo.
Existe um livro segreto que revela o futuro do mundo e da raça humana e ele também revela o segredo de como ficar do lado certo na eternidade. Você tem uma cópia dele em casa.
Abra em Apocalipse 5, onde vemos o livro secreto revelado junto com uma Pessoa—veja bem—não uma força ou consciência mística, mas uma Pessoa capaz de abrir o livro e controlar soberanamente o futuro do planeta e do universo inteiro.
O Livro Secreto:
Quem É Digno de Abri-lo?
Veja Apocalipse 5.1–4. A propósito, o texto fala de Deus o Pai no trono maravilhoso que estudamos em Apocalipse 4.
Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos. Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos? Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele; e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele.
No mundo antigo, a literatura era escrita em rolos feitos de papiro ou pergaminho. O mais comum era o papiro feito da planta de papiro—um caniço que crescia no delta do Nilo. O miolo era extraído, deitado em tiras, golpeado com um martelo liso e amaciado com uma pedra. O resultado era algo parecido com um papel marrom grosso. Os fabricantes podiam fazer o rolo do tamanho que desejassem ao colarem uma tira do lado da outra.
O verso 1 nos diz que Deus o Pai está segurando um rolo escrito em ambos os lados.
Havia vários tipos de documentos na antiguidade selados com sete selos. Um deles era o testamento. Um testamento romano era selado por sete testemunhas e cada uma delas colocava seu selo no documento. Ele poderia ser aberto somente diante da presença das testemunhas. Em certo sentido, o livro em Apocalipse 5 é o testemunho do Deus Triúno, selado pelo testemunho perfeito de Seu Espírito sétuplo.
O futuro do universo não é o desejo de pessoas insignificantes e ele não é determinado pelas palavras de carne mortal, não importa o quanto você ame a si mesmo. O futuro do universo é conforme a vontade e a palavra do Deus todo-poderoso.
O fato de que a vontade de Deus para o futuro está escrita ao invés de simplesmente falada é mais uma indicação de que Seu testamento está terminado e é imutável—ele foi determinado por Deus somente.
Quero mencionar mais um tipo de livro que era selado com sete selos. Não somente os testamentos eram selados dessa forma, mas escrituras também.
Em Jeremias 32, Deus mandou Jeremias comprar um terreno no território de Benjamim por dezessete siclos de prata. A terra seria inútil, já que Nabucodonosor da Babilônia estava no processo de derrotar Jerusalém. Mas Deus mandou Jeremias comprar um pedaço de terra como sinal de que o povo um dia voltaria. Dois rolos foram produzidos contendo o contrato dessa compra. Um rolo se tornou o registro público e não foi selado; o outro foi selado com sete selos e colocado no templo guardado em proteção até que o dono voltasse e exigisse o direito de posse da terra para si.
A analogia é tanto incrível quanto cabível. Jesus Cristo está prestes a receber a escritura da criação mantida em segurança na mão do próprio Deus Pai. O pecado de Adão entregou a terra à maldição e ao domínio de Satanás, mas Cristo resgatou a criação na cruz, mesmo quando ainda estava debaixo do controle do inimigo. Um dia, Cristo exigirá a escritura da propriedade que Ele comprou com Seu sangue, e reivindicará a posse devida de Sua terra. Ela pertence a Ele; Ele é o herdeiro de todas as coisas.
Somente Cristo pode responder ao desafio do verso 2. Veja o verso novamente:
Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?
Quem possui essa autoridade?
Quem foi a testemunha do documento original? Quem pagou pelo preço da terra? Quem conhece a vontade de Deus? Quem tem o poder de cumprir o conteúdo do contrato e reivindicar a terra rebelde?
Uma busca é feita por toda a criação. Veja o verso 3 novamente—a busca começa nos céus com toda a companhia dos redimidos, os santos tanto do Antigo como do Novo Testamento e continua por toda a humanidade na terra e até mesmo nas profundezas do Hades. A responde que volta é, “Ninguém é capaz ou digno.”
Imagine isto: Abraão não foi digno, nem Isaque e nem Jacó. Davi e Daniel também não; José, Isaías e o apóstolo Paulo não foram dignos, e nem o apóstolo Pedro. Martinho Lutero ficou em silêncio, bem como Jonathan Edwards, Charles Spurgeon e Hudson Taylor. Nenhum deles se pronunciou.
Você deseja crer, como muitos hoje, que Cristo foi apenas um dentre muitos outros profetas que agora habitam no céu?
Se você quiser crer assim, algo que eu não creio, veja bem que Maomé, Confúcio, Buda, Krishna, Joseph Smith e todos os outros profetas que dizem falar da parte de Deus ficaram em silêncio.
- Ninguém foi capaz de conhecer a mente e a vontade do Deus eterno;
- Ninguém se tornou o herdeiro do planeta;
- Ninguém pôde reivindicar a posse do universo;
- Ninguém foi poderoso o suficiente para exigir a posse da criação;
- Ninguém falou da parte de Deus o Pai cujo Espírito brilhava como sete tochas e cujo trono reluzia com raios e tremia com trovões.
Ninguém se apresentou.
Veja bem no verso 2 que Deus o Pai não perguntou, “Quem está disposto a abrir o livro...” mas, “Quem é digno?”
Ninguém se mexeu. E no verso 4, o apóstolo João começa a chorar.
Em seu comentário nessa passagem, John MacArthur citou as palavras de W. A. Criswell, o qual pastoreou por muito tempo a Primeira Igreja Batista de Dallas, nos Estados Unidos:
As lágrimas de João representam as lágrimas de todo o povo de Deus de todos os séculos. Essas lágrimas do apóstolo João são as lágrimas de Adão e de Eva expulsos do Jardim do Éden; quando se curvaram diante do primeiro túmulo, regando a poeira do chão com suas lágrimas de seu filho assassinado Abel. Essas foram as lágrimas do povo de Israel em escravidão ao clamarem a Deus na aflição e escravidão. Elas são as lágrimas dos eleitos de Deus no decorrer dos séculos que clamaram ao céu. Elas são os soluços e lágrimas espremidos do coração e da alma do povo de Deus ao... passarem por provações e sofrimentos da vida, dores e decepções indescritíveis. Tal é a maldição que o pecado colocou sobre a bela criação de Deus; e essa é a maldição da mão daquele que a segura; aquele usurpador, aquele intruso, aquele estranho, aquele dragão, aquela serpente, aquele Satanás. E João chora porque não consegue encontrar [Alguém para abrir o livro e redimir] essa terra agora presa para sempre à morte. Isso significou que a morte, o pecado, a maldição e o inferno reinariam para todo o sempre e a terra de Deus permaneceria eternamente nas mãos de Satanás.
Não é surpresa alguma que João se derrama em prantos.
João é conduzido ao futuro e não há ninguém para consumar a redenção final. Não há alguém capaz de executar a vontade do Pai; ninguém da raça caída de Adão—nem mesmo um homem ou mulher dos bilhões que habitaram a terra—apto para reivindicar o universo.
Ninguém pode vencer o mal; ninguém pode introduzir o reino futuro; ninguém consegue trazer o céu e revestir mortais com imortalidade. Ninguém.
Meu amigo, a Lei da Atração pode até atrair o coração humano, mas é uma mentira passageira.
Conforme os segredos nesse livro divinamente inspirado, não há ninguém capaz de lidar, manipular, direcionar, ordenar, sugerir, seduzir ou mesmo desejar que o universo faça a sua vontade. Ninguém... ninguém... a não ser Um—existe Um.
O Livro Secreto:
O Cordeiro É Digno de Abri-lo
Veja Apocalipse 5.5:
Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.
O Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi pode!
Esses são títulos messiânicos—esses são indicadores claros de que Israel está voltando a ocupar lugar central no palco no desenrolar da tribulação.
Quem é esse digno de abrir os segredos desse livro? Existem cinco pistas contidas nesse texto.
- Primeiro, Aquele que é digno de abrir os segredos do livro é chamado de Leão.
Esse título fala de Sua majestade. Ele é o Leão majestoso e tenebroso e Seu rugido é terrível e derreterá de medo o coração da humanidade.
Esse aspecto é retratado de forma incrível na obra de C. S. Lewis, O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa. Os castores estão descrevendo o mundo aos filhos de Adão e às filhas de Eva—títulos dados às crianças na terra. Eles descrevem seu líder ausente, mas destemido, o Leão Aslan que ilustra Cristo.
Enquanto os castores descrevem Aslan para as crianças, a menina Susan diz, “Ele é perigoso? Fico um tanto nervosa em conhecer um leão.”
A Sra. Castor responde, “Nervosa você ficará, querida, não se engane. Se existe alguém capaz de aparecer diante de Aslan sem tremer os joelhos, ou é mais corajoso do que a maioria, ou simplesmente um tolo.”
“Então ele é perigoso?” disse Lucy.
“Perigoso?” replicou o sr. Castor. “Você não ouviu o que a sra. Castor disse antes? Quem falou alguma coisa sobre perigoso? É claro que ele é perigoso. Mas ele é bom. Ele é o Rei, digo a você.”
Aquele que é digno de abrir o livro é o Leão—o Majestoso.
- Segundo, o texto nos diz que esse Digno vem de uma tribo.
Ele é um leão—o que fala de Sua majestade.
Contudo, Ele também é membro de uma tribo—o que fala de Sua humanidade.
Ele nasceu na terra—como homem; 100% homem, membro de uma tribo de pessoas. Ele terá meios-irmãos e irmãs, conforme nos informa Mateus 13.55–56. Ele pertence a uma tribo e a uma família.
Ele foi, de fato, tão comum que, quando anunciou quem era, todos disseram, “Você, Deus encarnado?! Messias?! De jeito nenhum!” Em certa ocasião, Seus meios-irmãos vieram buscá-lO pensando que Ele estava louco (Marcos 3.21).
- Terceiro, o texto nos diz que Ele vem da tribo de Judá.
Isso diz respeito à Sua nacionalidade. Conforme as profecias, o Messias viria da tribo de Judá (Gênesis 49.10).
- Quarto, o texto ainda nos informa de que o Digno é chamado de Raiz de Davi.
Esse título se refere à Sua realeza. Ele é descendente de Davi e as genealogias do Messias precisam provar que Ele descende de Davi a fim de reivindicar com justiça o direito ao trono de Davi em Jerusalém. É por esse motivo que Mateus, escrevendo primariamente a um público judaico, começa com a genealogia de Cristo, provando que Jesus havia, de fato, descendido da linhagem de Davi.
A expressão “Filho de Davi” era um título messiânico bastante conhecido usado frequentemente nos Evangelhos para falar de Jesus Cristo.
João ouve estas descrições que revelam Aquele que é digno:
- Majestade;
- Humanidade;
- Nacionalidade;
- Realeza.
- Finalmente, a Raiz de Davi se refere à Sua divindade.
Podemos entender a ideia de “Raiz de Davi” como informando duas coisas: Ele é tanto descendência de Davi como o predecessor de Davi.
- O que veio depois de Davi era Filho de Davi.
- O que veio antes de Davi foi a Raiz de Davi.
Pense nisso da seguinte forma: no que diz respeito à Sua humanidade, Ele teve Suas raízes em Davi; mas quanto à Sua divindade, Ele foi a raiz de Davi.
Ambos são enfatizados no final de Apocalipse quando Cristo diz a respeito de Si mesmo, Eu sou a Raiz e a Geração de Davi (Apocalipse 22.16).
A única pessoa que poderia ser tanto totalmente humano e totalmente Deus, nascido no planeta terra como judeu em uma tribo e na família de Davi, sendo ao mesmo tempo o predecessor preexistente de Davi é aquele que proclamou diante da Sua nação de Israel,
...Antes que Abraão existisse, EU SOU (João 8.58).
O único digno, que está prestes a enxugar as lágrimas do apóstolo João, é Jesus Cristo.
Daí, João faz quatro observações sobre o Senhor soberano. Veja Apocalipse 5.6–7:
Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra. Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono;
- Primeiro: no verso 6, o Cordeiro está de pé.
Ele ressuscitou para pegar o livro e começar a controlar a máquina de ira que envolverá a terra.
- Segundo: o Cordeiro sofreu.
João escreve no verso 6, um Cordeiro como tendo sido morto.
Essa é uma referência ao fato de que Cristo ainda carrega as cicatrizes de Sua crucificação—talvez mais do que as marcas deixadas em Suas mãos, pés e a ferida causada pela lança enfiada em Seu lado.
Quando o Senhor ressurreto apareceu aos Seus discípulos, Ele graciosamente atendeu às dúvidas de Tomé e o convidou a tocar em Suas mãos e lado. Ao ver essas marcas, Tomé se prostrou aos pés de Cristo e exclamou,
...Senhor meu e Deus meu! (João 20.28).
Agora, de pé como o Senhor assunto aos céus—à destra do Pai em igual autoridade com Ele—Cristo é visto como o Cordeiro que foi morto.
Uma professora de Escola Dominical perguntou certa vez às crianças algo que ela pensou que seria uma pegadinha—mas foi ela quem acabou ficando calada. Ela perguntou, “Crianças, existe algo no céu feito por mãos humanas?” Para sua surpresa, um dos meninos disse, “Sim, senhora.” Ela riu e disse, “É mesmo? O que?” Ao que o menino respondeu, “As marcas de pregos nas mãos de Jesus.”
O Cordeiro sofreu nas mãos daqueles que Ele veio salvar.
- Terceiro: o Cordeiro que sofreu e se encontra de pé é também supremo.
João identifica que Ele possui sete chifres.
Esse é o símbolo de poder perfeito e completo—sete indica que Ele é extremamente poderoso.
No período intertestamentário, durante os 400 anos quando os macabeus se revoltaram e os grandes heróis de Israel lutaram por libertação, seu estandarte era um cordeiro com sete chifres.
Esse Cordeiro libertará Seu povo de uma vez por todas. Ele sofreu, encontra-se de pé e é supremo.
- Quarto: o Cordeiro possui onisciência soberana.
João vê que Ele possui sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus. Ele vê todas as coisas por meio de Seu Espírito.
Note o clímax dessa cena em Apocalipse 5.7:
Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono;
Ele tomou o livro é uma expressão que indica intensidade, destacando a permanência do ato. Esse livro é dEle e está em Sua posse permanente.
Artes romanas em alto relevo mostram imperadores segurando rolos como símbolo de seu poder e autoridade. Ao entregar o livro nas mãos do Cordeiro, o Deus Pai mostra que transferiu toda autoridade e poder ao Deus Filho uma vez que a ira do Cordeiro está prestes a ser derramada na terra e o futuro do universo a ser revelado.
Pare de chorar, João—e comece a cantar.
É de se esperar que os redimidos e as hostes celestiais entoam um dos grandes hinos do céu, o qual observaremos com mais calma em nosso próximo estudo.
Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Apocalipse 5.9).
Digno é o Cordeiro.
Conclusão
João enxuga suas lágrimas. O Cordeiro é o nosso Líder. O Soberano é o nosso Salvador!
Esse Cordeiro não é um espírito místico, mas uma pessoa que carrega cicatrizes como símbolo de Seu amor e graça.
Deus não é você nem eu. Ele não é uma força na qual somos absorvidos. Deus é uma pessoa distinta que nos liberta e a quem um dia adoraremos.
Recentemente, fiquei no trânsito atrás do carro de uma mulher. Na traseira do carro havia um adesivo que dizia, “Deusa trabalhando.” Vinte anos atrás, isso teria sido piada. Hoje, essa mulher está provavelmente falando sério.
Em seu sermão, o pregador Erwin Lutzer fez menção a uma mulher que havia se convertido. Ela era professora em uma universidade próxima e tinha estudado todos os tipos de religião, inclusive os ensinos da Nova Era. Contudo, ela acabou entregando seu coração a Cristo. Em seu testemunho, ela afirmou que, pela graça de Deus, reconheceu que todas as religiões do mundo lhe diziam que ela era um deus, enquanto o Cristianismo lhe disse que ela era uma pecadora. Entretanto, ela sabia, lá no fundo, que não era uma deusa e o Cristianismo lhe ofereceu a verdade sobre quem ela era e perdão para os pecados que ela sabia que tinha cometido.
Meu amigo, o livro popular O Segredo conduzirá as pessoas, no fim, ao desespero porque não somos capazes de nos satisfazer a nós mesmos.
Além disso, todos os que o seguem terão que um dia admitir sua própria insuficiência, quer em seu leito de morte ou na doença; ou ainda mais trágico, quando estiverem diante do Deus santo a quem substituíram consigo mesmos. Mas a tragédia é multiplicada até mesmo agora em nossa vida, pois:
- Se somos deuses, não há ninguém que possa nos guiar;
- Se somos soberanos, não há quem possa nos salvar;
- Se somos apenas parte de uma força, não quem possa nos perdoar.
Este é o verdadeiro segredo do livro: o Cordeiro é soberano. O Leão de Judá é o Criador preexistente do passado e o soberano Senhor do futuro, e Ele está disposto a ser o seu Salvador.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 20/04/2008
© Copyright 2008 Stephen Davey
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