
O Grande Escape
O Grande Escape
O Anticristo e as Muitas Faces do Mal—Parte 3
Apocalipse 12.11–17
Introdução
Na semana passada, enquanto eu dirigia para a minha casa, alguma coisa acertou o meu carro; não sei se foi uma fruta ou outra coisa. A única coisa que eu sei é que algumas crianças celebraram sua pontaria naquele momento.
Esse acontecido me transportou de volta aos meus dias de criança. Meu irmão mais velho e eu, juntamente com outros meninos da vizinhança, íamos para o quintal de uma casa próxima da rua. Esse quintal espaçoso do vizinho era cercado por uma cerca viva; uma das cercas ia paralela à rua e servia de esconderijo perfeito. No quintal do vizinho também havia uma árvore de pêssego. Pegávamos alguns pêssegos, nos agachávamos atrás da cerca viva e esperávamos um carro passar; quando passava, pêssegos voavam. Geralmente, errávamos, mas às vezes ouvíamos o barulho gratificante de um pêssego maduro atingindo o alvo. De vez em quando, o carro parava e ouvíamos o grito: “Ei, moleque!” Daí, corríamos para o outro lado do quintal, pulávamos por cima da cerca viva e fugíamos dali. Como eu gostava da minha infância!
Quando penso nisso, lembro que eu fazia essas coisas contra a minha vontade. Era o meu irmão mais velho e os vizinhos que jogavam os pêssegos—eu ficava lá citando versos da Bíblia. Bom, não exatamente.
Para as pessoas que passavam ali dirigindo, o que fazíamos era algo irritante e, talvez, assustador que acabava sujando o carro. Quando chegavam em casa, precisavam limpar a sujeira que tínhamos feito. Era só um pêssego.
Muitas pessoas parecem pensar que Satanás não passa de um camarada travesso que joga pêssegos nelas de vez quando enquanto dirigem pela estrada da vida. Sua pontaria não é tão boa assim e ele não causa muito estrago. Na verdade, ele se diverte ao assustá-las e fazer uma bagunça de vez em quando—assim como um pêssego atirado contra um carro.
Daí, existem aquelas pessoas que pensam ser alvos expostos ao mundo espiritual e não possuírem proteção alguma. Quando acessamos websites sobre batalha espiritual, descobrimos que existem mais de dois milhões de sites falando sobre o mundo angelical e demoníaco—a maioria sendo pura superstição estranha à verdade revelada na Palavra de Deus.
Nesses websites, existem imagens de demônios em nuvens, orações milagrosas para vencê-los e instruções de como invocar proteção angelical. Existem vídeos de pessoas que morreram, foram para o inferno e voltaram para descrevê-lo. Existe poder disponível para compra e pedras preciosas que caíram do céu. Também encontramos fotos de poeira de ouro que caiu das ruas de ouro celestiais, além de água benta do Rio Jordão. Por último, existem orações mágicas que dizem conceder poder sobre o mundo espiritual.
Tudo isso, é claro, no fundo destrói o entendimento bíblico do Evangelho—o fato de que ele é o poder de Deus para salvação. Isso também desvia o foco de Cristo para anjos e demônios, gerando superstição e medo nos corações daqueles que pensam estar sem respostas ou direção reais.
E tudo isso, obviamente, no final acaba desviando a verdadeira adoração e confiança no Senhor soberano, pessoal, cuidadoso e vitorioso, de forma que até crentes ficam se perguntando o que pode vencer o maligno.
Acontece que nós temos o registro do final da história; recebemos uma descrição clara de Satanás e de suas tentativas finais de atrapalhar os propósitos de Deus.
Quando João nos revela as muitas faces do mal nos últimos dias da Tribulação, recebemos uma descrição de Satanás e sua queda. Ele é um ser real pessoal com planos reais; e seu plano não é jogar pêssegos em ninguém. Ele não é encurralado com um crucifixo, água benta do Rio Jordão ou oração mágica. Na verdade, João nos fornece um plano de escape, não somente para os que enfrentarão seu último ataque, mas para cada crente hoje que busca viver uma vida cristã vitoriosa.
Vamos retomar nosso estudo em Apocalipse 12 e concluir a descrição que João faz desse dragão vermelho e de suas tentativas de impedir a Palavra e a obra de Deus. Acompanhe a leitura dos versos 7–8:
Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles.
Conforme vimos em nosso estudo anterior, o dragão e seus anjos perderam seu acesso ao céu onde acusavam os irmãos diante de Deus, de forma bastante semelhante ao que vemos em Jó 1.9. Continue em Apocalipse 12.9–10:
E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.
Fugindo da Acusação do Dragão
Agora, para o nosso estudo hoje, note a revelação surpreendente do elemento que vence o inimigo. Veja Apocalipse 12.11:
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.
Quem são eles que venceram Satanás? O antecedente de eles é irmãos, tanto os que já foram martirizados nos terríveis dias da Tribulação, bem como os que ainda serão mortos no final desses sete anos. Entretanto, isso também pode incluir todo crente que já foi acusado por Satanás na presença de Deus. Nossos irmãos inclui eu e você, os quais, no verso 10, Satanás acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.
O que vence Satanás? O que destrói suas acusações legais contra nós? O que o desarma de seu poder letal?
A resposta nos é dada em três declarações poderosas que são verdade não somente aos crentes da Tribulação, mas para todo crente no decorrer da história da redenção.
- Primeiro e acima de tudo, os crentes descansam no seu perdão aperfeiçoado.
Veja a primeira frase do verso 11:
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro...
Satanás não é derrotado com água benta do Rio Jordão ou com uma pedra preciosa pendurada no retrovisor do seu carro.
A vitória do crente não está em amarrar Satanás com algum encantamento ou repreendê-lo com alguma oração mágica.
A vitória vem por meio do sacrifício de sangue vivificador de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que morreu para remover nosso pecado. Pedro escreveu:
sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo (1 Pedro 1.18–19).
Satanás e seus anjos caídos, conspirando junto com sua carne caída, sussurram uma voz de acusação no interior: “Mas que direito você tem de se chamar um cristão? Veja bem seus pecados... olha como você fracassou... quanta bagunça você fez mais uma vez. Como Deus pode amá-lo? Como você ousa dizer que pertence a Ele?”
O que devemos dizer a essa serpente acusadora? Que tal: “Você está certo! Sou um pecador; errei de novo; menti... agi em ira... fui egoísta... alimentei pensamentos impuros... maltratei aquelas pessoas... exigi os meus direitos. Você está certo!”
“Isso tudo é verdade! Contudo, Satanás, você está se esquecendo de uma coisa:”
o sangue de Jesus... nos purifica de todo pecado (1 João 1.7b).
“Parece que você se esqueceu, e também quer que eu me esqueça que as minhas iniqüidades são perdoadas, e... pecados são cobertos” (Romanos 4.7).
“Você se esqueceu que Jesus, 2 mil anos atrás, removeu todos os meus pecados—passados, presentes e futuros—encravando-os na cruz” (Colossenses 2.14b).
Isso significa que, quando Jesus Cristo nos salvou, Ele já sabia muito bem todos os pecados que cometeríamos no decorrer de nossas vidas, e Ele perdoou todos eles!
Portanto, lembre essa antiga serpente acusadora da verdade: você não é apenas um pecador, você é mais do que isso; você não é apenas um vaso de barro frágil, você é mais do que isso; você é um pecador redimido e colocado em Cristo, o seu Cordeiro redentor e, agora... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Romanos 8.1).
Um crente escreveu o seguinte poema retratando as verdades desses versos:
Eu pequei e logo, a toda velocidade, Satanás voou
Para diante da presença do Deus Altíssimo,
E fez ali uma acusação injuriosa.
Ele disse: “Esta alma, esta coisa de barro e pó, pecou. É verdade que ele invocou o Teu nome,
Mas exigi sua morte, pois Tu disseste:
“A alma que pecar, essa morrerá.” Não será
A Tua sentença cumprida? Morreu de todo a justiça?
Envia, agora, esse pecador depravado para a destruição.
Que mais um regente justo fará?”
Assim, ele me acusou de dia e de noite,
E toda palavra que ele disse, ó Deus, foi verdadeira!
Então, rapidamente, Alguém se levantou da destra de Deus,
Diante cuja glória os anjos seus olhos cobriram.
Ele falou: “Cada i e til da Lei devem ser cumpridos; o pecador culpado morre!
Mas espere! Suponha que sua culpa seja toda transferida
Para mim e que Eu pague sua dívida.
Veja Minhas mãos, Meu lado, Meus pés! Um dia
Eu fui por ele feito pecado, e morri para que ele
Fosse diante do Teu trono apresentado perfeito.”
E Satanás fugiu. Ele sabia muito bem
Que jamais prevaleceria contra tão grande amor,
Porque toda palavra que o meu querido Senhor disse era verdadeira!
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro...
Para o crente vitorioso, sua posição de perdoado é a raiz de sua vitória da qual tudo cresce e floresce.
Agora, vemos os crentes descansando em sua purificação perfeita e ainda ouvimos mais.
- Segundo, os crentes ressoam com uma confissão pública.
Veja o verso 11 novamente:
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram...
Então, existe, primeiro, o princípio de uma purificação aperfeiçoada, a qual, por fim, derrota o inimigo. Em seguida, existe o princípio de uma confissão pública, a qual diariamente destrói as estratégias do inimigo.
Por causa da palavra [logos] do seu testemunho—podemos ler essa frase e pensar que, de repente, tudo depende de nós—de nossa fidelidade em apresentar nosso testemunho.
A questão, contudo, não está na atividade como uma testemunha, mas no conteúdo do testemunho. A palavra do seu testemunho se refere ao Evangelho de Cristo, o qual defenderam. Portanto, esses crentes venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da Palavra de Deus à qual deram testemunho.”
Vencemos o dragão por causa da Pessoa a quem estamos relacionados, e por causa daquilo que Ele revelou a nós em Sua Palavra.
Como resultado, podemos testemunhar alegremente dessa verdade.
Assim, o crente vitorioso vive à luz de seu perdão, afirmando-o e se regozijando por causa dele—e à luz da Palavra de Deus, a qual compartilha—o Evangelho que é o poder de Deus para salvação.
- Derrotamos a serpente por meio da salvação—essa é uma verdade teológica.
- Derrotamos a serpente ao proclamarmos o Evangelho ao nosso mundo—essa é uma verdade prática.
Alguns domingos atrás, contei à minha congregação a história de um crente fiel que foi uma testemunha poderosa em seu país, a Austrália. Ele nunca presenciou alguém recebendo a Cristo na sua presença, e jamais ouviu dizer que alguém recebeu a Cristo por causa do seu testemunho. Ele recebeu a notícia do impacto poderoso de seu testemunho nas vidas de outros apenas semanas antes de sua morte. Na ocasião, um pastor lhe contou que pessoas em vários continentes tinham ido à fé em Cristo ao terem lido um de seus folhetos evangelísticos.
As pessoas em minha igreja reagiram de tal maneira a essa história que decidimos imprimir folhetos evangelísticos com o telefone e website de nossa igreja. O folheto inclui textos e princípios que qualquer pessoa consegue ler e entender o coração do Evangelho—e podem ligar para nossa igreja se quiserem ter mais informação.
A maioria dos crentes nunca distribuiu sequer um folheto em sua vida. Você pode dizer: “Mas eu não conheço muito da Bíblia. E se eu tropeçar com suas perguntas?”
Deixe-me garantir o seguinte: você irá! Nenhum de nós é uma enciclopédia bíblica ambulante. O método principal, porém, não é responder todas as perguntas, mas simplesmente testemunhar a verdade do Evangelho.
O Dr. Charles Feinberg foi um erudito bíblico judeu brilhante e professor de seminário por muitos anos. Ele havia sido criado num lar judeu ortodoxo e sua família contratara uma mulher para trabalhar em casa aos sábados. Ela era chamada de “a gentia do sabbath” porque ela ia aos sábados para cozinhar e limpar, a fim de que sua família não precisasse realizar nenhum “trabalho” no Sabbath.
Com o passar do tempo, seu testemunho se tornou convincente e até inquietante. Finalmente, o rico, sofisticado e educado Charles Feinberg foi até sua diarista e disse: “Eu preciso saber o que você tem que lhe trouxe tanta paz e alegria.”
Essa mulher contou a Charles a narrativa do Evangelho e ele colocou sua fé em Jesus Cristo como seu Messias.
Existe:
- O alicerce de um perdão aperfeiçoado;
- A prática de uma confissão pública.
E mais um:
- Terceiro, os crentes se concentram na glória permanente.
Esses crentes vitoriosos se concentram na sua glória permanente. Veja a última parte do verso 11 e o início do verso 12:
...e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais...
Deixe-me rapidamente revisar os três princípios da vitória para o crente:
- Primeiro: o sangue do Cordeiro—esse é o princípio da purificação permanente.
- Segundo: a palavra do seu testemunho—esse é o princípio de uma confissão pública.
- Terceiro: não amaram a própria vida—esse é o princípio de uma concentração pessoal.
Os crentes se concentram na glória eterna.
John Phillips escreveu:
O que Satanás pode fazer com esses irmãos? Tranque-os em uma cela e eles converterão os guardas; torture-os e eles se tornarão coparticipantes dos sofrimentos de Cristo e herdeiros de uma recompensa maior; mate-os como mártires e eles estarão imediatamente com Cristo; solte-os e eles evangelizarão o mundo.
Muito bem colocado! Esse é o resultado da queda do dragão.
É como a missionária Karen Watson, sobre a qual li recentemente. Ela foi martirizada por sua fé alguns anos atrás. Antes de ir servir a Cristo no Iraque, ela entregou uma carta a seu pastor com algumas instruções específicas. A carta dizia: “Você está lendo esta carta somente porque eu morri.” Sua carta continha palavras amorosas a sua família e amigos, concluindo com um resumo de seu foco na vida. Ela escreveu: “Obedecer era o meu objetivo; sofrer era esperado; Sua glória é a minha recompensa.”
Escapando da Perseguição do Dragão
A Fúria do Dragão
Apesar de Satanás conhecer o livro de Apocalipse melhor do que qualquer um de nós, ele não encarará essas verdades deitado. Veja a última parte do verso 12:
...Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.
A essa altura, ele sabe que tem pouco tempo. Os versos 6 a 14 usam uma linguagem profética para nos informar que o dragão tem apenas três anos e meio, ou seja, a segunda metade da Tribulação.
Um autor escreveu sobre Satanás ser banido do céu quando não pode mais acusar os irmãos. Ele usou palavras bem vívidas, dizendo:
Satanás, agora, é como um leão numa jaula, enfurecido diante de palavras que expressam a limitação imposta sobre sua liberdade. Ele se levanta do pó da terra, cerra os punhos para o céu e olha ao seu redor, sufocado de tanta raiva em busca de maneiras para direcionar seu ódio e desprezo contra a humanidade. Ele sofreu um xeque-mate e foi dominado por Aquele a quem mais odeia.
Então, o que ele faz? Veja o verso 13:
Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher [Israel] que dera à luz o filho varão;
Em outras palavras, o dragão persegue a nação que deu à luz o Messias judeu e herdeiro do trono de Davi. Mas até mesmo aqui ele é barrado mais uma vez. Continue no verso 14:
e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente.
Essa é a terminologia que Daniel usa para se referir a três anos e meio (Daniel 7.25).
A revelação continua usando linguagem figurada nesses versos. João volta a falar de Israel como uma mulher, e fala figuradamente de seu resgate nas asas de uma águia.
A Fuga da Mulher
Essa imagem de livramento já foi usada no Antigo Testamento quando Deus falou por meio de Moisés, dizendo:
Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos cheguei a mim (Êxodo 19.4).
João se refere aqui ao meio da Tribulação quando os judeus mais uma vez enfrentam um holocausto e fogem. Em Seu Sermão Escatológico no Monte das Oliveiras, Jesus falou desse momento no futuro quando os judeus fugiriam depois que o Anticristo profanasse o templo em Jerusalém. Esse momento é chamado de a “abominação da desolação.” Ou seja, um ato do Anticristo que profana o altar, fazendo com que o templo perca seu significado. Jesus Cristo disse em Mateus 24.15–21:
Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel… os que estiverem na Judéia fujam para os montes; quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa; e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa… porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo nunca houve...
João nos conta que, quando o povo judeu chegar a esse destino em particular, os que conseguirem escapar serão sustentados e protegidos pelo Senhor.
Não somos informados do lugar para onde os israelitas remanescentes fogem em busca de segurança. Muitos estudiosos bíblicos conjecturam que esse lugar seguro é a antiga cidade de Edom esculpida na rocha e conhecida na modernidade como Petra. A palavra “petra” significa “rocha, pedra.”
Muitas das construções dessa cidade antiga foram esculpidas na rocha. Essa cidade incrível começou a se desenvolver pelo menos mil anos antes do nascimento de Cristo.
As construções de Petra não são buracos primitivos cavados na lateral de uma montanha, mas são estruturas complexas e esculpidas com beleza. Elas têm permanecido de pé há vários séculos.
Evidentemente, um terremoto que ocorreu no ano 551 A.D. motivou seus habitantes a evacuarem-na com medo de as montanhas e construções caírem sobre eles. Petra foi redescoberta em 1812 e a escavação desde então tem sido intensa.
O que torna essa cidade ainda mais propícia ao cenário de Apocalipse é que grande parte dela pode ser protegida. Muitas de suas construções só podem ser alcançadas a camelo ou burro, ou caminhando entre desfiladeiros enormes.
Pelo fato de ser cercada por esses despenhadeiros, muitas das construções de Petra são facilmente protegidas.
É possível que Petra seja o local onde o remanescente judeu crente será protegido quando o dragão soltar sua fúria inacreditável contra eles.
O verso 15 nos informa:
Então, a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio.
Em outras palavras, o dragão causará uma enchente para tentar arrancar os judeus de seu esconderijo ao desviar, talvez, o curso de algum rio. A linguagem parece indicar que a tentativa do inimigo é uma destruição literal por meio de água.
A propósito, baseado nas fontes que li, neste momento, nem mesmo 10% das construções da cidade foram escavadas ou mesmo descobertas. Contudo, sabemos o suficiente sobre Petra para nos convencer de que um rio seria a estratégia perfeita para acabar com sua resistência.
Talvez o inimigo, por meio de um feito da engenharia, alcança um rio debaixo do solo, algo bastante comum naquela região. Em seguida, ele consegue redirecionar essa fonte de água e fazê-la correr em direção a Petra. Sua esperança é afogar o povo judeu. Os judeus não teriam saída; a água inundaria toda caverna e fissura dessa cidade.
Deus, todavia, realiza um milagre ao fazer algo que já fez várias vezes no passado, conforme registrado no Antigo Testamento (Êxodo 15; Número 16). Ele faz a terra se abrir e sugar toda a água. Veja os versos 16–17:
A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca. Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência...
Obviamente, essa mulher não pode ser Maria porque o dragão sai para lutar contra seus filhos, sua descendência. Os filhos e filhas nascidos de Maria e José depois de Cristo, conforme Mateus 13.55–56, certamente não estão vivos ou sequer no contexto desses acontecimentos.
Essa mulher também não pode ser a igreja porque Cristo não nasceu da igreja; a igreja é que nasceu de Cristo.
Essa mulher é Israel que dá à luz o Messias—um judeu descendente de Davi—e o dragão, tendo sido banido do céu e barrado de Petra, agora direciona sua fúria final aos filhos de Israel—a descendência da mulher. Satanás, usando seu fantoche Anticristo, libera um último holocausto contra o povo judeu.
Eu concordo que seu alvo se expande além dos judeus porque João sugere isso. Ele diz na última parte do verso 17 que o dragão faz guerra contra...
...os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar.
Isso inclui não somente judeus crentes que não conseguiram achar segurança nessa cidade, mas crentes gentios que vivem ao redor do mundo sustentando o testemunho da Palavra de Deus e da Palavra Viva—Jesus Cristo.
Conclusão
Então, Apocalipse 12 termina com uma descrição incrível da primeira e mais importante face do mal: o dragão.
Evidentemente, precisamos não somente estar cientes da fúria e do fracasso do dragão, mas também saber como resisti-lo na atual dispensação da graça. Precisamos saber reconhecer quem ele é e como atua, bem como quais armas utilizar contra ele: o sangue do Cordeiro e a Palavra de Deus.
Lembro-me de estar no aeroporto em certa ocasião anos atrás quando meus filhos gêmeos tinham seis anos de idade. Tínhamos ido pegar a avó deles que vinha passar o Natal conosco.
Quando o avião da avó chegou, os primeiros a desembarcar foram alguns militares que estavam na guerra contra o Iraque. Eles estavam vestidos de uniforme camuflado, botas e armas penduradas. Quando essa comitiva um tanto impressionante se enfileirou à nossa frente, meus filhos ficaram muito admirados e um deles me disse: “Olha só, papai, esses homens do exército.”
Um dos soldados parou, olhou para o meu filho e disse: “Garoto, não somos do exército; somos da marinha.”
Saiba quem você é—você acontece de estar, neste momento, numa guerra. Não se esqueça. A batalha de Apocalipse 12 não é sua, mas o inimigo é o mesmo. Efésios 6 nos manda nos vestir para a batalha.
O nosso inimigo é cruel, sanguinário e impiedoso. Ele não atira pêssegos maduros—ele vai direto para a garganta. Ele joga insultos e acusações contra você diante de Deus e contra Deus diante de você.
Como vencer? Lembre-o do sangue do Cordeiro—o sangue derramado por pecadores; lembre-o da Palavra de Deus e de seu testemunho de que ela é a verdade; e ame a Cristo mais do que a sua própria vida.
Lembre-se também de que Satanás já leu sobre seu futuro. Não deixe que ele o aprisione em derrota com suas ameaças e acusações vãs.
- Afirme o sangue de Cristo em sua vida diária—você está perdoado;
- Confesse sua fé publicamente diante de outros—você é um embaixador;
- Concentre-se no seu futuro eterno com Cristo Jesus, seu Senhor—você está a caminho do céu.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 14/12/2008
© Copyright 2008 Stephen Davey
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