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O Vinho da Sua Ira

O Vinho da Sua Ira

系列: Apocalipse
參考: Revelation 1–22

O Vinho da Sua Ira

Uma Prévia das Coisas Por Vir—Parte 3

Apocalipse 14.9–10

Introdução

Carlos Santana, o ganhador de um prêmio da música, vendeu mais de 10 milhões de cópias de apenas um de seus álbuns—Sobrenatural. Ele foi entrevistado várias vezes e contou abertamente às pessoas sobre a influência de um anjo em sua vida.

Segundo uma de suas entrevistas, Santana ouve com frequência a voz de um anjo enquanto medita na frente de sua lareira. Há vários anos, ele afirma ter tido contato com seu espírito-guia, Metraton. Ele explicou que o Metraton é um arcanjo e um guia para ele, bem como para muitas outras pessoas que acreditam que Metraton é o ser angelical mais poderoso já criado.

Obviamente, isso gera suspeita no crente que conhece o ensino bíblico. Conforme as Escrituras, o ser angelical mais poderoso já criado foi Satanás, o qual caiu em pecado após tentar destronizar Deus. Ele é chamado de “anjo de luz” (Isaías 14; 2 Coríntios 11).

Com velas acesas, incenso queimando e um caderno de anotações ao seu lado, Carlos Santana se senta em sua sala e fica ali cantando. “De repente,” ele relata, “ouço sua voz—uma voz interior—e sei que posso confiar nela. Sua voz me disse que conseguiria conectar moléculas com a luz por meio de frequências de rádio para que minha música voltasse a ser popular.” Daí, ele disse ao repórter com bastante convicção, “Você pode confiar nessa voz—sua voz jamais o levará ao deserto.”

Pode ser que a voz do Metraton “jamais o levará ao deserto,” mas pode acabar levando-o ao inferno, que é muito pior do que um deserto.

Esta advertência do apóstolo Paulo aos Gálatas no século primeiro também é necessária no século vinte e um:

Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema (Gálatas 1.8).

Por algum tempo, temos observado em nosso estudo no livro de Apocalipse que o mundo foi cativado por um homem energizado e capacitado pelo anjo de luz. Esse homem que conhecemos como o Anticristo tem, na verdade, transmitido a mensagem de um anjo caído—o próprio Satanás. Esse anjo caído engana o mundo inteiro através do Anticristo e do falso profeta.

No ápice de sua influência e de sua popularidade na metade da Tribulação, o apóstolo João registra que, de repente, três anjos começam a proclamar a mensagem do Evangelho. Suas mensagens são drasticamente diferentes da mensagem proclamada pelo Anticristo.

Em Apocalipse 14.6, o primeiro anjo voou pelo planeta pregando que a raça humana precisa temer, glorificar e adorar a Deus. No verso 7, o anjo diz, com efeito, que Deus é digno da adoração da criação porque Ele acontece de ser o Criador.

Que cena dramática é essa. Imagine um anjo voando pelo céu e, com uma voz estrondosa, anunciando que a humanidade está adorando o deus errado—o Anticristo.

Em seguida, outro anjo aparece no verso 8. Esse segundo anjo anuncia o colapso vindouro dos reinos mundiais chamados de Babilônia nesse verso. O anjo proclama um alerta a todas as nações que bebem do vinho da imoralidade da Babilônia: elas festejam junto com o príncipe das trevas.

Na antiga Babilônia, a mão de um homem apareceu de repente e escreveu uma mensagem na parede do palácio do rei onde os poderosos da época festejavam, bebendo vinho nos utensílios sagrados que haviam roubado do templo de Jerusalém num ato de sacrilégio e blasfêmia. A mensagem que a mão escreveu e que foi traduzida pelo profeta Daniel às pessoas ali aterrorizadas dizia: “Pesado foste na balança e achado em falta.” Em outras palavras, “Você está em sérios problemas com Deus.” Naquela mesma noite, a Babilônia caiu diante do exército inimigo (Daniel 5).

Mais uma vez, uma mensagem aparece. Dessa vez, contudo, não por meio de uma mão escrevendo na parede, mas de um anjo vivo no céu. Semelhantemente, existe a metáfora de beber e festejar: “Vocês estão bebendo do vinho da Babilônia.” Ou seja, “Vocês estão se associando à blasfêmia e imoralidade do reino da Babilônia e estão em sérios problemas com Deus.”

Fico apenas imaginando como esses anjos chamam a atenção da humanidade—mesmo que seja por poucos minutos de cada vez.

O Anjo Mensageiro da Ira de Deus

Veja Apocalipse 14.9–10a:

Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus...

Ou seja, se adoramos o inimigo de Deus, experimentaremos a ira de Deus. Continue no verso 10:

...preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro.

Essa mensagem serve para amedrontar possíveis adoradores do Anticristo, de forma a crerem no Evangelho.

O anjo revela o final desastroso dos que seguem o Anticristo. Aqueles que dizem que nossa pregação ou ensino não deve jamais assustar o descrente com a realidade do inferno precisam ler a mensagem desse anjo. Além disso, diga-me como pregaremos sobre o inferno sem assustar o descrente.

O inferno é um local assustador, caso você não saiba disso ainda. Se você pensa que o inferno é uma alucinação ou invenção religiosa para incentivar honestidade nas pessoas, ou que inferno é aqui na terra num congestionamento no trânsito, espere. Estou feliz que você esteja ouvindo.

A mensagem do Evangelho não é somente, “Creia em Cristo e se arrependa de seu pecado para poder ir para o céu.” Também está certo dizer: “Creia em Cristo e se arrependa de seu pecado para que você não vá para o inferno.”

Evitar a ira de Deus é uma coisa boa e recomendo que você faça isso agora mesmo!

O terceiro anjo basicamente passará o tempo todo alertando o mundo quanto ao julgamento vindouro. Sua mensagem busca assustar os que estão tentados a receber a marca da besta, informando-os do terror de um local de tormento literal e eterno.

Enquanto ponderava nessas coisas, percebi que os anjos de nossos dias—aqueles flutuando em sessões espíritas, nas salas de músicos e com os gurus da Nova Era—não afirmam o poder criativo e a obra da criação de Deus. Ao invés disso, eles dizem que as pessoas são como Deus; podemos criar nosso próprio destino, dar ordens ao universo, criar nossa realidade—exercer nossa divindade!

Além disso, as mensagens angelicais populares hoje falam de amor divino, mas nunca de ira divina. A maioria das mensagens supostamente angelicais que li se resume a isto: “Deus ama todos.” Em certo sentido, isso é verdade.

Entretanto, você já ouviu algum anjo dizendo: “Deus está irado com você”? Esse tipo de mensagem acabaria com essas aparições de anjos.

“O julgamento está vindo e Deus está terrivelmente irado!” E essa acontece de ser a mensagem do terceiro anjo.

Essa foi, na verdade, a mensagem que deu início ao grande avivamento. Tudo começou com o pregador Jonathan Edwards pregando um sermão que acendeu as chamas do avivamento, um sermão intitulado, Pecadores nas Mãos de um Deus Feliz.

Não. Pecadores que Fizeram Más Escolhas na Vida nas Mãos de um Deus Amoroso.

Não. Vítimas nas Mãos de um Deus Terapeuta.

Não. Pessoas Pessimistas nas Mãos de um Deus Otimista que Deseja Realizar Suas Visões e Melhorar Suas Vidas.

Não, apesar de essas serem as mensagens pregadas em púlpitos hoje e muitos se perguntam por que não ocorre nenhum avivamento na igreja.

Jonathan Edwards pregou a mensagem autêntica do Evangelho: Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado. Ouça bem um trecho de sua mensagem que lemos sem nem ousar olhar para cima:

O abismo está preparado. O fogo está pronto. A fornalha está quente para recebe-los. As chamas assolam e brilham. A espada flamejante está afiada e estendida sobre eles e o abismo abriu debaixo deles sua boca... Ó, pecador! Considere bem o perigo mortal no qual te encontras.

Esse é o Evangelho do terceiro anjo.

Meu amigo, geralmente não pensamos em Deus como alguém furioso e irado. Evidentemente, essa mentalidade acontece de ser parte da estratégia de Satanás porque, quando anjos são enviados para proclamar uma mensagem de Deus ao planeta, a notícia principal é a de que Deus está irado e furioso. Esse é o outro lado de Deus que Satanás gostaria de manter fora de vista. O diabo constantemente prepara falsos mestres para manter essa notícia escondida e longe do mercado.

As mensagens de pastores de movimentos de pensamento positivo e de palavra de fé não envolvem pecado, julgamento, arrependimento e, sem dúvida alguma, não há menção da ira de Deus.

Michael Horton, um professor e autor de uma teologia sistemática, recentemente fez uma revisão e resumo das mensagens que dominam a televisão e o rádio supostamente evangélicos. Eu assisti a parte de uma entrevista com ele outro dia. Ele afirmou que a premissa básica dessas mensagens se resume ao seguinte: “Deus é bom, você é bom; então, aja em bondade.”

Podemos ainda adicionar: “E se você for bondoso, Deus será ainda mais bondoso com você.”

Dessa forma, o Evangelho não passa de uma modificação de comportamento e de uma perspectiva positiva na vida. Esse é um outro evangelho.

Concordo com um autor que disse:

Uma apresentação superficial do Evangelho que não retrata a realidade de um julgamento eterno, da Lei de Deus, da condenação e do inferno eterno não adverte contra a ira de Deus, não esmaga o pecador sob o peso de haver violado a Lei de Deus e não o torna culpado e indesculpável diante de Deus. A apresentação do Evangelho que não realiza essas coisas não é uma apresentação do verdadeiro Evangelho.

Meu amigo, isso volta à questão da autoridade das Escrituras. O que Deus disse?

O motivo por que estou basicamente introduzindo o Evangelho da Bíblia, ambos os lados da natureza desse Evangelho, bem como a autoridade das Escrituras que definem a doutrina da ira e do julgamento eterno de Deus é que, doutra sorte, você nem sequer acreditaria no que estamos prestes a ver em Apocalipse. Até mesmo a mente do crente fica chocada com esse retrato. Quando meditam na ira de Deus e no tormento eterno, até mesmo o crente mais forte se estremece ao considerar o significado disso tudo para o descrente.

Eu mesmo não acreditaria nisso se não fosse pelas Escrituras.

Esse terceiro anjo apresenta várias características da ira de Deus nessa curta mensagem em Apocalipse 14.

  • A primeira característica é que a ira de Deus é pessoal.

Perceba os pronomes no comentário do anjo visto nos versos 9 e 10:

...Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre...

Trata-se aqui de um castigo pessoal, não metafórico ou místico. Isso é uma realidade.

Esse é o horror de uma pessoa que experimenta uma marca literal em sua testa ou mão e, por causa de sua blasfêmia e idolatria, ela receberá um tormento literal em um local literal de fogo e enxofre literais. O texto nos fornece um vislumbre do Lago de Fogo, que é o estado eterno do descrente.

Muitos chamados evangélicos não acreditam mais na mensagem que esse anjo prega. Eles buscam saídas. Como alguém pode negar o inferno literal e eterno?

Eles não começam negando o inferno, nem outra doutrina bíblica qualquer; eles redefinem a mensagem. Na verdade, eles começam redefinindo as Escrituras e uma das formas mais comuns de fazer isso diz respeito a relevância. Em outras palavras, apenas as partes da Bíblia que importam são as partes relevantes—e eles dizem que o inferno não é relevante. Como isso é conveniente!

Esse fenômeno não é recente. Até mesmo nos anos de 1920, um pastor liberal chamado Harry E. Fosdick acabou sendo expulso da igreja presbiteriana que pastoreava em Nova Iorque por causa de heresias. Fosdick escreveu vários livros sobre pensamento positivo e a graça generosa de Deus, influenciando muitos seminários e pastores.

Ouça o que Fosdick disse em uma entrevista concernente à pregação das Escrituras: “Pregadores que escolhem textos da Bíblia e analisam seu contexto histórico, significado dentro do contexto literário, teologia do autor e reflexões práticas estão fazendo um terrível mau uso da Bíblia. Ninguém que fala ao público imagina que o interesse vital das pessoas está em saber o significado de palavras escritas mais de 2 mil anos atrás.”

Muitos pregadores, sob a influência de Fosdick, acabaram abandonando a ordem de Paulo dada a Timóteo: prega a palavra (2 Timóteo 4.2a). Essa prática é, agora, antiquada. Além disso, esses mesmos pastores rejeitam o ensino de que Toda a Escritura é inspirada por Deus e úti... para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2 Timóteo 3.16–17).

O problema é que a filosofia ministerial de Fosdick foi ouvida e aceita, e ele acabou fundando um movimento eclesiástico cujo objetivo primário não é adoração a Deus e pregação da Palavra, mas a satisfação da plateia. Para muitos, isso é uma honra.

Nesse tipo de movimento, o desejo é se identificar com o descrente de outras formas mais importantes, menos convencê-lo com o Evangelho. O desejo de ser relevante obscurece o desejo de ser bíblico.

A pregação—se é que podemos chamar disso—começa com a necessidade dos ouvintes ao invés de com as Escrituras, a qual conduz a transformação dos ouvintes (Romanos 12.1–2).

Quase que com precisão profética, Fosdick escreveu as seguintes palavras que hoje são consideradas a verdade na igreja evangélica:

Quem imagina, seriamente, que uma de cem pessoas na congregação se importa com o significado do verso que Moisés, Isaías, Paulo ou João quiseram transmitir? Portanto, o pregador não deve terminar, mas começar pensando nas necessidades vitais de sua plateia, organizando seu sermão em torno do esforço construtivo de suprir essas necessidades... isso é simplesmente bom-senso e boa psicologia.

Os métodos superficiais de crescimento de igreja vistos no século passado não passam de novas expressões das ideias desse pastor.

Outro escritor bastante popular que apenas dissemina os ensinos antigos de Fosdick se chama George Barna. Em um de seus livros, Barna escreveu:

É algo crítico manter sempre em mente o princípio fundamental da comunicação cristã: a plateia, não a mensagem, é soberana. Se a nossa propaganda [acho que isso significa pregação] for interromper a rotina ocupada das pessoas... nossa mensagem precisa ser adaptada às necessidades de nossa plateia [isso soa familiar?]. Quando nossa comunicação se baseia em proposições radicais ao invés de nas necessidades, as pessoas rejeitarão a nossa mensagem.

Em outras palavras, não importa o que, lembre-se que os sentimentos da plateia são mais importantes do que a verdade.

Encorajo você a ler as conversas e pregações de Cristo. Uma das coisas mais fascinantes é como Ele era sensível aos sentimentos dos fariseus. Ele não os chamou de “raça de borboletas,” mas “raça de víboras.”

Se isso já não fosse distorcido o bastante, Barna ainda diz que Paulo se sentia dessa maneira também. Ele escreveu: “Paulo estudou estratégias e táticas que o capacitariam a atrair o maior número de interessados e o maior número de conversões.”

Vamos ver o que Paulo tem a dizer sobre isso:

Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria (1 Coríntios 2.1).

Ou seja, “Eu não vim com nenhuma estratégia ou tática para realizar o maior número de conversões!” Ele ainda disse nos versos 2–5:

Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.

É impossível ser mais claro do que isso!

Paulo disse: “Quando fui até vocês, não comecei com suas necessidades, mas com o caráter de Cristo. O mais importante para mim não foi ser relevante, mas que vocês desenvolvessem um relacionamento com Cristo. Meu desejo foi apenas apresentar a verdade sobre a crucificação de Cristo; isto é, que Cristo sofreu a ira de Deus por causa de pecadores; que Cristo pagou a penalidade do pecado para que você não precisa encarar o inferno.”

Fico maravilhado ao ler as palavras do líder apóstata da igreja emergente, Brian McLaren, que disse: “Quando me perguntam se Cristo é o único caminho para o céu, eu tenho um problema com isso porque isso pressupõe a ideia de que o propósito primário da vinda de Cristo à Terra foi salvar as pessoas do inferno e conduzi-las ao céu.”

Mas é claro que foi. Jesus mesmo disse:

Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido (Lucas 19.10).

Muitos pregadores se esquecem da verdade fundamental do Evangelho:

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3.16).

Tudo indica que Cristo veio especificamente para nos salvar do inferno e nos conduzir ao céu.

Não existe nada mais sublime do que o Evangelho da salvação.

A salvação é pessoal—precisamos receber Cristo pela fé nEle somente.

Da mesma forma como a salvação é pessoal, a ira vindoura de Deus também será pessoal sobre os que rejeitarem o Evangelho de Cristo.

  • Segundo, a ira de Deus é não somente pessoal, mas ela também é terrível.

Veja Apocalipse 14.10:

também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira...

Isso é, sem dúvida alguma, uma das sentenças mais resumidas quanto à ira de Deus encontrada nas Escrituras. Sua ira será, um dia, sem mistura.

Nos dias de João, o vinho era geralmente misturado com água. Até mesmo os romanos criam que beber vinho sem mistura era algo bárbaro. Eles geralmente misturavam uma porção de vinho com três de água.

João, portanto, usa essa prática como uma metáfora para a ira de Deus não diluída; é ira pura. Misericórdia e compaixão não serão misturadas nesse cálice—apenas ira e fúria.

Você consegue imaginar esse terrível dia que a humanidade enfrentará?

É de se esperar que Davi escreveria:

Tu, sim, tu és terrível; se te iras, quem pode subsistir à tua vista? (Salmo 76.7).

Conforme a própria palavra grega thumos indica, essa é uma ira flamejante.

Eu tive o vislumbre de uma ira numa tarde quando olhei nos olhos do meu vizinho. Eu tinha uns dez anos de idade e esse vizinho era mais velho, maior e mais forte do que eu. Não me lembro da nossa conversa, mas tenho certeza de que estava compartilhando com ele o Evangelho. Ele ficou muito furioso. Lembro que ele avançou para cima de mim—tinha certeza de que morreria ali mesmo. Lembro-me de fechar meus punhos primeiro—a única coisa que lembro depois disso foi de vê-lo com a mão segurando o nariz ensanguentado. Foi um momento complicado: “E agora, o que vou fazer?” Saí correndo. Eu era baixinho e magro e ele veio correndo atrás de mim gritando palavras não muito espirituais. À beirada do quintal, havia uma cerca um portão com cadeado de quase um metro de meio de altura. Esse portão era a única coisa separando minha vida da morte. Eu acho que nem toquei no portão. Já o outro menino teve que parar, subir e pular; a essa altura, eu já tinha escapado—e vivi para poder pregar essa mensagem para você hoje.

Meu vizinho estava queimando de raiva, thumos.

Você consegue imaginar Deus cheio de ira? Você imagina ver Sua ira pura em Seus olhos ao olhar para você?

A palavra ira, o grego orge, se refere a uma ira certa, deliberada e sem misericórdia.

Davi também escreveu a seguinte advertência:

Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra. Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor. Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados todos os que nele se refugiam (Salmo 2.10–12).

Esse é o Evangelho! E esses são os dois lados do Evangelho!

Encontre refúgio nEle ou, um dia, não haverá como escapar dEle. Não podemos correr mais rápido do que Deus.

Corra para Ele agora, porque não poderá correr dEle no futuro.

A ira de Deus é pessoal e terrível.

Então, esse é o Evangelho do anjo em Apocalipse 14. É um Evangelho diferente do pregado por mensageiros, pastores e pelo anjo chamado Metraton que traz mensagens de sucesso e prosperidade.

O mundo segue as vozes de seus anjos, especialistas, falsos pastores e falsos guias espirituais; no fim, ele será levado além do deserto para um abismo chamado Lago de Fogo.

Esse é o outro lado do Evangelho e ele não pode permanecer em segredo.

Para os que creem, essa mensagem dos anjos nos encoraja a contar a outros sobre o julgamento de Deus. Isso nos estimula a viver para Cristo num mundo sem esperança para que todos vejam nossas vidas diferentes e nosso estilo de vida puro—nossas boas obras—e glorifiquem ao nosso Pai, que está nos céus.

Se você ainda não é crente em Jesus Cristo, esses anjos de Apocalipse, que um dia alertarão a raça humana a que tema, adore e se submeta a Deus, advertem você, neste momento. Você pode se beneficiar desse futuro alerta hoje!

Conclusão

Deixe-me convidá-lo a receber o perdão de Cristo para os seus pecados.

Em 1833, o Supremo Tribunal Federal dos Estados Unidos tomou uma decisão interessante envolvendo George e James. Eles tinham roubado um trem dos correios e foram pegos, julgados, condenados e sentenciados a enforcamento.

James subiu ao palanque primeiro e morreu pendurado. Os amigos de George intercederam por ele e o presidente publicou um perdão oficial. Todas as acusações que tinham resultado na pena de morte foram apagadas. George teria que passar vinte anos na prisão por causa de outros crimes que tinha já cometido antes. Incrivelmente, George recusou o perdão!

O xerife não sabia o que fazer; ele não podia enforcar um homem já perdoado. George foi levado ao tribunal mais uma vez e tentaram “força-lo” a receber o perdão, mas ele recusou sua liberdade.

Alguns dos documentos judiciais estão disponíveis na internet. Um deles diz que George escolheu “...recusar qualquer vantagem ou proteção provenientes do perdão mencionado....”

O caso de George finalmente chegou até ao Supremo Tribunal americano. O ministro-chefe do Supremo Tribunal afirmou: “O tribunal não pode dar ao prisioneiro o benefício do perdão se ele não reivindicar o benefício.”

O Tribunal chegou a uma decisão e a justiça emitiu a seguinte nota: “Um perdão é um contrato e a libertação é um elemento essencial para sua validação; e a libertação não pode ser completada sem a aceitação. Ele pode, assim, ser rejeitado pela pessoa a quem é oferecido; e, caso rejeitado, não temos o direito em um tribunal de força-la a recebe-lo.”

George Wilson foi enforcado e morreu.

Meu amigo, você pode ser perdoado hoje pelo sacrifício de Cristo a seu favor—Ele morreu pelos seus crimes para que você saia em liberdade. Todavia, você precisa aceitar a Sua oferta.

A ira de Deus é pessoal, bem como Sua redenção. Não herdamos a salvação de nossos pais ou avós; não a ganhamos por meio do contato com cônjuge ou filhos; precisamos pessoalmente crer que Cristo morreu por nós; pessoalmente aceitar o perdão de Cristo; pessoalmente seguir Cristo como nosso Senhor e Mestre.

Por que não fazer isso à luz de Sua ira vindoura?

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 29/03/2009

© Copyright 2009 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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