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O Anjo da Morte

O Anjo da Morte

系列: Apocalipse
參考: Revelation 1–22

O Anjo da Morte

Uma Prévia das Coisas Por Vir—Parte 6

Apocalipse 14.14–20

Introdução

Um dos personagens mais conhecidos de todos os tempos é o Anjo da Morte—ou simplesmente, a Morte. Geralmente, ela é retratada como um esqueleto vestindo um manto preto. Seu rosto é praticamente todo coberto com um capuz, suas mãos são apenas ossos e ela sempre carrega consigo uma foice.

No mundo ocidental, voltando ao período medieval, o transporte do Anjo da Morte era ou um cavalo amarelo, ou uma carruagem conduzida por cavalos amarelos.

O Anjo da Morte pode ser traçado até Roma, ou mesmo antes nas mitologias gregas. O deus grego Cronos foi, supostamente, o anjo da morte original. Ele recebeu uma foice para lutar e escapar da terra onde havia sido preso por seu pai. Com essa foice, ele conseguiu fugir e matou seu pai. Todavia, um problema sério surgiu quando ele passou a temer que perderia sua vida, de forma que começou a usar sua foice contra todos os que se aproximavam dele.

No decorrer dos séculos, esse personagem se desenvolveu e passou a ser identificado como aquele que visitava as pessoas quando seu tempo na terra havia acabado. Ele supostamente tinha o poder de determinar a morte com o simples toque de sua foice e era ele quem conduzia os espíritos dos mortos para o outro mundo.

No mundo do ocultismo, o Anjo da Morte é o símbolo da própria morte. O mundo inteiro acredita nele, em uma forma ou outra. Em um dado momento, todos se encontram com esse agente da morte encapuzado.

Um poeta escreveu de forma simples: “Você pode ser um rei ou um varredor de rua, mas todos dançam com o Anjo da Morte.”

O mundo inteiro tenta mitigar o toque terminal do Anjo da Morte.

Um artigo de jornal que li recentemente relatou um tempo atrás os esforços extravagantes feitos a fim de se evitar o conceito da morte.

No país de Madagascar, as pessoas economizam dinheiro por muitos anos para exumar o corpo de um ente querido falecido, envolve-lo numa mortalha nova e realizar uma festa apresentando-o a todos os seus amigos. Os familiares do defunto pagam pela comida para centenas de pessoas e, com uma banda tocando música ao vivo, eles erguem o corpo do defunto querido sobre seus ombros e dançam com o morto.

Os que fazem isso acreditam que a prática conserva o morto no mundo dos vivos. Eles falam de ter sonhos nos quais os falecidos reclamam de estarem com frio no túmulo. Como resultado, esse frenesi religioso ficou conhecido como “a transformação dos mortos.”

Além disso, as pessoas recebem a garantia de que o falecido lhes concederá saúde, riqueza e alegria. Por outro lado, se o morto for negligenciado e abandonado em seu túmulo gelado, o resultado será desemprego, doença e miséria.

Os parentes vivos ficam convencidos de que os mortos precisam se familiarizar com as vidas dos vivos a fim de poder ajuda-los. Então, elas desfilam pelas cidades, carregando seu querido falecido sobre os ombros, mostrando aos seus ancestrais coisas novas, apresentando-os aos filhos que nasceram desde a última vez que saíram do túmulo.

Um crente em Cristo foi entrevistado. Ele recusou participar dessa prática, afirmando que ele não crê mais que os falecidos se interessam pela vida dos vivos—e certamente não podem reagir com gratidão ao serem retirados de seus túmulos. Por causa de sua descrença, ele e outros crentes foram deserdados.

Achei interessante saber que, no século dezenove, a rainha de Madagascar deu ordem aos seus soldados para que empurrassem todos os cristãos despenhadeiro abaixo, algo que fizeram. Hoje, grande parte da religião desse país corresponde à escravidão ao medo da morte e de ser deixado no túmulo.

O artigo ainda adicionou que as pessoas de Madagascar tentam viver vidas boas para que não sejam esquecidas por seus parentes quando morrerem. Elas vivem com o objetivo de serem removidas de seus túmulos um dia para festejar com familiares em plena luz do dia.

Como isso é trágico. Contudo, essa é a forma como essas pessoas evitam o toque do Anjo da Morte.

Isso me lembra da terrível realidade da vida após a morte para aqueles que não conhecem Cristo Jesus. Isso é semelhante ao homem sobre o qual Cristo falou que morreu e foi para o Hades, ergueu seus olhos e pediu por uma gota d’água. Em seguida, ele implorou que alguém fosse até sua família e advertisse seus familiares a não irem para aquele local terrível do julgamento de Deus (Lucas 16).

Se esses defuntos vestidos em mantos pudessem se comunicar com os festeiros, eles não prometeriam riqueza ou saúde, mas os advertiriam a respeito da realidade da morte.

O Anjo da Morte não é algo a ser celebrado—uma vez que a morte toca o vivo e o conduz ao estado eterno, não há retorno. No caso do crente, existe a promessa de que deixar o corpo [é] habitar com o Senhor (2 Coríntios 5.8).

Existe a transferência direta de nosso espírito ao céu e, uma vez ali, aguardamos a ressurreição do corpo. Ele será recriado instantaneamente e glorificado ao comando de Cristo para ser reunido com o espírito, a fim de que estejamos para sempre com Ele (1 Coríntios 15.50–57).

Agora, de onde a humanidade inteira retirou esse conceito de um Anjo da Morte? Isso se originou da verdade de Deus, escrita no coração da humanidade (Romanos 2.5) de que ao homem está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo (Hebreus 9.27).

A humanidade cria religiões que não passam de saídas de emergência e passagens secretas espirituais a fim de lhes oferecer certo consolo.

“Talvez se revirarmos os ossos de nossos entes queridos mortos; se retirarmos seus restos mortais do túmulo para uma festa, eles nos darão certa segurança. Talvez sepultaremos nossos mortos no cemitério de uma igreja—isso garantirá entrada na vida eterna.” Ou, ainda melhor do que isso, “Talvez se enterrarmos o morto dentro da igreja.”

Hoje, as catedrais da Europa não passam de cemitérios de ricos e pessoas de influência política. Os pobres eram enterrados do lado de fora e seus ossos depositados em câmaras subterrâneas—pelo menos estariam, assim, próximos da igreja.

Eu andei pelos corredores subterrâneos na Catedral do Santo Estêvão em Viena, na Áustria. Ali, muitos líderes religiosos depositados em caixões foram colocados em prateleiras de rocha e concreto. Fiquei diante de líderes eclesiásticos dos dias de Martinho Lutero. A reforma de Lutero causou um alvoroço na Áustria e em todos na igreja.

Fiquei diante do túmulo de um bispo que ministrou na mesma época de Martinho Lutero. Imaginei como ele deve ter reagido ao Evangelho pregado por Lutero, o qual declarou, conforme as Escrituras, que a salvação era pela fé somente e em Cristo somente. Espero que esse bispo tenha estado dentre os convertidos.

Vi muitos ossos empilhados nessas câmaras subterrâneas—muitas desses eram de pessoas que morreram por causa da Peste Bubônica de 1735. Elas teriam considerado uma honra ser sepultadas ali. Elas foram colocadas dentro da igreja—no porão, mas em segurança!

Entretanto, ser sepultado lá em cima, no primeiro piso da catedral, trazia ainda maior segurança! Então, dentro dessa igreja de Santo Estêvão, estão os túmulos de reis, príncipes e membros das dinastias reais.

O ser humano batalha, no decorrer de toda vida, com a ideia da morte. O homem tem pavor da foice do Anjo da Morte.

Alguns anos atrás, foi lançado um filme cujo título no português é Antes de Partir. Li que a história é sobre dois homens que viajam para realizar as coisas que sempre disseram que fariam antes de partirem. Os atores principais foram Jack Nicholson e Morgan Freeman.

Jack Nicholson foi entrevistado antes do lançamento do filme e lhe perguntaram sobre suas crenças pessoais. Ele respondeu:

Eu costumava viver livremente. Dizia sempre: “Ei, você pode fazer as regras que quiser—eu faço as minhas. Aceito a culpa; eu vou pagar o preço; assumirei as consequências.” Escolho o meu próprio jeito. Mas, à medida em que envelheci, tive que me adaptar. Todos nós queremos continuar vivendo eternamente, não é verdade? Tememos o desconhecido. Todos chegam a esse muro, mas não sabem o que existe do outro lado.

Nada poderia estar mais distante da verdade. Sabemos, exatamente, o que jaz do outro lado da morte.

Achei fascinante descobrir em meus estudos que essa metáfora universal para a morte—o Anjo da Morte—está, na verdade, presente na Bíblia. De fato, existe um dia vindouro quando seu capuz será retirado e seu manto será colocado de lado. Daí, a humanidade descobrirá, tarde demais, que a caricatura do Anjo da Morte é, na realidade, o próprio Jesus Cristo.

Em Apocalipse 14, João nos fornece uma prévia dos eventos que acontecerão no restante da Tribulação. Ele se refere à vinda de Cristo e de duas colheitas feitas por segadores.

Duas metáforas diferentes são usadas para a colheita do julgamento de Deus na Terra. Uma é a colheita de grãos, nos versos 14–16, e a outra é a colheita de uvas, nos versos 17–20.

  • A colheita dos grãos é um panorama das taças futuras prestes a serem despejadas sobre a Terra quando a ira de Deus é derramada numa série final de eventos catastróficos.
  • A colheita das uvas é um panorama da Batalha do Armagedom, uma batalha final travada quando Cristo retorna para estabelecer Seu reino terreno por mil anos.

Ambas as colheitas envolvem uma foice e uma sega.

Agora, os detalhes dessas duas colheitas são fornecidos nos capítulos 15 a 19. Chegaremos lá depois.

 

A Colheita do Trigo

Vamos observar a primeira colheita que ocorre na sega do trigo ou dos grãos. Veja Apocalipse 14.14:

Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada.

Aqui está o verdadeiro Anjo da Morte. Aqui está o pesadelo da humanidade vindo à vida em cores bem vivas. Esse não é um mero personagem de desenho animado, nem uma piada engraçada. Esse segador é Jesus Cristo.

O verso nos diz que Ele vem numa nuvem. Não se trata de um simples cúmulo-nimbo ou nimbo-estrato fofinho. A palavra “nuvem” é um estudo interessante no decorrer das Escrituras, já que se relaciona à presença de Deus.

Donald Grey Barnhouse comentou que uma nuvem em particular segue o Senhor Jesus Cristo de eternidade a eternidade. Essa é a nuvem da glória de Deus, a glória do Shekinah.

  • Essa é a nuvem da presença de Deus que conduziu os filhos de Israel pelo deserto em Êxodo 13.
  • Essa é a mesma nuvem que apareceu quando Moisés recebeu a Lei no Monte Sinai em Êxodo 19.
  • Essa é a nuvem que cobriu o Senhor quando Ele veio falar com Moisés depois que os setenta anciãos foram escolhidos em Números 11.
  • Essa é a nuvem que encheu a glória do templo de Salomão. A Bíblia diz: uma nuvem encheu a Casa do SENHOR, de tal sorte que os sacerdotes não puderam permanecer ali, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR enchera a Casa do SENHOR (1 Reis 8.10–11).
  • Maria foi encoberta pela sombra do Espírito Santo quando ela, ainda virgem, concebeu um filho pelo poder de Deus. A. T. Robertson, um famoso erudito no grego, diz que essas palavras sugerem a nuvem da glória representando a presença e o poder de Deus ao encobrir Maria em Lucas 1.
  • Essa é a mesma nuvem que recebeu Cristo quando Ele ascendeu aos céus após Sua ressurreição em Atos 1.
  • Essa é a glória do Shekinah que levou Saulo ao chão enquanto se apressava para caçar os cristãos em Atos 9.
  • Essas são as nuvens da glória do Shekinah que envolvem a igreja ao ser arrebatada para se encontrar com o Senhor nos ares—nas nuvens—ou seja, a presença da glória de Deus (1 Tessalonicenses 4.17).
  • Essas são as nuvens na visão de Daniel na qual o Filho do Homem, uma referência ao Messias, retornará com as nuvens do céu (Daniel 7.13). Em outras palavras, Ele retornará um dia à Terra com a manifestação do fulgor e glória divinos.
  • O próprio Jesus Cristo disse em Lucas 21.27: Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória.

É exatamente isso que vemos acontecendo aqui em Apocalipse 14.14. Esse é o cumprimento da profecia do próprio Jesus Cristo. Aqui vem Ele!

Isso também significa que nós, a igreja, estamos voltando com Ele para estabelecer o reino na Terra. Não estamos flutuando nas nuvens brancas fofinhas; ao contrário, essa é uma referência ao fato de que, quando retornarmos com Cristo para instaurar Seu reino, estaremos cercados da luz brilhante e do incrível esplendor da glória de nosso Soberano.

Agora, você pode se perguntar por que João escreve no verso 14 um semelhante a filho de homem e não “Filho do Homem.” Creio que isso serve para fortalecer ainda mais a conexão com a profecia de Daniel, na qual ele profetiza a vinda de “um Filho do Homem.” Portanto, João nos diz que a vinda de Cristo é o cumprimento da profecia de Daniel. No capítulo 1, João empregou a mesma frase e não existe dúvida alguma quanto a quem ele se refere. Na verdade, veja a descrição que ele fornece mais adiante no verso 14:

...um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro...

Essa coroa é um stephanos, que é um tipo de coroa dada a conquistadores, a vitoriosos. Mais adiante, no capítulo 19, João muda a palavra de stephanos para diadema, que se refere à coroa de um monarca.

Então, Cristo vem proclamando Seu senhorio e vitória sobre o inimigo; posteriormente, Ele se assenta no trono de Davi como o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

A propósito, em Apocalipse 14.14, lemos, pela última vez, a referência a Jesus Cristo com Seu título predileto—“Filho do Homem.”

Jesus Cristo usou esse título constantemente para enfatizar Sua completa humanidade, bem como Sua total divindade como cumprimento de Escritura profética. Agora, essa é a última vez que lemos esse título.

Acho interessante que a primeira vez que esse título aparece no Novo Testamento é em Mateus 8, quando lemos que o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça (Mateus 8.20).

Ou seja, Jesus não era dono de nada.

Agora, na última ocorrência desse título, o Filho do Homem vem como um rei vitorioso para declarar Sua posse sobre o mundo inteiro. Ele será visto como aquele que é dono de tudo.

Na primeira vez, Ele veio em pobreza; na segunda, Ele virá em poder.

Na primeira vez que o Filho do Homem apareceu, Ele veio como um semeador; na segunda vez, Ele virá como um segador.

Jesus virá envolvido pela glória do Shekinah de Sua radiância divina.

Agora, assim como muitos eventos na Terra foram anunciados por um anjo, um anjo anuncia o julgamento de Cristo sobre a Terra. Veja os versos 15–16:

Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu! E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada.

Concordo com o autor que disse que a frase a terra foi ceifada é uma das declarações mais trágicas e sérias das Escrituras. De forma bastante simples e sem alarde, ela registra a execução do julgamento divino.

Os detalhes dessa colheita serão fornecidos no derramamento das taças da ira de Deus que começam no capítulo 16.

  • Terríveis úlceras no corpo dos seguidores do Anticristo, v. 2;
  • Os mares se transformarão em sangue e todas as criaturas marinhas morrerão, v. 3;
  • Os rios e fontes de água também serão transformados em sangue, v. 4;
  • O calor do sol se intensificará, v. 8;
  • O mundo do Anticristo será mergulhado em trevas, v. 10;
  • O Rio Eufrates secará como preparação para uma tentativa de ataque imenso contra Israel, v. 12.

O Anjo da Morte da mitologia e lenda não se compara em nada ao Anjo da Morte divino que vem em julgamento.

O alerta é bastante claro a nós hoje: creia no Evangelho da graça pela fé no Filho do Homem que é totalmente homem e totalmente Deus. Venha em fé humilde a Jesus Cristo enquanto Ele ainda é o Redentor gracioso e não tema ter que encará-lO como o Anjo da Morte.

Não há razão para temer. Na verdade, no caso de nós que cremos em Cristo, estaremos nos versos 14 e 17, pois voltaremos com Ele nessa cena futura de julgamento, vitória e glória.

As Uvas da Ira

João segue isso com uma prévia da Batalha do Armagedom, um evento que acompanha o retorno de Cristo. Essa é a batalha contra o Anticristo e suas forças que traz o fim da Tribulação.

Essa não é, de fato, uma batalha. Os exércitos invasores nem sequer têm a oportunidade de dar o primeiro tiro e já são dizimados pelas hostes celestiais. Veja o panorama que João fornece dessa batalha nos versos 17–18:

Então, saiu do santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice afiada. Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Toma a tua foice afiada e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas uvas estão amadurecidas!

Jesus Cristo é a verdadeira videira (João 15.1) e todos os que Lhe pertencem estão seguros, em contraste com esses que estão ligados à videira da terra, como você percebe. Esses pertencem ao Anticristo—e ele é a videira errada.

Agora, essa referência ao anjo que possui autoridade sobre o fogo é uma alusão ao capítulo 8, quando o anjo tomou um incensário cheio de fogo e o arrojou contra a Terra, dando início aos julgamentos. Esse é o mesmo anjo.

Já que ele vem do altar (v. 18), esse anjo está associado de maneira singular às orações dos mártires que têm clamado próximo do altar na presença do trono de Deus:

...Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? (Apocalipse 6.10).

A oração desses mártires está perto de ser respondida.

O anjo se prepara para entrar em ação com sua foice, soltando, com efeito, o poder de Deus sobre os exércitos inimigos que agora marcham para destruir Jerusalém. Veja o verso 19:

Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus.

Você consegue imaginar o sentido pleno da destruição dessas pessoas?

A propósito, a função dos anjos como punidores de descrentes é tema em outras passagens do Novo Testamento.

João sugere no capítulo 20 que, após o julgamento final, todos os descrentes do mundo serão lançados no Lago de Fogo talvez pelas mãos dos anjos.

Nessa batalha, vemos a vingança de Deus liberada contra os inimigos de Seu povo. A justiça de Deus exige isso; Sua ira santa demanda retribuição total aos que têm atormentado Seus filhos e ferido os santos impiedosamente.

O contexto imediato desse verso é o da vindicação dos mártires da Tribulação. O contexto mais amplo é o da vindicação de todos os mártires que já viveram, começando com Abel que foi morto por seu irmão Caim por causa de sua obediência a Deus. O primeiro assassinato na história humana foi um martírio.

Li sobre uma coletânea de Bíblias do século dezesseis, um período em que descrentes torturaram cruelmente e martirizaram aqueles que diziam ter fé em Cristo somente. Essas Bíblias estão manchadas de sangue literal. Testes forenses foram realizados e confirmaram que as manchas escuras em cada página são sangue humano. Sangue de quem? A história responde essa pergunta.

Quando Maria, a filha do Rei Henrique VIII, reinou na Inglaterra, ela foi apelidada de Maria Sangrenta. Ela aterrorizou os crentes protestantes, assassinando o máximo que pôde. Seus soldados derramavam o sangue do crente que não renunciava sua fé; em seguida, pelava a própria Bíblia do crente e a colocava na poça de sangue, manchando, assim, as páginas com o sangue do crente martirizado.

Algumas dessas Bíblias foram preservadas e são conhecidas como as Bíblias do Mártires.

O reino da Maria Sangrenta nãos e compara ao reino do Anticristo e de seus assassínios contra os que vêm à fé em Cristo somente. E Deus finalmente age para responder a oração do mártir.

A batalha ocorrerá cerca de 90 km ao norte de Jerusalém, próximo ao Monte Megido. Somos até informados no verso 20 como o sangue dos soldados derrotados escorrerá como um rio. Veja o verso 20:

E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.

Essa terminologia sugere um mar de sangue resultando diretamente do confronto no campo de batalha. A profundidade do sangue e da área coberta são números que nos informam a quantidade surpreendente de perda de sangue dos milhões de soldados que marcharão contra o remanescente de Deus.

O Anticristo e todos os seus seguidores são, agora, destruídos nessa grande Batalha do Armagedom.

A descrição que Ezequiel fornece dessa batalha conta que demorará sete anos para retirar todas as armas dessa região e sete meses para sepultar os mortos (Ezequiel 39.8–16).

Esse tipo de devastação é difícil de imaginar. Contudo, Josefo, o historiador judeu do século primeiro, descreveu uma destruição anterior de Jerusalém no ano 70 A.D. pelo general romano Tito com as seguintes palavras: “Os soldados romanos encheram as ruas com os corpos dos mortos e fizeram seu sangue escorrer por toda cidade, de tal maneira, de fato, que o fogo em muitas casas foi apagado pelo sangue que escorria.”

João utiliza a imagem de um lagar no qual as uvas eram pisadas e o suco fluía para um tanque mais embaixo e guardado. Milhões de pessoas serão esmagadas e Deus, em Sua ira santa, drenará o sangue inimigo de forma a fluir à altura de um metro e meio e por 300 km.

Pense na ironia desse cenário. Essas pessoas rejeitaram o sangue de Jesus Cristo, o qual escorreu livremente por elas quando Ele pagou a penalidade e experimentou a ira do Deus Pai. Agora, porque rejeitaram Seu sangue, o sangue delas jorrará livremente ao experimentarem fisicamente a ira de Deus e eternamente quando forem ressuscitadas para julgamento e condenação eterna no Lago de Fogo. Essa é a terrível e esmagadora ira de Deus.

Esse é um retrato da falta de esperança para os que decidiram seguir o Anticristo e um retrato do julgamento vindouro sobre todos os que recusaram adorar o único Deus vivo e verdadeiro.

Sabemos muito bem o que existe do outro lado da morte; agora sabemos um pouco mais sobre a ira de Deus; não há como escapar do Anjo da Morte e de todos os efeitos de se estar longe da fé em Cristo.

Existe a história de um servo no Oriente Médio que foi ao mercado comprar comida para seu senhor. Quando virou uma esquina, o servo deu de cara com a Morte vestida com seu manto e capuz, erguendo suas mãos que seguravam a famosa foice. O servo, apavorado com aquilo, saiu correndo com medo de ela ter vindo buscá-lo. Ele correu até seu senhor e implorou que ele lhe desse um cavalo para que fugisse por alguns dias para o povoado vizinho chamado Samara, onde ficaria com alguns amigos. O seu senhor lhe deu o cavalo.

Então, o servo foi embora para Samara e seu senhor foi ao mercado comprar a comida. Quando virou a mesma esquina, ele se deparou com a Morte. Ela não demonstrou interesse nenhum nele; então, ele perguntou ousadamente: “Por que você ameaçou meu servo?”

A Morte respondeu: “Como assim?”

“Bom,” disse o senhor, “você ergueu sua foice para mata-lo; ele fugiu para salvar sua vida.”

A Morte respondeu: “Não... eu ergui minha mão porque fiquei espantado; eu não deveria tê-lo encontrado aqui, já que tenho um encontro marcado com ele hoje à noite na vila de Samara.”

Agora, a maioria das pessoas que tenta escapar da Morte não foge a cavalo; a humanidade encontra diversas formas para escapar da realidade do pecado e da morte. Alguns são sepultados em igrejas; outros pensam que já é suficiente frequentar uma.

Deus não está interessado em onde somos sepultados ou se frequentamos uma igreja; Seu interesse está em onde colocamos nossa confiança.

Antes de morrer vários anos atrás, em um momento surpreendente de sinceridade na televisão, uma famosa novelista secular e humanista—e inimiga do Cristianismo e do Evangelho—disse: “O que invejo em vocês crentes é o seu perdão; eu não tenho ninguém para me perdoar.”

No caso dos que colocaram sua fé, esperança e confiança em Cristo, não existe nada a temer. Você foi, está e sempre estará perdoado.

...ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 João 1.9).

O sangue de Jesus Cristo purifica os que reconhecem seu pecado e vão à cruz em busca de perdão (1 João 1.7).

Deixe que o texto de Apocalipse seja não somente um convite à cruz, mas também um alerta a todos os que recusam ser purificados pelo sangue de Cristo; a todos os que buscam se purificar a si mesmos de outras formas.

Jesus Cristo é ou o grande Redentor ou será o grande Anjo da Morte.

porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 6.23).

Nós que cremos temos um Salvador—Ele, alguém para nos perdoar; alguém cujo sangue foi derramado na cruz do Calvário para pagar por completo a penalidade pelo nosso pecado.

Nós, os que cremos, temos um grande Salvador.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 03/05/2009

© Copyright 2009 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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