
A Promessa Final
A Promessa Final
As Últimas Palavras—Parte 4
Apocalipse 22.20–21
Introdução
Em seu livro sobre o céu, Steve Lawson conta a história de uma firma de advocacia onde vários advogados trabalhavam. A empresa decidiu enviar flores para os associados que estavam conseguindo abrir novas filiais na região para parabeniza-los pelo progresso. Contudo, por algum motivo e erro por parte dos floristas, ao invés de a mensagem parabeniza-los, ela dizia: “Minhas condolências.” Quando a empresa ligou para a floricultura perguntando o que tinha acontecido, o florista respondeu: “Eita, rapaz, não acredito... confundimos os pedidos. Isso significa que as flores que enviamos para o funeral tinham a mensagem: ‘Parabéns pelo seu novo local!’”
Para o crente, essa acontece de ser uma boa teologia. A morte é um portal para um novo lugar. E que lugar esse será—a glória de Deus, perfeição sem pecado no estado eterno, um corpo glorificado, um serviço perfeito a Deus, vida contínua de pura alegria e adoração constante a Cristo, nosso Senhor.
Então, para onde vamos a fim de aprender sobre as glórias do céu?
- Para onde vamos como igreja a fim de descobrir nossa missão na terra?
- O que estudaríamos a fim de desvendar os mistérios das profecias?
- Onde podemos encontrar uma descrição do trono celestial de Deus e de Sua ira derramada sobre a Terra?
- Qual livro devemos ler que justifica o julgamento final de Cristo sobre os incrédulos e onde vemos esse julgamento descrito com todos os seus horrores?
- Onde podemos ler o convite para que todos venham e bebam da salvação?
- Onde descobrimos o motivo por que os que bebem da salvação ousam crer que reinarão com Cristo um dia?
- Onde podemos ver o desenvolvimento das nações e o reavivamento de Israel?
- Onde iríamos para aprender sobre um novo universo com uma nova terra com pomares e um rio fluindo por avenidas de ouro?
- Onde vemos o dia final—o cumprimento das promessas de Deus—e o tempo se transformando num reino eterno?
Um lugar resume todas essas coisas. Encontramos isso e muito mais no livro de Apocalipse.
O Apocalipse de João é um paralelo e complementa as profecias de Daniel, o primeiro ministro da Babilônia e profeta de Deus.
O apóstolo João passou por uma situação diferente daquela de Daniel. Ele foi exilado na ilha de Patmos, a qual era usada como uma mina pelo Império Romano e operada por criminosos e inimigos do império.
Daniel, o primeiro ministro da Babilônia, proclamou profecias sobre o final dos tempos dos palácios da Babilônia, enquanto João anunciou profecias escatológicas da obscuridade e rigor de uma ilha pedregosa cercada pelo Mar Egeu.
É algo irônico que as profecias finais do triunfo de Cristo sobre as nações mundiais tenham sido reveladas a um apóstolo exilado, vivendo numa caverna numa ilha esquecida. Não podemos ignorar a ironia nisso. João diz: “A causa e a glória do Deus que eu sigo triunfarão por toda eternidade!”
Seria fácil dizer: “Não parece! João, você não para ser um vencedor, mas um perdedor nisso tudo. Talvez seja melhor considerar a possibilidade de mudar de lado.”
Ao fazer suas declarações finais em Apocalipse 22, João inclui um convite final para que todos os sedentos venham e beba da água dessa verdade de Cristo. O bilhete de entrada no céu é de graça, sem qualquer custo—a única coisa que precisamos fazer é pegar nosso bilhete enquanto ainda há tempo.
João também inclui um alerta final para que ninguém mexa com o texto. Não devemos nem acrescentar, nem subtrair de suas palavras. É tudo ou nada; ninguém julga esse livro, mas todos são julgados por ele.
João escreve em Apocalipse 22.18–19:
Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro.
Não entenda isso errado. É impossível perder a salvação, perder a regeneração, perder o selo do Espírito uma vez que fomos selados. É impossível ser desjustificado após termos sido justificados completamente por Cristo; ou sermos removidos de nosso lugar depois de termos sido assentados com Cristo nos lugares celestiais.
Então, o alerta para os que removem ou acrescentam algo às Escrituras é apenas uma forma de reconhecer que essas pessoas jamais foram genuinamente salvas. Essa atitude demonstrará um desrespeito pela Palavra de Deus, a qual é substituída pela opinião ou palavra do próprio pecador. Recebemos esse alerta final, que é uma maneira de avaliarmos se estamos ou não na fé.
Lembre-se: quando todos os eventos de Apocalipse tiverem acontecido, os crentes estarão desfrutando da glória celestial e os não redimidos estarão sofrendo os horrores do inferno para sempre.
A Bíblia é um livro aberto de Deus à humanidade, mas seu fim não está em aberto a ser completado por um profeta, sacerdote, místico, guru ou visionário. Essas são as últimas palavras inspiradas de Deus.
Desde os dias da revelação de João até hoje, o Espírito pega a Palavra de Deus e fala aos nossos corações conforme suas verdades, mas nunca além ou acima da verdade bíblica. Por isso, somos encorajados a que a palavra de Deus habite ricamente em [nós] (Colossenses 3.16).
A Bíblia dirige nossas decisões e atua como um juiz em nossas vidas. Como resultado, estudamos, memorizamos, meditamos, falamos, aplicamos e vivemos segundo a Palavra de Deus.
Não pedimos mais para que Deus fale; Ele já falou!
Chegamos, agora, ao nosso último estudo no livro de Apocalipse. Veremos os dois últimos versos inspirados registrados por João. Essas são as últimas palavras que Deus inspirou.
Em seu epílogo, já lemos um desafio final, um convite final e um alerta final. Vamos observar esses dois últimos versos.
A Promessa Final
Recebemos uma promessa final no verso 20:
Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora...
Não subestime essas palavras; elas formam a última promessa que saiu dos lábios de Cristo. Essa é a promessa que Ele escolhe fazer a nós. Imagine todas as promessas que Jesus poderia ter feito:
- O ajudarei no sofrimento;
- Carregarei seus fardos;
- O capacitarei a me obedecer;
- Me regozijarei em sua adoração.
Essas promessas já foram todas feitas direta ou indiretamente por nosso Senhor. A promessa do verso 20 é a Sua escolha para ser a promessa final.
Será que essa promessa inclui todas as demais? Por acaso os fardos, sofrimento, diligência, obediência e adoração não encontram seu significado real na vinda de Cristo?
Isso é verdade. Nossa obediência, perseverança, missão, diligência e sofrimento encontram esperança e conforto no fato de que Cristo está voltando.
Agora, no final da Bíblia, o Senhor deseja falar a nós diretamente mais uma vez. E quando Ele fala conosco, Ele nos lembra de que voltará em breve.
O Senhor fez essa promessa já duas vezes no capítulo final de Apocalipse—nos versos 7 e 12; agora, Ele a repete no verso 20. Ele disse três vezes: Venho sem demora.
Fica evidente que Cristo deseja que não ignoremos essa realidade. O Senhor não repetiu essa promessa porque queria vinte e um versos no último capítulo de Apocalipse e não tinha mais nada a dizer. Ele deseja inculcar em nossa mente esta verdade: Venho sem demora.
Sua vinda acontecerá em estágios que passarão muito rapidamente à luz da eternidade:
- Ele virá para arrebatar Sua igreja (1 Coríntios 15 e 1 Tessalonicenses 4);
- Em seguida, Ele virá com Sua noiva para estabelecer Seu reino (Apocalipse 20);
- Depois, Ele virá com os redimidos de todas as eras quando a cidade celestial de ouro descer e repousar sobre a nova terra recém-criada (Apocalipse 21).
Cristo diz, com efeito: “Tudo isso acontecerá antes que você perceba!”
Quando o Senhor faz Sua promessa final em Apocalipse 22.20, Ele usa o tempo presente, o qual os gramáticos chamam de o presente profético.
Essa é outra forma de dizer: “Já estou a caminho!”
Perceba que, dessa terceira vez em que Cristo diz: Venho sem demora, Ele adiciona a expressão certamente, a qual pode ser entendida como, “de fato, verdadeiramente, já estou a caminho!”
O próximo evento na parousia de Cristo—a segunda vinda—é o arrebatamento da igreja. E Cristo fala sobre a certeza desse acontecimento: “Com certeza, já estou vindo.” A expressão também indica a convicção e garantia da criação de um novo céu e uma nova terra.
Meu amigo, você está preparado? Você está tão preparado quanto Cristo está? Jesus diz: “Venho sem demora.” Você está pronto?
As próximas palavras que João escreve são Amém! Vem, Senhor Jesus! Jesus diz: “Estou vindo!” e João responde: “Amém!”
A palavra “amém” é a transliteração de uma partícula hebraica que significa, “que seja.” Essa palavra indica que o ouvinte concorda com o que a outra pessoa acabou de falar.
Temos o costume de fazer isso na igreja—mais ou menos. Algumas pessoas se sentem mais à vontade para soltar um “amém.” Alguns pastores não gostam de pregar sem ouvir algum “amém.”
Não há nada de errado em se dizer “amém” durante um culto; ele ajuda a manter as demais pessoas acordadas! Eu não desencorajo a prática, desde que não se torne uma distração ou competição. O culto não acabará mais cedo se você disser mais “améns.”
Lembro-me de uma vez nos anos iniciais de nossa igreja quando ainda nos reuníamos num local pequeno. Enquanto pregava num domingo de manhã, uma mulher que não conhecia veio e se sentou com seu marido bem próximo ao púlpito. Logo no começo da pregação eu disse alguma coisa quando estava na frente dela. De repente, essa mulher gritou com toda força de seu pulmão: “Amém!” Eu me perdi completamente no que estava dizendo e tive que voltar. Aquela foi uma pregação bem demorada. A mulher nunca mais voltou.
Enquanto prego, gosto de ouvir um “amém” que provém de um coração sincero, quer seja alto o suficiente para acordar os irmãos, ou apenas um sussurro; creio que essa é uma reação propícia para o crente que ouve a verdade da Palavra de Deus. Saiba apenas que o “amém” não é direcionado ao seu pastor ou pregador, mas à verdade pregada e ao Autor das Escrituras.
Essa expressão é uma manifestação verbal de seu entendimento da Palavra de Deus e espero que seu espírito a diga com mais frequência do que seus lábios; espero que você viva num constante estado de “amém”! Meu desejo é que você viva e diga com todo o seu ser:
- “Amém! Senhor, creio na Tua Palavra!”
- “Amém! Senhor, é verdade!”
- “Amém! Senhor, conte comigo para isso!”
Jesus Cristo proclama essa promessa final a um velho apóstolo escrevendo a revelação numa caverna debaixo de terríveis condições de vida enquanto exilado de seus amigos, família e rebanho. Jesus vem no final da revelação e diz: “Está quase acabando e quero que você saiba que estou a caminho.” E João responde: “Amém!”
A Oração Final
Perceba que a próxima coisa que João faz é oferecer a última oração registrada nas Escrituras. Vimos a promessa final de Cristo e, agora, a oração final do crente. João diz:
...Amém! Vem, Senhor Jesus!
A última oração registrada dos lábios desse crente é: “Volte logo, Senhor Jesus, volte!” Conhecemos bem essa expressão em aramaico: “Marana tha.” Ela significa: “Nosso Senhor, venha!” Quando juntamos essas duas palavras aramaicas, temos o que parece ser “talvez a mais antiga oração em forma de credo que já existiu.”
Essa é uma reação mais do que apropriada para João: “Maranata—Nosso Senhor, vem!” Esse apóstolo idoso, cansado e desgastado com noventa anos de idade acabou de testemunhar a consumação dos séculos, a glória do trono de Deus e a beleza do céu. É de se esperar que ele diz: “Vem, Senhor, vamos!”
Paulo escreveu aos tessalonicenses sobre a vinda de Cristo para arrebatar a igreja e terminou seu ensino com as palavras: Consolai-vos, pois, uns aos outros com essas palavras (1 Tessalonicenses 4.18).
A propósito, ter uma expectação positiva da vinda do Senhor está intimamente ligado com a maneira como vivemos hoje.
Sua mãe alguma vez já disse para você: “Menino, espere só até seu pai chegar em casa!”?
Eu ouvi isso algumas vezes—pelo menos duas. Eu não gostava do aparecimento de meu pai; eu não era confortado com esse pensamento. O barulho do carro chegando em casa não era um som agradável.
Talvez você tenha sido como eu e meus irmãos que aprontávamos enquanto nossos pais saíam de casa. Colocávamos nosso irmão mais novo na janela de onde ele conseguia enxergar por cima das plantas e ver a rua. Ele ficava observando o aparecimento de nossos pais; uma chegada inesperada não seria uma coisa boa!
O famoso pregador do século dezoito, Jonathan Edwards, decidiu que jamais viveria de tal maneira a ficar envergonhado caso o Senhor aparecesse naquele momento.
João escreve em uma de suas cartas:
Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro (1 João 3.2–3).
Expectação piedosa produz uma atividade piedosa, e atividade piedosa desenvolve uma expectação piedosa.
É uma coisa dizer “amém” na igreja, e outra sair e viver de maneira que possamos orar: “Senhor, volte quando quiser porque estou pronto!” Um autor escreveu:
Essa é outra forma de dizer que vivemos cada dia para a glória de Deus como se fosse o último. Você trabalha duro em seu emprego, em seu lar e para sua igreja como se fosse sua última oportunidade. Você brilha sua luz, permanece equilibrado, animado e agradável. Por que? Você aguarda com expectativa a vinda do Senhor—hoje!
Isso é o que teríamos encontrado nas rochas da ilha de Patmos, no mais profundo de uma caverna, onde, no dia do Senhor, João escreveu coisas que nem sequer podia imaginar. E, no final da revelação, sem qualquer hesitação, o apóstolo diz: “Que assim seja. Vem, Senhor Jesus!”
Talvez você seja tentado a dizer: “Bom, o que mais você esperaria? João recebeu um passeio pelo céu; ele era um apóstolo e foi discipulado pessoalmente por Cristo. João tinha algo que não temos.”
Esse é um dos motivos por que fico feliz que a revelação de João não termina com o verso 20. Temos a promessa final de Cristo, a oração final de João e o pronunciamento final de Deus através de João.
O Pronunciamento Final
Veja o verso 21:
A graça do Senhor Jesus seja com todos.
Existe uma promessa final, uma oração final e um pronunciamento final.
A graça do Senhor Jesus seja com todos.
Essa frase pode ser entendida da seguinte maneira: “Que o Senhor Jesus mostre Sua graça a todos vocês.”
Com esse pronunciamento final, o Espírito de Deus, através de João, fornece para nós uma esperança genuína:
- Como fomos salvos e temos a promessa de um lar no céu? Pela graça!
- Como crentes, como damos mais um passo na direção correta? Pela graça!
- Como tratamos aqueles que ofendem Deus e a nós? Com graça!
- O que é suficiente para nos ajudar a suportar cada desafio e cada vale que enfrentamos? Graça!
- Como esperamos escapar dos horrores da ira de Deus descritos em Apocalipse? Graça!
- Como esperamos receber qualquer bênção do céu, alegria, perfeição, um corpo glorificado e adoração pessoal a Jesus Cristo, nosso Senhor? Pela graça!
Pense no fato de que cada bênção descrita em Apocalipse é totalmente imerecida. Esses são os presentes de Jesus Cristo aos que Lhe pertencem.
João começou o livro dizendo no verso 4 de Apocalipse 1:
...graça e paz a vós outros...
Agora, ele encerra o livro da mesma forma:
A graça do Senhor Jesus seja com todos.
Obviamente, a palavra todos se refere a “todos lendo este livro,” quer crentes ou descrentes.
Em outras palavras, João sugere para os que ainda não são salvos e ouvem essa revelação sendo lida em uma das sete igrejas: “Ouçam, vejam bem: recebam o Evangelho de Cristo pela graça. Vocês não merecem perdão, mas graça significa exatamente isso.”
Graça é um favor imerecido que Deus nos concede.
Para crentes ouvindo a revelação sendo lida, João sugere: “Vocês receberam o Evangelho de Cristo pela graça; então, não se esqueçam disso. Vivam o Evangelho na força da graça de Deus e distribuam a graça de Deus a todos ao seu redor. Eles não a merecem, assim como nós não a merecemos. Graça é algo dado a quem não a merece; por isso ela se chama graça.”
Então, aqui nesse livro tremendo, graça tem a primeira e a última palavra.
Mas João não fala de qualquer graça. Essa é a graça do Senhor Jesus.
A última palavra é sobre Ele.
Ele começou o livro:
Revelação de Jesus Cristo...
Agora, Ele termina o livro:
A graça do [mesmo] Senhor Jesus...
- Ele é o Deus de toda graça (1 Pedro 5.10);
- Sua graça basta para nós (2 Coríntios 12.9);
- Ele nos faz abundar em toda graça (2 Coríntios 9.8).
Não é surpresa alguma que o pronunciamento final de João, a bênção final do Espírito de Deus por meio desse velho pastor, confia a igreja de sua geração e de todas as gerações seguintes às mãos de um Senhor gracioso.
Diante disso, a única coisa que podemos fazer, assim como João, é reagir em profunda gratidão e dizer a mesma última palavra contida neste livro: “Amém.”
Em outras palavras, “É verdade; que assim seja; que aconteça dessa forma; concordamos e, pelo depósito diário da graça de Deus, viveremos nossas vidas à luz dessa verdade e para a glória de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, o qual em breve virá.”
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 27/06/2010
© Copyright 2010 Stephen Davey
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