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Gentios na Árvore Genealógica

Gentios na Árvore Genealógica

經過 Stephen Davey
系列: Romanos (Romans)
參考: Romans 1–16

Gentios na Árvore Genealógica

O Futuro de Israel—Parte 4

Romanos 11.16–25

Introdução:
Interpretando Uma Metáfora

Uma metáfora é uma figura de linguagem da qual um elemento A é comparada a um elemento Z ou na qual se diz que A é Z.

Nós, que interpretamos a Bíblia de forma literal, ou seja, com uma abordagem histórica, gramatical e teológica, comparamos as Escrituras com as Escrituras, pois acreditamos que o melhor comentário sobre as Escrituras é as próprias Escrituras. Portanto, interpretamos figuras de linguagem de forma literal. Ao menos que a Bíblia, que é o nosso melhor comentário, nos dê motivo para crer de outra forma, interpretamos símile como símile e metáfora como metáfora.

Jesus Cristo disse em João 10.9, Eu sou a porta.

Entendemos bem que Ele não está dizendo que possui três dobradiças e é feito de madeira. Sabemos que Jesus quer dizer, “Eu sou a entrada para a vida eterna. Você não consegue entrar nela sem passar por Mim.”

Essa é uma passagem fácil de interpretar. Um texto mais difícil de entender é Mateus 26.26–28:

Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança…

Se você parar no verso 28, talvez fique confuso como milhões de pessoas nos últimos dezessete séculos, as quais crêem que comem o corpo e bebem o sangue de Cristo. Elas acreditam que, nas mãos do padre, o pão e o vinho, de alguma forma, se transformam no corpo e no sangue literais de Cristo. Com essa crença, Cristo é sacrificado pelo pecado vez após vez, milhões de vezes por semana ao redor do mundo.

Contudo, no verso seguinte, o verso 29, Jesus diz:

E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai.

Ou seja, esse não pode ser o sangue literal de Cristo porque Ele mesmo disse que irá beber. Ainda mais, Ele se refere ao cálice nesse verso esclarecedor como o fruto da videira, não como sangue.

Mais adiante, conforme lemos em João 6.48–53, Jesus disse o seguinte:

Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a comer a sua própria carne? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos.

Nossa! Isso não soa muito como uma metáfora, não é mesmo?

Evidentemente, Sua resposta satisfez os ouvintes judeus principalmente porque eles entenderam Sua linguagem. As formas verbas eram bem expressivas e carregadas com significado e clareza.

Deixe-me ilustrar para você a diferença entre português e grego. Se eu disse eu português, “Terminei almoçar,” estaria transmitindo apenas uma mensagem—minha comida terminou porque eu a comi.

Contudo, na língua grega, eu poderia escolher formas verbais específicas que modificariam o sentido da ação verbal. Por exemplo:

  • Terminei de almoçar, mas ainda estou no processo de comer.
  • Terminei de almoçar, mas ainda sinto os efeitos desse almoço (isso acontece quando você almoça um prato feito num restaurante de beira de estrada).
  • Terminei de almoçar pela última vez, pelo resto da minha vida.

O último exemplo é a forma verbal que Jesus usa nesses versos. Deixe reler os versos 50 e 51 ampliando-o com o sentido transmitido pelo tempo verbal:

Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer [uma vez e durar pelo resto de sua vida] não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer [uma vez e durar pelo resto de sua vida], viverá eternamente…

Isso é uma metáfora, que não está descrevendo a ceia, mas a salvação.

Quantas vezes você participa da ceia? Uma e ela durou sua vida inteira? Não. Você toma ceia toda vez que é oferecida.

Quantas vezes você é salvo? Uma e os efeitos se estendem eternamente.

O que outras passagens das Escrituras têm a dizer sobre o sacrifício de Cristo?

Hebreus 10.10 diz:

Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas.

O verso 12 afirma:

Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre…

(é como se o autor de Hebreus estivesse prevendo a heresia da repetição do sacrifício de Cristo),

…um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus,

Ou seja, Ele concluiu Sua função sacerdotal.

Nenhum sacerdote do Antigo Testamento se assentava; não havia poltronas no lugar santo para os sacerdotes. Eles estavam sempre se movimentando, cumprindo com suas obrigações da expiação temporária que era repetida várias e várias vezes. Mas Cristo, o nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício final e perfeito, ofereceu-se a Si mesmo uma vez só e se assentou à direita do Pai.

Quando Cristo exclamou na cruz, “Está consumado,” Ele quis dizer exatamente isso. Ele não disse, “Este é o meu primeiro sacrifício pelo qual passarei muitas outras vezes.” Ele disse, “Este é o meu único sacrifício.”

“Está consumado,” ou, tetelestai no grego, significando, “O pecado está pago por completo!” Não significa, “Acabei de pagar a primeira parcela do pecado e existem milhões de outras parcelas a pagar.” Não. Cristo disse, “Este é o primeiro e o último pagamento pelo pecado”—“Está consumado.”

É impossível expressar toda a minha alegria ao compartilhar com indivíduos que visitam nossa igreja sobre o caráter final do sacrifício de Cristo.

Na minha turma de novos membros, geralmente existem ali representadas de dez a quinze denominações. A turma que comecei semana passada não foge à regra. Existem pessoas vindas de grupos presbiterianos, luteranos, irmãos, wesleyanos, metodistas, menonitas, mórmons e católicos.

Domingo passado, perguntei à turma de novos membros (130 pessoas) como eles tinham vindo parar em nossa igreja. Perguntei, “Quantos de vocês vieram porque foram convidados por amigos ou familiares?”

Eu ia usar o exemplo deles para encorajar a igreja de que é assim que a igreja cresce—por meio de relacionamentos e convites pessoais. Contudo, apenas poucas pessoas levantaram a mão. Fiquei surpreso. Então eu perguntei, “Quantos vieram por si mesmos sem terem sido convidados por alguém?”

Pelo menos cem levantaram as mãos. Isso completamente estragou minha ilustração, mas foi muito interessante.

Nessa turma, temos um dos maiores números de pessoas que vieram da igreja católica. Um membro até me disse uns dias atrás, “Sabe, pastor, precisamos começar um pequeno grupo com pessoas de nossa igreja que saíram da igreja católica. Poderíamos conversar sobre nossa busca nas Escrituras pelas verdades que temos aprendido aqui.”

Em nossa igreja, também temos testemunhado mais e mais judeus e judias vindo a Cristo. Alguém sugeriu um pequeno grupo para esses também. Isso os ajudaria a crescer na fé, especialmente pelo fato de terem sido isolados por suas famílias por causa de sua nova fé.

A igreja acomoda pessoas provenientes de todos os lados.

Recentemente, almocei com um ex-viciado em drogas que teve sua vida transformada por Cristo. Já faz quase dois anos que ele não usa drogas. Ele me contou como um crente de nossa igreja o desafiou na fé e o discipulou. Ele veio para a nossa igreja, onde veio à vida em Cristo. Foi incrível ouvir sua história e ver como ele agora está livre de drogas, crescendo em Cristo, concluindo treinamento especializado em uma profissão, conseguindo um emprego e iniciando uma nova vida maravilhosa em Cristo.

Os crentes ao seu redor na igreja têm históricos de vida distintos. Penso em Paulo que escreveu a um grupo de crentes e disse em 1 Coríntios 6.9–10:

Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.

Daí o que ele diz em seguida no verso 11?

Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.

A igreja é exatamente isto—pecadores redimidos e arrependidos que comeram do pão da vida e beberam da fonte do sangue de Cristo, encontrando perdão para o passado, para o presente e para o futuro; tudo foi pago quando Cristo exclamou, “Está consumado!” Os redimidos são aqueles que vão a Cristo como mendigos—não possuem nada a oferecer e simplesmente pedem por uma refeição pão e sangue—o sacrifício e a oferta de salvação de Cristo.

Que metáfora poderosa é essa que fala de vida eterna para o que vêm a Cristo!

Interpretando A Metáfora dos Gentios na Árvore

Agora, me nosso texto de Romanos 11, Paulo utiliza um conjunto diferente de metáforas para ilustrar a nação de Israel e os gentios do mundo.

Tudo o que falamos agora sobre pão, carne, sangue e fruto da videira serviu de exemplo sobre como interpretar uma metáfora. Um dos princípios fundamentais a lembrar é: não interprete, nem aplique todos os detalhes de uma metáfora.

Mais uma vez, em resposta às palavras de Jesus, “Eu sou a porta,” não precisamos nos sentar e ficar especulando qual era a altura da porta, que tipo de madeira era—carvalho, cerejeira ou mogno. Essa não é a questão. Uma metáfora geralmente possui um ou dois ensinos principais. O resto da analogia não pode ser interpretado detalhadamente sem cair em algum desvio doutrinário.

Vamos, agora, ler o parágrafo de Romanos 11.16–25. Daí, farei alguns comentários:

E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão. Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti. Dirás, pois: Alguns ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. Bem! Pela sua incredulidade, foram quebrados; tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará. Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado. Eles também, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para os enxertar de novo. Pois, se foste cortado da que, por natureza, era oliveira brava e, contra a natureza, enxertado em boa oliveira, quanto mais não serão enxertados na sua própria oliveira aqueles que são ramos naturais! Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios.

Quatro peças dessa metáfora

Deixe-me compartilhar com você ao que as quatro peças dessa metáfora se referem.

  • As primícias da massa ou a raiz é Abraão.

No verso 16, Paulo se refere à massa ou às primícias como santas. Os judeus teriam imediatamente reconhecido que essa era ume referência à oferta das primícias na qual o sacerdote tomava um pouco de massa de um bolo maior e oferecia a Deus.

Paulo deseja mostrar que, se o amontoado de massa era aceitável a Deus, o resto da massa também seria. As primícias era Abraão, o pai da nação judaica, e ele foi aceito por Deus. Então, é apenas natural considerar seus descendentes como aceitos por Deus também.

É claro, a metáfora revela a notícia de que os descendentes de Abraão foram cortados por causa de sua incredulidade.

Em Gênesis, Deus prometeu que os descendentes de Abraão trariam o Redentor—Deus em carne judaica. Então, as primícias ou a massa e a raiz da árvore lançam o começo desse propósito redentor.

  • O amontoado de massa e a oliveira representam a bênção de Deus.

Essa bênção divina foi experimentada primeiramente por Israel na dispensação passada ou na antiga administração de Deus. Agora, na presente dispensação, essa bênção divina é primariamente experimentada pelos gentios.

Deixe-me adicionar um comentário neste ponto. O capítulo 11 de Romanos não trata especificamente com a igreja. A igreja, como corpo, não é mencionada nesses versos. Não confunda a oliveira com a igreja.

Na verdade, ninguém é salvo por fazer parte da oliveira.

Se ignorar isso, você será levado a crer na perda de salvação—você pode ser cortado. Fica óbvio no texto que judeus descrentes desfrutaram da bênção de Deus e gentios descrentes hoje desfrutam da graça comum de Deus também. Se aplicar a oliveira à salvação, então, você lerá o verso 22, que diz:

…mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado.

e dirá, “É, parece que posso perder minha salvação.”

A oliveira não é a igreja e não representa a salvação. Ela representa a bênção de Deus por meio de Abraão que, primeiro, foi dada à nação judaica. Eles não creram e Deus os julgou ao colocá-los de lado temporariamente.

Note no decorrer da passagem que Paulo trata dos gentios como um grupo todo. Ele diz:

  • veio a salvação aos gentios (v. 11b);
  • em riqueza para os gentios (v. 12b);
  • Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! (v. 13a).

Paulo diz, com efeito, se os gentios, a quem a oferta do Evangelho está sendo agora feita, recusam crer, eles também perderão a oportunidade da bênção divina, assim como Israel, como nação, perdeu a sua oportunidade, e serão cortados.”

  • Os ramos naturais representam os israelitas.
  • Os ramos de oliveira brava enxertados representam os gentios.

Creio que essa é a melhor maneira de apresentar essa metáfora para você, caso queira estudar mais a fundo essa passagem.

Três pontos adicionais a lembrar sobre essa metáfora

Deixe-me dizer algumas coisas de forma diferente para esclarecer essa metáfora ainda mais. Darei três pontos adicionais para você lembrar ao estudar essa passagem.

  • Alguns israelitas foram temporariamente cortados da árvore por causa de sua incredulidade, vv. 17–20.

Em outras palavras, eles não experimental a bênção de Deus.

  • Gentios foram enxertados na posição de bênção.

Paulo usa a ilustração de um enxerto para retratar os gentios sendo colocados na posição de bênção. Veja o verso 17:

Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira

Tenho que admitir para você: minha dificuldade em entender esse texto reside parte no fato de eu não possuir experiência alguma com enxerto e árvores frutíferas. Não consigo nem fazer minha grama crescer, muito menos entender essa maravilha da horticultura. Passei várias horas estudando o assunto só para ter ideia do que Paulo quer dizer aqui.

Deixe-me descrever para você como o enxerto de uma oliveira funcionava. O agricultor pegava um ramo de oliveira saudável e enxertava em uma oliveira brava. Eles jamais pegavam um ramo de uma oliveira brava e enxertavam em uma oliveira boa porque isso estragaria por completo a boa oliveira.

Contudo, é exatamente isso o que Paulo diz que aconteceu. Deus fez algo contrário à natureza; Ele vai contra a natureza (v. 24). Ou seja, Ele toma o ramo bravo gentio e o coloca na raiz de Abraão não para que se torne um judeu, mas um participante da rica raiz da bênção de Deus.

Ao invés de arruinar a árvore por completo (o lugar de bênção divina), esse enxerto forneceu bênção para o gentio.

Veja bem: todo crente verdadeiro se encontra nessa árvore (da bênção divina), mas nem todos que se encontram nessa árvore são verdadeiramente salvos.

  • Israel será enxertado novamente (vv. 23, 26).

Em Seu plano para restaurar Israel, Ele reconecta os israelitas à bênção divina. Essa é uma referência a um período na grande tribulação quando Deus trata Israel tanto com severidade—cerca de noventa por cento da nação é dizimada—e bondade—a nação é restaurada. Dessa vez, os judeus veem o Messias vindo nas nuvens ao término da tribulação, de forma que creem e entram no reino milenar.

Lembre-se, essa passagem basicamente responde à pergunta, “O que acontece com Israel no futuro?” (vv. 1, 15, 25).

O tempo de bênção divina para os gentios também é um período de incredulidade. O verso 25 nos informa que o tempo dos gentios chega ao fim e a noiva de Cristo é completada. Nesse tempo, apenas uma minoria dos povos gentios terá crido.

Cristo predisse em Mateus 7.13–14:

Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.

Temos estudado a história dos judeus e observado sua incredulidade em relação a Cristo. Até mesmo agora, as nações gentias do mundo revelam total desapreço pelo Evangelho.

Podemos delinear o aumento da incredulidade das nações gentias nos últimos duzentos anos.

O Evangelho começou na Ásia Menor, a atual Turquia. As viagens missionárias de Paulo produziram grande fruto em Derbe, Éfeso, Sardis e Filadélfia. Por volta do ano 113, o governador romano da Bitínia reclamou com o imperador romano Trajano que essa nova fé estava afetando os padrões antigos de adoração. As pessoas estavam negligenciando os deuses e os lucros dos templos tinham despencado.

Hoje, a Turquia e seus arredores praticamente abandonaram o Cristianismo em troca do Islã. O Evangelho foi basicamente extinguido.

Viaje para o Norte da África, o lugar onde Tertuliano, Orígenes e Atanásio viveram. Os grandes centros teológicos foram desenvolvidos ali nos séculos segundo e terceiro. Santo Agostinho, um dos maiores teólogos da igreja primitiva, era o líder da igreja no Norte da África.

Hoje, o Norte da África é dominado pelo Islã. Há muitos tempo, aqueles povos abandonaram o Messias de Atanásio e Agostinho.

Vá para a Itália, onde o grande Concílio de Nicéia aconteceu no século quarto. A igreja prosperou, mas por fim se corrompeu, algo que, no futuro, culminou na Reforma. João Calvino explicou o abandono do Evangelho da graça de Deus pela igreja de Roma ao usar Romanos 11 para explicar sua decadência.

Siga para toda a Europa, o lugar que concentrou o maior número de teólogos, igrejas e instituições educacionais no século dezesseis. Hoje, a Alemanha, a Suíça, a Holanda e a França estão entre os solos mais difíceis de se penetrar com o Evangelho. Conheço missionários na França; eles dizem que são necessários vários anos para simplesmente se desenvolver no francês o alicerce no qual começar a fazer perguntas sobre sua alma. Hoje, as catedrais da Europa são covas adornadas. Menos de quatro por cento dos europeus frequentam cultos, até mesmo em feriados religiosos.

Nos séculos dezessete e dezoito, a igreja da Inglaterra sustentou os pontos mais poderosos do Evangelho. As missões modernas nasceram ali quando um inglês chamado William Carey partiu para a Índia. Charles Spurgeon pregava para dez mil pessoas aos domingos; escolas e seminários produziram líderes, pensadores e missionários. Hoje, a frequência em igrejas é um pouco melhor que na Europa Continental… o país, em sua maioria, abandonou sua herança cristã.

Portanto, um breve panorama da história ocidental revela que a queda das nações gentias da rica bênção de Deus é inegável.

Isso não significa que estamos no fim. Neste exato momento, a igreja na China, apesar de perseguida, tem se tornado um quartel general. Seus oito milhões de crentes já enviam missionários para outras partes do mundo, assim como outros países asiáticos. Alguns desses missionários são enviados até para os Estados Unidos.

Aplicação

Deixe-me dar três exortações para aplicarmos essas verdades eternas nas vidas de crentes hoje.

  • Não seja arrogante: fé genuína deve produzir humildade diante dos outros e reverência diante de Deus (v. 20b).

Vejas os versos 18 e 20b:

não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti. …tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme.

A palavra grega para ensoberbeças significa, “pensamentos levados.” Ou seja, “pensar sobre si de forma elevada.”

“Não te ensoberbeças,” Paulo diz àqueles que desfrutam das bênçãos de Deus. Ao contrário, ele diz, “tema, mostre reverência.”

Soberba é ter pensamentos elevados a respeito de si mesmo; reverência é ter pensamentos elevados a respeito de Deus.

Deixe-me fazer uma pergunta: quanto tempo você passa pensando em si mesmo? Quanto tempo você passa pensando em Deus?

  • Não se engane: verdade genuína sobre Deus não é unilateral. Paulo menciona tanto a severidade quanto a bondade de Deus (v. 22).

O mundo prefere que falemos apenas de um Deus amoroso e bondoso. Ele é essas coisas, mas também é um Deus de ira e severidade.

Tudo o que posso fazer é exortá-lo a tirar vantagem desta época, desta dispensação da graça e da oportunidade dos gentios. Sim, o convite da graça está aberto a judeus também, mas, diferente de outros tempos na história, o gentio recebe a oferta do presente da salvação pela graça através da fé em Cristo.

Não se engane: aquele que fala apenas que Deus é amor não conhece o Deus da Bíblia. Ele é tanto bondoso quando severo.

  • Não fique apático: crentes genuínos são desafiados a mudar genuinamente.

Viver uma vida cultivada é o desafio do crente. Paulo sugere no verso 24 que você, o crente gentio, uma vez fazia parte de uma oliveira brava. Nessa época, você era incapaz de produzir azeite—fruto espiritual.

Contudo, agora você foi enxertado na bênção e na dignidade da graça de Deus.

Isso me lembra de uma peça de teatro intitulada “Minha Bela Moça.” Nessa peça, uma menina suja, machucada e grosseira é retirada das ruas de Londres por um cavalheiro que a conduz para sua casa determinado a transformá-la em uma dama de classe. Ele trabalha em sua dicção, seu guarda-roupas e em sua postura. Finalmente, ela engana todos e, na verdade, se torna uma dama.

Em certo sentido, nós, os crentes, fomos transportados para a cultura da graça, que é uma academia de refinamento espiritual. Isso deve afetar o nosso vocabulário, nossa vestimenta, nossa postura, nossa modéstia, nossa dignidade e nossos relacionamentos. Esse é exatamente o conteúdo do capítulo 12. É assim que devemos viver, agora que fomos enxertados nas riquezas de Cristo.

Veja, rapidamente, Romanos 12.9–13:

O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor; regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes; compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade;

Pule para os versos 17 e 18:

Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens;

Não faço ideia de quanto tempo demoraremos no capítulo 12! Ele é recheado de ensinos.

E nós não devemos ficar apáticos. Deus nos tirou das ruas, nos deu um banho e derramou sobre nós Sua graça. Ele deseja transformar tudo em nossas vidas.

Nós, os que comeram do pão da vida e encontraram perdão na fonte do sangue de Cristo, estamos na árvore. Um dia, estaremos com Cristo em Seu reino e por toda a eternidade.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 16/01/2005

© Copyright 2005 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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