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Começando com As Meias

Começando com As Meias

經過 Stephen Davey
系列: Romanos (Romans)
參考: Romans 1–16

Começando com As Meias

O Criador Divino: Encontrando Seu Lugar no Corpo de Cristo—Parte 6

Romanos 12.8a

Introdução

Imagine um dia você, um rapaz de dezessete anos, recebendo a ligação de que você foi aceito para um grande time de futebol. Você jogará ao lado de vários craques da atualidade. Contudo, a estrela nesse time é o técnico. Ele tem tido uma carreira impecável, conquistando todos os títulos possíveis.

De fato, esse técnico é uma lenda do futebol. Já faz quatro temporadas seguidas que ele conquista todos os campeonatos nacionais e internacionais.

Como novato nesse time, você já viu reportagens sobre esse técnico na ESPN. Você provavelmente sabe que ele já foi eleito técnico do ano seis vezes seguidas.

Você também já ouviu falar de seu método intenso de treinamento, incentivando princípios como entusiasmo, equilíbrio, jogo em equipe e lealdade.

Agora, de volta a você. Lá está você sentado no campo, esperando ouvir as primeiras palavras valiosas desse técnico que sabe tudo. Você fica impressionado com essa lenda, seus recordes, seu treinamento e sucesso. Agora, você aguarda ouvir os primeiros conselhos de sabedoria desse técnico.

Você provavelmente não percebeu, mas os jogadores mais antigos já estão sorrindo para os novatos. Eles sabem o que está por vir.

O técnico vem para o campo onde você está sentado junto com os demais jogadores. A lição de hoje é: como colocar um par de meias. É isso mesmo, um par de meias!

O técnico não fala nada sobre seu método de treino, nada sobre seu passado ou seu futuro, nada sobre estratégia e tática, nem mesmo sobre o calendário. Ele segura um par de meias e faz uma demonstração para você e os demais jogadores de como vestir as meias sem deixá-la enrugada.

Você consegue imaginar isso? “É assim que vocês devem colocar as meias!”

Daí, o técnico diz aos jogadores que, se colocarem as meias de forma errada, e as deixarem assim, as rugas da meia vão causar bolhas e afetar o desempenho deles nos momentos cruciais dos jogos.

Então, você precisa primeiro aprender a colocar as meias. É assim que você se veste para uma partida.

Semelhantemente, nós, como crentes, podemos nos esquecer rapidamente das coisas mais fundamentais. Podemos falar sobre estratégia e filosofia de jogo, sobre o calendário e os planos; podemos nos envolver com jogo em equipe, habilidade, condicionamento físico, negócios e movimentação, ao mesmo tempo em que nos esquecemos dos detalhes básicos que nos ajudam a correr.

Meu amigo, o que as meias são para aquele jogador, os dons espirituais são para o corpo de Cristo. Quando você vem vestido de maneira apropriada para interagir—para entrar para o ataque ou defesa—você estará pronto para jogar direito.

Assim como os jogadores que não comparam suas meias e chuteiras com as dos seus companheiros, nós também não comparamos nossos dons com os outros jogadores de nosso time; não chamamos atenção para nossos dons, nem os exibimos para a multidão no estádio. Nossos dons apenas nos capacitam a correr em campo, honrar a Cristo e avançar o Evangelho e a missão de Cristo.

O Dom Espiritual da Exortação

Agora, em nosso estudo de hoje, veremos que o apóstolo Paulo age como um técnico inspirado da igreja. Ao entrar no campo da vida cristã em Romanos 12, pensaríamos que ele imediatamente transmitiria suas pérolas sábias de estratégia e tática. Contudo, ele começa nos mostrando como devemos nos vestir para o jogo—ou seja, devemos nos vestir com dons espirituais.

Se você se lembra, um dom espiritual pode ser definido como uma habilidade concedida por Deus por meio da qual o crente é capaz de servir o corpo de Cristo com um ministério eficaz.

No verso 6, Paulo apresentou o dom da profecia. No verso 7, ele diz, “se serviço, em seu serviço” (ou, é esperar à mesa, esperando à mesa), “ou o que ensina, em seu ensino.”

Em nosso estudo hoje no verso 8, Paulo apresenta mais um dom: ou o que exorta faça-o com dedicação.

Esse é o dom da exortação.

À primeira instância, essa palavra nos dá uma impressão negativa. “Exortação” parece ser algo duro—alguém que exorta parece ser alguém que dá sermão em outra pessoa. O dom da exortação parece ser um dom de repreensão.

Na realidade, a palavra grega para “exortação” é um termo composto pela palavra “para,” que significa “ao lado,” e pela palavra “kaleo,” que significa “chamar.” Quando combinados, temos o termo “parakaleo,” que significa, “chamar ao lado,” ou, “chegar ao lado de alguém e conversar com ele.”

Não é surpresa alguma, então, descobrir que a tradução latina dessa palavra é “advocatus” ou “advogado.” Como hoje, esse termo foi utilizado em tempos mais antigos para um advogado.

Essa palavra se refere a alguém que se aproxima de outra pessoa para falar a seu favor. Ela também inclui a ideia de conselho, ou seja, dar um conselho a fim de ajudar alguém.

Em um sentido bastante real, esse dom é bem parecido com a função de técnico. Essa pessoa o relembra, “Não se esqueça de suas meias!”

Se você pesquisasse nas Escrituras e visse os versos onde as palavras “parakaleo” ou “paraklesis” ocorrem, logo entenderia que, quando Paulo fala sobre o dom de exortação, ele se refere a alguém que:

  • encoraja outra pessoa;
  • ajuda outros a ver a verdade das Escrituras;
  • encoraja o crente a perseverar em meio às provações;
  • fornece um conselho sábio;
  • motiva e incentiva o crente a progredir;
  • conforta e oferece esperança que leva a ação.

O dom é muito mais do que alguém que chega junto, dá uma tapinha nas costas e diz, sem sentimento algum, “Vai fundo!” ou, “Boa sorte!”

Em Romanos 12.8, onde Paulo fala desse dom em particular, poderíamos expandir o texto de forma a dizer, “Que a pessoa que tem o dom de chegar junto de outra pessoa para ajudá-la realmente faça isso.”

Esse é o pai ou a mãe que corre ao lado de sua filhinha que está aprendendo a andar de bicicleta; eles correm ao lado dela enquanto ela pedala, segurando o banco, e depois a deixa ir sozinha, mas continuam correndo junto, encorajando-a, “Vai que você consegue! Não pare de pedalar” Cuidado com o poste!”

A pessoa com:

  • o dom de profecia diria, “Existe um dia vindo quando inventarão bicicletas e você precisará aprender como andar;”
  • o dom de serviço iria montar a bicicleta depois de sua invenção e organizariam a logística para que a igreja recebesse seu carregamento de bicicleta;
  • o dom de ensino convocaria uma reunião, ficaria de pé e explicaria a todos, com três pontos em aliteração, os princípios de equilíbrio e movimento, além da sinalização adequada;
  • o dom de contribuição se certificaria de que cada pessoa teria uma bicicleta, mesmo que significasse que teria que dar a sua a alguém;
  • o dom de misericórdia chegaria cedo e organizaria uma mesa com os kits de primeiros socorros—vários Band-Aids e curativos—preparado para a primeira queda, e ficaria até um tanto decepcionado se ninguém caísse!

A pessoa com o dom de exortação seria aquela de pé no estacionamento, próxima a uma bicicleta gritando, “Vamos lá, pessoal! Pedalem!”

O exortador colocaria você na bicicleta e diria, “Pronto, agora comece a pedalar. Estou aqui, bem aqui do lado. Vai que você consegue! Não pare!”

O dom da exortação é o ministério da presença.

Não é surpresa alguma descobrirmos que a palavra traduzida como “exortador” é a mesma que Jesus Cristo usou para identificar o Espírito Santo.

No Evangelho de João, os discípulos estão em pânico. Jesus Cristo acabou de informá-los que Ele os deixará em breve; eles estão confusos, tristes, inseguros e com medo. O líder deles apenas recentemente começou a falar de forma clara que irá deixá-los.

Agora, no cenáculo, Jesus os informa que Pedro O negará, outro o trairá, Seus discípulos O deixarão e Ele será relembrado por meio de um memorial de pão e vinho. Daí, os discípulos entram em pânico.

Em João 13.36a, lemos: Perguntou-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus responde: Para onde vou, não me podes seguir agora; mais tarde, porém, me seguirás. No verso 37a: Replicou Pedro: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Daí, em João 14.5, vemos: Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho?

Com medo de criança, tão novos na fé, os discípulos reagem como nós reagiríamos. Geralmente ignoramos esse fato porque sabemos como a história terminará.

Imagine dizer a seus filhos pequenos à noite, “Vejam bem, o papai e a mamãe vão viajar; temos que ir embora. Não podemos dizer quanto tempo passaremos longe, ou quando voltaremos, ou para onde estamos indo, mas temos que ir hoje à noite.”

“O que?! Vocês não podem ir… não podemos ficar sozinhos!”

Essa foi exatamente a reação dos discípulos. Então, em João 14.16, Jesus diz, “Mas não se preocupem, vocês não estarão sozinhos. Quando subir para o Pai…”

…eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco,

O Pai enviará outro Consolador, “Parakletos,” ou exortador, encorajador, confortador, auxiliador, advogado, defensor.

A pessoa no corpo de Cristo que possui o dom de exortação precisa desenvolver um entendimento robusto do papel bíblico do Espírito Santo, porque eles acontecem de imitar o ministério dEle.

Você pode estar pensando, “Pode ser que eu tenha esse dom, mas será que você pode me dar algumas dicas, um pouco mais de informação?”

Felizmente, a Palavra de Deus nunca pede que sejamos algo sem nos dar um exemplo em carne e sangue.

Em geral, você vê esse dom em prática ao seu redor quando vai à assembleia. Vemos a ordem de encorajar um ao outro, a “estimular uns aos outros ao amor e às boas obras… tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10.25).

Em outras palavras, todos nós devemos nos envolver com o ministério de exortar um ao outro, aproveitando todas as oportunidades possíveis para encorajar o outro a continuar pedalando. Todos estamos envolvidos nisso.

Nossa primeira casa precisou de muitas reformas. Contudo, não sabíamos dos defeitos quando compramos. Havia goteira no telhado e muita madeira podre. O aquecedor não funcionava e o piso do banheiro também estava podre. Se não fosse por um rapaz da igreja que trabalhava com construção, teríamos ido à falência.

A casa tinha uma lareira de tijolo à vista, o que trocamos para pedras antes de saber sobre os problemas mais graves. Quando o primeiro inverno veio e descobrimos que o aquecedor estava com problemas, mantivemos o fogo sempre aceso ali naquela lareira. Até mesmo depois de termos consertado o aquecedor, continuei acendendo o fogo. Não há nada como o estalar de lenha numa lareira.

Você que gosta de acender fogo na lareira sabe da importância do tiçoeiro, aquele ferro comprido com um gancho na ponta que usamos para empurrar e puxar um toco de lenha na lareira. De vez em quando, você usa esse instrumento para mexer com a brasa e—o que acontece? Chamas de fogo surgem novamente.

Esse é o ministério da exortação; essa é a estratégia da igreja—instigamos uns aos outros e brasas sem chamas acendem chamas novamente.

Digo a você que não existe nada como a música para fazer chamas se acenderem novamente na assembleia. Kenneth Ganges, ex-professor no Seminário Teológico de Dallas, nos Estados Unidos, me chamou a atenção quando escreveu que não existe um dom de música no sentido de dom espiritual. Contudo, a igreja recebe a ordem de cantar (Efésios 5.19). Cantar, fazer melodia, música e harmonia com instrumentos, como vemos no livro dos Salmos, é uma forma poderosa de comunicar teologia. A igreja inteira é exortada através desse ministério público da música a lembrar das grandes verdades da graça, poder e amor de Deus, e a viver para Jesus Cristo.

Kenneth Gangel escreveu que música é uma forma de se exercer o dom da exortação. Essa é uma perspectiva que talvez temos negligenciado em nossas igrejas!

Ele terminou com o seguinte desafio, “[Futuros] membros do coral, não negligencie o dom que há em vocês!”

Você deseja desafiar pessoas a defenderem a causa de Cristo? Quer encorajar um coração quebrantado? Deseja promover alegria para um coração entristecido?

Estimule adoração a Deus por meio da música, cantando e tocando instrumentos para que a igreja junta glorifique a Deus.

Portanto, em termos gerais, vemos o dom da exortação acontecendo ao nosso redor. Os cultos são ocasiões em que esse dom é exercido.

Mais especificamente, temos o ministério do Espírito Santo que encoraja, convence, reprova, instrui e nos motiva através da Palavra de Deus.

Para ser ainda mais específico, existe o ministério de indivíduos que se envolvem pessoalmente com nossa caminhada cristã. Eles são a encarnação do ministério do Espírito Santo. Eles possuem o dom da exortação.

Esse era o ministério de Paulo e Barnabé, conforme lemos em Atos 14.21–22:

E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.

Gosto muito dessa passagem porque a mensagem de um exortador é vista perfeitamente: “Através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.”

As duas partes da mensagem do exortador

A partir desse modelo de exortação, podemos observar facilmente as duas partes da mensagem de um exortador. Deixe-me compartilhá-las com você.

  • A primeira parte é realismo.

“Ei, discípulos de Jesus Cristo, vocês passarão por tribulações e provações. Certifiquem-se de que suas meias estão bem apertadas porque vocês estão na corrida da vida.”

A propósito, pessoas com o dom de exortação não gostam de chavões piedosos. elas são as pessoas que provavelmente jamais dirão, “Deus o abençoe,” quando o necessário é uma boa dose de realismo.

Eles falam de forma clara e vão direto ao ponto.

Um exortador não gosta de desperdiçar seu tempo, como vemos no exemplo de João Batista que exortou uma nação inteira. Sua mensagem era curta e simples, “Vocês são um bando de hipócritas e precisam se arrepender.”

Eu estudei por toda minha infância, adolescência e juventude em uma escola evangélica de nossa cidade. Como meus pais eram missionários, eu trabalhava na escola para ajudar com as mensalidades.

Numa certa ocasião, eu estava lutando com a hipocrisia. Por fora, e para a maioria das pessoas, eu era um filho de missionários que mantinha seu registro limpo. Contudo, eu andava na companhia de amigos que não se importavam com nada. Várias vezes evitei ser pego e exposto no erro e, de alguma maneira, consegui ficar um passo à frente de meus professores e diretor da escola. Eu estava em uma constante luta de submissão.

Um dia, após o final das aulas, eu estava na quadra varrendo e passando pano no piso. Eu estava sozinho lá no meio e as portas laterais estavam abertas. O sr. Garrick, o administrador da escola, que era um homem grande e forte de cabelos grisalhos, caminhou até o centro da quadra sem dizer uma palavra. Enquanto ele vinha, eu parei de limpar e ainda me lembro vividamente de suas palavras. Ele disse, “Sei que você ainda não foi pego fazendo algo errado. Mas eu sei, eu sei quem você é. Você não me engana.”

Daí, ele se virou e foi embora.

Eu fiquei como se tivesse sido visitado pelo próprio João Batista vestindo um terno de pelo de camelo.

Deus usou aquele confronto, e outros, para me trazer, nas férias seguintes, a um ponto em que submeti minha vida a Cristo.

O sr. Garrick tinha o dom da exortação.

A pessoa que exerce o dom da exortação irá:

  • persuadir o crente a abandonar seu comportamento ou hábito pecaminoso;
  • admoestar a igreja a obedecer à Palavra;
  • confortar o irmão ou a irmã no Senhor que está sofrendo;
  • encorajar o crente fraco que precisa fazer um compromisso;
  • escrever uma carta ou fazer uma ligação para encorajar alguém que se encontra triste ou deprimido;
  • inspirar um irmão a confiar em Deus com uma decisão firme;
  • desafiar em uma conversa um crente que está comprometendo com o pecado;
  • repreender um crente desviado que precisa ser confrontado com seu pecado.

A mensagem da exortação, segundo o modelo dado por Paulo e Barnabé, é uma mensagem de realismo. Existe ainda uma segunda parte.

  • A segunda parte da mensagem do exortador é a esperança.

Veja Atos 14.22 novamente: através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.

Sim, você vai passar por problemas, aflições e dores—isso é Cristianismo! Mas acontece que estamos indo a caminho do glorioso reino de Deus.

Jamais se esqueça disso. Deus está vivo e podemos confiar nEle; Seu reino não é uma miragem! Está longe, mas é real—e estamos a caminho dele.

Então, pegue um bom par de meias e coloque-as da forma devida. Elas são o alicerce encoberto e invisível para a forma como você pensa e vive pelo poder do Espírito. Daí, entre no jogo! O corpo de Cristo precisa de você.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 05/06/2005

© Copyright 2005 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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