
Indo Mais Além
Indo Mais Além
O Fator Graça—Parte 4
Romanos 12.13–15
Introdução
No dia 11 de março de 1830, uma garotinha britânica estava fazendo seu dever de casa com seu tutor. A essa altura, essa menina já havia percebido que era membro de uma família nobre, com vantagens e luxos que muitas pessoas não tinham. Mas nesse dia em especial, o dever estava relacionado à sua família real. Ao estudar o quadro genealógico em seu livro de história, ela se deu conta do fato extraordinário de que ela era a próxima na fila a assumir o trono. Aquela mente jovem ficou estarrecida com a ideia de que um dia ela seria a Rainha da Grã-Bretanha. A princípio, a pequena Victoria caiu em prantos diante da repentina onda de responsabilidades e privilégios. Daí, em meio às suas lágrimas, ela olhou para o seu tutor e, com grande determinação, pronunciou as palavras imortais, “Se eu serei rainha, então serei uma menina!”
Naquele momento, a futura Rainha Victoria compreendeu a relação entre o lugar onde se sentaria e como ela deveria agir. Ficou claro para ela que quem ela seria deveria afetar como ela viveria.
Em Romanos 12, Paulo começa a desenvolver o relacionamento entre quem somos (capítulos 1–11) e como devemos agir (capítulos 12–16). É como se ele quisesse que ficasse claro a nós que somos herdeiros da graça de Deus e, portanto, devemos agir com graça agora!
Paulo começa seus comentários práticos no verso 3, dizendo: Porque, pela graça que me foi dada.
Em outras palavras, somos recipientes da graça. Lembre-se que graça pode ser definida simplesmente como, “favor imerecido de Deus.” Nós não merecemos a graça, mas temos um relacionamento com um Deus gracioso.
Agora, Paulo está prestes a anunciar a ideia mais radical de todas. Ele apresentará ilustrações bastante concretas do fato de que devemos ser graciosos para com todas as pessoas.
Veja o verso 14 até o final do capítulo (não pense que veremos tudo isso hoje—sem chance!) para você ter uma ideia a obra radical da graça:
abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos. Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
Esses versos nos fornecem a dinâmica da graça, e eles devem nos levar a entender claramente que herdamos um favor imerecido de Deus, de forma que, agora, devemos ser pessoas cujas vidas, conversas, atividades e relacionamentos são marcados pela dádiva da graça a pessoas que também não merecem.
Deixe-me repetir isso da forma mais simples possível:
Somos filhos e filhas de um Deus gracioso; portanto, devemos ser pessoas graciosas.
Estou convencido de que o que distingue a igreja falsa do verdadeiro Cristianismo é este ingrediente—o fator graça. Tendo recebido a graça de Deus, nós derramamos graça nas vidas de outras pessoas.
No caso de você estar se perguntando quem são essas “outras pessoas,” Paulo nos apresenta imediatamente três indivíduos:
- alguém que nos causa dor de cabeça;
- alguém que experimenta dor de cabeça;
- e alguém que experimenta a felicidade.
Vamos observar cada um desses três indivíduos separadamente.
Mostrando Graça A Alguém que Nos Causa Problemas
Paulo ousa sugerir em Romanos 12.14: abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis.
Esse é um daqueles versos que você lê e diz, “Ah! Com certeza, Paulo não espera que eu faça isso! Esse verso deve ser para pessoas como Paulo.”
Temos dificuldades em imaginar que Paulo, de fato, está dizendo a nós, “É assim que você deve reagir—espere esse tipo de tratamento e seja persistente, mas, acima de tudo, reaja com graça.”
Contudo, é exatamente isso que ele está dizendo!
Nossa natureza é fazer qualquer coisa, menos isso, não é verdade? É por isso que concordamos com frases como:
- “Revide na mesma moeda!”
- “Trate o próximo como le trata você!”
Entenda que Paulo está elaborando algo que Jesus Cristo disse antes, conforme lemos em Mateus 7.12: Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.
Esse princípio diverge radicalmente da tendência natural do ser humano. Na verdade, é possível que esse seja o maior teste da graça!
Em Seu Sermão do Monte, o Senhor expandiu esse princípio com várias ilustrações para que todos entendessem claramente. Ele disse, como registrado em Lucas 6.27–28:
Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam.
Em lugar algum na literatura grega pré-cristã se encontra uma referência a bendizer um inimigo.
Bendizer, ou “abençoar,” é o termo grego “eulogeo,” do qual derivamos nosso termo “elogio.” Você não diz coisas boas sobre seu inimigo—nem mesmo quando ele morre. Elogiar um inimigo é algo sem precedentes, tanto no mundo grego, como no judaico—e em nosso mundo moderno também.
Todavia, o mundo teve algumas versões louváveis de como se tratar um inimigo.
Quinhentos anos antes de Jesus Cristo pregar o Sermão do Monte, Confúcio e seus discípulos declararam que a palavra “reciprocidade” deveria ser a regra na vida. Supostamente, Confúcio afirmou o seguinte, “O que você não quer que seja feito a você, não faça a outros.” Essa era a sabedoria comum. Sócrates havia dito a mesma coisa, bem como Filo, o filósofo e teólogo do século primeiro.
Entretanto, não foi isso o que Jesus Cristo disse. Você não vive reciprocando o que as pessoas fazem a você. Segundo Cristo, a regra de vida é a palavra “graça.”
No mesmo Sermão do Monte—na verdade, abra sua Bíblia no texto ao qual Paulo se refere em Romanos 12; abra sua Bíblia em Mateus 5. O Senhor apresenta não somente esse princípio poderoso, mas também nos desafia a ir além. Veja o verso 41: Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.
Durante os dias de Cristo, a lei da terra concedia ao soldado o romano o direito de forçar um cidadão a carregar seus equipamentos por uma milha. Os judeus, especialmente, odiavam essa prática, não somente porque isso interrompia seu dia, mas porque tinham que ajudar seus opressores—isso para não mencionar o fato de terem que tocar coisas os pertences de gentios impuros.
Jesus disse, “Se você for convocado para carregar o equipamento por uma milha, diga ao soldado romano algo assim, ‘Porque eu pertenço a Jesus Cristo, estou disposto a carregar seus equipamentos não somente por uma milha, mas vou além e carregarei por mais uma.”
Veja o verso 40: e ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa.
Até mesmo a Lei de Moisés não dava o direito a uma pessoa tomar a capa de outra pessoa, pois essa peça de roupa dobrava de maneira a servir como um casaco nas noites frias.
Cristo diz que devemos estar dispostos a não somente perdermos nossa túnica, mas até mesmo aquilo que nos manterá aquecidos durante a noite.
Em outras palavras, quando o assunto é a sua propriedade e a sua liberdade, dê o passo radical de derramar graça sobre seu inimigo. Ele não merece; na verdade, você estará indo além do que qualquer pessoa esperaria.
Volte ao verso 38 de Mateus 5: Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente.
Em outras palavras, “Vocês ouviram falar da lei da terra, a lei da reciprocidade, ‘Faça a outros conforme eles fizeram a você,’ não é?”
Continue no verso 40:
Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;
O que Ele quer dizer com isso? Será que isso significa que devemos sair por aí buscando apanhar?
Não. O Senhor se refere a algo que não entendemos bem em nossa cultura.
O texto diz, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.
Grande parte dos leitores e pessoas no planeta é destra. Então, se eu quiser realmente bater com força em alguém, usarei minha mão direita. O problema é: em qual face estarei batendo? Se sou destro, estarei batendo na face esquerda.
Como poderia eu, uma pessoa destra—que seria o normal no contexto desse verso—bater na face direita de alguém? Existe apenas um jeito: inverter o golpe e bater com as costas da minha mão ao invés de com a palma.
Nesse verso, Cristo se refere não ao ataque ao corpo de alguém, mas ao ataque à honra de alguém. Um golpe com as costas da mão era considerado como uma injúria terrível, era sinônimo de ser tratado com desdém. O ferimento que mais importava era a vergonha e humilhação.
Cristo diz, com efeito, que devemos estar dispostos a ser ridicularizados por Sua causa. Como filhos e filhas do Rei, devemos estar prontos a ser desonrados, zombados, ridicularizados e humilhados e, quando alguém faz algo assim conosco, devemos ainda virar a outra face. Em outras palavras, devemos aceitar a ofensa repetidas vezes.
Mas isso não é natural, é? Nossa natureza é retaliar, revidar!
Li uma história engraçada na biografia de um homem chamado Billy Martin, um homem com temperamento explosivo que foi técnico de vários times profissionais de beisebol nos Estados Unidos. Billy e seu amigo Mickey gostavam de caçar. Já que Mickey tinha um amigo rico dono de uma grande propriedade no Texas, eles foram caçar na fazenda desse amigo.
Ao chegarem à fazenda, Mickey mandou Billy, o homem explosivo, esperar no carro enquanto ele confirmava com o amigo rico que poderiam caçar em sua propriedade. Sem problema algum, o amigo rico lhes permitiu caçar, mas ele pediu que Mickey lhe fizesse um favor. Ele disse, “Mickey, é o seguinte. Eu tenho uma mula querida que é um animal de estimação. Ela está lá dentro no estábulo. Além de velha, ela já está surda e ficando cega. Não consigo sacrificá-la para tirá-la de sua miséria. Será que você poderia fazer isso para mim?” Mickey concordou.
Depois dessa conversa, Mickey correu para o carro fingindo estar furioso. Ele bateu a porta do carro com toda força e disse, “Não acredito nisso—esse velho não está deixando a gente caçar na sua propriedade. Viajamos esse tempo todo para nada!”
Billy disse, “É sério?!”
“É verdade. E estou tão furioso com ele que vou lá no estábulo e vou matar uma de suas mulas!”
Mickey enfiou o pé no acelerador e foi a toda velocidade para o estábulo. Billy contendeu, “Cara, você não pode fazer um negócio desses! Isso vai só gerar confusão.”
Mickey respondeu, “E daí? Olhe só!”
Quando chegaram ao estábulo, Mickey saiu com tudo do carro carregando seu rifle, correu para o estábulo e atirou na mula. Enquanto voltava correndo para o carro, ele ouviu mais dois tiros e viu Billy também correndo de volta para o carro. “O que você fez?” Mickey gritou enquanto Billy entrava no carro furioso.
“Ah, ajudei você a mostrar para aquele velho o que que é bom. Matei duas vacas dele.”
Essa é a lei da terra, a lei da natureza pecaminosa, “Faça a outros o que eles fazem a você,” ou, “Não fique aí parado; revide!”
Muitos crentes dizem:
- “Oro a Deus por outro emprego. As pessoas no meu trabalho zombam de minha fé e me humilham. Tenho certeza que Deus não quer que eu passe por essas coisas.”
- “Nunca mais vou conversar com esse parente porque ele não gosta de mim. A única coisa que sabe fazer é zombar de mim.”
- “Vou mudar de escola porque alguns dos meus colegas me ridicularizam; eles zombam de minha fé e religião.”
- “Vou me mudar para outro apartamento. Meus vizinhos sabem que não retalio coisas que eles dizem e fazem porque sou crente. Não suporto mais; por isso, vou me mudar.”
Paulo desenvolve o ensino do Senhor Jesus em Romanos 12.14 ao nos desafiar a fazer o inimaginável e impensável: ir mais além e:
abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis.
Mostrando Graça A Alguém que Experimenta Felicidade ou Dificuldade
Romanos 12.15 nos apresenta mais dois indivíduos ou cenários: Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.
O verso anterior tinha o artigo definido que se referia a pessoas específicas que perseguiam o crente. Nesse verso, não existe nenhum artigo definindo pessoas especificamente. Paulo está dizendo, “Regozije-se com os que se regozijam!” E esse é um imperativo, assim como “Chorai com os que choram!”
O Cristianismo não arranca as emoções do crente, quer seja a alegria ou a tristeza.
Um escritor escreveu as seguintes palavras com profundidade:
O Cristianismo nem nega as aflições da vida, nem abafa as alegrias da vida. Nossa perspectiva da eternidade em Cristo nos liberta para participar da vida em toda sua variedade. Tanto o riso como as lágrimas são apropriados diante de Deus.
Pense bem: o próprio Deus experimentou ambas as emoções! Ele celebrou uma festa de casamento em Caná da Galileia--não temos motivo algum para pensar que Ele chegou e mandou todos pararem com a festa. Era Seu senso de humor que respondia sarcasticamente para os religiosos de Seus dias. Ele sorria.
Alegrai-vos com os que se alegram
Paulo apresenta o crente que demonstra graça à segunda pessoa—aquele que se alegra—e ele nos manda nos alegrar com ele.
Sinceramente, é mais fácil chorar com o que chora do que se alegrar com o irmão que tem sucesso na vida, especialmente quando não estamos desfrutando do mesmo sucesso. Você pode chorar com seu colega de trabalho quando ele pede seu emprego, mas é totalmente diferente se alegrar quando esse mesmo colega é promovido.
“Você não acredita. Sou seu chefe agora!”
“Bom, graças a Deus!”
Você já percebeu que existem mais pedidos do que louvores em nossas orações? É muito fácil ficar injuriado com os relatórios de sucesso dos irmãos; a pressão sobe rapidamente.
Contudo, graça em crescimento significa, se um [membro] deles é honrado, com ele todos se regozijam (1 Coríntios 12.26b).
Isso significa adotar a atitude de Paulo, o qual escreveu, “A minha alegria é quando você se alegra” (2 Coríntios 2.3b).
O oposto de se alegrar com os que se alegram é:
- invejar os que se alegram;
- competir com os que se alegram;
- evitar os que se alegram;
- ficar ressentido com os que se alegram.
Você pode perguntar, “Por que, Senhor, Tua mão de bênção está sempre sobre a cabeça de outra pessoa?”
Talvez para você, este seja o maior teste da graça. Você pode consolar, mas não pode parabenizar.
Mas você não se encontra sozinho nessa luta. Ouça o que Paulo diz à igreja de Creta através de Tito em Tito 3.3–9:
Pois nós também, outrora, éramos néscios…vivendo em malícia e inveja… Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos… ele nos salvou… a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna… faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras… Evita discussões insensatas, genealogias, contendas e debates…
Você viu isso? Você é um herdeiro pela graça de Deus; portanto, evite inveja, contendas e disputas.
Assim como a pequena Victoria, que fique claro a nós que somos herdeiros reais do trono e devemos ser bons herdeiros!
Como? Demonstre graça, alegre-se com os que se alegram. Peça para Deus limpar seu coração de inveja e egoísmo. Será algo ruim e difícil, mas essa é a ordem, o que significa que podemos obedecê-la.
O problema em se demonstrar graça dessa forma não é uma questão de não se poder, mas de não se querer.
Paulo disse em Filipenses 4.13:
Posso a maioria das coisas naquele que me fortalece.
Não. Ele disse: Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
Como posso todas as coisas? Somente por meio de Jesus Cristo.
Chorai com os que choram
Agora, Paulo nos apresenta a terceira pessoa nessa passagem ao continuar com imperativos em Romanos 12.15b: e chorai com os que choram
Isso e muito além do que enviar um cartão, apesar de sempre ser bom receber um de alguém.
Isso é o grupo de amigos que ajuda na manutenção da casa de uma senhora que foi abandonada por sue marido. Li a história de que eles foram até a casa dela durante um final de semana quando ela estava viajando. Esses amigos consertaram tudo, pintaram a casa e limparam tudo.
Isso é a mulher que cortou o cabelo da senhora viúva.
Isso é o grupo de rapazes que ajudou a limpar o mato da casa de um senhor doente.
Isso é entrar no mundo dos que sofrem e cuidar deles.
Isso é o Senhor aparecendo para o funeral de Lázaro. Ele não disse, “Enxugue essas lágrimas de seu rosto. Que tipo de crente é você? Onde está sua fé? Você não crê no céu? Vamos lá, engole o choro!”
Não. Lágrimas enormes se formaram nos olhos de Jesus e desceram em seu rosto. Ele chorou com os que choravam.
Jesus Cristo nunca fugiu de pessoas tomadas de tristeza.
Isaías chamou o Messias de,
…homem de dores e que sabe o que é padecer… Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si… (Isaías 53.3–4);
A propósito, Ele ainda faz isso por pessoas hoje.
Você sabia que, até hoje, Ele ainda é sensibilizado pelos sentimentos de nossas enfermidades (Hebreus 4.15)? Isso será verdade até o dia em que tristezas cessarão e a dor já não mais existirá.
Conclusão
Paulo nos apresenta em Romanos 12.14–15 três tipos de pessoas e nos mandar agir em graça para com todas elas.
- Primeiro, devemos agir em graça para com os que experimentam alegria.
Essa pessoa pode não sentir que necessita de graça naquele momento, mas você a compartilha com ela ao colocar sua própria vida de lado para celebrar com elas.
- Segundo, devemos agir em graça para com os que experimental dor de cabeça.
Essa pessoa não sente mais a graça presente e pensa que ela partiu permanentemente, mas você a lembra da graça e a manifesta ao participar de sua tristeza.
- Terceiro, devemos agir com graça para com os que são a nossa dor de cabeça, nosso inimigo.
Essa é a pessoa que não merece graça, mas você a oferece porque entende que a graça se torna mais especial quando concedida àqueles que não a merecem.
A propósito, não se esqueça que o homem escrevendo essa carta à igreja de Roma testemunhou da graça em cores vibrantes. Paulo esteve de pé quando Estêvão foi apedrejado à morte por pessoas enfurecidas após ele haver pregado seu primeiro e último sermão registrado sobre a glória de Cristo. Pouco antes de Estêvão morrer, Paulo o ouviu orando: Senhor, não lhes imputes este pecado! (Atos 7.60).
Tenho certeza que ele jamais se esqueceria disso.
Na verdade, o grande teólogo Agostinho escreveu no século quarto, “A igreja deve Paulo à oração de Estêvão.”
Paulo foi movido à fé em Cristo através dessa graça sobrenatural manifestada em face ao ódio homicida.
Você não pode prever quem será conduzido à fé por sua graça contagiante.
Watchman Nee, um pregador chinês e escritor da geração passada, contava a história de um crente chinês conhecido seu que era dono de um campo de arroz que ficava ao lado do campo de arroz de um comunista ateu. O ateu zombava do vizinho crente e não queria saber de Cristo. Esse fazendeiro crente irrigava sua plantação bombeando água de um canal que passava próximo ao seu campo. A bomba era operada com a perna, de maneira que a pessoa parecia estar andando de bicicleta. Todos os dias, após várias horas bombeando, seu campo ficava alagada com água, mas, quando ele saía da plantação, o vizinho comunista removia as tábuas que mantinham a água presa no campo do crente, de forma que toda água era drenada para seu próprio campo. Dessa maneira, ele não precisaria ter o trabalho de bombear.
Isso continuou, dia após dia. O crente lutou com sentimentos de ira e ressentimento, até que finalmente orou, “Senhor, se isso continuar, perderei todo meu arroz e provavelmente até meu campo. Eu tenho uma família para cuidar. Isso não é justo. O que devo fazer?”
Como resposta à sua pergunta, o Senhor colocou em sua mente o desafio de aplicar a verdade dessa passagem de Romanos 12. Na manhã seguinte, ele se levantou mais cedo do que de costume, antes do amanhecer quando ainda estava escuro, e retirou as tábuas de seu campo. Daí, começou a bombear água para o campo do vizinho comunista ateu. Depois, ele colocou as tábuas de volta em seu campo e bombeou água para sua plantação. Dentro de algumas semanas, ambos os campos estavam florescendo com arroz--e o comunista ateu veio à fé em Jesus Cristo.
Esse testemunho era fora do comum demais para não ser percebido—gracioso demais para ser ignorado.
Ele, e nós também, temos amplas oportunidades para agir segundo nossa identidade, ao ficar claro para nós que estamos na fila para reinar com Cristo; nós, os filhos e filhas na realeza de Deus, estamos a caminho do trono!
Então, que sejamos bons! Agiremos conforme aquilo que somos:
- diante do sofrimento;
- diante do sucesso;
- diante da tristeza.
Podemos escolher evitar tudo isso e correr e ignorar tudo; mas, ao invés disso, escolhemos perseverar e abraçar essas coisas. Ao fazermos isso, manifestaremos a todos a maravilhosa dinâmica da graça.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 18/09/2005
© Copyright 2005 Stephen Davey
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