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Cuidado, Pezinho!

Cuidado, Pezinho!

經過 Stephen Davey
系列: Romanos (Romans)
參考: Romans 1–16

Cuidado, Pezinho!

Áreas Cinzas na Vida Cristã—Parte 3

Romanos 14.10–12

Introdução

À luz de nossa discussão sobre questões facciosas e contestáveis dentro da igreja, tenho recebido várias reações interessantes e ilustrações de divisões por causa de questões triviais. É sempre bom lembrarmos das palavras que um homem disse:

Em coisas essenciais, unidade;

Em coisas não essenciais, liberdade;

Em todas as coisas, o amor.

Não sei realmente quem disse isso, já que vi isso sendo atribuído a três homens diferentes. Então a origem desse ditado já é uma questão que gera divisão, mas não vamos brigar por causa disso. Alguém disse isso e vale apenas repetir:

Em coisas essenciais, unidade;

Em coisas não essenciais, liberdade;

Em todas as coisas, o amor.

Um dos homens de minha igreja me enviou uma história sobre uma divisão por causa de corinhos e hinos em uma igreja. Achei interessante, então decidi compartilhar com você.

Um fazendeiro já idoso foi para a cidade um dia e entrou em uma igreja grande. Depois que voltou para casa, sua esposa lhe perguntou como havia sido.”

“Bom,” disse o fazendeiro, “foi legal. Mas eles fizeram algo diferente. Eles cantaram corinhos ao invés de hinos.”

“Corinhos?!” replicou sua esposa. “O que é isso?”

“Ah, eles são mais ou menos... eles são parecidos com hinos, mas diferentes,” respondeu o fazendeiro.

“Então qual é a diferença?” Perguntou a esposa.

O fazendeiro respondeu, “Bom, é mais ou menos assim. Se eu dissesse para você, ‘Maria, as vacas estão comendo o milho,’ isso seria um hino. Mas, se eu dissesse, ‘Maria, Maria, Maria, Oh Maria, Maria, Maria, as vacas, as grandes vacas, as vacas, as VACAS, AS VACAS, AS VACAS, AS VACAS estão comendo o milho, o milho, o milho, o milho, o milhoooooooooo.’ Depois repetisse isso três vezes, bom, isso seria um corinho.”

Coincidentemente, a igreja do fazendeiro no interior recebeu um visitante da cidade grande naquele mesmo domingo. Ele voltou para casa e sua esposa lhe perguntou como havia sido.

Ele disse, “Ah, foi mais ou menos, a diferença é que eles não cantam corinhos—somente hinos.”

A esposa perguntou, “O que é um hino?”

Ele disse, “Bom, é como um corinho, mas é diferente.”

Ela replicou, “Como assim ‘diferente’?”

Ele explicou, “Bom, se eu dissesse para você, ‘Maria, as vacas estão comendo o milho,’ mas dissesse deste jeito:

‘Oh Maria, querida Maria, ouve a voz da minha boca,

Vire teu maravilhoso ouvido para esta gloriosa verdade;

Porque o caminho das feras, quem pode explicar?

Dentro de sua cabeça não há sombra de sentido,

Ouça-os sob a chuva e de Deus o sol,

No milho doce seus olhos brilham como um farol.

Vós, vacas em rebelião hostil,

Fugiste de vossos aposentos, soltaste vosso grilhão.

Vós, enganadas pelas trevas da escuridão,

Agora meu doce milho destinado está à destruição.

Maria, contemple o dia em que a terra restaurada será,

E vaca nenhuma meu doce milho comerá.’

Se eu dissesse assim, bom, isso seria um hino!”

Por mais que nos divertimos com essas questões, questões cinzas geralmente não são motivo de humor.

Volte aos anos de 1700–aos dias de Jonathan Edwards–à época em que a igreja muito debatia sobre música. Houve duas controvérsias:

  • Uma controvérsia era sobre se as pessoas deveriam todas cantar juntas ou não. Nós, hoje, temos geralmente um líder que nos orienta a cantar em harmonia com os instrumentos. Naquela época, cada um começava quando queria, no tom que achassem melhor e ia lembrando da letra no decorrer da música.
  • A outra controvérsia era se as mulheres podiam cantar ao mesmo tempo que os homens. Será que estariam violando seu lugar de submissão se cantassem junto com seus maridos?

Desde o Senhor desafiou os fariseus por ensinarem suas tradições como doutrinas (Marcos 7.5–8), a igreja tem se dividido e discutido por causa de métodos, formas, mecânica e minúcias, enquanto ignora outras questões.

O apóstolo Paulo escreve à igreja de Roma, a qual estava profundamente dividida por questões de estilo de vida e liberdade. Ele tanto irritará quanto educará a igreja inteira.

Em Romanos 14, como vimos em nosso último encontro, Paulo apresentou diretrizes chocantes sobre como determinar o que fazer em áreas cinzas, ou áreas sobre as quais a Bíblia é silenciosa ou não apresenta uma conclusão definitiva. Isso não é uma questão de doutrina, mas de estilo de vida. Esse debate não envolve crença, mas comportamento.

Paulo escreveu em Romanos 14.5b–6a:

…Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus…

 

Agora, lembre-se de que Paulo está falando sobre os assuntos bastante controversos do sábado e de dieta envolvendo carne oferecida a ídolos. E essas, de fato, são questões mais importantes do que se devemos cantar ao mesmo tempo ou no mesmo tom.

Paulo fornece diretrizes–duas delas:

  • Primeiro, Cristo Jesus tem prioridade em sua vida?
  • Segundo, você é pratica a gratidão a Deus?

Agora, em Romanos 14.10, Paulo nos aguilhoa a lembrar de outra muito importante.

Cuidado com Quem Você Julga

Veja a primeira parte de Romanos 14.10: Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu?

Você percebeu que uma palavra aparece duas vezes nesse verso? É a palavra irmão. Na segunda vez ela está implícita após o pronome teu.

O que vemos é uma questão de família. Nós nos separamos de membros da família por causa de coisas cinzas–tradições que buscamos, desesperadamente, definir como doutrinas. A igreja está contra a igreja.

Em nosso estudo anterior, contei uma história de Charles Spurgeon e Joseph Parker. Esses dois famosos pregadores de Londres compartilhavam seus púlpitos um com o outro e desfrutavam de ótima comunhão, até que Parker criticou Spurgeon por fumar charutos e Spurgeon, por sua vez, criticou Parker por frequentar teatros. Eles romperam sua comunhão, e talvez até sua amizade.

Em outro incidente, D. L. Moody, o pregador/evangelista mais conhecido dos Estados Unidos, estava visitando Spurgeon e pregando para ele. Eles também entraram em uma pequena discussão que foi divulgada. Moody perguntou a Spurgeon quando ele iria se livrar daqueles charutos terríveis. Spurgeon apontou para a barriga grande de Moody e disse, “Quando você se livrar disso aqui.”

Eu uso esses exemplos para nos lembrar de que até mesmo grandes homens podem contender e argumentar e até mesmo dividir por questões bem menos significantes do que as questões enfrentadas pelos romanos.

A nação inteira dos judeus havia estruturado sua adoração no dia de sábado e em uma dieta especial. Os gentios tinham abandonado suas vidas de idolatria e não queriam nada a ver com os templos, enquanto outros não viam nada de errado em comer carne oferecida a ídolos–direto dos templos pagãos. E eles estavam se agarrando por causa desses assuntos.

Paulo diz em romanos 14.10, “Ei, você! Pare de condenar o irmão! E você, pare de tratar seu irmão com desprezo!”

É como se ele dissesse, “Qual o benefício disso?”

Podemos perguntar:

  • Qual igreja fica mais unida depois de argumentar sobre hinos e corinhos?
  • Qual igreja experimenta unidade e avança na causa de Cristo porque usa somente um piano ou violão, ou nenhum instrumento qualquer?
  • Que grupo de crentes foi edificado com uma discussão sobre a cor da cortina, das paredes ou método de evangelismo?
  • Que grupo de crentes glorificou a Deus no mercado ao se recusar usar maquiagem ou usar cabelo curto, longo, com ou sem trança, com ou sem barba?

Quando eu era adolescente, lembro-me de uma briga acirrada na igreja por causa de rapazes com cabelo comprido e que comprimento deveria ser considerado longo demais.

Paulo responde essas perguntas em Romanos 14. Ele escreve, “Decida-se... e depois faça o que decidir como par ao Senhor com ação de graças.”

Ah, mas como nós gostamos de comparar, competir, criticar e dar ordens.

Paulo escreve em Romanos 14.4a: Quem és tu que julgas o servo alheio?

Daí, em Romanos 14.10a, ele escreve: por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu?

Você pode perguntar, “Existe algum momento em que é certo julgar o próximo?”

Claro que sim.

Quatro julgamentos que devemos fazer

O Novo Testamento ensina claramente que devemos fazer vários julgamentos. Deixe-me compartilhá-los com você.

  • Primeiro, devemos julgar o transgressor não arrependido.

Paulo repreendeu a igreja de Corinto por se recusar retirar de seu meio um homem não arrependido, ao escrever em 1 Coríntios 5.1–4:

Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai. E, contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou? Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor,

 

Paulo disse, “Eu já o sentenciei.”

É interessante que Paulo não os louvou por serem tolerantes; ele os repreendeu por serem arrogantes. Essa igreja pensava que sabia as coisas melhor do que Deus; eles pensavam que eram mais espertos do que a ordem puritana de Deus que exigia monogamia e fidelidade.

Paulo mandou a igreja julgar esse homem não arrependido e removê-lo da comunhão.

  • Segundo, devemos julgar não somente transgressores não arrependidos, como também os falsos mestres.

Esses são mestres que ensinam falsas doutrinas.

Sem dúvida alguma, nossa cultura e igreja em geral resiste mais e mais a noção de um absoluto teológico. Doutrina é considerada como dogmatismo e algo faccioso. Vamos deixar doutrina de lado e abraçar o amor; vamos adorar a Deus e não nos preocupar com os atributos de Deus–como justiça e misericórdia, ira e amor.

Isso pode ser politicamente correto, mas não é bíblico. Na verdade, aquilo que é politicamente correto geralmente é biblicamente corrupto!

Paulo escreveu em Romanos 16.17:

Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles,

 

Em outras palavras, não se unam em amor se eles negam a sã doutrina.

Será que a igreja tem se distanciado desse princípio?

Li outro dia sobre uma grande denominação evangélica que estava lutando com a questão da ordenação de ministros homossexuais. Um de seus líderes homossexuais foi promovido à posição de bispo. Pela primeira vez na história da igreja, um homossexual protestante serve na posição mais elevada da tradição eclesiástica. Um de seus colegas, que tentou acalmar a tempestade, falou em uma conferência anual da denominação. Numa tentativa de impedir que a denominação se dividisse, ele afirmou, “Se a igreja precisa fazer uma escolha entre heresia e cisma, devemos sempre escolher a heresia.”

Em outras palavras, se a são doutrina causa divisão, abandone as Escrituras e permaneça junto.

O apóstolo Paulo julgaria essas pessoas e nos advertiria a ficar longe delas.

  • Terceiro, devemos julgar os modismos culturais.

Paulo escreveu mais adiante em 1 Coríntios 2.15: Porém o homem espiritual julga todas as coisas.

Isso basicamente cobre todas as demais situações.

Paulo escreve dizendo que, à luz da sabedoria do mundo e do raciocínio do homem natural, o crente deve sempre caminhar com vigilância e sabedoria espiritual buscando a mente de Cristo.

  • Quarto e último, devemos julgar nosso próprio testemunho.

1 Coríntios 11 está repleto de exortações para o crente examinar a si mesmo e prestar contas de seu viver santo e padrão de pureza.

Julgue a si mesmo.

Meu amigo, Paulo não diz em Romanos 14 que não devemos julgar ninguém. Ele não nos diz, “Ei, saia por aí fazendo o que quiser e, se alguém o desprezar, e daí?”

Em Romanos 14, Paulo fala sobre julgar o próximo em questões não relacionadas a doutrina, a pecado impenitente e a outra área claramente ensinada nas Escrituras.

Essa é a diferença entre julgar biblicamente e ser uma pessoa que julga o próximo sem discernimento. Existe uma grande diferença entre ser um pensador crítico e ser uma pessoa crítica.

Paulo diz, com efeito, “Pare de criticar o próximo em questões cinzas!”

“Por que, Paulo? Dê uma razão por que devo parar.”

Cuidado por onde Você Pisa

Paulo fornece o motivo por que devemos parar de criticar o próximo em questões cinzas na última parte de Romanos 14.10: Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.

Paulo diz, “Deixe-me lembrá-lo do seguinte: você, que julga e critica seus irmãos com desprezo, um dia será julgado por Cristo.”

Em outras palavras, “Pense nisto da seguinte forma: você, que olha para seu irmão com desprezo, um dia olhará para o Juiz com temor.”

Se você deseja circular uma palavra importante nesse verso, circule a palavra todos.

Todos nós que dizemos conhecer a Cristo como nosso Salvador e Senhor pessoal estaremos um dia diante dele.

Os que não conhecem a Cristo também terão uma entrevista com Deus–um julgamento totalmente distinto chamado de O Grande Trono Branco. Em Apocalipse 20, esse momento terrível trará o veredito a todos os descrentes: todos são culpados e serão lançados no fogo eterno do inferno.

Nós, que conhecemos a Cristo–pela graça de Deus, pela fé na obra de Cristo somente–também teremos um momento em que estaremos diante do Filho de Deus, pois o Pai confiou a Ele todo julgamento (João 5.22).

Quando Paulo descreveu esse momento aos Coríntios, ele disse em 2 Coríntios 5.10:

Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.

  Esse é um texto maravilhoso que ensina a divindade de Cristo–chamado “Christos” ou Cristo em 2 Coríntios 5.10 e de “theos” ou Deus em Romanos 14.10.

Contudo, estaremos diante da Segunda Pessoa da Trindade, daquele que veio a terra como Salvador, mas que agora está assentado nos céus como o Juiz de todas as coisas.

Paulo chama esse lugar de o tribunal–ou o Bema. Que lugar é esse?

A palavra grega “bema” significa “degrau, passo” Ela é traduzida em Atos 7.5 como “espaço de um pé.”

O termo veio a ser empregado para se referir à medida de um pé quadrado e, posteriormente, veio a se referir a uma plataforma–uma área elevada acessada por meio de escadas; local onde alguém se colocava para falar.

Nos dias de Paulo, ela veio a se referir a uma plataforma erguida na qual o tribunal romano se assentava. Esse era o local do juiz que se sentava no bema e pronunciava o veredito nos tribunais antigos. Alguns ficavam ao ar livre; outros ficavam dentro de palácios e escritórios políticos.

O termo bema é usado para o assento de onde Pilatos julgou o Senhor em Mateus 27.19:

E, estando ele no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por seu respeito.

Havia, também o famoso bema em Corinto, do qual Gálio, o governador, julgou Paulo (Atos 18). Na verdade, esse bema ainda existe hoje. Eu vi fotos desse bema com o nome de Gálio inscrito claramente na pedra.

Quando Paulo disse a esses crentes, “Vocês comparecerão ao tribunal de Deus,” eles entenderam imediatamente a imagem do bema de Deus.

Mas, espere, por que seremos julgados por Cristo se Ele já se tornou nosso Salvador?

Duas coisas que o bema não é

Deixe me dizer a você o que o bema de Cristo não é.

  • Primeiro, esse não é o lugar onde seu futuro eterno será determinado.

As únicas pessoas que comparecerão ao bema serão os crentes. O pecado foi julgado em Cristo na cruz e, porque estamos em Cristo e Ele já foi julgado, jamais seremos condenados por nossos pecados–Ele sofreu condenação em nosso lugar. 1 Pedro 2.24 diz:

carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.

 

Compareceremos diante desse tribunal sem o medo da rejeição, porque Deus não possui mais acusações contra aqueles que confiam em Seu Filho–contra aqueles que pertencem a Ele–e o próprio Deus não permite que alguém os acuse (Romanos 8.31–34).

Romanos 8.1 é um de meus versos favoritos por causa da pequena palavra agora: Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.

Não depois, nem talvez, mas agora!

  • Segundo, esse não é um lugar onde o perdão será determinado.

Nós iremos ao bema não para sermos perdoados, mas porque já fomos perdoados.

Veja o que Deus diz sobre nossa condição resolvida em Colossenses 2.13–14:

E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;

O bema não é um lugar onde nosso futuro é decidido e onde nosso perdão é determinado–isso já nos foi concedido e decidido. E essa decisão é eterna, segura–agora!

Então por que esse lugar é chamado de tribunal, ou bema?

Porque esse é um encontro pessoal com o Cristo vivo quando ele julgar não nossa posição nEle, mas nosso desempenho para Ele. Estaremos lá porque somos Sua noiva.

Agora, que tipo de noiva temos sido? Que tipo de filhos e filhas do Seu Pai—nosso Pai—somos? Qual é o registro de nossas pisadas? O tipo de pegadas Ele analisará?

Esse será um lugar de tristeza e choro, de perda de recompensas que poderíamos ter ganhado. Naquele momento, seremos confrontados com aquilo que deixamos de receber. Ah, mas esse também será um lugar de grande alegria e alívio, de graça, de profundo amor, pois não existe maior amor do que ofender alguém e saber que Ele ainda nos ama.

Mas, enquanto isso:

Cuidado, pezinho no que pisa!

Cuidado pezinho no que pisa!

Pois nosso Pai do céu está olhando pra você.

Cuidado, pezinho no que pisa!

Como serão as coisas no bema?

Quatro ilustrações do tribunal de Cristo

Paulo usa quatro ilustrações ou metáforas para descrever esse encontro maravilhoso com Cristo.

  • A primeira imagem é a de uma grande fornalha.

Em 1 Coríntios 3.12–15, Paulo escreve sobre esse dia do crente no bema de Cristo:

Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo.

O fogo mencionado aqui é usado em outros lugares nas Escrituras como um símbolo da divindade—“Nosso Deus é fogo consumidor.” Essa é uma referência à santidade de Deus.

Essa passagem não ensina a existência de um lugar como o purgatório para o qual vamos para queimar nossos erros por um tempo. O texto se refere àquele momento em que estaremos diante de Deus e nossas vidas serão avaliadas pela agência de Sua pureza, santidade e fidelidade.

O que em nossas vidas foi fiel, santo e puro? O que resistirá ao olhar de nosso santo Deus?

Evidentemente, no caso de algumas pessoas, nada sobrará; nada de valor sobreviveu ao fogo, mas sua salvação permanece intacta.

O apóstolo João fez uma advertência em 2 João 8:

Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão.

Portanto, edifique sua vida–você escolhe o material. Você pode escolher coisas valiosas que honram a Deus, ou coisas sem valor que são triviais, terrenas e egoístas.

  • Paulo usa a imagem de uma fornalha e, em seguida, a imagem do que podemos chamar em nosso mundo moderno de raio-x.

Um capítulo adiante, Paulo escreve aos coríntios, 4.5:

Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus.

A questão não é a quantidade de nosso serviço a Deus, mas a qualidade do serviço. A questão não é o tamanho da tarefa, mas o motivo do coração.

As recompensas no bema não terão nada a ver com nossa posição ou educação. Muitos santos queridos, completamente desconhecidos ao mundo e, talvez, praticamente desconhecidos de irmãos em Cristo, receberão recompensas e mais recompensas das mãos do Senhor porque suas obras foram motivadas puramente para a glória de Deus.

Spurgeon disse isso da seguinte forma:

Não deixe de pregar porque não será na Catedral de São Paulo; fique contente em falar para dois ou três; você pode cozinhar tanto em panelas pequenas como em panelas grandes. Pombos pequenos podem carregar grandes mensagens; até mesmo um cachorrinho pode latir contra o ladrão e acordar o mestre e salvar a casa.

Eu me lembro de estar na Índia certa vez hospedado em um hotel. Estávamos em uma correria com várias reuniões e conferências. Nesse belo hotel, percebi que a camareira arrumava minha cama com um semblante de felicidade. Finalmente, perguntei a ela no corredor algo que poderia lhe causar problemas depois por causa de sua resposta. Eu disse, “Moça, seu sorriso, a expressão de seu rosto, você limpou meu quarto com tanta alegria. Tenho que perguntar isto: em uma sociedade hinduísta, você conhece a Cristo?”

Ela imediatamente sorriu e disse, “Ah, sim, sou crente.”

Ela talvez nunca proclamará o Evangelho a milhares de pessoas; ela provavelmente nem é conhecida por muitos crentes, mas ela limpava os quartos do hotel e ficou evidente que era para a glória de Deus.

No momento do bema de Cristo, o raio-x divino revelará o motivo de nosso coração por trás de tudo o que fazemos e dizemos.

  • Paulo também retrata o tribunal de Cristo como uma cerimônia de premiação.

É importante entendermos também que era nessa plataforma onde se assentavam os juízes de competições esportivas. Era nessa plataforma onde os atletas vitoriosos subiam para receber sua coroa—uma guirlanda feita de folhas de carvalho. Para eles, esse seria um momento único em suas vidas.

Paulo escreveu em 2 Timóteo 4.7–8:

Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.

Podemos ver os vencedores de jogos olímpicos hoje subindo em uma plataforma para receber suas premiações, algo que ecoa o bema antigo. Veja seu semblante, suas lágrimas escorrendo de seus olhos; veja sua alegria e orgulho honroso.

Paulo e todos os demais romanos, sem dúvida alguma, já tinham testemunhado atletas vitoriosos subindo ao bema para receber suas coroas. Paulo diz, “Um dia, eu estarei lá—a única diferença é que o bema será o do Senhor vivo.”

  • O tribunal de Cristo é como uma fornalha, como um raio-x divino, como uma cerimônia de premiação e, finalmente, como uma revisão de desempenho.

Paulo escreveu em 2 Coríntios 5.10:

Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.

Não é o pecado que é julgado, mas o serviço.

Paulo escreveu em Romanos 14.12: Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.

Então:

  • Que tipo de testemunho você teve?
  • Qual foi sua ética no trabalho?
  • Como você gastou seu dinheiro?
  • Como você serviu na igreja com seus dons e talentos?
  • O que suas pegadas revelam?
  • Qual foi sua influência na terra?

Outro dia recebi uma história que achei engraçada. Ela tem algo a ver com recompensa no céu relacionada ao impacto e influência sobre pessoas na terra—o que, como aprendemos, é verdade.

Um pastor morreu e estava na fila para entrar no portão do céu. Na frente dele estava um cara todo desarrumado—com uma jaqueta velha e calça jeans desbotada.

Finalmente, Pedro chega e pergunta ao cara, “Me diga quem você é para eu saber seu lugar no Reino dos Céus.”

O cara responde, “Sou José, taxista no Rio de Janeiro.”

Pedro dá uma olhada na lista, sorri e diz, “Ah, José... bom, aqui está seu manto de seda e seu cajado de ouro. Seja bem-vindo ao Reino dos Céus!”

O taxista caminha todo contente para dentro do céu vestindo seu manto de seda e carregando seu cajado de ouro.

Daí, chega a vez do pastor. Pedro pergunta, “E você, quem é?”

Ele diz, “Sou Renato, pastor por mais de quarenta anos.”

Pedro vê a lista e diz, “Ah, então você é o Renato... certo, aqui está seu manto de algodão e seu cajado de madeira. Pode entrar.”

O pastor reagiu, “Pedro, espere um pouco! Aquele homem que estava na minha frente era um taxista e ele recebeu um manto de seda e um cajado de ouro. Eu recebo um manto de algodão e um cajado velho de madeira? Exijo uma explicação!”

Pedro disse, “A questão são os resultados—enquanto você pregava, as pessoas dormiam; enquanto ele dirigia, as pessoas oravam!”

Você não fica feliz que seu desempenho será avaliado por mais ninguém a não ser Jesus Cristo? Sua avaliação será perfeita; não será movida por preconceito; não terá motivações erradas; não irá ignorar algo importante. Ela será justa.

Romanos 14.11 apresenta nossa reação. Dobraremos nossos joelhos em submissão à avaliação justa de Cristo e diremos, “Tu és Senhor.”

Abriremos nossa boca em louvor a Ele ao final de nossa avaliação porque Ele é Deus; Ele é tanto santo como amoroso, maravilhoso e pessoal, terrível e, contudo, gracioso.

No Bema, o Filho, o justo Juiz retribuirá tudo com justiça. Se:

  • Alguém o enganou na terra—Deus retribuirá;
  • Alguém passou por cima de você—Deus retribuirá;
  • Alguém o abandonou e o deixou por outra pessoa—Deus o retribuirá por ter permanecido fiel;
  • Alguém roubou seu dinheiro—Deus retribuirá;
  • Alguém se alegrou com seu fracasso—Deus retribuirá;
  • Alguém não o amou e não cuidou de você—Deus retribuirá;
  • Alguém recusou encorajá-lo e torceu pelo seu fracasso—Deus retribuirá;
  • Alguém o traiu e o feriu emocional ou fisicamente—Deus o retribuirá;
  • Alguém zombou de você, ridicularizou sua pureza e difamou seu testemunho—Deus retribuirá;
  • Alguém disse que você não vale de nada e é inútil—Deus retribuirá;
  • Existe algo que você nunca conseguiu entender—Deus esclarecerá;
  • Existe algo que você nunca conseguiu enxergar—Deus o ajudará a ver;
  • Você nunca conseguiu se recuperar—Deus o restaurará.

Lá estará você, no bema de Cristo. Você não conseguirá parar de chorar até que Ele enxugue suas lágrimas; você não conseguirá segurar seu louvor e ele continuará eternamente, pois toda língua dará louvores a Deus (Romanos 14.11b).

 

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 19/02/2006

© Copyright 2006 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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