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Escolhendo A Terceira Classe

Escolhendo A Terceira Classe

經過 Stephen Davey
系列: Romanos (Romans)
參考: Romans 1–16

Escolhendo A Terceira Classe

Quando Se Fizer Chamada—Parte 2

Romanos 16.3–5

Introdução

Outro dia, recebi um artigo interessante sobre os dias antigos em que as pessoas andavam de carruagem no século 19. Aprofundei mais a minha pesquisa e me deparei com uma era interessante de viagem.

Uma empresa monopolizava o negócio das carruagens ou das diligências. Ela construiu uma carruagem para nove passageiros chamada Concórdia, a qual seria a carruagem número um ao redor de todo os Estados Unidos. Ela era guiada por um motorista que controlava entre quatro e seis cavalos.

O Concórdia disponibilizava três opções diferentes de assento. Os melhores assentos ficavam no primeiro banco, próximo ao motorista, onde se sentia menos sacolejo e era menos apertado. Os piores assentos eram os do centro, os quais eram chamados de “assento do sacolejo.” Nesse assento, o apoio para as costas era geralmente os joelhos do outro passageiro do banco de trás. Isso, sem dúvidas, fez do banco de trás um local indesejado e apertado também. Não importava onde o passageiro se sentasse, tudo era empoeirado, apertado e uma forma difícil de se viajar.

A cada quinze ou vinte quilômetros, havia estações onde as pessoas podiam sair das carruagens e esticar as pernas um pouco. Muitas das estações até ofereciam refeições simples.

O maior perigo era ser morto por índios ou sequestrado por bandidos. As carruagens serviam também de correios para transportar correspondência, bem como de carro-forte para transportar dinheiro entre bancos. Trezentas carruagens eram roubadas todos os anos.

Por causa desse problema, as empresas de carruagens começaram a enviar junto com o motorista outro homem designado de “o espingarda,” o qual servia de guarda para proteger a carruagem de assaltos.

Eu encontrei uma lista das regras originais para se viajar em uma carruagem ou diligência. Elas incluíam:

  • Jamais viaje durante o inverno com botas, sapatos ou luvas apertadas.
  • Lave seus pés antes de começar a viagem (imagino que isso era para o benefício dos demais passageiros!).
  • Não fume um cachimbo de cheiro forte, especialmente cedo de manhã.
  • Não xingue, nem se escore no outro viajante quando estiver dormindo.
  • Não passe gel em seu cabelo antes de viajar, ou ele irá acumular enorme quantidade de poeira.
  • Não reclame nas estações de comida, pois a empresa fornece o melhor que tem.
  • Amarre um lenço ao redor do pescoço para protege-lo de poeira e de queimadura do sol.
  • Se os cavalos se desembestarem, não pule da carruagem; em nove de cada dez vezes, você se machucará. Fique sentado e conte com a sorte.
  • Não pergunte quanto tempo falta para chegar à próxima estação (algumas coisas nunca mudam!).
  • Espere incômodo, desconforto e sofrimento. Se está decepcionado, ou seja, se não houver incômodo, desconforto e sofrimento, agradeça aos céus.

Depois disso, quem iria querer viajar de carruagem? Você imagina um comissário de bordo dizendo que a comida não é boa? Tudo bem, certas coisas já sabemos! Mesmo assim, imagine a aeromoça dizendo que existe 25% de chance de você ser assaltado durante o vôo ou que deve contar com desconforto e sofrimento! Quem iria querer comprar uma passagem?

Existe mais uma coisa que desejo mencionar quanto às viagens em carruagens. Se você decidisse arriscar sua vida e saúde ao viajar em uma diligência, qualquer que fosse a razão para isso—e milhares de pessoas faziam isso todos os anos—você precisava saber algo sobre seu bilhete. Havia três opções de passagem: primeira classe, segunda classe e terceira classe. A passagem não determinava onde você se sentaria, mas o que seria esperado de você no caso de a carruagem atolar em uma estrada lamacenta.

Se tivesse um bilhete de primeira classe, você poderia permanecer sentado quando a carruagem atolasse. Se o seu bilhete fosse de segunda classe, você deveria sair e caminhar junto com a carruagem até que ela conseguisse desatolar e sair da lama. Mas se a sua passagem você de terceira classe, você deveria sair da carruagem e empurrá-la pela lama.

Podemos já imaginar que os bilhetes de terceira classe eram somente para os passageiros pobres e miseráveis. Essas eram as pessoas que oravam pedindo por uma seca, enquanto outros oravam para que chovesse, a fim de que a água baixasse a poeira e refrescasse um pouco a carruagem.

Esse cenário é análogo à vida em geral.

Sucesso significa ficar sentado enquanto outros empurram; significa ser servido, ao invés de servir outros; significa evitar sujar suas mãos e seus sapatos. Você é primeira classe, então deixe outros encherem suas mãos de farpa.

Ninguém escolhe viajar de terceira classe. Quem escolheria dificultar ainda mais sua viagem ao se voluntariar para empurrar outros pela lama? Quem estaria disposto a adicionar mais incômodo, mais desconforto e mais sofrimento à sua viagem?

Estou convencido de que a igreja hoje, mais do que nunca, precisa de crentes dispostos a viajar na terceira classe, que fazem mais do que somente cantar, “No serviço do meu Rei eu sou feliz.” Precisamos de crentes dispostos a sujar seus sapatos de lama.

Hoje, eu quero apresentar um casal que aparece na lista de chamada da recomendação divina. Das trinta e poucas pessoas que o apóstolo Paulo menciona, eles são os primeiros. Convido-o a abrir sua Bíblia em Romanos 16.3: Saudai Priscila e Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus.

A expressão cooperadores é o grego synergos, do qual derivamos nossa palavra “sinergia.” Ela se refere a dois componentes que são incapazes de realizar separadamente o mesmo serviço que realizam juntos.

Paulo diz, “Esse casal e eu fizemos muito para o Senhor somente porque trabalhamos juntos.”

Precisamos responder duas perguntas sobre Priscila e Áquila:

  • Primeiro, quem foram eles?
  • Segundo, onde e como eles trabalharam com o grande apóstolo Paulo?

Quem Foram Priscila e Áquila?

Vamos responder a primeira pergunta: quem foram Priscila e Áquila? Eles foram um casal que formou voluntariamente uma equipe no ministério.

Onde quer que o casal aparece nas Escrituras—e eles aparecem seis vezes—os dois aparecem juntos. Lucas os menciona três vezes no livro de Atos e Paulo três vezes em suas epístolas.

Priscila e Áquila apresentam um retrato maravilhoso do significado de ser um casal crente—duas pessoas que não somente permitem o outro servir a Deus, mas que encorajam esse serviço. A partir das pistas que vemos na Bíblia, o casal serviu a Deus junto pelo seu envolvimento como voluntários na igreja.

Não há registro de que tiveram filhos. Na verdade, baseado na maneira como eles aparentemente faziam suas malas rapidamente e se mudavam de um lugar para outro, é muito provável que eles nunca tiveram filhos.

Algumas traduções trazem o nome “Prisca” ao invés de “Priscila.” De fato, Paulo se refere a ela como “Prisca” aqui em Romanos 16.3, que é o nome formal latim para “Priscila.”

É interessante que, apesar de Paulo ter ficado no lar de Priscila e Áquila, ele sempre se refere a ela como “Prisca,” o nome latim formal dessa mulher. Lucas a chamava com mais frequência por seu nome informal e pessoal, “Priscila.” Não há dúvidas de que Paulo, um homem solteiro, foi cuidadoso na forma como se referia à sua anfitriã, de forma a ser sempre respeitoso ou até mesmo distanciando-se dela em suas cartas à igreja.

Áquila, também um nome latim, significa, “águia.” Ele era um comerciante de sucesso e bastante generoso que, junto com sua esposa, havia constituído um negócio próspero.

As casas nas quais moraram eram espaçosas, edificadas em torno de um grande pátio, algo bastante comum no mundo daquele século. Esses pátios eram grandes o suficiente para acomodar as reuniões da igreja em Éfeso e, depois, em Roma.

Apesar de não sabermos como Paulo conheceu Áquila, sabemos que o costume nas sinagogas era não somente para homens e mulheres sentarem em lados separados, mas para homens sentarem-se em grupos segundo profissão ou ocupação.

Já que Paulo fabricava tendas e Áquila estava no ramo da fabricação de tendas, é possível que eles tenham se conhecido na sinagoga quando se sentaram juntos. Quando quer que tenha isso acontecido, não foi mero acaso!

Onde e Como Priscila e Áquila Trabalharam com Paulo?

Existem quatro cenários nos quais Priscila e Áquila são vistos trabalhando com Paulo ou pela causa do Evangelho que amavam.

  • O primeiro cenário é em Corinto.

Lucas fornece os detalhes disso em Atos 18. Abra sua Bíblia em Atos 18 e veja as circunstâncias que originalmente colocaram esse casal e Paulo na mesma cidade. Lucas escreve em Atos 18.1–2:

Depois disto, deixando Paulo Atenas, partiu para Corinto. Lá, encontrou certo judeu chamado Áqüila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma…

O imperador romano Cláudio havia, finalmente, se cansado das confusões e conflitos causados entre judeus crentes e judeus que aborreciam o Cristianismo.

Seutônio, o historiador romano do século primeiro, menciona esse decreto de Cláudio e escreve, “Já que os judeus criavam confusão constantemente por causa da instigação de Chrestus (Christos), ele os expulsou de Roma.”

Em outras palavras, para se livrar de controvérsias religiosas contínuas que ferviam por causa de Chrestus ou Christos (Cristo), ele proclamou o que veio a ser conhecido como o Decreto de Nazaré e expulsou os judeus de Roma.

Ser banido de seu lar e de seu negócio deve ter sido algo terrível para Pricsila e Áquila. Contudo, Deus transformou aquilo em bem não somente para eles, mas também para a igreja.

Um autor disse, “Quando Cláudio os expeliu de Roma, ele os lançou dentro da comunhão íntima com o apóstolo Paulo.”

Isso não foi nada mais do que providência divina.

Você pode perceber no texto que nada é dito sobre Priscila e Áquila concernente à sua fé. O texto apenas nos informa que Paulo os conheceu na sinagoga, onde ele, segundo Atos 18.4, discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos.

Eles podem ter sido judeus descrentes quando chegaram, mas acontecem de conhecer o embaixador da graça. Atos 18.3 nos diz:

E, posto que eram do mesmo ofício, passou a morar com eles e ali trabalhava, pois a profissão deles era fazer tendas.

Paulo não tinha lugar para viver. Evidentemente, já fazia um tempo que Priscila e Áquila tinham sido exilados de Roma, pois já tinham estabelecido seu negócio de fabricação de tendas. Aparentemente, eles ficaram felizes demais em conhecer um homem que fazia tendas e que precisava de um emprego. Então eles o receberam e lhe deram um emprego. Primeiro, eles se associaram por causa da ocupação comum, e depois por causa da fé comum.

Você consegue imaginar quanto tempo Paulo levou para conduzi-los à fé? É como se você convidasse Billy Graham para se sentar em sua sala de estar. Imagine, passar o dia trabalhando com Paulo e ainda compartilhar refeições com ele.

Uma coisa é certa, Priscila e Áquila ficarão tão preparados na Palavra de Deus e no Evangelho da graça no decorre do ano e meio que Paulo ficará com eles a ponto de esse casal, depois, corrigir sozinho um brilhante teólogo conhecedor do Antigo Testamento chamado Apolo, o qual não estava sabendo bem das coisas.

Quando Paulo recebeu dinheiro de Timóteo e Silas, ele parou de fabricar tendas e se dedicou totalmente ao trabalho evangelístico em toda Corinto. Atos 18.5 nos diz que ele ficou testemunhando aos judeus que o Cristo é Jesus.

Em outras palavras, Paulo lhes dizia que Jesus era o Messias, o Ungido, o Deus encarnado.

É interessante que, apesar de não sermos informados se Paulo deixou o lar de Priscila e Áquila ou não, agora que ele tinha dinheiro para parar de fazer tendas a fim de sobreviver, sabemos que, quando ele saiu de Corinto e foi para Éfeso, ele não foi sozinho! Quando Paulo subiu no barco, adivinha quem foi junto? Priscila e Áquila.

  • O segundo cenário é em Éfeso.

Em Éfeso, Priscila e Áquila se envolvem no ministério como voluntários mais uma vez. Descobrimos posteriormente que Paulo os deixou na cidade a fim de ajudar no início de outro trabalho.

Novamente, quando Priscila e Áquila estavam na sinagoga, outra pessoa especial apareceu no dia de sábado. Mas, dessa vez, não foi Paulo que lhes anunciou o Evangelho; o casal é que proclamou o Evangelho a esse homem chamado Apolo. Veja Atos 18.24–25:

Nesse meio tempo, chegou a Éfeso um judeu, natural de Alexandria, chamado Apolo, homem eloqüente e poderoso nas Escrituras. Era ele instruído no caminho do Senhor; e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de João.

Em outras palavras, Apolo conhecia Jesus como Messias, talvez até sabia que Jesus tinha sido batizado pelo profeta João, e ouvira falar que a reivindicação de Cristo de ser o Cordeiro de Deus foi validada pelo profeta João. Contudo, ele não sabia nada a respeito da descida do Espírito Santo e da criação desse novo organismo vivo chamado igreja; ele não entendia, de fato, a obra finalizada na cruz; ele não compreendia o ministério do Espírito e nem tinha ouvido falar do exercício dos dons espirituais para a formação e edificação da igreja—e muito mais. Em certo sentido, Apolo ainda estava vivendo nos tempos do Antigo Testamento.

Atos 18.26 nos diz:

Ele, pois, começou a falar ousadamente na sinagoga. Ouvindo-o, porém, Priscila e Áqüila, tomaram-no consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus.

Ou seja, Priscila e Áquila explicaram as coisas melhor para Apolo; eles lhe contaram o resto da história.

Eles o chamaram de lado sem envergonhá-lo publicamente, ao invés de o arrastarem para fora da assembleia ou gritar com ele depois do culto. Tudo indica que o casal convidou Apolo para seu lar. Talvez Áquila fez um churrasco com carne de porco e ilustrou o término da antiga aliança e o começo de uma nova.

Esse casal bondoso, que era fazedor de tenda, convidou para sua casa um rabino visitante que tinha todo motivo do mundo para não os ouvir.

Apolo conhecia as Escrituras—ele era poderoso nelas, conforme o texto nos diz. Além disso, ele tinha sido educado em Alexandria, a cidade na qual estava a maior biblioteca do mundo, contendo quase um milhão de livros e pergaminhos. Essa era a cidade de Euclides e Filo. A Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento, foi feita em Alexandria, e essa tradução foi citada várias vezes por Paulo e até pelo Senhor.

Lucas nos conta que Apolo era um homem eloquente. Sem dúvida alguma, ele tinha lido a obra de Aristóteles intitulada Retórica. Ele conseguia segurar um auditório na palma de suas mãos. Em Atos 18.25, Lucas nos diz que Apolo falava com fervor de espírito.

Sendo fervoroso, Apolo era um exemplo do que o grande pregador Lloyd-Jones chamou de “lógica em fogo.”

Depois de seus sermões, todos o saudavam e elogiavam. Contudo, esperando-o à porta da sinagoga naquele sábado de manhã estava um casal um tanto persistente que não o deixaria recusar seu convite para o jantar.

Apolo aceitou o convite e, mais provavelmente, foi para a casa de Priscila e Áquila. Mais ainda, ele os ouviu. O casal havia sido discipulado pelo apóstolo Paulo e, juntos, Priscila e Áquila discipularam Apolo.

A propósito, isso diz muita coisa sobre Apolo. Ele era talentoso, instruído, eloquente, impressionante e persuasivo, mas, nessa ocasião, ele demonstrou a mais importante qualidade de sua vida que o transformou—ele era humilde.

Seus anfitriões eram fazedores de tenda. Apolo poderia, sem dúvida alguma, ter passado aquela noite à mesa de um dos principais rabinos ou na casa de alguém importante. Ao invés disso, podemos imaginá-lo à mesa desse homem e dessa mulher que lhe apresentam o próximo capítulo no Evangelho da graça.

Tenho certeza de que Apolo foi eternamente grato por sua disposição de ouvir esse casal que transformou radicalmente sua vida.

Apolo ouviu e aprendeu bem! Ele iria para a Acaia e, depois, a Corinto, onde seu ministério se tornaria algo lendário. Ele seria grandemente usado na igreja.

Paulo escreveria, um tempo depois, aos coríntios dizendo que ele tinha lançado a semente do Evangelho em Corinto, mas Apolo tinha regado e Deus produzido crescimento (1 Coríntios 3.6).

Contudo, Priscila e Áquila ainda não tinham terminado as coisas em Éfeso. Um tempo depois, sabemos que Paulo retornou a Éfeso e cumpriu um papel importantíssimo na vida da igreja ali. Enquanto em Éfeso, ele escreveu as seguintes palavras aos crentes de Corinto:

…No Senhor, muito vos saúdam Áqüila e Priscila e, bem assim, a igreja que está na casa deles (1 Coríntios 16.9).

Vários documentos datados do século segundo dizem que Paulo voltou a morar com eles. Então esse casal, mais uma vez, recebe uma igreja em seu lar, bem como o pregador itinerante chamado Paulo.

Fica evidente a partir das Escrituras que o lar deles pertencia a Deus e que suas vidas pertenciam a Deus. Sua ocupação era simplesmente um meio para cumprir um fim—avançar a glória e a causa de Deus.

Para Paulo, sua amizade com Priscila e Áquila foi tão crítica no apoio ao seu ministério e trabalho que, após aprender o que aprendemos sobre esse casal, fica difícil imaginar Paulo sem a companhia deles. É difícil imaginar a possibilidade de Paulo servir da maneira como serviu sem a assistência financeira, física e, sem dúvida, sem o encorajamento espiritual e oração deles também.

Um autor sugeriu que existem vários tipos diferentes de pessoas na igreja:

  • Existem aquelas pessoas que sugam a visão—elas drenam qualquer possibilidade de visão para que ela não se concretize.
  • Existem as pessoas que apreciam a visão—elas torcem da linha lateral, mas pedem para não se envolverem; elas gostam do trabalho feito com as crianças, no evangelismo e no louvor, mas não querem ser incluídas, nem apoiar financeiramente; mas querem que fique claro que elas gostam do que tem sido feito.
  • E existem as pessoas que compartilham da visão—elas falam a mesma língua do ministério; elas têm o mesmo coração para o trabalho do Senhor; elas estão dispostas a fazer os mesmos sacrifícios.

As pessoas que compartilham da visão jamais pensariam em ficar dentro da carruagem enquanto outros descem e a empurram. Elas se sujam tanto quanto os demais, felizes em poder ajudar e empurrar. Nada as deixa mais feliz do que juntar-se a outros que estão com os pés enfiados na lama.

Esses eram Priscila e Áquila.

  • O terceiro cenário no qual encontramos esse casal piedoso é em Romanos 16.3.

Veja novamente Romanos 16.3: Saudai Priscila e Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus.

Paulo diz, “Nós temos o mesmo bilhete de terceira classe!”

Veja Romanos 16.4:

os quais pela minha vida arriscaram a sua própria cabeça; e isto lhes agradeço, não somente eu, mas também todas as igrejas dos gentios;

Em outras palavras, todos os crentes eram gratos pelo que esse casal tinha feito para, evidentemente, salvar a vida de Paulo.

Queria muito que Paulo tivesse nos deixado uma pista, mas ele não deixou. Não sabemos quando eles arriscaram o pescoço por Paulo.

O verbo arriscaram é o grego hypotithemi, o qual pode ser entendido como “colocar-se sob o machado do carrasco.”

Não sabemos quando isso aconteceu. Talvez em conexão com os motins em Éfeso quando a bandidagem se encheu de fúria. É possível que eles tenham ido em busca do apóstolo na própria casa de Priscila e Áquila e o casal disfarçou um pouco até que Paulo escapasse em segurança. Ou talvez isso aconteceu durante um dos tempos difíceis, aos quais Paulo se referiu como provação por causa da conspiração dos descrentes para feri-lo (Atos 20.19).

Não sabemos os detalhes, mas, o que quer que tenha acontecido, Paulo nunca se esqueceu do ato de heroísmo do casal a favor de sua vida. Ele permaneceu grato a eles pelo resto de sua vida.

Nós sabemos que, quando Paulo deixou Éfeso, Priscila e Áquila partiram para Roma—talvez para a própria segurança deles. Provavelmente, Paulo conversou com eles sobre seu plano de ir a Roma e impactar a igreja como de costume.

Note, embutido em sua saudação a Priscila e Áquila, Paulo escreve em Romanos 16.15: saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles...

Saúdem a igreja que está na casa deles! Que casal! Que servos humildes, dispostos e que faziam sacrifícios pela causa de Cristo!

  • O cenário final onde vemos Priscila e Áquila é de volta em Éfeso.

Nesse último cenário, descobrimos Priscila e Áquila de volta em Éfeso trabalhando com um jovem pastor e ex-discípulo de Paulo: Timóteo. Agora, Timóteo pastoreia a igreja de Éfeso.

Isso se encaixa bem, não é? Não fico surpreso em saber que, já que Paulo não pode mais fazer uso de Priscila e Áquila no ministério porque se encontra em prisão domiciliar e pouco tempo o separa de seu martírio, Timóteo, seu filho na fé e pastor, tem consigo, ajudando-o, assim como Paulo teve anos antes, esse casal fiel e extraordinário.

Paulo escreve a Timóteo sua última carta. No final da carta, as primeiras pessoas para as quais Paulo manda um “oi” são, é claro, seus dois amigos Priscila e Áquila (2 Timóteo 4.19).

 

 

Conclusão: Características de Crentes que Escolhem A Terceira Classe

Será que é somente isso que existiu nas vidas de Priscila e Áquila? De jeito nenhum! Seus filhos e filhas na fé, vida e coração têm avançado a igreja pelos últimos dois mil anos. Eles avançaram a igreja em Corinto e, hoje, avançam a igreja onde vivem.

Eles nunca são focos do holofote; eles estão nos bastidores—servos humildes que abrem seus corações e seus lares.

Eles estão dispostos a viajar pela vida na terceira classe; eles estão dispostos a sair do banco e a empurrar.

Existem três características em Priscila e Áquila que foram repassadas no decorrer dos séculos, desde Corinto até nossa cidade hoje, de sua igreja à nossa.

Estas são três características de crentes que escolhem, espontaneamente, viajar em terceira classe.

  • Primeiro, eles estão dispostos a sacrificar a segurança pessoal.

Vamos começar com a coisa mais dramática—eles estão dispostos a morrer. Assim como Priscila e Áquila, esses crentes abrem mão de suas vidas pela causa de Cristo.

Ao redor do mundo, existem milhares de crentes morrendo porque não negam sua fé de que Cristo Jesus comente é o caminho, a verdade e a vida. Eles colocam sua cabeça sob o machado.

A maioria de nós não experimenta nem entende essa característica.

Vamos partir da mais dramática para a mais próxima de nossa realidade.

  • Segundo, crentes que escolhem a terceira classe estão dispostos a sacrificar seu lucro pessoal.

Eles enxergam sua profissão como um meio para um fim—apoiar e avançar a causa de Cristo. Eles se interessam mais pelo nível de oferta do que pelo nível de vida.

Para falar de forma bem transparente, essas são pessoas dispostas a dar suas coisas, a ver uma criança sujar a parede de sua casa, a ver convidados comendo sua comida, a dar conselhos de graça e a oferecer seus talentos para serem usados a baixo custo ou custo nenhum.

Existem crentes que parecem dar mais do que recebem e nos perguntamos por que estão sempre sorrindo. Esses são os filhos e filhas de Priscila e Áquila.

Domingo passado, um casal que não mora em nossa cidade visitou nossa igreja. Enquanto conversávamos, eles me disseram que alguém lhes havia dito que a nossa construção seria alterada por causa dos altos preços. Disse a eles que, por causa de despesas inesperadas e inflação, algumas modificações foram necessárias no segundo piso. Eles me perguntaram quanto precisaríamos para cobrir as despesas, e eu lhes disse que seria 300 mil. Daí eles me perguntaram se poderiam vir ao meu escritório para nos dar um cheque nesse valor. Na manhã seguinte, eles, de fato, vieram ao meu escritório e me deram um cheque nesse valor total.

São esses os crentes que poderiam viajar em primeira classe, mas escolhem, ao invés disso, viajar com um bilhete de terceira classe. Eles estão dispostos a sair e empurrar! Eles sacrificam a segurança e o lucro pessoal.

Vamos ver mais uma característica que é ainda mais prática.

  • Terceiro, crentes que viajam de terceira classe estão dispostos a sacrificar a conveniência pessoal.

Imagine—quando Áquila tinha começado seu negócio em Corinto, ele e Priscila tiveram que tomar uma decisão. Eles poderiam começar tudo de novo em Éfeso ou permanecer em Corinto. Eles decidiram descer da sua carruagem e se arrastarem sobre a lama com Paulo.

Em seguida, quando finalmente se estabilizaram em Éfeso, o casal teve que tomar outra decisão. Eles podiam ficar em Éfeso ou ir para a lama de novo em Roma.

Quando eles se aquietaram em Roma, tiveram que tomar outra decisão. Será que eles calçariam suas botas novamente, viajariam para Éfeso e ajudariam Timóteo, ou será que diriam, “Já basta! Já fizemos o suficiente, já demos o suficiente; já nos mudamos demais... é hora de nos estabelecer em um lugar e aproveitar a paisagem um pouco.”

Priscila e Áquila não—eles estavam dispostos a sacrificar sua conveniência pessoal pela causa de Cristo.

Como um autor escreveu, “O futuro da igreja está nas mãos de crentes comuns que não têm medo de poças de lama.”

Eu concordo. Que Deus nos conceda mais homens como Paulo, Apolo e Timóteo, mas que Ele também nos abençoe com mais Priscilas e Áquilas que tornam possíveis os ministérios dos Paulos, Apolos e Timóteos ao abrirem seus corações e seus lares.

São pessoas dispostas a sujar seus sapatos, alterar seus planos, sacar de sua conta poupança, encher seus calendários com as necessidades de outras pessoas pela causa de Cristo—são essas pessoas que avançam a igreja.

Esses são os crentes que escolhem, espontaneamente, a terceira classe.

Meu amigo, onde quer que você encontra um ministério eficaz e produtivo, olhe nos bastidores, distante dos holofotes, e você verá os filhos de Áquila e Priscila. Eles são aqueles com lama nos sapatos, aventais na cintura, coisas em suas mãos e pessoas em seus corações. Esses são os servos de Cristo. Eles O servem alegremente ao servirem outros alegremente.

Que os filhos e filhas de Priscila e Áquila se multipliquem em nossas igrejas e ao redor do mundo pela causa do Evangelho e para a glória de Deus.

 

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 24/09/2006

© Copyright 2006 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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