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Escondendo-se atrás de Sa Auréola

Escondendo-se atrás de Sa Auréola

經過 Stephen Davey
系列: Romanos (Romans)
參考: Romans 1–16

Escondendo-se atrás de Sa Auréola

O Perfeito Juiz – Parte 1

Romanos 2.1–3

Introdução

É com grande prazer que convido você a pegar sua Bíblia e abrir na carta inspirada por Deus e escrita por Paulo aos crentes de Roma. Hoje estudaremos o início do capítulo 2.

Não há dúvida alguma que primeiras impressões podem durar muito tempo. Quer você esteja fazendo uma entrevista para emprego, indo para uma aula ou se mudando para outro bairro, as primeiras impressões são difíceis de esquecer.

Lembro-me de ler sobre o hotel Holiday Inn que estava fazendo entrevistas para contratar novos empregados – zeladores, recepcionistas e camareiras. Os que estavam fazendo as entrevistas receberam uma ordem estranha do escritório central. Qualquer candidato que sorrisse menos de quatro vezes durante a entrevista deveria ser automaticamente eliminado. Achei isso intrigante. Se uma pessoa não sorrisse pelo menos quatro vezes durante a entrevista de vinte minutos, nem sequer seriam chamados para o próximo passo.

Não seria ótimo se fizéssemos isso na igreja? Por que não? Se isso é bom o suficiente para um hotel, também deve ser bom para a igreja. Qualquer cara que vem para a igreja e sorri menos de quatro vezes recebe uma cartinha, dizendo: “Procure outra igreja, seu mau humorado!”

Sociólogos têm estudo o assunto das primeiras impressões. Um estudo concluiu que uma primeira impressão se solidifica nos primeiros quatro minutos de uma conversa. Eles dizem que, se seus primeiros minutos são positivos, a pessoa com a qual você está conversando mais provavelmente verá de forma positiva tudo a seu respeito, apesar de não saberem nada a seu respeito. Coisas como suas habilidades profissionais, sua moral e até a sua inteligência. Por que? Porque você deixou uma boa primeira impressão.

Os sociólogos chamam isso de “Efeito Auréola.” Ou seja, se você conseguir começar com o pé direito e deixar uma boa impressão, você criará um efeito auréola sobre si mesmo que demorará muito tempo para passar.

O problema é que isso é muito forte em nossa cultura, onde a reputação tem mais valor que caráter; onde imagem é mais importante que substância. Vivemos em um mundo consumido o com a ideia de criar auréolas e fazê-las brilhar em qualquer oportunidade!

E, infelizmente, isso é verdade também dentro da igreja. Na realidade, durante os dias de Paulo, os fariseus eram profissionais em polir suas auréolas. Eles faziam de tudo para ir até a esquina das ruas no mercado exatamente às nove da manhã, ao meio dia e às três da tarde quando os judeus dedicados paravam suas atividades para orar. A Bíblia nos informa em Mateus 6 que, de alguma forma, eles sempre estavam nas esquinas das ruas onde poderiam ser vistos de todas as direções.

A primeira igreja em Jerusalém, conforme lemos em Atos 5, tinha alguns desses tão fervorosos que tentavam deixar boas impressões que até tentaram enganar a igreja. Eles trouxeram um grande presente em forma de dinheiro e disseram que o presente era o valor total da venda de uma terra que possuíam, quando, na realidade, era apenas uma parte da venda. Pedro disse aos dois, apesar de terem chegado em momentos diferentes: “Por que Satanás encheu vosso coração para mentirdes ao Espírito Santo...?” Ambos caíram duro no chão mortos.

As auréolas e a hipocrisia têm muito em comum, pois ambos buscam deixar boas impressões. E, até a este ponto, no decorrer do capítulo 1 de Romanos, as auréolas têm brilhado com bastante intensidade. Enquanto Paulo expõe o mundo pagão e seus pecados, sua perversão, seu ódio para com Deus e seu amor para com a maldade, as pessoas boas e retas dizem: “Amém! É verdade, Paulo! Esculacha com eles mesmo. Já estava na hora de alguém falar umas poucas e boas com esses pagãos!”

Algumas Palavras Fundamentais

Entretanto, de repente, com um movimento da pena inspirada, Paulo muda o foco.

Mudança de foco de “eles” para “tu” ou “você”

Se você observar o capítulo 1 e prestar atenção nos pronomes, perceberá a mudança que ocorre no capítulo 2. Por exemplo, no capítulo 1:

  • No verso 20: “...o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem... por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis.”
  • No verso 22: “Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos.”
  • No verso 24: “Portanto, Deus entregou tais homens....”
  • No verso 25: “Pois eles mudaram a verdade de Deus por mentira....”
  • No verso 28: “E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus....”

“Eles;” aqueles outros pecadores; tudo diz respeito a “eles”!

E o leitor está afirmando em seu coração: “Você está completamente certo, Paulo. Aquelas pessoas lá fora no paganismo não têm desculpa alguma. Eles merecem o julgamento que recebem!”

Daí, de repente, no primeiro verso do capítulo 2, Paulo muda o pronome de “eles” e começa a escrever sobre nós.

Portanto, és indesculpável…

Tipicamente, a palavra “portanto” é usada por Paulo para iniciar uma conclusão baseada em versos anteriores. Nesta ocasião, “portanto” não olha para trás, mas para frente com antecipação. Poderíamos traduzir essa conjunção dizendo: “Pelos motivos seguintes, vocês são indesculpáveis.”

A segunda ocorrência da palavra “indesculpáveis”

O que você precisa entender aqui é que Paulo mudou os recipientes de seu ensino:

  • No capítulo 1, Paulo declarou que o homem imoral é indesculpável;
  • No capítulo 3, Paulo declarará que o homem religioso é indesculpável;
  • No capítulo 2, Paulo declara que o homem moralista é indesculpável.

O moralista inclui o cidadão reto na sociedade, o provedor, a pessoa com boa reputação, a pessoa que nunca viu o interior de uma prisão, mas que talvez já tenha até entrado numa igreja. Paulo está escrevendo para pessoas com auréolas.

Ele está escrevendo para as pessoas que leram o capítulo 1 a respeito das perversidades do homem imoral e da degradação de uma sociedade depravada e diziam a si mesmas: “Posso não ser perfeito, mas não sou tão ruim. Essas pessoas do capítulo 1 precisam de salvação, eu não. Até que sou uma pessoa. Com certeza, Deus se agrada do fato de que vivo segundo os mandamentos. E tenho certeza que Ele percebe que de vez em quando vou para a igreja também.”

Seis ocorrências dos termos krino/krima (eu julgo/julgamento)

Paulo diz: “Ah, não, diante do grande Juiz, vocês são tão culpados quanto todas aquelas pessoas do capítulo 1, culpadas de avareza, maldade, engano, malícia, arrogância, assassinato e toda espécie de males.”

Como isso é possível? Vamos continuar lendo Romanos 2, verso 1:

Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas.

Um Esclarecimento Importante

Agora, eu preciso fazer uma pausa para um esclarecimento importante.

Existem muitos em nossos dias, tanto na sociedade como dentro da igreja, que interpretam errado o que Paulo está dizendo. Para isso, elas simplesmente inserem um ponto final onde não existe. Eles vão ao verso 1 e lêem da seguinte forma:

Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas.

- ponto final. Mas não existe ponto final aqui.

O que Deus está condenando é o fato de que uma pessoa julga outros por cometerem pecados que ela mesma está cometendo. O verso 1 continua dizendo: pois praticas as próprias coisas que condenas.

Mas nossa sociedade, em grande parte, parou de julgar entre certo e errado, e a igreja segue a moda. Eles dizem: “Não, não, você não deveria julgar aquela pessoa.”

A igreja, hoje, confunde fofoca com julgamento. E não ouse você julgar as pessoas, dizendo que estão fazendo algo errado. Se não, você vai ouvir: “Ah, não julgue para que não seja julgado.”

Quando É Certo Julgar

Você ficaria surpreso se descobrisse que a Bíblia, na verdade, diz ao crente que existem certos momentos e situações em que devemos julgar? Deixe-me mencionar para você algumas situações nas quais é absolutamente correto e necessário julgar. Isso é importante para uma correta interpretação de Romanos 2.1.

  • É correto julgar quando você julga assim a si mesmo em relação à sua santidade pessoal.

1 Coríntios 11.28-31 apresenta uma atitude piedosa arrependida de uma pessoa prestes a participar da ceia:

Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.

Baseados nesse texto, temos a ideia de que a ceia é um momento de julgamento pessoal; um tempo de avaliação e confissão de pecados; um momento no qual devemos avaliar nossa caminhada com o Senhor.

Sinceramente, existe pouquíssima avaliação acontecendo em nossas vidas. Não gostamos de autoavaliação porque ela exige humildade e confissão. Mas é nossa responsabilidade julgar a nós mesmos.

  • Segundo, é certo julgar quando você julga crentes em pecado em relação ao arrependimento deles.

A igreja em Corinto tinha no seu rol de membros um homem culpado de imoralidade. Ele estava sexualmente envolvido com a sua madrasta e recusou se arrepender desse pecado. A igreja de Corinto se posicionou em relação a isso da mesma forma como a igreja de hoje tem se posicionado: arrogância por causa de sua tolerância ao pecado e a chamada “sofisticação.” A igreja se recusou a lidar com aquele homem e retirá-lo da comunhão por meio da disciplina e julgamento piedoso. Paulo escreveu em 1 Coríntios 5.2-3, dizendo:

E, contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou?  Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja,

Pule até os versos 9 a 11:

Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais.

É algo doloroso remover um membro do corpo desobediente e não arrependido e privá-lo de comunhão. Paulo diz nesses versos para nem sequer compartilhar uma refeição com ele.

Por que provocar tanta dor dessa forma? Nós, a igreja, temos a responsabilidade de fazer os desobedientes sentirem os efeitos da perda da comunhão e, caso sejam crentes verdadeiros, levá-los desejar mais intimidade com Cristo e com a igreja novamente.

  • Terceiro, é correto julgar quando você julga mestres em relação aos seus ensinos e doutrinas.

Veja Romanos 16.17:

Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles.

O apóstolo João adiciona a sua própria advertência em 2 João, versos 10 e 11:

Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más.

Obviamente, “boas-vindas” na cultura de João se referia a ações de hospitalidade, como alimentar, vestir e hospedar. Fico me perguntando que tipo de hospitalidade João teria em nossos dias, uma vez que diz o seguinte sobre falsos pregadores: “Aquele homem ensina heresia, fique longe dele. Sem sequer dê boas-vindas a ele, nem mesmo se sente para compartilhar uma refeição com ele!”

  • A quarta ocasião na qual é correto julgar é quando você julga todas as coisas à luz das Escrituras.

Observe comigo 1 Coríntios 2.15, onde Paulo escreve: Porém o homem spiritual.

Você deseja ser uma pessoa espiritual? Então ouça: julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém.

Isso já diz tudo.

Em nossos dias a comunidade cristã diz: “A pessoa realmente espiritual nunca julga nada ou ninguém.”

Paulo diz que a pessoa espiritual pensa de maneira crítica, discerne o correto do errado e julga as pessoas, coisas, atividades, tendências e modismos, e diz: “Aquilo é certo e isso é errado.”

Você diz: “Mas isso não irá causar uma boa impressão aqui... isso vai mancar minha auréola1”

Meus amigos, a igreja, hoje, pode até ter uma auréola, mas não tem uma coluna vertebral.

De acordo com a Palavra de Deus, para aqueles que têm uma espinha espiritual forte o suficiente é correto julgar:

  • A si mesmo – em relação à sua santidade pessoal;
  • Um crente em pecado – em relação ao arrependimento dele;
  • Um mestre – em relação ao seu ensino e doutrina;
  • Todas as coisas – à luz daquilo que as Escrituras dizem que é certo e errado, santo e pecaminoso, excelente e desnecessário.

Quando É Errado Julgar

Bom, alguém pode perguntar: “Então, quando está errado julgar?”

  • Primeiro, é errado julgar quando você não conhece todos os fatos.

Isso significa que você não é parte nem do problema, nem da solução. Nessa ocasião, julgar dá espaço a fofocas.

Em João 7.51, Jesus Cristo validou a Lei, que afirma:

Acaso, a nossa lei julga um homem, sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez?

  • Segundo, julgar é errado quando você julga baseado na suposta motivação de uma pessoa.

Em 1 Coríntios 4.5, Paulo diz que existem certas questões que simplesmente temos que esperar até à vinda do Senhor:

…o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus.

  • Terceiro, finalmente é errado julgar quando é simplesmente uma tentativa de parecer melhor que a pessoa que você está julgando.

Em Mateus 7.1, o Senhor disse: Não julgueis, para que não sejais julgados.

A maioria das pessoas para aí e diz: “Está vendo? Não julgue nada, nem ninguém.”

Bom, já vimos passagens que nos mandam julgar outros. Então, o que o Senhor quer dizer aqui? Tudo o que você precisa fazer é continuar lendo. Continue em Mateus 7, versos 2 e 3:

Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?

O Senhor utiliza uma ilustração a partir do contexto de construção, uma vez que Ele era um carpinteiro. O termo grego para “argueiro” é “karphos,” que significa, “farpa.” O termo para “trave” é usado em referência a vigas de madeira usadas para suporte. Note bem que a farpa e a viga são feitas do mesmo material; a única diferença entre elas é o tamanho.

Ambos esses homens têm o mesmo problema: um deles apenas se encontra mais envolvido no pecado que o outro. E aquele com a viga saindo de seu olho corre e diz: “Ei, você tem uma farpa no seu olho. Preciso ajudar você a retirá-la.”

É claro que ele derruba o outro elemento com a viga de seu olho.

O Senhor continua dizendo palavras interessantes que geralmente são ignoradas; note o verso 5:

Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.

Ele não diz: “Retire a viga de seu olho e ignore a farpa no olho de seu irmão.” Não. Ele diz: “Confesse seu próprio pecado e purifique sua própria vida; daí, com visão espiritual clara, ajude seu irmão a limpar a visão espiritual dele.”

Não devemos, contudo, tentar fazer com que nossa viga enorme pareça um pouco menor ao chamar atenção para as farpas das outras pessoas.

Uma Questão Reveladora

Eu creio que todo esse assunto de julgar as outras pessoas é uma questão bastante reveladora, talvez por razões erradas e da forma errada.

Existe uma tendência natural de condenar pecados de outros e...

  • Primeiro, existe uma tendência natural de condenar o pecado de outros e minimizar o mesmo pecado em nossas próprias vidas.

Você diz:

  • “Aquele homem tem um temperamento terrível” – mas você não; seu temperamento é devido à forma como você foi criado;
  • “Aquela pessoa é muito teimosa” – mas você apenas tem fortes convicções;
  • “Já vi aquela pessoa roubando coisas do trabalho” – mas você simplesmente toma coisas emprestadas sem nem perceber;
  • “Aquela pessoa vive muito na defensiva” – já você tem sensibilidade para defender o que é certo;
  • “Aquele homem é um mentiroso; você não pode confiar nele” – mas você apenas estica a verdade só um pouquinho aqui e ali.

Temos a tendência de exagerar as falhas de outros e minimizar nossas próprias. É uma questão de orgulho. Como é sábia a pessoa que possui uma visão pequena a respeito de si mesma e é contente!

Gosto da história de Winston Churchill que certa vez estava sentado sobre uma plataforma aguardando sua hora de falar para uma enorme multidão que havia se reunido para ouvi-lo. O presidente do evento abaixou-se e disse a ele: “Winston Churchill, o senhor deve estar muito orgulhoso por causa de todas essas pessoas que vieram aqui apenas para ouvi-lo.”

Churchill respondeu: “Quando sou tentado a ficar demasiadamente animado por algo deste tipo, sempre tento me lembrar que, se ao invés de estar fazendo um discurso político estivesse sendo enforcado, a multidão seria o dobro do tamanho desta.”

Nós temos um discernimento notável para identificar pecados de outros e...

  • A segunda revelação sobre nós mesmos  no ato de julgar outros por motivos errados é que temos um discernimento notável para identificar pecados de outros e uma ignorância notável a respeito de nossos próprios pecados.

Davi é um exemplo clássico disso. Temos a história e 2 Samuel, capítulos 11 e 12. Ele cometeu adultério com Bate-Seba e daí, debaixo de suas ordens diretas ao seu general Joabe, ele colocou o marido dela, Urias, na linha de frente no campo de batalha, abandonado para que fosse morto. Daí, Davi se casou com Bate-Seba e continuou a vida normalmente.

Deus, contudo, enviou o profeta Natã para confrontar o rei Davi. Natã o confrontou contando uma história de um pastor de ovelhas pobre. A único carneirinho do pastor foi levado, morto e comido por um homem rico que estava entretendo seus convidados e não quis matar um de seus próprios carneiros para a refeição. Davi disse: “O que?! Temos um ladrão de carneiro em nosso reino? Ele tem que ser morto!”

Natã disse, então: “Temos um ladrão de esposas no reino também. É o mesmo problema. A única diferença é a magnitude do objeto roubado. Você, Davi, é o pior ladrão. Se aquele homem deve morrer porque roubou um carneiro, o que deveria acontecer com você?”

Temos um conhecimento intuitivo do padrão perfeito...

  • Terceiro, temos um conhecimento intuitivo de um padrão perfeito para o certo e o errado.

Note o que Paulo diz em Romanos 2.2:

Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade contra os que praticam tais coisas.

“Bem sabemos....” Paulo usa esse mesmo pensamento no capítulo 1, verso 21:

porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças…

Também no capítulo 1, verso 32:

Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.

Agora, no capítulo 2, Paulo fala que o moralista tem um conhecimento intuitivo do certo e do errado e da justiça do julgamento sobre o errado. Um estuprador, um pedófilo, ou um assassino morre numa rebelião dentro do presídio e o moralista diz: “Ah, ele recebeu o que merecia.”

Nós condenamos a nós mesmos ao medir as outras pessoas com um padrão santo...

  • A quarta e última revelação é que nós condenamos a nós mesmos ao medirmos as outras pessoas com um padrão santo, mas nós mesmos não seguirmos esse padrão.

Veja Romanos 2.3:

Tu, ó homem, que condenas os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus?

Ouça cuidadosamente. Este é o ensino primário de Paulo aqui! Ele diz aos seus leitores: “Sr. Moralista, você se colocou no lugar do juiz, condenando os pecados de outros. Você se esqueceu que, ao usar a lei na outra pessoa, uma lei que você sabe por instinto que é a verdade, você se torna responsável para seguir essa mesma lei? Você já se esqueceu que você mesmo um dia será julgado pelo padrão do perfeito Juiz?”

O moralista rebate dizendo: “Sim, isso pode ser verdade, mas eu julguei o assassino, o adúltero, o blasfemador e o ladrão. E eu nunca fiz nada dessas coisa!”

É mesmo?! Jesus Cristo, o perfeito Juiz, disse em Mateus 5.21-22, parafraseado: “Seus rabinos ensinaram vocês a não matarem. Mas eu digo a vocês que qualquer pessoa que se irar contra seu irmão sem justa causa será condenado.”

Não, você nem pegou a espada, mas em seu coração, você já o desejou morto. Deus disse: “Isso é o equivalente a assassinato.”

Jesus Cristo também disse em Mateus 5.27-28, parafraseado: “Vocês ouviram o ensino de que não devem cometer adultério. Mas eu digo que qualquer homem que olhar para uma mulher com desejo impuro comete adultério com ela em seu coração.”

Você alguma vez já se recusou obedecer a Deus? Então, você é um ladrão porque sua vida pertence a Ele.

Poderíamos passar por todos os Dez Mandamentos e descobrir que somos culpados de quebrar todos eles.

Veja Romanos 2.3 novamente. Paulo escreve:

Tu, ó homem, que condenas os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus?

O grande pregador, Donald Grey Barnhouse, estava pregando para sua grande congregação presbiteriana no centro da Filadélfia, Estados Unidos, cinquenta anos atrás. Ele parafraseou esse verso da seguinte maneira:

E você acha isso, seu idiota...

(e essa palavra deve ter chocado os seus ouvintes)

...você realmente acha que tem um jeito de ir contra Deus e ainda assim escapar? Você não tem chance nenhuma. Não há escapatória. Você está entendendo? Nenhuma saída – nunca. E isso significa você, pessoa de respeito, julgando outras pessoas, mas permanecendo ainda sem se arrepender.

Uma Séria Advertência de Deus,
O Perfeito Juiz

Paulo finaliza o verso 3 com uma séria advertência. É uma advertência que ecoa as palavras de Hebreus 9.27, que diz:

E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo,

Daí, ninguém poderá se esconder debaixo de sua auréola. Não haverá a necessidade de boas impressões. Os primeiros quatro minutos diante de Deus ao farão diferença alguma.

É possível, conforme um comentarista ilustrou, para um criminoso escapar de seu crime de diversas formas diferentes:

  • Seu crime pode passar despercebido – como uma reportagem que vi sobre um homem que matou uma mulher e colocou o corpo dela dentro de um tambor de metal por trinta e dois anos e ninguém nunca olhou dentro do tonel;
  • Se ele for preso, seu advogado pode encontrar alguma brecha na lei para absolve-lo;
  • Ele pode fugir para outro país e não pagar por seu crime;
  • Se ele for condenado e preso, ele pode ainda escapar e viver a vida inteira fugindo.

Paulo diz no verso 3: “Você realmente pensa que conseguirá escapar do julgamento de Deus?!”

Você não conseguirá escapar por pelo menos três motivos:

Porque Deus é onisciente, nenhum pecado...

  • Porque Deus é onisciente, ou seja, Ele sabe tudo, nenhum pecado passará despercebido. Ele conhece todos os atos que você fez. Na verdade, em Romanos 2.16, Paulo diz que Deus julgará os segredos dos homens;

Porque Deus é onipresente, nenhum pecado...

  • Porque Deus é onipresente, ou seja, Ele está em todos os lugares, nenhum pecado poderá ser negado. Ele estava lá quando você roubou; Ele estava lá quando você adulterou; Ele ouviu a sua mentira e o seu engano; Ele viu o ódio em seu coração; Ele sabia do orgulho em suas ações; Ele viu sua lascívia; Ele estava lá quando você trapaceou. Meus amigos, Ele é não somente o Juiz e o Júri, Deus também é a Testemunha. Ele viu tudo.

Porque Deus é onipotente, nenhum pecado...

  • Porque Deus é onipotente, ou seja, Ele é Todo-Poderoso, ninguém é inteligente, forte ou esperto o suficiente para escapar da Sua penitenciária chamada Inferno.

Não há escape. O moralista não tem desculpa: ele é culpado de pecado e em perigo do julgamento vindouro.

Existe apenas uma esperança antes de o julgamento chegar, antes que a sentença terrível seja pronunciada pelo perfeito Juiz: endireite sua situação fora do tribunal!

Acerte-se fora do tribunal. Encontre o Juiz antes de o julgamento chegar porque, depois, será tarde demais. Lance-se na misericórdia do Juiz e rogue pelo pagamento feito pela morte do Filho dEle por seus pecados como a sua única saída. Porque, conforme diz Romanos 6.23:

...o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 19/08/2001

© Copyright 2001 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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