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Laranjas ao invés de Diamantes

Laranjas ao invés de Diamantes

經過 Stephen Davey
系列: Romanos (Romans)
參考: Romans 1–16

Laranjas ao invés de Diamantes

O Perfeito Juiz – Parte 2

Romanos 2.4

Introdução

William Sangster foi um famoso pastor na Inglaterra que viveu durante o tempo em que ocorreu a tragédia com o grande navio Titanic. Em uma de suas pregações, ele contou uma história interessante de um acidente trágico que ilustra a questão das prioridades.

Uma mulher em pânico no Titanic já havia encontrado seu lugar seguro em um dos bote salva-vidas que estava prestes a ser içado de cima do Titanic para as águas do Atlântico Norte. De repente, ela pensou em algo que precisaria à luz da morte iminente. Ela pediu para sair do bote e voltar ao seu quarto para buscar algo. Os funcionários do navio lhe permitiram ir por um rápido instante. Caso ela demorasse muito, eles desceriam o bote sem ela mesmo. Ela saiu e correu pelo convés que, a essa altura, já estava inclinado em uma angulação até perigosa. Ela passou correndo pelo casino onde o chão estava coberto com pilhas e mais pilhas de dinheiro. Ela ignorou tudo isso e nem sequer se abaixou para pegar algumas notas. Ela conseguiu chegar à sua cabine e correu para dentro e foi até à estante que ficava sobre a sua cama. Nessa estante, estava a sua caixa de joias com suas joias de diamante. Ela empurrou a caixa para o lado e a caixa caiu no chão. Atrás da caixa, lá no fundo da estante, estavam cinco laranjas. Ela pegou as laranjas, voltou correndo ao bote salva-vidas e conseguiu embarcar nele novamente.

O pastor William Sangster escreveu:

A morte havia embarcado no Titanic. Simplesmente uma expiração terrível havia transformado todos os valores. Instantaneamente, coisas preciosas perderam seu valor. Coisas sem valor se tornaram preciosas. Naquele momento de vida ou morte, essa mulher preferiu laranjas ao invés de diamantes.

No livro de Romanos, Paulo descreve para nós a loucura do homem no decorrer da história que distorce as prioridades da vida e inverte o valor de tudo.

O apóstolo Paulo escreveu em Romanos 2.4:

Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?

Lembre-se:

  • O capítulo 1 explica a culpa e a pecaminosidade de pessoas imorais;
  • O capítulo 2 está no processo de descrever a culpa e a pecaminosidade de pessoas justas e moralistas;
  • O capítulo 3 contará a crônica da culpa e pecaminosidade de pessoas religiosas.

Então, fica provado que o mundo inteiro é culpado diante de um Deus santo.

E qual é a raiz do problema com os moralistas de Romanos 2? Em poucas palavras, eles estão em um barco que está afundando, mas estão colecionando diamantes ao invés de laranjas.

Definindo Valores

A fim de utilizarmos nossa metáfora, deixe-me defini-la da seguinte maneira:

Laranjas

  • Uma laranja representa as coisas que têm valor permanente de acordo com a perspectiva de Deus.

Diamantes

  • Um diamante é algo que a humanidade prefere, mas que possui apenas valor temporário.

E o que o moralista prefere – laranjas ou diamantes? Paulo responde essa pergunta ao fazer uma pergunta retórica no verso 4. Veja novamente:

Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade…?

Paulo espera a reposta: “Sim, desprezamos.”

De acordo com A. T. Robertson, um erudito do grego que viveu uma geração atrás, comentou nesse texto dizendo que o moralista, na verdade, despreza o próprio Deus.

Você já conversou com um descrente que se orgulhava de sua moralidade e reputação? Você já notou a maneira como eles falam de Deus conforme revelado nas Escrituras? “Ah, com certeza, Deus não seria tolo o suficiente para julgar o mundo. Não consigo imaginar Deus fazendo as coisas que a Bíblia diz que Ele faz. Se Deus fosse realmente Deus, Ele certamente não diria aquele tipo de coisa, nem condenaria certas coisas, nem ensinaria aquelas outras....”

Em sua arrogância, o moralista se considera, na verdade, melhor e mais sábio que Deus. Ele está, nas palavras de Paulo, desprezando Deus.

As Riquezas do Coração de Deus

Agora, no verso 4, Paulo menciona especificamente três coisas que o moralista despreza. Na verdade, são três riquezas do coração de Deus para com a humanidade em geral. Todavia, essas coisas de valor infinito, são desprezadas na busca do homem por diamantes que possuem apenas valor temporário.

O Presente da Bondade de Deus

  • O primeiro bem valoroso do tesouro do coração de Deus é o presente da bondade de Deus.

Paulo escreve: Ou desprezas a riqueza da sua bondade.

O primeiro ato

  • Os primeiros atos de bondade de Deus apareceram na criação, conforme registrado em Gênesis 1.4:

 

Disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que a luz era boa...

Pule até o verso 10: E viu Deus que isso era bom.

Novamente, no verso 12: E viu Deus que isso era bom.

A primeira ocorrência de algo bom relacionado à humanidade é na criação.

O efeito total

  • Contudo, o efeito total da bondade de Deus é contemplado por toda a criação.

Cada pessoa que passou pela vida já experimentou da bondade de Deus, quer tenha ela percebido isso ou não. Em Mateus 5.4, lemos que Deus faz a chuva cair “sobre justos e injustos.” Esse é um tipo de bondade comum a todos.

Um autor escreveu:

Ele concede tanto ao justo como ao injusto o alimento para comer, o fogo para se esquentar, água para saciar sua sede. Ele dá a nós [todos] um céu azul, um sol quente, um mato verde e belas montanhas.

Se você fosse Deus, isso seria diferente, não é mesmo? Se o seu vizinho faz piada com você porque você vai para a igreja, você se certificaria que a chuva da tarde molhasse o quintal e o jardim de todos, menos o dele. Na verdade, você faria de tudo para que a grama dele nem crescesse.

Mas Deus não faz isso. O jardim de seu vizinho é até melhor que o seu. Na verdade, os filhos dele são até mais saudáveis que seus filhos. Ele foi promovido no trabalho, não você. É a sua geladeira que quebra e o seu carro que dá problemas, não o dele.

Uma das coisas maravilhosas sobre a bondade de Deus é que ela se estende aos descrentes também!

Deus permite que eles desfrutem de relacionamentos que lhes proporcionam amor e felicidade. Ele os concede o privilégio de se alegrarem com o nascimento de um filho ou realizações na vida. Ele lhes dá um senso de valor pessoal e um conhecimento intuitivo do certo e do errado. Descrentes podem pintar e cantar e criar e inovar e inventar. Eles escrevem sinfonias, constroem prédios altos, inventam curas medicas e programas de computador e muito mais.

O descrente desfruta da vida a um ponto que nós jamais permitiríamos, caso fôssemos Deus. Essa é a graça comum de um Deus bondoso.

Davi exclamou no Salmo 107.8, dizendo:

Rendam graças ao SENHOR por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens!

Mas eles não fazem isso, não é verdade? Os homens ignoram a bondade de Deus; eles enxergam a bondade de Deus como algo já certo.

O moralista empina seu nariz para a bondade de Deus. Ele é exatamente como o homem imoral em Romanos 1.21, onde lemos:

Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças...

Agora, meus filhos estão sendo ensinados a dizer: “Muito obrigado!”

Se eles não dizem, eu chego perto deles e digo: “Como foi? Não ouvi o que você disse....”

Um pai faz esse tipo de coisa, não é mesmo?

Se eu fosse Deus, eu faria com que as pessoas dissessem: “Muito obrigado!”

  • “Muito obrigado pela chuva,” ou você não receberá mais nenhuma gosta d’água;
  • “Muito obrigado pela luz do sol,” ou sua plantação não receberá mais as vitaminas do sol;
  • “Muito obrigado pela promoção no meu emprego,” ou, “pela minha saúde....”

Se fôssemos Deus, correríamos por aí dizendo a todos: “Como foi? Não ouvi direito o que você disse!” Rendam graças ao SENHOR por sua bondade.

Talvez você tenha, na realidade, experimentado alguns dos sofrimentos de Cristo, como Ele mesmo chorou pela cidade de Jerusalém que não O amou. Talvez você experimentou a dor de dar presentes aos seus filhos ou pais no decorrer dos anos, mas eles não retribuem em amor;  talvez seja o seu cônjuge, ou amigo, ou colega de trabalho. Você faz de tudo, mas nada é suficiente e eles continuam menosprezando seus esforços. É possível que eles ainda o ridicularizem por causa daquilo que você é. Você está pessoalmente conhecendo por meio da experiência o que Filipenses 3.10 chama a comunhão dos sofrimentos de Cristo.

Elizabeth Browning foi uma mulher que escreveu muitos poemas e viveu cerca de um século atrás. Seus poemas são lidos por milhões de pessoas até aos dias de hoje. Contudo, existe um lado da história que é pouco conhecido. Ela morava com seus pais e irmãos na Inglaterra, onde ela escreveu muitos de seus poemas românticos. Quando Elizabeth conheceu seu marido, Robert, eles logo planejaram se casar, mas apenas secretamente porque Elizabeth tinha medo de seu pai que era possessivo e dominador. Até mesmo quando estava com idade avançada, ela mal conseguia se livrar dos olhos dele. O casal estava com tanto medo que eles se casaram e, por várias semanas após o casamento secreto, Elizabeth continuou morando na casa dos pais. Finalmente, o segredo foi descoberto e seus pais a deserdaram.

Agora, abandonada, ela começou a escrever cartas aos seus pais. Ela escreveu cartas todas as semanas por um período de dez anos, explicando por que ela tinha se casado secretamente. Ela pediu desculpas e suplicou pelo perdão deles, expressando seu profundo amor para com eles.

Finalmente, depois de dez anos de cartas, ela recebeu em sua caixinha dos correios uma caixa de sua mãe e seu pai. Ela ficou muito animada. Quem sabe dessa vez haveria um entendimento e reconciliação. Ela abriu a caixa e, para seu desânimo, ela viu todas as cartas que havia enviado aos seus pais – nenhuma delas havia sido aberta.

O ensino de Paulo em Romanos 2.4 é o seguinte: o descrente imoral e o descrente moralista possuem, na verdade, o mesmo coração – ambos não se preocupam nem um pouco em ter um relacionamento com Deus. Contudo, Deus ainda lhes envia o presente da luz do sol; Deus escreve cartas de amor em pétalas de flores; Ele lhes envia bondade ao raiar de cada dia.

Todavia, de acordo com Paulo, Deus é a pessoa zombada. Ele é o ignorado que ama as almas dos homens; Ele é o amoroso que é pisado juntamente com Seus presentes.

Quem precisa de Deus?!

Paulo apresenta a acusação: Ou desprezas a riqueza da sua bondade.

O moralista responde: “Sim, a bondade de Deus é uma laranjinha e preferimos diamantes em nosso bolsos.”

 

O Presente da Tolerância – A Trégua de Deus

E isso não é tudo. Paulo continua e menciona no verso 4 o que o moralista faz: Ou desprezas a riqueza da sua… tolerância …?

  • Outro presente do coração de Deus à humanidade é o da tolerância.

Esse termo aparece somente duas vezes em todo o Novo Testamento e ambas as vezes são na carta de Paulo aos Romanos. A palavra grega “anoches” vem de uma raiz que significa, “segurar.” Então, nesse verso, existe a ideia de uma demora no julgamento. Na verdade, em escritos gregos do período clássico, a palavra era usada para se referir a uma trégua.

Ou seja, Deus poderia julgar o homem imediatamente por seu pecado, mas Ele faz uma trégua temporária com o pecador. O julgamento está vindo, mas ele graciosamente o segura e o reserva para aquele dia final. Na verdade, note os versos 5 e 6 de Romanos 2:

Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento

Um dos presentes de Deus à humanidade descrente é que Ele não mata o pecador quando ele profere alguma blasfêmia. Ele não julga o homem imediatamente. Ele poderia e, na verdade, Ele já fez isso antes. O Antigo Testamento está repleto de ilustrações e mais ilustrações do julgamento imediato de deus sobre a humanidade pecadora.

Mas o que dizer de agora? De acordo com o apóstolo Paulo, existe uma trégua entre Deus e o homem e Deus, em geral, permite o homem mau continuar vivendo sem ser julgado ainda.

A maior expressão

  • Vemos a maior expressão da tolerância de Deus para com o homem mau na cruz do Calvário.

O ato de fúria desencadeado e lançado sobre o Salvador poderia ter resultado na vinda dos exércitos angelicais de Deus varrendo e destruindo todos que ousaram levantar as mãos contra Seu Filho.

Uma extensão contínua

  • Segundo, vemos uma extensão contínua da tolerância de Deus nos últimos dois mil anos de blasfêmia, perversidade e incredulidade.

E o homem interpretou errado essa trégua, identificando-a como incapacidade. Os homens pensam que Deus não pode julgá-lo e que Ele não irá julgá-los.

Em 2 Pedro 3.3-4, o apóstolo destacou especificamente o seguinte:

tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação

Em outras palavras, eles dizem: “Está certo, está certo... Já ouvimos muitas e muitas vezes que Deus irá nos julgar, mas nada tem acontecido em séculos. Deus não vai fazer nada. Na realidade, acho que nem sequer Deus existe.”

Agora continue nos versos 5 a 7 de 2 Pedro 3:

Porque, deliberadamente, esquecem que, de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da água pela palavra de Deus, pela qual veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em água. Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios.

Ou seja, um dia a trégua chegará a um final. O julgamento está sendo retardado por causa da bondade e tolerância de Deus, mas, um dia, ele virá. A trégua terminará e o julgamento virá.

Enquanto isso, o descrente imoral e o descrente moralista se beneficiam do rico presente do coração de um Deus bondoso e tolerante.

O Presente da Longanimidade

  • Finalmente, Paulo nos diz, na última parte do verso 4, sobre a riqueza da bondade, tolerância e da longanimidade de Deus.

O verso 4 diz:

Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade…?

O termo grego para “longanimidade,” é a forma composta “makrothumias.” A primeira parte da palavra é “macro,” um termo que usamos em português para nos referir a algo grande. A paciência de Deus é grande, longa; por isso, é traduzida como “longanimidade.”

Em Gênesis 6, um primeiro julgamento com agua veio sobre toda a Terra. As aguas do dilúvio afogaram todos os seres humanos do planeta, exceto aqueles que haviam aceito o convite de embarcar na arca. Noé pregou e apresentou o convite, mas eles não deram ouvidos. Eles zombaram dele e o escarneceram e recusaram a profecia do julgamento vindouro. Entretanto, Noé os convidou vezes e mais vezes seguidas para embarcar na arca.

Quanto tempo você permaneceria convidando alguém para jantar na sua casa antes de finamente desistir? Dois dias? Vinte dias? Cem dias? Deus não parou de convidar esses homens perversos por meio de Noé dois dias depois, nem vinte dias, nem cem dias, nem cento e vinte dias, mas cento e vinte anos! Deus segurou Seu convite por cento e vinte anos porque Ele é rico em paciência.

Um homem chamado Bob Ingersoll foi um ateu que viveu no início do século 19. Ele saía pelos lugares desafiando homens a debater sobre a existência de Deus. Ele era talentoso na retórica e, nos dias em que não havia televisão, as pessoas saíam nas ruas para ouvir homens como eles que davam discursos e debatiam contra a religião. No século 19, o que ele estava fazendo era algo escandaloso e ele geralmente conseguia reunir um grupo grande de pessoas. Ele se colocava sobre uma plataforma e, diante de centenas ou até milhares de pessoas, ele pegava seu relógio de bolso e dizia: “Se existe um Deus, que Ele me derrube morto no chão em trinta segundos.”

Daí, ele segurava seu relógio e contava os segundos: “Vinte e nove, vinte e oito, vinte e sete... sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um.”

As pessoas suspiravam diante da audácia desse homem. Mas, ao fim dos trinta segundos, ele ainda estava lá de pé vivo. Ele dizia: “Estão vendo, eu disse a vocês, Deus não existe... não existe nenhum Deus... Deus não existe.”

Se eu fosse Deus, no último segundo daquela contagem você ouviria apenas um: “Poof!” e esse homem viraria um monte de cinzas. Daí, com uma voz bem grave do céu eu diria: “Sim, existe um Deus.”

Hoje, milhões de homens como ele andam pelas ruas. Eles ensinam na sua sala de aula; eles moram no seu bairro; eles trabalham no mesmo lugar que você. “Não existe nenhum Deus como a Bíblia ensina. Podemos viver nossas vidas como bem quisermos. Podemos pecar e blasfemar e amaldiçoar e matar e adulterar e manipular e até oficiar no pontificado! Deus não existe!”

Além disso, o moralista diz: “Para que eu preciso de Deus? Estou em total controle da minha vida e convivendo muito bem. Deus não é necessário.”

E ele continua vivo. Por que? Porque Deus deu a esse homem o incrível presente chamado paciência.

A questão é: Deus não perde Sua paciência em trinta segundos, nem no decorrer do tempo de vida do homem, ou, melhor ainda, Ele ainda não perdeu nos últimos dois mil anos.”

O fato de Deus não julgar o pecados imediatamente não é uma prova de que Ele não possui poder para julgar; isso é uma prova de Sua paciência [a riqueza de sua longanimidade].

A Resposta do Coração do Homem

Agora, qual é a resposta do coração do homem ao coração de Deus?

Desafio

  • A primeira resposta e a resposta errada é a do desafio.

É como a pessoa que se agarra à sua bolsa de diamantes, aqueles valores temporários, mesmo quando ela está se afogando. “Não abrirei mão de meus diamantes!”

Arrependimento

  • A segunda resposta é a do arrependimento.

Eu inventei uma definição nova para arrependimento. Arrependimento significa mudar de ideia sobre laranjas!

A palavra “arrependimento” vem de um termo que significa, “mudar de ideia.” Você muda de ideia sobre a vida, sobre o pecado, sobre suas prioridades e, por fim, você muda de ideia sobre Deus. Você não mais empina seu nariz para Deus, mas O ama e O segue.

Dois tipos de arrependimento

Agora, você precisa aprender que existem dois tipos de arrependimento: a tristeza segundo o mundo e a tristeza segundo Deus.

Tristeza segundo o mundo

  • A tristeza segundo o mundo é simplesmente remorso. Esse é apenas um sentimento de se sentir mal por ter sido pego em um ato ou estar envolvido em um problema com alguém. Mas é apenas algo temporário e não produz piedade.

Tristeza segundo Deus

  • O oposto da tristeza segundo o mundo é a tristeza segundo Deus. Esse não é um remorso, mas uma reorientação da mente, coração e vontade.

Remorso é se sentir mal por ter sido pego no ato do pecado; arrependimento é se sentir mal a respeito do pecado em si. Paulo escreve em 2 Coríntios 7.9-10:

agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte.

E como Deus opera arrependimento em um descrente? Por meio da riqueza de Sua bondade. Note Romanos 2.4:

Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?

 

Uma tradução antiga diz: “A bondade de Deus está gentilmente atraindo você.”

Deus atrai você, não o obriga. Ele usa não um taco, mas escolheu usar uma cruz. E os braços do Salvador estão abertos como que dizendo: “Quem quiser vir, venha!”

Meu amigo, você despreza a riqueza da bondade e tolerância e longanimidade de Deus?

Você que é descrente, a bondade de Deus se estendeu a você hoje: mais uma vez, você está ouvindo a verdade do amor de Deus através de Jesus Cristo. Você O desafiará e desprezará Seus presentes, ou você O aceitará e se arrependerá?

Meu amigo crente, é possível ser pego em uma situação e decidir que Deus não é tão bondoso afinal, que Ele não é necessariamente bom o tempo inteiro. Nosso problema é que temos a tendência de definir a bondade de Deus à luz de semanas e meses e anos, ao invés de à luz de uma vida inteira e além desta vida.

Eu li a história recentemente sobre um crente que havia desistido de tudo em um momento de desespero, crendo que Deus não era bondoso. Sim, um crente que desistiu da bondade de Deus.

Seu nome era David Flood. Em 1921, ele e sua esposa Svea deixaram a Suécia e partiram para o coração da África. Logo que chegaram, outro casal jovem de missionários se uniu a eles e eles decidiram em qual vila trabalhariam. Contudo, quando eles chegaram, o cacique os rejeitou e não os deixou entrar na vila por medo de desagradar os deuses da tribo. Os dois casais de missionários ficaram sem opção, e tiveram que ir para os lados da montanha onde, em um declive, construíram suas cabanas. Eles oraram para um desenvolvimento espiritual ali, mas anda ocorreu. O único contato deles era um garoto que tinha autorização dos lideres da tribo para vender galinhas e ovos para os missionários duas vezes por semana. A esposa de David, Svea, decidiu que, já que esse seria o único africano que ela conheceria, ela então deveria tentar ganhá-lo para Cristo. E de fato, pouco tempo depois, ele aceitou o presente da salvação por meio da morte de Cristo na cruz. Além disso, não havia nenhum outro tipo de encorajamento.

Enquanto isso, a malária começou a afligir aqueles missionários. Logo, o outro casal decidiu que já haviam passado por dificuldades o suficiente e foram para outro local. David e Svea Flood ficaram ali sozinhos. Em meio a esses momentos de tribulação, Svea ficou gravida e, quando chegou a hora de dar à luz, os lideres da tribo permitiram que uma parteira fosse auxiliá-la. Uma garotinha chamada Aina nasceu. Mas aquilo havia exigido muito esforço físico de Svea que já estava fraca por causa da malária. Ela viveu apenas mais dezessete dias e morreu.

Daí, algo estranho aconteceu dentro de David. Ele cavou uma cova meio grosseira, enterrou sua esposa de apenas vinte e sete anos, e levou sua filha montanha abaixo para a estação missionária. Ele colocou sua filha nas mãos dos missionários e disse: “Estou voltando para a Suécia. Já perdi minha esposa e obviamente não posso cuidar desse bebê. Deus não é bom; Ele não é fiel; na verdade, Ele arruinou minha vida.”

Com isso, David virou as costas para o seu chamado e para o próprio Deus.

Dentro de oito meses, os pais adotivos de Aina morreram de malária. Ela foi passada para outro casal de missionários, os quais a levaram para os Estados Unidos e a criaram. Aina cresceu no estado da Dakota do Sul e foi para uma faculdade bíblica em Minnesota. Daí, casou-se com um homem que entrou no ministério.

Vários anos se passaram. Aina não conhecia nada sobre seu passado, separada do nome de seus pais, seu nascimento na África e sobre a morte de sua mãe. Ela nunca havia conhecido seu pai. Ela, juntamente com seu marido e família, desfrutou de um ministério bastante frutífero. O marido dela acabou se tornando o presidente de uma faculdade bíblica no estado de Washington, Estados Unidos.

Daí, um dia, uma revista religiosa apareceu em sua caixinha de correio. Ela não fazia ideia de quem havia lhe enviado aquilo e, é claro, ela não sabia ler nada em sueco. Mas, ao folhear as páginas, de repente, uma foto a deixou pasma. Lá, em uma floresta, estava uma cova com uma cruz branca e, escritas na cruz, estavam as palavras: “Svea Flood.”

Com bastante pressa, ela correu até o escritório de um dos professores da faculdade que sabia um pouco de sueco e que poderia então traduzir o artigo daquela revista. O professor traduziu em resumo: “O artigo é sobre dois missionários que há muito tempo foram para essa tribo na África... sobre o nascimento de um bebê... sobre da mãe ainda jovem... sobre um garotinho africano que foi conduzido a Cristo e como ele, depois que os missionários saíram de lá, cresceu e convenceu o líder a deixa-lo construir uma escola na aldeia... e ele conduziu todos os seus alunos a Cristo... e as crianças conduziram seus pais a Cristo... até mesmo o próprio líder da tribo se converteu... e hoje existem cerca de seiscentos crentes naquela tribo.”

Tudo isso por causa do sacrifício de David e Svea Flood.

Como presente pelos vinte e cinco anos de serviço, a faculdade bíblica deu a Aina e ao seu marido férias na Suécia onde, dentre outras coisas, ela poderia procurar por seu pai. E não foi difícil encontrar a família dele. David Flood havia se casado novamente e tido quatro filhos, mas, em amargura, ele se consumiu e recentemente havia sofrido um derrame.

Após um encontro bastante emocionante com seus meio irmãos e irmãs, Aina tocou no assunto de como desejava rever seu pai. Eles disseram: “Você pode falar com ele, apesar de estar muito doente. Mas você precisa saber de uma regra da família dele. Como ele mesmo diz: ‘Nunca mencione o nome de Deus, porque Deus não é bom; Deus tomou tudo de mim.’”

Mas Aina estava irresoluta. Ela entrou no quarto e se aproximou de seu pai. A essa altura, ele tinha setenta e três anos de idade. Ele virou-se para ela e, imediatamente, começou a chorar: “Aina, eu não quis me desfazer de você.”

“Tudo bem, papai,” ela respondeu, “Deus cuidou de mim.”

No mesmo instante, o velho fungou o nariz e parou de chorar: “Deus?! Deus se esqueceu de todos nós... Deus se esqueceu de nós.”

Ele se virou para a parede. “Papai, quero contar a você uma história verdadeira. Você não foi para a África em vão. A mamãe não morreu em vão. Aquele garotinho que vocês conduziram ao Senhor cresceu e ganhou sua aldeia inteira para Jesus Cristo. Hoje existem seiscentos africanos servindo ao Senhor porque vocês obedeceram ao chamado de Deus para as suas vidas. Papai, Deus tinha um plano com tudo. Ele não se esqueceu de você.”

Ele virou-se novamente para ela, as lagrimas encheram seus olhos e ele começou a falar. Ao final daquela tarde, a bondade de Deus o havia trazido de volta, não ao arrependimento para a salvação, mas para o arrependimento que traz restauração e comunhão.

Eventualmente, Aina e seu marido tiveram que retornar para os Estados Unidos. Poucas semanas depois, David Flood foi para o lar celestial.

Alguns anos depois, Aina e seu marido estavam em uma conferência evangelística em Londres, na Inglaterra. O superintendente da igreja nacional do Zaire deu um relatório representando 110 mil crentes batizados. Ele falou eloquentemente sobre como o evangelho havia se espalhado em seu país. Depois, Aina não se segurou e foi perguntar ao homem se ele já tinha ouvido falar em David e Svea Flood. “Sim, senhora,” ele respondeu, “quando eu era um menino, eu costumava vender galinhas e ovos para eles duas vezes por semana. Foi Svea Flood que me conduziu a Cristo.”

E ali mesmo eles se abraçaram por vários minutos. Daí, ele disse: “Você precisa vir para a África. Sua mãe é a pessoa mais famosa na história de nossa igreja.”

No tempo certo, Aina realmente foi. Ela foi recebida com muita alegria por uma multidão de moradores. Depois, ela foi levada até ao túmulo de sua mãe que ainda estava com aquela cruz com as palavras: “Svea Flood.” Ali mesmo ela se ajoelhou para orar e agradecer a um Deus bom e paciente e bondoso. Aquele líder nacional leu o verso: “Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão.”

…desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade…?

O mundo diz: “Sim, não nos preocupamos muito com isso.” Mas o crente diz: “Ah, não. Que eu jamais despreze ou subestime as riquezas da graça de Deus!”

E ele lança fora todos os diamantes de cima da estante e pega as laranjas. O mundo zomba de seus valores, mas ele segura em suas mãos tesouros que realmente importam enquanto se assenta no bote salva-vidas e encara as terríveis tempestades da vida. Ele segura em suas mãos e seu coração estas três coisas preciosas: a bondade, a tolerância e a longanimidade de nosso Deus bondoso e fiel.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 19/08/2001

© Copyright 2001 Stephen Davey

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