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O Disfarce

O Disfarce

經過 Stephen Davey
系列: Romanos (Romans)
參考: Romans 1–16

O Disfarce

Pai Abraão—Parte 2

Romanos 4.6–8

Introdução

Nos últimos meses, temos voltado nossa atenção para muitos escândalos nas vidas de pessoas e corporações proeminentes que se corromperam. Assas pessoas e empresas têm sido acusadas de fraudar registros financeiros, lavagens de dinheiro e outras coisas. Acima de tudo isso, existem as complexas e detalhadas histórias inventadas para disfarçar os escândalos. Todos estamos bastante familiarizados com isso. Sinceramente, parece que o passatempo predileto dos pecadores é buscar disfarces para o pecado.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a infidelidade e o engano de homens e mulheres casados é tão desenfreado a ponto de uma empresa ter sido criada, uma empresa chamada “A Agência para Álibi.” Essa empresa lucra dinheiro ao criar álibis para seus clientes. Um jornal recente registrou que essa empresa emite ingressos de um show de teatro para o qual você disse que ia mas não foi, imprime convites falsos para eventos sociais e de negócio que supostamente o levam a se ausentar de casa e outras coisas desse gênero. As promessas em propagandas dizem: “Podemos criar um álibi personalidade segundo suas diretrizes… nosso objetivo é dar a você paz em sua mente.”

A Estratégia do Disfarce

Então, quais são as formas mais comuns que usamos para disfarçar ou encobrir nossos pecados?

  • Primeiro, parte da estratégia do disfarce é negar, negar, negar e, daí, admitir que apenas cometemos um erro.

Um exemplo disso foi um autor americano que ganhou um prêmio por sua literatura, mas que depois foi exposto como mentiroso. Ele inventou uma cadeia de mentiras sobre sua carreira militar, suas conquistas nos campos de guerra e seus atos de heroísmo em combate. Ele dizia aos seus alunos na universidade onde ensinava que havia liderado um agrupamento em combate e que haviam completado a missão com sucesso. A verdade é que, na mesma época, ele estava ensinando história em uma escola. Ele até mentiu sobre suas conquistas esportivas nos anos de ensino médio. Quando foi pego em suas mentiras, ele disse: “Até mesmo as melhores vidas podem cometer alguns erros.”

Negar, negar, negar e, daí, quando você é finalmente pego, admite que apenas cometeu um erro.

Segundo uma pesquisa recente, aproximadamente 60% dos profissionais empresários admitiram anonimamente que exageram de alguma forma seus currículos. Se pegos, eles diriam: “Ah, fiz uma má escolha,” ou, “Cometi um erro.”

Não haveria menção alguma a “engano” ou “mentira.”

  • Outro elemento na estratégia do disfarce é negar, negar, negar e, daí, culpar outra pessoa.

Essa estratégia, meu amigo, começou lá na época em que o primeiro homem e a primeira mulher a andar na terra pecaram. Quando Deus veio questioná-los e expor o pecado deles, Adão deu a primeira desculpa registrada na história humana: “Foi culpa da mulher.”

Entretanto, a tragédia foi não somente que Adão culpou sua esposa, a tragédia ainda maio foi que Adão sugeriu que a culpa era, no fundo, de Deus. Acompanhe a leitura de Gênesis 3.12:

Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.

Ou seja, “Se o Senhor não tivesse me dado essa mulher, eu não teria pecado.”

Daí, Deus olhou para Eva e disse, com efeito: “Certo, Eva, vamos ver se você consegue admitir que é pecadora.” Então, Ele disse a ela no verso 13: Que é isso que fizeste?

Mesmo aí, Eva culpou a serpente. E essa linha de defesa ainda é popular em nossos dias hoje: “Foi diabo que me levou a fazer isso.”

Essa também foi uma acusação implícita contra Deus porque foi Deus quem criou a serpente. Deus criou Satanás que estava dentro do corpo da serpente. Então, no final, a culpa é de Deus.

Jamais culparíamos Deus pelo nosso pecado, não é? “Deus, se o Senhor não tivesse me criado desse jeito, não fracassaria tanto nessa área,” ou, “Deus, se o Senhor tivesse cuidado dessa situação ou dessa necessidade, eu não teria que ter tomado minhas próprias providências.” Essa é simplesmente outra forma de dizer: “Senhor, a culpa é Sua!”

Negar, negar, negar e, daí, culpar outra pessoa.

Cal Thomas escreveu:

Ninguém é mais responsável por nada mais? Aparentemente não…somos todos vítimas agora e tudo de ruim que ocorre…é culpa de outra pessoa.

Thomas cita vários casos legais, incluindo o de um homem que recebeu a ordem para cortar uma árvore doente e bichada em seu quintal porque ela representava uma ameaça aos fios de eletricidade e ao trânsito. Então, esse homem estacionou seu carro debaixo da árvore, colocou uma escada em cima do carro e começou a serrar a árvore. Daí, um dos galhos caiu e o derrubou da escada e ele acabou se machucando. Por isso, ele processou a cidade—foi culpa da prefeitura [não era culpa dele que não sabia como cortar a árvore, a culpa era da cidade].

Esse caso me lembrou de um sobre o qual li vários anos atrás. Foi uma menina de ensino médio que quis entrar para o time de futebol americano da escola. A diretoria da escola achou melhor permitir que ela entrasse para o time para que ela não processasse a escola. Na primeira disputa de bola, ela se machucou. E ainda assim, ela processou a escola em mais de um milhão de dólares. Ela e seus pais argumentaram que ninguém havia, “alertando-a a respeito do perigo físico envolvido no esporte.” Ela não sabia que poderia se machucar jogando futebol americano.

Talvez o caso mais inacreditável que li há muito tempo foi o de um senhor de cinquenta e seis anos que morava em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Ele estava processando vários restaurantes, argumentando que todos eles contribuíam para seu excesso de peso, que foi a causa de seu ataque cardíaco. Segundo esse homem, os restaurantes fast-food criavam um vício, um desejo mais forte que seu autocontrole. Então, ele começou a processar vários desses restaurantes, inclusive o McDonald’s e o Burger King, além de vários outros, uma vez que eles haviam causado seu ataque cardíaco por causa de tanta comida nociva ao organismo [a propósito, nem mencione o fato de que todos esses restaurantes também servem saladas. Evidentemente, ele ficou viciado em bacon, queijo, hambúrguer e refrigerante]. Mas, nada disso era culpa dele.

Negar, negar, negar e, daí, admitir o mínimo, ou talvez encontrar outra pessoa para culpar por seus vícios, ganância, frustrações, perversões e, em geral, pelo seu comportamento pecaminoso.

  • Outra maneira de se encobrir o pecado , e é algo que temos ouvido com mais e mais frequência, é a pessoa admitir o pecado, mas negar que é uma pessoa má. “Sim, eu fiz algo terrível, mas não sou uma pessoa terrível.”

Alguns meses atrás um jornal trouxe a reportagem que um homem enfurecido entrou em um restaurante carregando quatro armas. Ele abriu fogo, matando duas pessoas e ferindo outras dezesseis. Em seu julgamento, ele não demonstrou arrependimento algum. Quando seu advogado perguntou se ele sentia remorso, ele disse:

Por mais irônico que soe, eu sou uma pessoa fervorosa e generosa. Gosto de pensar que sou uma pessoa boa. Não sou o tipo de pessoa que fere alguém que não tenha antes me provocado.

Esse homem estava ignorando o fato de que ele tinha ferido e incapacitado pessoas que ele não conhecia.

Então, essa forma de disfarçar ou encobrir o pecado diz: “Fiz algo terrível, mas não sou uma pessoa terrível.”

  • Existe ainda outra forma de se encobrir ou disfarçar o comportamento pecaminoso. Essa estratégia tem se tornado a mais comum de todas. Nesse disfarce de pecado, quando você é pego, você simplesmente diz que o pecado não é algo pecaminoso.

Negar, negar, negar e, daí, dizer que aquilo não é tão ruim assim. Na realidade, nem negue o que fez, apenas aplauda; apoie; afirme que esse é o estilo de vida a seguir. Vista o pecado e o mal como símbolos de honra.

O exemplo clássico disso é a comunidade homossexual. Eles realizam seu evento anual do “orgulho gay” e fazem desfiles em seu mês do “orgulho gay.” E nesse orgulho, eles dizem que perversão sexual entre homens e entre mulheres não é pecaminoso—isso é um motivo de se orgulhar.

Esse método redefine a moral do certo e o errado em uma tentativa de calar a culpa do pecado e da dor da consciência culpada.

Judith Brandt escreveu um livro que tem por subtítulo, Seu Guia para Infidelidade e Etiqueta Fora do Matrimônio, e esse livro tem sido alvo de muitas análises e opiniões. Ela disse em uma entrevista:

Se você conduz seu esquema de maneira discreta [ou seja, se você não é flagrado em sua infidelidade] e continua a cuida de sua esposa e filhos [ou seja, se você põe comida à mesa e roupas no corpo deles e age como se realmente os amasse e se importasse com eles], então, não existe motivo algum para sentir culpa.

Em outras palavras, você não fez nada de errado. Você pode, na verdade, ser um fornicador em secreto; você pode usar a devida etiqueta enquanto destrói a vida de outra pessoa juntamente com a sua própria. Essa mulher continuou e até mesmo disse nessa entrevista que adultério pode prover alguns benefícios a curto prazo.

Em Romanos 1, Paulo já descreveu a atrocidade desse tipo de disfarce. Na verdade, ele diz que esse é o pior de todos. Ele afirma, com efeito, que a lama da depravação, o fundo do esgoto do pecado é quando a pessoa, ou a sociedade como um todo, não somente comete pecados, mas aprova o pecado e aplaude o comportamento pecaminoso dos outros.

Ele escreve em Romanos 1.32:

…não somente as fazem [esses atos pecaminosos], mas também aprovam os que assim procedem.

Ele diz que esse é o último degrau da escada ao descer no poço da depravação.

Ouça a advertência que um homem do passado deu a respeito das gerações futuras. Ele disse:

[A força da nação] jaz na sensibilidade pública ao mal. Nosso grande perigo não é um exército invasor… nosso maior perigo… é a tolerância pública do comportamento vergonhoso.

Em outras palavras, o maior perigo que uma cultura encara é disfarçar ou encobrir o pecado. O pecado é disfarçado ou encoberto ao:

  • dizer que fez uma escolha infeliz;
  • culpar outra pessoa;
  • dizer que você não é uma pessoa tal mau assim; ou
  • pior de tudo, dizer que o mal não é tão mal.

A verdade é que a humanidade tem estado envolvida no esquema de disfarce do pecado desde que o pecado invadiu a experiência humana.

O Rei Davi: O Mestre do Disfarce—Uma Ilustração da Salvação como Um Presente de Deus

Agora, em uma tentativa de mostrar a terrível depravação da mente e do coração humanos; a fim de revelar que a salvação é um presente da graça de Deus, Paulo usou em Romanos 4 a ilustração de Abraão, o grande patriarca do povo judeu. Abraão foi um antigo pagão que Deus escolheu, mas um homem que tinha sérias dificuldades em dizer a verdade.

Após ilustrar a graça salvífica de Deus na vida desse famoso patriarca, Paulo irá agora ilustrar a graça de um Deus perdoado na vida de um famoso monarca. Se Abraão foi o amado patriarca, e ele foi, então Davi foi o monarca amado. Todavia, apesar de Davi ser grandioso e amado, ele era ainda um maior pecador. O rei Davi era mestre no jogo de disfarces.

Por esse motivo, Paulo usa Davi como uma ilustração, juntamente com Abraão, para mostrar que Deus justifica homens e mulheres independentemente das obras. Note o que Paulo escreve em Romanos 4.6:

E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras:

Em outras palavras, Davi viveu uma vida tão pecaminosa em certos momentos que deveria ficar evidente a todos que Deus justificou Davi independente da forma como ele viveu.

Para o leitor judeu, Paulo estava abrindo uma ferida ao inserir Davi nesse contexto. O judeu, assim como todas as demais pessoas, queria não somente encobrir seus próprios pecados, mas especialmente os pecados de seus antepassados. Acima de tudo, o judeu desejava encobrir os pecados de Davi. A Bíblia, entretanto, é incansável em sua exposição de pecados que buscam ser disfarçados ou encobertos.

A fim de apreciarmos bem esse texto, ou seja, as palavras de Davi que Paulo cita em Romanos 4, precisamos voltar no tempo ao que é, talvez, o disfarce mais famoso da Bíblia. Veja 2 Samuel 11 que explica o contexto. Note os versos 1 a 4:

Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus servos, com ele, e a todo o Israel, que destruíram os filhos de Amom e sitiaram Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém. Uma tarde, levantou-se Davi do seu leito e andava passeando no terraço da casa real; daí viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui formosa. Davi mandou perguntar quem era. Disseram-lhe: É Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu.

(Deus está se certificando de que os servos falem a Davi que ela é uma mulher casada. Isso deveria tê-lo detido. Continue no verso 4).

Então, enviou Davi mensageiros que a trouxessem; ela veio, e ele se deitou com ela. Tendo-se ela purificado da sua imundícia, voltou para sua casa.

Uma noite e pronto. A Bíblia não nos informa se essa união de Davi com Bate-Seba foi alguma coerção por parte do rei Davi, ou se houve suborno e intimidação, ou se foi um estupro cruel. Simplesmente somos informados de que ela veio e voltou para casa, sugerindo que Davi deseja voltar à sua vida cotidiana.

Mas, não tão rápido. Continue no verso 5: A mulher concebeu e mandou dizer a Davi: Estou grávida.

Nesse ponto, Davi tem uma escolha. Ele pode confessar seu pecado e fazer o que for necessário para aceitar as consequências desse pecado, ou tentar disfarçar e encobrir seu pecado.

Quatro passos no disfarce do pecado de Davi

E Davi escolhe disfarçar e encobrir seu pecado. E para isso, ele dá quatro passos.

  • O primeiro passo foi retirar o marido de Bate-Seba da guerra e trazê-lo para casa.

Davi fará de tudo para que o marido de Bate-Seba, Urias, passe o final de semana em casa com sua esposa para que a gravidez dela seja atribuída a Urias. Veja os versos 6 a 10:

Então, enviou Davi mensageiros a Joabe, dizendo: Manda-me Urias, o heteu. Joabe enviou Urias a Davi. Vindo, pois, Urias a Davi, perguntou este como passava Joabe, como se achava o povo e como ia a guerra. Depois, disse Davi a Urias: Desce a tua casa e lava os pés.

(Essa é a forma de o Antigo Testamento dizer: “Tire o final de semana para relaxar!” Continue nos versos 8 a 10).

Saindo Urias da casa real, logo se lhe seguiu um presente do rei. Porém Urias se deitou à porta da casa real, com todos os servos do seu senhor, e não desceu para sua casa. Fizeram-no saber a Davi, dizendo: Urias não desceu a sua casa. Então, disse Davi a Urias: Não vens tu de uma jornada? Por que não desceste a tua casa?

Urias, a propósito, dá um lembrete corajoso ao rei Davi. Na verdade, alguns comentaristas acreditam que Urias sabia que algo estava acontecendo, que toda aquela atenção era muito suspeita e apontava para o óbvio. Não podemos ter tanta certeza. Veja o verso 11:

Respondeu Urias a Davi: A arca, Israel e Judá ficam em tendas; Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados ao ar livre; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber e para me deitar com minha mulher? Tão certo como tu vives e como vive a tua alma, não farei tal coisa.

  • Então, Davi avança para o segundo passo: embebedar o marido de Bate-Seba e enviá-lo para casa.

Veja o verso 13:

Davi o convidou, e comeu e bebeu diante dele, e o embebedou; à tarde, saiu Urias a deitar-se na sua cama, com os servos de seu senhor; porém não desceu a sua casa.

Quando lemos essa passagem, começamos a sentir o pânico de Davi. Esse homem simplesmente não vai para a casa dele! E, se ele não for, não demorará muito para ele descobrir que ela engravidou e ele não é o pai. Ele tem estado no campo de batalha há meses e ainda existem vários meses pela frente. Ele irá saber que foi outro homem.

A propósito, fica claro, agora, para o leitor que Davi compartilhou com Bate-Seba seu plano e ela se juntou a ele nesse disfarce. Por que não dizer ao marido dela que foi Davi? Por que não dizer a verdade? Agora, ela está no processo de enganar seu marido.

  • Daí, o terceiro passo do disfarce é garantir que Urias nunca volte para sua casa.

Veja os versos 14 e 15:

Pela manhã, Davi escreveu uma carta a Joabe e lha mandou por mão de Urias. Escreveu na carta, dizendo: Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e deixai-o sozinho, para que seja ferido e morra.

Pule para o verso 17:

Saindo os homens da cidade e pelejando com Joabe, caíram alguns do povo, dos servos de Davi; e morreu também Urias, o heteu.

Um dos detalhes desconhecidos nesse engano trágico e, agora, conspiração de assassinato, é que Urias era um dos soldados mais leais de Davi. Na verdade, se você observar a história de Urias, descobrirá que ele se uniu a Davi mesmo antes de Davi se tornar rei. Ele se juntou a Davi na caverna de Adulão. Urnas estava entre os primeiros trinta e seis homens que juraram lealdade a Davi. Ele estava com Davi no campo; ele sofreu com Davi quando Davi não pôde oferecer nada a ele, exceto a promessa de um reino futuro; ele lutou lado a lado com Davi; ele entrou em Jerusalém com seu rei glorioso.

Agora, Urias, esse amigo confiável, seria traído e morto como resultado do disfarce do pecado de Davi. Deixe-me oferecer a você um princípio a esse respeito:

Encobrir o pecado, ao invés de confessá-lo, irá apenas multiplicar sua devastação quando ele for descoberto.

Existe a devastação na vida do marido que não sabia. Existe a esposa cuja vida foi despedaçada ao descobrir o segredo do marido. Existem os filhos cuja confiança no pai ou mãe é destruída. Vidas são despedaçadas quando aquela revista é encontrada ou aquele número de telefone é descoberto.

Vamos chamar isso daquilo que realmente é—é pecado e ninguém é culpado além do pecador. Não existe nada de etiqueta para adultério; não existe pecado secreto. E na vida de Davi e Bate-Seba, o que vemos é a traição de um homem que amava ambos.

Charles Swindoll escreveu uma história em um de seus livros. É a trágica história de um casal que havia estado casado há vinte e cinco anos. Eles já tinham três filhos adultos que os amavam demais. Eles tinham sido abençoados com bons recursos financeiros, de maneira tal que eles já estavam planejando a aposentadoria em uma casa próxima a um lago. Eles começaram a busca por uma casa e viram uma em frente a um lago que estava à venda por um viúvo. Eles gostaram da casa. Então, voltaram para casa para planejar e pensar.

Daí, de repente, essa esposa e mãe disse ao seu marido que queria se divorciar dele. Ele ficou sem reação. Daí, irado, disse: “Como você pode sequer pensar nessa ideia? Estamos casados já há vinte e cinco anos e agora procurando uma casa para nos aposentar. Como você pôde esquematizar isso em sua mente?”

Ela disse que não tinha planejado nada, mas que tinha sido algo recente. E ele perguntou: “Quem?” Ela disse a ele que era o dono da casa do lago, o viúvo. Sem querer, ela tinha se encontrado com ele depois de ter visto sua casa, semanas depois de ela haver conversado com ele sobre a compra da casa. Eles almoçaram juntos. E aquele almoço levou a outro almoço, e a outro… Ela disse ao marido que agora estava apaixonada por esse homem e que não iria voltar atrás. Nem sequer seus filhos adultos, que odiavam aquilo, conseguiram convencê-la a desistir da loucura.

Chegou o dia quando ela o deixaria e o marido estava saindo da cozinha para a garagem. Ele parou, olhou para ela e disse: “Acho que esta é a última vez.”

A voz dele se perdeu em soluços. Ela ficou meio sem graça, apressou-se para pegar suas coisas, entrou em seu carro e foi se encontrar com o outro homem. Duas semanas depois de ter se mudado, o seu novo homem teve um ataque cardíaca. Esse seu novo amante resistiu por algumas horas antes de morrer.

Em apenas duas semanas, diversas áreas de suas vidas foram destruídas permanentemente. Confiança foi destruída; o futuro era incerto; a ideia de serem avós estava coberta de culpa; o potencial para reconciliação havia se tornado uma história de dor e sofrimento terríveis.

  • Mas Davi ainda não terminou com seu disfarce. Ele dá outro passo nessa sua conspiração. Bate-testa está tão envolvida quanto ele; ela é tão culpada quanto Davi. O quarto passo que Davi dá em seu esquema se encontra no verso 27: ele se casa com Bate-Seba.

Veja o verso 27:

Passado o luto, Davi mandou buscá-la e a trouxe para o palácio; tornou-se ela sua mulher e lhe deu à luz um filho…

O capim da cova de Urias nem tinha crescido ainda. Você consegue imaginar Davi durante o velório de Urias, seu fiel soldado, fazendo um discurso para o seu amigo de confiança? E, como se não bastasse, tudo indica que Davi irá escapar com esse assassinato.

 

O disfarce de Davi é descoberto

Mas, Davi tem ignorado Deus. Veja a última parte do verso 27: Porém isto que Davi fizera foi mau aos olhos do SENHOR.

Meu amigo, nesse disfarce de Davi, e no nosso, temos a tendência de nos esquecer da presença de Deus. Nós nos envolvemos tanto em nosso pecado que olhamos para um lado, olhamos para outro, e nos esquecemos de olhar para cima.

Agora, sinceramente, não sei até que ponto esse pecado de Davi era um segredo. Existe um ano entre os capítulos 11 e 12 de 2 Samuel. Um comentarista sugere que os fofoqueiros do palácio estão abrindo a boca e provavelmente dizendo: “Davi escapou com esse pecado.”

Mas, no decorrer daquele ano, um profeta de Deus chamado Natã ficou observando e ouvindo. Ele também esteve elaborando uma história, mas sob a inspiração de Deus. Daí, ele vai até Davi, como lemos no capítulo 12. Deixe-me parafrasear a passagem para você.

Natã conta a seguinte história a Davi. “Davi, existia um homem que era dono de muito gado e grande rebanho. Ele era rico. E havia um homem pobre dono apenas de uma ovelha. Seus filhos brincavam com ela. Ela começa das migalhas de sua mesa. Eles amavam demais essa ovelhinha. Daí, um dia, o homem rico recebeu visitas e quis comer uma ovelha assada. Mas ele não queria matar uma de suas ovelhas e viu que o homem pobre tinha uma. Ele tomou a ovelha do homem pobre, matou e serviu para os seus convidados.”

Davi se levanta de seu trono e diz em fúria: “Esse homem merece morrer!”

É interessante que Davi tenha dito isso, uma vez que a Lei judaica exigia apenas a restituição, não a morte! Mas Davi diz: “Ele merece morrer!”

O que o homem rico roubou? Uma ovelha. O que Davi roubou? Uma esposa.

Daí, Natã, talvez depois de uma pausa longa para deixar as palavras de Davi ecoarem pelas paredes do palácio, aponta o seu dedo para Davi e diz no verso 7: Tu és o homem.

De repente, Davi é exposto! Seu disfarce é descoberto. Davi é culpado de cobiça, adultério, mentira e assassinato.

Conclusão

Paulo usa Davi em Romanos 4 porque o caso de Davi é sem esperança, como também é o caso de toda a humanidade. Conforme Romanos 3.23 afirma: pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.

Em Romanos 4, Paulo diz, com efeito, que Davi é uma das maiores evidências de Deus de que a salvação é um presente. A salvação não é dada a pessoas perfeitas, mas a pecadores terríveis—pecadores que acabam com o disfarce e confessam.

Posteriormente, Davi escreveu um cântico, o Salmo 32, o qual Paulo cita em Romanos 4. Ouça o que Davi diz sobre sua vida naqueles dias de engano e disfarce. Veja os versos 3 a 5 do Salmo 32:

Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado.

Agora, em Romanos 4.7, Paulo empresta essas linhas que Davi escreveu nesse Salmo. É uma poesia que fala a respeito de um homem que acabou com o disfarce e confessou completamente seu pecado.

Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos;

A propósito, a palavra “cobertos” é uma verdade maravilhosa do Antigo Testamento, mas um princípio que permanece até hoje—não espere Deus cobrir aquilo que você não deseja que seja descoberto. Continue no verso 8 onde Paulo cita ainda o salmo de Davi:

bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado.

Não existe mais disfarce. Existe, ao invés disso, alegria que vem de uma confissão verdadeira.

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 25/08/2002

© Copyright 2002 Stephen Davey

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