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Começa A Luta

Começa A Luta

經過 Stephen Davey
系列: Romanos (Romans)
參考: Romans 1–16

Começa A Luta

A Guerra Interior—Parte 2

Romanos 7.14–17

Introdução

O parágrafo que iremos estudar hoje é uma das passagens mais necessárias para a nossa geração de hoje.

A Guerra Interior… em Quem?

Como você luta contra o pecado? Será que um crente verdadeiro peca? O que você faz com o fracasso? Como você lida com o princípio do pecado que parece sobreviver e tornar tão difícil a vida do crente? Como conseguir vitória em sua vida cristã?

Perguntas como essas são o motivo por que intitulamos essa mensagem de “Começa a Luta.” O próximo parágrafo de Romanos 7 não passa de uma exposição da batalha na mente, no coração, nas emoções e na vontade do crente. Ao dizer isso, acabei de dar uma dica sobre minha perspectiva sobre essa passagem—“o crente.”

Acontece que existe uma controvérsia sobre essa passagem a respeito de quem exatamente Paulo está falando aqui. Não é uma discussão pequena sobre uma interpretação. Na verdade, é a coisa mais importante a se decidir antes de começar um estudo nesse texto. A nossa decisão sobre a quem Paulo se refere nessa passagem irá fazer toda a diferença no mundo não somente em nossa interpretação do texto, mas também na aplicação do texto.

Sobre quem Paulo está falando, ao dizer em Romanos 7:

  • verso 14—vendido à escravidão do pecado.
  • verso 18—Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum.
  • verso 21—ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.

Se Paulo está falando sobre o descrente, então isso fará grande diferença na maneira como você interpreta e aplica esse texto. Se Paulo está falando sobre o crente, isso terá grandes implicações também.

Sobre quem Paulo está falando aqui?

Seis Interpretações Mais Proeminentes sobre a Quem Paulo se Refere

Existem seis interpretações mais comuns e proeminentes que lidam com a questão de a quem Paulo se refere nesse texto de Romanos 7. Existem mais de seis interpretações, mas essas são as perspectivas mais importantes a serem mencionadas.

  • A primeira perspectiva é a de que Paulo se refere a outra pessoa, não a si mesmo.

Com certeza, Paulo não pode estar falando sobre si mesmo! Paulo é um crente vitorioso, não é? Ele disse que devemos imitá-lo na maneira como ele segue o Senhor, não é verdade? Como poderia Paulo estar tão distraído e fraco a ponto de dizer a si mesmo, como disse no verso 19: Porque não faço o bem que prefiro.

O problema com essa perspectiva é que, começando no verso 7, Paulo usa pronomes pessoais. Ele se refere a si mesmo vez após vez usando pronomes como “eu” e “meu.” Na verdade, na parte inicial do capítulo 7, Paulo usou claramente “nós” e “nos,” mas, agora, Paulo começa a falar sobre si mesmo. E essa agonia chega a seu clímax no verso 24, quando ele clama: Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?

  • A segunda perspectiva é a de que Paulo se refere a um descrente.

Existe muita conversa aqui sobre servidão ou escravidão ao pecado. A frase no verso 14, que diz: “…vendido à escravidão do pecado,” tem que ser uma referência ao descrente, não é mesmo? Paulo mesmo não disse em Romanos 6:

  • verso 6—e não sirvamos o pecado como escravos;
  • verso 7—porquanto quem morreu está justificado do pecado.
  • verso 18—e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.

É claro que essa passagem de Romanos 7 está se referindo ao descrente e não a Paulo ou outros crentes. A pessoa em foco aqui, conforme o verso 14, está vendido à escravidão do pecado.

O que precisamos entender é que a ênfase no capítulo 6 é na nova criação, na nova natureza, na nova identidade, na nova pessoa em Cristo. Em Cristo e por meio da identificação com Ele, fomos libertados do domínio do pecado.

Estamos livres da penalidade do pecado, que é o julgamento. Estamos livres do poder do pecado, que é o que produz desespero. Não temos mais que pecar. Essa é a nossa posição.

A passagem de Romanos 7 não está lidando com nossa posição nos céus, mas lida com nossa experiência na terra. Estamos livres da penalidade do pecado, mas não estamos livres da presença do pecado pela tentação. Estamos livres do poder do pecado, mas não estamos livres da possibilidade de pecarmos por meio do fracasso.

Deixe-me lembrá-lo que, em meio a tudo o que Paulo disse sobre o crente no capítulo 6, ele nunca disse que não teríamos que lutar contra o pecado. O verso 12 sugere isso, quando Paulo dá a ordem:

Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões;

O que é verdade sobre o crente em sua posição (estamos livres da penalidade e do poder do pecado), pode ainda não ser verdade em sua prática (podemos cair na presença e possibilidade do pecado). Note o verso 19 de Romanos 6:

Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.

Ele escreve isso porque existe a possibilidade de fazermos um ou outro.

Creio que ele se refere de volta a esse pensamento em Romanos 7.14:

Porque bem sabemos que a lei é espiritual (ou seja, ela é santa e justa e boa), eu, todavia, sou carnal (ou, sarkinos no grego, que significa, “feito de carne”) vendido à escravidão do pecado.

Em outras palavras, por um lado, temos a santidade do padrão de Deus e, por outro lado, temos a fraqueza da carne que possui essa dinâmica interna do pecado que luta contra a dinâmica interna do Espírito. Podemos ser escravos de um novo mestre, mas ainda vivemos em território inimigo; vivemos atrás das linhas inimigas.

Você quer saber como eu sei que Paulo está não se referindo a um descrente? Porque um descrente nunca confessa, como no verso 16, que o padrão de santidade de Deus é bom. Ele nunca diria, conforme o verso 22, que ele, com grande alegria, concorda com o padrão da lei de Deus. Um descrente não quer nem saber da lei de Deus. Um descrente jamais diz, como no verso 18: Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum.

Não, o descrente diz: “Você não sabe como eu sou uma pessoa boa… se você me conhecesse, você jamais diria que um dia irei para o inferno. Na verdade, Deus me conhece muito bem, Ele sabe que sou um cara decente!”

O descrente nunca concordará com a lei de Deus que diz, conforme Romanos 3.10: Não há um justo, nem um sequer.

A lei de Deus diz, conforme Romanos 3.23: Porque todos pecaram e carecem da glória de Deus.

O descrente nunca diz: “Odeio o pecado.” Paulo diz no final do verso 15 de Romanos 7: pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto.

O descrente não detesta o pecado, ele busca o pecado; ele planeja o pecado; ele orquestra o pecado; ele economiza seu dinheiro para comprar o pecado; ele encoraja o pecado. ele aplaude o pecado. O que ele detesta são as consequências do pecado; ele odeia ser pego em pecado; ele detesta o tumulto e a dissolução dos relacionamentos por causa do pecado; ele detesta a doença sexual causada pelo pecado; ele odeia as penalidades e punições do pecado no mundo civil. Contudo, ele não detesta o pecado.

Somente o crente detesta o pecado. Somente o crente odeia ofender a Deus e desonrar o nome dEle. Somente o crente percebe a podridão do pecado. Somente o crente, ao fracassar em tentar seguir o padrão santo da lei de Deus, ainda diz como Davi disse no Salmo 119.97: Quanto amo a tua lei!

Sobre quem Paulo está falando aqui, então?

  • Uma terceira perspectiva é a de que Paulo se refere ao crente imaturo ou carnal.

Sinceramente, essa é a perspectiva mais perigosa até agora. Se Paulo está escrevendo sobre o crente imaturo ou carnal, então, todos nós “escapamos” desse texto. Isso significaria que, se pecamos, um dia cresceremos e amadureceremos e não pecaremos mais.

As pessoas que defendem essa interpretação advogam a perspectiva de que existe permissão para pecar. Eles dizem: “Sou crente há pouco tempo,” ou, “Sou crente, mas nunca tive que lidar com esse pecado em particular antes, então, pare de me culpar,” ou, “Ainda não amadureci o suficiente para lidar com esse pecado,” ou, “Tenho carta-branca para esse pecado, então, posso fazer isso… o meu discipulador disse que não tem problema porque ainda não cresci na fé,” ou, “Deixe-me em paz!”

Não sei dizer a você quantos crentes andam por aí dizendo: “Você não pode me culpar, sou um daqueles crentes mais fracos.” Então, quando você vai crescer? Quando você vai começar a ser o crente mais forte?

Essa visão do crente imaturo ou carnal esconde o pecado por detrás da desculpa da imaturidade. E, se essa passagem se refere a esse tipo de crente, então, todos possuem carta-branca para pecar e dizer: “Sou um crente fraco.”

Sim, Paulo diz que você é fraco, mas ele não dá desculpas para essa fraqueza.

Você pode dizer: “Mas, com certeza, esse texto se refere ao crente carnal.” Eles argumentam baseado no verso 14:

Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal [sarkinos], vendido à escravidão do pecado.

No idioma grego, existe o artigo definido antes da palavra “pecado,” de forma que transmite a ideia de “estar vendido ao princípio do pecado.” Paulo está dizendo: “Enquanto a lei é composta de uma verdade espiritual, eu sou composto da carne de Adão, ou carne, a qual ainda abriga o princípio do pecado.”

Paulo não está dizendo que ele ainda está preso a pecados no plural, a pecados individuais. Ele diz que ainda está preso ao princípio ou natureza do pecado porque ele permanece na carne da raça caída de Adão. Então, apesar de Paulo e todos os demais crentes terem recebido uma nova natureza em Cristo, ainda lutamos contra a carne que coopera com a fascinação do pecado.

Será que Paulo está escrevendo sobre o crente imaturo, ou será que ele está escrevendo sobre todos os crentes, incluindo si mesmo? Se você observar essa passagem mais cuidadosamente, você não encontra o vocabulário de um crente caído e fracassado. O crente imaturo não sente a profunda agonia por causa do pecado expressa nesses versos. Um crente fracassado não se alegra sobremaneira na lei de Deus conforme vemos no verso 22. Essa é uma evidência de maturidade, não de imaturidade.

Um crente que busca desculpar para seu pecado não se regozija na bondade, justiça e santidade da lei que o acusa de violar o caráter bom, justo e santo de Deus. Essa é uma atitude de maturidade!

  • Uma quarta perspectiva é a de que Paulo se refere a si mesmo antes da salvação.

Os tempos verbais mudam de aoristo para imperfeito (que se refere ao passado) e depois para o presente. Na primeira parte do capítulo, Paulo escreve: “Estávamos… ou estáveis.” Agora, nessa parte, o tempo verbal muda para o presente, “Eu faço, eu me alegro, eu encontro, eu sou.” Ele não está mais usando “era,” mas “sou”! Em outras palavras, Paulo não está escrevendo sobre sua experiência passada, mas sobre sua experiência presente.

John Walvoord escreveu: “Paulo descreve seu conflito presente como crente que possui o pecado dentro de si e os constantes esforços do pecado para tentar controlar sua vida.”

  • Uma quinta perspectiva é a de que Paulo se refere a si mesmo, mas antes de amadurecer em sua caminhada cristã.

Novamente, essa não é o tipo de linguagem de um crente imaturo. Se você perguntar a um crente imaturo como ele está indo em sua caminhada cristã, ele dirá: “Estou indo bem!”

Se você perguntar a um crente maduro como ele está indo em sua caminhada cristã, ele dirá: “Estou ciente de que ainda tenho muito caminho pela frente. Sou muito diferente de Cristo; você nem imagina!”

Parte do problema na igreja é que o crente imaturo pega logo o microfone na frente de todos em uma sala ou em um estudo bíblico e diz como ele é santo. Daí, enquanto ele está falando, o crente maduro fica lá sentado com a boca fechada, sabendo de suas próprias falhas e de seus constantes pecados e batalhas diárias, ciente de que a última coisa que ele deseja fazer é se orgulhar de suas conquistas pessoais ou de suas vitórias espirituais.

Quando Paulo escreveu isso, ele escreveu com o fervor do tempo presente: “Estou em uma luta neste exato momento!” E, quando ele escreveu essa carta, Paulo já vinha sendo um crente há vinte e cinco anos.

  • Uma sexta e última perspectiva é a de que Paulo se refere a si mesmo como um crente compromissado e em constante crescimento!

Você pode dizer: “Espere um momento! Com certeza, essa não é a experiência de Paulo, nem de outro crente qualquer que vive no Espírito em submissão a Deus. Pessoas assim não batalham com o pecado como esse parágrafo aqui indica.”

Você já conheceu um grande crente? Você ficaria surpreso em saber que eles lutaram com as mesmas coisas que hoje você luta? Você andou lendo a biografia de um crente piedoso esses dias? Spurgeon lutou com a depressão e Lutero com seu temperamento.

Depois que eu contei a minha história de como fiquei preso em um hotel numa cidadezinha do interior, de como fiquei frustrado e bravo com o taxista que queria me explorar, recebi muitos e-mails e cartas de agradecimento como nunca antes. Creio que essa minha experiência foi a coisa mais encorajadora que disse nos últimos cinco anos. Por que? Porque, como muitas pessoas disseram, um líder espiritual revelou seu um companheiro de lutas dos seus liderados, dando assim esperança aos demais crentes.

Eu me lembro de passar um tempo conversando com o Dr. John Walvoord, antigo professor no Seminário Teológico de Dallas, nos Estados Unidos. Numa tarde, quando estava levando-o ao aeroporto, ele me disse: “Eu quero apenas terminar bem.” Lembro ainda do fervor em sua voz e da determinação em seu rosto.

Lembro-me também de outro pregador que veio pregar em nossa igreja. Depois do culto à noite, fomos jantar em um restaurante. Ele era um gigante na fé com o qual me admirava e estava com seus setenta e poucos anos. Nós o chamávamos de “Moisés”—mas claro que não na frente dele. Depois do culto, quis levá-lo a um restaurante bom onde ele pudesse comer uma comida de qualidade. Mas, ao invés disso, ele simplesmente quis que eu o levasse de volta ao seu hotel para que pudesse descansar. Ele disse: “Vamos dar uma passada no drive-thru do McDonald’s e eu pego um Big Mac.”

Daí, eu pensei: “Moisés comendo um Big Mac?! Gigantes piedosos da fé não comem Big Mac; essa é comida de gente comum. Eles não comem com suas mãos hambúrguer e batata frita, nós fazemos isso. Com certeza, eles comem com mais dignidade e classe.”

A verdade é que não conseguimos pensar no apóstolo Paulo, um líder espiritual incrível, lutando com o pecado! É por isso que muitas pessoas chegam a esse parágrafo e, de repente, mudam as regras de interpretação bíblica. “Eu” não significa mais “eu.” Paulo não está mais falando literalmente; agora, ele passou a um método misterioso e estranho de se comunicar, no qual diz: “Eu faço,” mas ele, na verdade, está falando do descrente, do crente imaturo, ou de si mesmo antes de sua salvação, ou de si mesmo antes de amadurecer na fé.

Não, meu amigo. Conforme um autor disse:

Paulo está descrevendo um crente maduro, um crente que claramente vê a falta de capacidade de sua carne em atingir o padrão santo e divino. Quanto mais espiritual o crente é, maior será sua sensibilidade para com seus fracassos.

Quanto mais Paulo cresceu em Cristo, mais ciente ele se tornou de seu corpo carnal, desse corpo de morte com o qual tinha que lutar!

Cedo em seu ministério, Paulo se descreveu da seguinte forma em 1 Coríntios q5.9:

Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo…

Em outras palavras, “Coloquem os outros homens na fila que eu serei o último. Sou o menor dos apóstolos!”

Um pouco mais adiante em seu ministério, Paulo escreveu aos crentes de Éfeso, no capítulo 3, verso 8, que ele era o menor de todos os santos.

Ou seja, antes ele era o menor comparado a um punhado de homens talentosos e fiéis. Agora, ele se considera o menor dentro todos os crentes fiéis que vivem e que já morreram.

Mas, Paulo ainda não terminou. Pouco antes de sua morte, ele escreveu ao jovem Timóteo em 1 Timóteo 1.15 e disse:

Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.

Uma vez, Paulo era o menor dos apóstolos. Daí, ele se tornou o menor de todos os crentes. Em seus últimos anos de vida, ele era o maior de todos os pecadores no planeta terra.

Meu amigo, tornar-se crente não termina a batalha com o pecado, apenas começa a batalha. O pecado não é mais o seu soberano, mas ainda é o seu adversário!

Então, o que está envolvido em crescer em Cristo? Será que é um conhecimento de quão bom você está se tornando? Ou será que é um senso crescente de quão pecaminoso você realmente é, de forma que você constante mente se volta, corre e depende de Cristo, seu Advogado, seu Salvador e seu Redentor?

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 14/09/2003

© Copyright 2003 Stephen Davey

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