
Paz!
Paz!
A Verdade do Evangelho – Parte 8
Romanos 1.7c
Introdução
Hoje terminaremos a primeira sentença da carta de Paulo aos crentes que viviam em Roma, Itália. Em suas observações iniciais, Paulo já proclamou um resumo de nada mais que a verdade do evangelho.
No verso 1, ele deseja ter certeza de que entendemos que ele não é a fonte nem o criador do evangelho. O evangelho é de Deus, ou melhor, o evangelho cuja fonte é Deus.
No verso 2, ele deseja deixar bem claro que o evangelho não é recente e nem uma ficção. Ele já havia sido prometido pelos profetas de Deus nas Santas Escrituras.
A soma e essência da verdade do evangelho é o Filho. O Filho nasceu da descendência de Davi segundo a carne, tendo, portanto, o direito legal de subir ao trono. Mas Ele também era o Filho de Deus cujo poder foi atestado pela ressurreição dos mortos. O nome do Filho, conforme fornecido por Paulo, é Jesus Cristo, nosso Senhor.
No verso 5, é-nos dito que aqueles que recebem a verdade do evangelho são aqueles que são obedientes à fé. Ou seja, suas vidas espelham os padrões e distintivos do evangelho.
A verdadeira fé salvífica é independente das obras, mas a fé genuína é sempre acompanhada das obras. A pessoa que diz que possui fé genuína e é crente, mas não se importa com Jesus Cristo e com a busca pela santidade; com as Escrituras ou com a assembleia dos crentes; com a pureza e não fica entristecido com o pecado pessoal que conduz a confissão e transparência diante de Deus e do Pai; que não deseja se submeter a Deus, não é um crente verdadeiro, mas está sendo enganado.
No verso 6, Paulo nos diz que o crente autêntico se lembra a quem ele pertence.
No verso 7, o apóstolo nos diz que o crente verdadeiro sabe quem o ama de fato e qual é a sua nova identidade: santo! E o seu desejo é, de todo o coração e fervorosamente, tentar viver de forma coerente com seu nome.
O Filho escolheu os crentes, e os crentes escolheram o Filho. E aqueles que escolhem o Filho, conforme 2 Pedro 1.3, herdam todas as coisas que conduzem à vida e à piedade.
Em outras palavras, os que escolheram o Filho têm tudo o que realmente precisam. Paulo descreve a herança do crente usando duas palavras: graça e paz. Daí, ele conclui sua saudação escrevendo o verso 7:
A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
A propósito, não se pode ter essa herança de graça e paz a não ser que se tenha também o que Paulo diz ser necessário. Na frase final do verso 7, ele se refere a Deus como nosso Pai e a Jesus Cristo como nosso Senhor. Podemos tentar o máximo que quisermos, nossa vida jamais será caracterizada por graça e paz sem que tenhamos um relacionamento vivo, íntimo e ativo com Deus como nosso Pai, bem como uma vida obediente e submissa a Jesus Cristo como nosso Senhor.
Agora, as palavras “graça” e “paz” formam uma combinação inteligente da parte de Paulo. O termo “chairete,” derivado de “graça,” é uma saudação grega bastante típica, e o termo hebraico “shalom,” ou “paz,” é uma saudação comum dos judeus. Portanto, Paulo combina os dois, saudando, assim, membros gentios e judeus da igreja em Roma.
Todavia, essas palavras transmitem muito mais que uma simples saudação. Elas são palavras bem profundas. Na verdade, passamos toda nossa discussão anterior falando sobre o termo “graça.”
O que é Paz?
Hoje faremos o mesmo, explorando oito contextos diferentes nos quais o termo “paz” ocorre. Aprenderemos o que esses oito contextos diferentes têm para nos ensinar hoje.
Paz é algo que o mundo não tem
- Primeiro, paz é algo que o mundo não tem.
Duas vezes, Isaías cita o Senhor dizendo isso. No capítulo 48, verso 22:
Para os perversos, todavia, não há paz, diz o SENHOR.
E no capítulo 57, versos 20 e 21:
Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo. Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz.
O mundo simplesmente não consegue alcançar a paz. Nos últimos cinco mil anos, têm existido pelo menos 14 mil guerras. Somente nos últimos quatrocentos anos, o mundo ocidental tem feito oito mil tratados de paz com a validade de apenas dois anos.
“Paz,” conforme um autor ironicamente escreveu, “é o momento glorioso na história quando todos fazem uma pausa para recarregar.”
Jesus Cristo é o Príncipe da Paz. As pessoas hoje buscam a paz sem o Príncipe. Contudo, sem o Príncipe o mundo jamais terá paz. Donald Grey Barnhouse escreveu:
Homens podem fazer acordos entre alguns estados que se unem por alguma necessidade ou alvo em comum, mas uma verdadeira união entre os povos é impossível neste mundo de pecado e rebelião, no qual homens buscam exaltar a si mesmos acima do Criador do universo. Se as Nações Unidas pudessem realmente ter sucesso, homens diriam: “Sai da frente, Deus! Desce do trono! Conseguimos ter sucesso em promover a paz na terra e não precisamos de você mais.”
Jeremias denunciou a falta de paz em sua geração porque o povo estava tentando promover a paz sem obediência e reverência à Palavra de Deus. Ouça as palavras de Jeremias no capítulo 6, versos 10 e 13:
Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos e não podem ouvir; eis que a palavra do SENHOR é para eles coisa vergonhosa; não gostam dela. porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam de falsidade.
Ou seja, “Todos de minha geração em meu povo estão consumidos pela ganância. Eles apenas querem mais e mais lucro, e todos eles, incluindo seus líderes, vivem vidas de engano, mentindo uns aos outros, enganando e sendo enganados.”
Continue no verso 14:
Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.
O povo falava sobre paz, mas não tinha paz. Eles consertavam as coisas por algumas semanas ou meses, mas nunca durava e jamais durará.
No Novo Testamento, durante o período de tribulação, depois de a igreja ter sido arrebatada aos céus, o mundo ficará ocupado com um discurso de paz. Todos pensarão que finalmente terão conseguido o que tanto desejavam. Paulo escreveu em 1 Tessalonicenses 5.3:
Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão.
Meus amigos, o mundo, com sua ganância e egoísmo, com sua rebelião contra Deus e Sua Palavra, pode realizar uma conferência de paz após outra, um acordo de paz após outro, mas serão todos de pouquíssima duração. A paz sobrevém àqueles que já se prostraram diante da majestade de Cristo, àqueles que chamam Cristo de seu Príncipe. Para esses, Cristo concede a paz.
Paz é um atributo de Deus
- Paz é um atributo de Deus.
Paulo escreveu em Romanos 15.33:
E o Deus da paz seja com todos vós. Amém!
Paz é um atributo que descreve Deus. Em 1 Coríntios 14.33, Paulo também escreveu: porque Deus não é de confusão, e sim de paz.
em Efésios 2, 14-16, Paulo diz o seguinte a respeito de Jesus Cristo:
Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade.
Você somente tem paz quando vai à cruz, onde o tratado de paz foi assinado entre o Deus Pai, que representa a santidade e justa ira contra o pecado, e o Deus Filho, o qual representa a satisfação da ira do Pai ao morrer pela humanidade pecadora. O tratado de paz é assinado no sangue de Cristo e durará não somente por dois anos, mas eternamente.
Paz é uma descrição do evangelho
- Existe um motivo porque paz também é uma descrição do evangelho.
O evangelho é a declaração de que o tratado de paz foi assinado e a humanidade pode agora ter paz com Deus. Cada crente tem a responsabilidade de espalhar as boas-novas do evangelho. Portanto, Paulo escreve em Efésios 6.15 que os crentes devem...
...calçar os pés com a preparação do evangelho da paz...
Ele também escreveu em Efésios 2.17-19:
E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto; porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito. Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus,
Paz é algo que você recebe na hora da sua salvação
- Paz é algo que você recebe na hora da sua salvação.
Veja Romanos 5.1:
Justificados, pois, mediante a fé temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
Abra, também, para Colossenses 1.19-22:
porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis,
Agora, o crente em geral pensa que pode assumir uma postura neutra diante de Deus. Na verdade, a abordagem evangelística comum é: “Sabe, você precisa dar uma chance a Cristo. Ele vai melhorar todas as coisas em sua vida. Dê uma chance a Ele. Eu sei que você realmente deseja tudo o que o mundo tem a oferecer, mas Deus tem algo melhor a oferecer.”
Essa não é a verdade do evangelho; isso é propaganda de vendedor. Não existe neutralidade diante de Deus. Não pertencer a Cristo significa ser inimigo de Deus. Tiago escreveu no capítulo 4, verso 4: Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
O que aconteceu que poucos pregam como Jonathan Edwards, que viveu cem anos atrás? Em uma ocasião, ele pregou um sermão intitulado Pecadores nas Mãos de um Deus Irado. Não houve nenhuma propaganda barata de vendedor nesse sermão.
Essa é a mesma urgência do apóstolo Pulo que escreveu em Romanos 10.17: a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo.
Daí, ele pergunta no capítulo 10, verso 14: .e como ouvirão se não há quem pregue?
Lembro-me de muitos anos atrás estar viajando com minha família para a região onde meus pais haviam nascido. No caminho, paramos em várias casas e igrejas que ajudavam no sustento de meus pais que eram missionários. Em uma dessas paradas, visitamos um casal de idosos que ajudou fielmente no sustento de meus pais por várias décadas. Esse casal tinha em sua casa, morando com eles, um senhor bem idoso que era pai de um dos dois. Ele era bastante velho e tinha dificuldades com audição, mas ainda estava bastante lúcido e tinha, é claro, ido para a casa morar com aquele casal. O casal chamou meu pai de lado e disse que eles não tinham certeza que aquele homem idoso era salvo de fato. E pediram para que meu pai conversasse um pouco com ele.
Agora, geralmente eu e meus irmãos ficávamos do lado de fora da casa brincando de pega-pega ou esconde-esconde, ou fazendo outra coisa para nos manter ocupados enquanto meus pais faziam o que missionários fazem. Contudo, nessa tarde, por algum motivo, estávamos todos sentados na sala de estar. Ainda me lembro daquele senhor de idade sentado numa cadeira com um cobertor e casaco. Ele tinha uma respiração pesada e a cabeça meio baixa. Em um dado instante, meu pai puxou uma cadeira e se sentou próximo a esse homem, de frente para ele, e disse: “Senhor, você sabe com certeza que, se morrer hoje, estará com o Senhor?”
O home deu uma pausa e finalmente disse: “Acho que não.”
Então meu pai lhe apresentou o plano de salvação. Ele explicou que a salvação era necessária porque todos somos pecadores e que, pelo fato de sermos pecadores, jamais mereceremos a salvação, mas podemos aceita-la como um presente de Deus. É por isso que o orgulhoso não pode ser salvo. Ele prefere se agarrar às suas realizações, ou ato de obediência, ou sua moral e filantropia e pensar que merece ser salvo. Mas a salvação é livre e apenas pecadores que admitem ser tais podem receber o dom da salvação.
Ainda me lembro de estar lá sentado pensando: “Com certeza esse homem irá receber a Cristo hoje.”
Finalmente, meu pai perguntou: “Você entendeu o que eu acabei de dizer?”
Ele disse: “Sim.”
“Então, meu senhor, você deseja confessar neste momento sua pecaminosidade a Deus e receber o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador pessoal?”
Ele fez uma longa pausa e disse: “Acho que não.”
Eu não consegui acreditar naquilo. Pensei: “Bom, esse homem é bem teimoso. Meu pai fez o melhor que pôde. Tristeza.”
Daí, meu pai se levantou, pegou sua cadeira, colocou-a ao lado do homem e começou tudo de novo. Com mais urgência que nunca, meu pai relembrou esse homem de que ele em breve morreria e que depois seria tarde demais. Meu pai novamente explicou o evangelho para ele e perguntou: “Você gostaria de aceitar a Jesus Cristo hoje e confessar a ele seu pecado e sua necessidade de um Salvador?”
Ele parou com um olhar bastante compenetrado e disse: “Acho que sim.”
Ainda me lembro das lagrimas descendo meu rosto enquanto eles oravam. Outro descrente acabara de ser resgatado da ira de Deus.
É por isso que existe uma urgência verdadeiro no evangelismo verdadeiro. A verdade do evangelho é um alerta, bem como uma promessa. Não estamos falando com pessoas que simplesmente escolheram não aceitar a Cristo; estamos falando com pessoas que estão debaixo da condenação de Deus e que enfrentarão a ira de Deus como Seus inimigos.
Esta presente mensagem é um alerta de Deus para você. O oposto de paz com Deus não é falta de sono ou indigestão. O oposto de paz com Deus é condenação. E se você morrer sem a paz com Deus, você sofrerá ira e condenação eternas como inimigo de Deus que recusou o tratado de paz em Cristo.
Como descrente, você será um pecador nas mãos de um Deus irado. Será tarde demais, a não ser que você se renda ao Doador da paz, ao Pacificador, Aquele que é a personificação do tratado de paz entre Deus e o homem, e receba de Suas mãos a salvação, a qual o livra da condenação e concede a paz de Deus.
Agora, para o crente, existem vários outros contextos nos quais a paz é demonstrada ou pode ser observada.
Paz é algo independente das circunstâncias
- Paz é algo independente das circunstâncias.
Veja Isaías 26.3:
Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti.
A questão não é a pressão externa, mas o interno. Paz não é algo que você tem quando todas as coisas estão bem; paz é algo que você tem mesmo quando tudo dá errado. Por que? Porque a sua mente fica firme em Deus.
Paulo escreveu aos Romanos no capítulo 1, verso 7: graça a vós outros e paz.
Sinceramente, que palavra estranha para se escolher, “paz.” Roma já estavam entrando em decadência. O último líder, Nero, traria tudo ao império, menos estabilidade e paz. Ele já havia envenenado Britânico e na época em que os crentes romanos estavam lendo a carta de Paulo, Nero já havia dado ordens para que sua própria mãe fosse assassinada brutalmente. Ele já tinha se casado, divorciado e assassinado sua primeira esposa. Apesar de a própria Roma ser imoral, todos ainda ficaram admirados com sua devassidão, as quais incluem seus casamentos públicos com dois homens diferentes. Nero reavivou a lei da traição e começou a executar pessoas baseado apenas em suspeita de traição.
Ele começou a andar pelas ruas à noite visitando bordeis e bares e começando brigas com pessoas. Em certa ocasião, ele atacou uma mulher. Mas acabou apanhado do marido dela, o qual era um senador romano. Após retornar ao palácio, Nero ficou quieto por um tempo por causa de seus machucados e olho roxo, pensando consigo se o senador havia percebido em quem havia dado a surra. Daí, Nero recebeu uma carta com pedidos de desculpas, o qual percebera tarde demais em quem estava batendo. Agora esse acontecido se tornaria público. Então Nero, sem nem questionar, manda executar o senador.
Doutra feita, Nero estava querendo um palácio novo, mas não tinha terra. Então, ele pessoalmente colocou fogo em Roma, destruindo mais da metade da cidade. Ele colocou a culpa pelo fogo nos cristãos, o que deu início à perseguição contra a igreja. Nero ficou conhecido por sua crueldade. Ele empalava crentes em estacas, os cobria com piche, e colocava fogo neles para utilizá-los como tochas para iluminação de seu jardim durante suas festas. Roma era um local extremamente perigoso para um crente morar. Eles compartilhavam de muitas dores e tristezas.
Pensaríamos que Paulo escreveria: “Graça a vós outros e coragem...” ou “Graça a vós outros e perseverança...”. Não, “...graça e paz.”
Sim, paz! Porque paz não é encontrada na ausência de dor, mas na presença de Deus. Paz é algo que você experimenta quando ajusta seu foco para se concentrar não na tempestade, mas no Salvador.
Paz é algo que investimos em outras pessoas
- Além disso, paz é algo que investimos em outras pessoas.
Veja Romanos 12.18: se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.
Gosto da forma como Paulo é realista. Um escritor religioso, tentando parecer espiritual, teria deixado de fora as duas primeiras palavras: “se possível.” Paulo não. Ele escreve: “Se possível, no que depender de vocês,” ou em outras palavras, “faça tudo o que puderem” para “viver em paz com todos os homens.” Paulo não disse: “Que todos os homens vivam em paz com vocês,” porque algumas pessoas não viverão em paz com você, não importa o que você faça. Ao invés disso: “Vocês, vivam em paz com todos os homens.”
Ele continua e escreve nos versos 19 e 20:
não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.
Geralmente gostamos da parte das “brasas vivas.” Isso parece ser até melhor que vingança, não é? O único problema é que não compreendemos mais essa expressão por causa de nosso estilo de vida. Nos dias de Paulo, como ainda é verdade em algumas culturas primitivas de hoje, as pessoas carregavam coisas na cabeça. Eu já vi isso na Índia e na África, pessoas carregando baldes, travessas, jarros e panelas cheios de coisas equilibrando sobre a cabeça. Paulo está se referindo ao fogo de seu inimigo ter se apagado. Ele precisa reacender aquele fogo, algo que demora bastante tempo até que se tenha novamente uma boa brasa. Mas você dará a ele algumas de suas brasas de seu próprio fogo para que ele consiga reacender seu fogo rapidamente e cozinhar o jantar dele. Quando você age em bondade para com seu inimigo, Paulo diz, é como dar a ele um balde de brasas quentes de seu próprio fogo. O ensino de Paulo a eles era que é difícil para alguém permanecer sendo seu inimigo depois de você ter investido e o ajudado a reacender seu fogo.
Paulo escreveu em 2 Coríntio 13.11:
Quanto ao mais, irmãos, adeus! Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco.
Ele escreveu em Efésios 4.1-3:
Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz
Paz é algo que acompanha gratidão
- Paz é algo que acompanha gratidão.
Paulo dá a seguinte ordem em Colossenses 3.15:
Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração; e sede agradecidos.
Note: “e sede agradecidos” está no presente. Isso indica uma prática contínua que se torna um hábito.
Será que crentes que conhecem você bem diriam que você é uma pessoa grata ou você é conhecido por ser um murmurador que vive reclamando? Você é um daqueles com a atitude de que a vida nunca é boa o suficiente; o clima nunca é agradável; as pessoas nunca são bondosas o suficiente; seu salário não é alto o suficiente... e reclama, e reclama, e reclama?
Paulo escreveu aos filipenses no capítulo 4, verso 6:
Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.
Trench escreveu: “Ação de graças é aquele elemento que jamais deveria estar ausente de nossa devoção.”
O que acontece quando ação de graças se torna um elemento constante em nossa devoção? Continue em Filipenses 4.7:
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
Paz é experimentada quando ação de graças é expressada.
Paz é fruto de submissão ao Espírito Santo
- Paz é fruto de submissão ao Espírito Santo.
Paulo escreveu em Gálatas 5.19-22:
Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz…
Mas o que é o fruto do Espírito? É “aquilo que cresce em você por meio de sua submissão ao Espírito.” Em outras palavras, quando você se submete ao controle do Espírito Santo em sua vida, determinadas características crescem dentro de você; e uma dessas qualidades que surge no coração submisso é a paz.
Paulo disse basicamente a mesma coisa de forma diferente aos crentes filipenses, no capítulo 4, versos 8 e 9:
Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.
Crente, você possui um senso de paz? O que ocupa seu pensamento? O que você coloca em sua mente? No que você medita? É verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável e de boa fama? Você vive uma vida respeitável e justa e pura e amável e de boa fama? Se você medita nessas coisas e as pratica, você sentirá o prazer e a paz de Deus. Quando você se submete ao Espírito de Deus, você sente a presença de Deus.
Resumindo os Princípios da Paz
Deixe-me resumir esses contextos nos quais analisamos a paz com quatro declarações:
- Você tem paz com Deus por meio de Cristo – isso é um fato;
- Você tem paz de Deus por meio da obediência – isso é sentimento;
- Você tem paz interior por meio da disciplina espiritual e mental;
- Você tem paz com as outras pessoas por meio da humildade – isso é comunhão.
Deus, por meio de Isaías, retratou para Jerusalém o futuro descanso e redenção quando disse, conforme registrado no capítulo 66, verso 12: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio.
Essa frase se tornou uma canção para os redimidos que encontraram em Cristo o Príncipe da Paz. Somente os redimidos poder realmente cantar: “Tenho a paz em minha alma como um rio.”
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 19/11/2000
© Copyright 2000 Stephen Davey
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