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Desmascarados

Desmascarados

系列: Tito (Titus)
參考: Titus 1–3

Desmascarados

Tito 1.12–16

Introdução

Em seu comentário no livro de Tito, Warren Wiersbe escreveu:

Não demorou muito para se levantarem falsos mestres dentro da igreja primitiva. Onde quer que Deus semeia a verdade, Satanás aparece rapidamente e semeia também a mentira. Falsas doutrinas são como [alguns tipos de câncer]; entram secretamente, crescem rapidamente e se permeiam completamente, ao menos que sejam atacados antes que tenham a chance de se espalhar.

Havia um problema na ilha de Creta. O problema tem existido, agora, por cerca de 2 mil anos e chega em toda cidade. Falsos ensinos, falsas religiões, falsos mestres, rebanhos enganados, Escrituras distorcidas, adição às Escrituras, todos esses são realizados por homens aparentemente religiosos cujos motivos são, na verdade, egoístas.

De fato, observe o verso 14 e verá imediatamente que o conteúdo da mensagem desses falsos mestres não era o mesmo conteúdo trazido pelo apóstolo Paulo em seus ensinos. Havia a adição de mitos e fábulas junto com mandamentos extras inventados por homens. Tudo era de fabricação humana, coisas falsas que soavam bíblicas, mas que não estavam na Bíblia. E todas as mitologias religiosas e todos os mandamentos extras estavam rasgando as igrejas ao meio na ilha de Creta, coisas essas ensinadas por homens que queriam seduzir o rebanho para lucro pessoal.

O apóstolo Paulo sabe que a solução para a igreja é uma boa liderança e alimentação. Então, ele deixa Tito na ilha para instituir presbíteros em cada igreja para defenderem a igreja contra os falsos mestres e desmascará-los.

Supostamente, esses falsos mestres estavam revelando verdades mais profundas, expondo nova sabedoria para a vida, descobrindo novos segredos sobre Deus e sobre o caminho para o céu.

E Paulo diz: “Quero que vocês, presbíteros, pela causa do evangelho e proteção do rebanho, exponham o que esses falsos mestres verdadeiramente são; quero que vocês desmascarem esses homens! Desmascarar seus motivos, desmascarar seus ensinos e ir até mais além e desmascarar o futuro deles, caso não se arrependam.”

Desmascarando Seus Motivos: Dinheiro e Fama

Volte aos versos 10 e 11 para começarmos:

Porque existem muitos insubordinados, palradores frívolos e enganadores, especialmente os da circuncisão. É preciso fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância.

Vamos direto ao ponto e dizer logo o que isso é: tudo gira em torno de dinheiro e fama.

A palavra traduzida como “ganância” pode ser entendida como dinheiro, fama ou ambos. Nesse contexto, tudo indica que se refere aos dois.

Quando Paulo estava escrevendo sua carta a Tito, o mundo antigo conhecia os três C’s mais malignos: os Cilicianos, os Capadócios e os Cretenses. Na época do ministério de Tito na ilha, Políbio, um historiador grego, já havia escrito que os cretenses viviam num estado perpétuo de disputas privadas, rixas públicas e brigas civis; eles são cheios de truques e enganos. Políbio escreve:

O dinheiro é tão valorizado por eles que sua posse [lhes fornece credibilidade instantânea]; a avareza é tão nativa do solo de Creta de forma que são o único povo no mundo que não enxerga mal algum no lucro, seja ele qual for.

Em outras palavras, não importava como você havia conseguido o que tinha, o importante era ter—isso é sórdida ganância. Em nosso idioma de hoje podemos chamar isso de “dinheiro sujo.” Ou seja, você tem muito dinheiro, mas o conseguiu de forma ilícita. E os cretenses não se incomodavam; você tinha dinheiro e isso era o que importava. O dinheiro mandava e a fama era tudo. Essa era a cultura de Creta.

Agora, o que Paulo faz em seguida é surpreendente. Ele apela à sabedoria popular de seu mundo antigo ao citar alguém que os cretenses reverenciavam como um profeta e respeitavam muito, mas um homem que também, séculos antes, havia desmascarado os cretenses.

Note o verso 12:

Foi mesmo, dentre eles, um seu profeta, que disse: Cretenses, sempre mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos.

O que faz dessa citação algo intrigante é que o homem que disse essas palavras sobre os cretenses era um cretense também, mas que, evidentemente, teve um momento de reflexão honesta.

Paulo está fortalecendo o seu argumento que será difícil de engolir na ilha de Creta. Ele diz: “Ouça, até mesmo um cretense já admitiu que os cretenses são mentirosos e preguiçosos; e ele não era um cretense qualquer, ele é um de seus profetas reverenciados.” Paulo cita Epimênedes, um homem nativo da ilha de Creta. Platão o datou de cerca de 500 anos antes do nascimento de Cristo.

E note a primeira coisa que o próprio profeta amado deles diz: “Cretenses, sempre mentirosos.”

Paulo ainda adiciona no início do verso 13: Tal testemunho é exato. Ou seja, isso é um fato. O povo de Creta entregou-se à mentira.

Você não fica feliz em saber que não vive na ilha de Creta? Nossa, imagine essa cultura! A verdade é que você não terá dificuldades em imaginar uma cultura como essa. Uma pesquisa feita com 7 mil pessoas sobre seus currículos para entrevista de emprego revelou que:

  • 48% exageram sobre seu salário anterior;
  • 52% transformam parte de seus estudos universitários ou pesquisas em graduação completa;
  • 60% exageram no número de pessoas que supervisionavam em seu emprego anterior;
  • 64% exageram sobre suas conquistas anteriores;
  • 71% mentem sobre o tempo que passaram no emprego anterior.

E essa pesquisa foi feita poucos anos atrás.

Outra pesquisa feita também há poucos anos revelou pessoas admitindo que:

  • ligam para o trabalho dizendo que estão doentes, mas estão bem;
  • levam coisas do escritório para uso pessoal em casa;
  • culpam colegas de trabalho por coisas que fizeram;
  • recebem troco mais que devido de algum caixa, mas não o devolvem;
  • baixam música da internet sem pagar por elas;
  • mentem em seu relatório de imposto de renda;
  • trocam etiquetas de produtos para conseguirem preço mais baixo;
  • mentem para amigos e família sobre muitas coisas.

A verdade é que nós também vivemos numa cultura de desonestidade!

Mas somos crentes, não é? Esse texto não nos é dado para cruzarmos os braços e dizermos: “Nossa, como aqueles cretenses eram terríveis!” Mas devemos nos perguntar: “Será que eu, como crente, não estou também vivendo dessa forma? Será que eu cedi à cultura da mentira que cerca minha ilha?”

Se você tem filhos, então sabe muito bem que o problema não se originou na ilha de Creta, mas se origina dentro da natureza humana caída. Assim, você nunca precisa ensinar seu filho a mentira. Aos 5 anos de idade, ele já é muito bom nisso.

Somos como aquele rapazinho que foi citar a Bíblia e disse de boca cheia: “Mentira é abominação ao Senhor, mas um socorro bem presente em ocasião oportuna.”

Sinceramente, a mentira pode até dar certo por um curto espaço de tempo, mas ela pode facilmente embaraçá-lo e derrubá-lo ao longo do tempo. Um homem escreveu certa vez: “Ah, que teia tremenda tecemos quando na mentira nos metemos.”

Meu pai sempre dizia a nós, seus quatro filhos homens: “Meninos, dizer a verdade é, de fato, muito mais fácil do que mentir porque, quando diz a verdade, você nunca precisa se lembrar do que disse.”

Existe um alerta implícito nesse texto: não ceda à cultura de sua ilha.

Paulo, ainda citando o profeta, diz que os cretenses são “feras terríveis.” Essa palavra se refere a alguém ainda não domado, descontrolado. Essas são pessoas que não respeitam autoridade alguma e não podem ser freadas.

Na verdade, durante os dias de Tito, as pessoas já brincavam dizendo que não havia animais selvagens na ilha de Creta porque o povo já era selvagem demais.

No verso 12, também lemos que eles eram conhecidos como “ventres preguiçosos.” Essa frase pode ser traduzida como “estômagos de idolatria,” referindo-se ao fato de se entregarem a festas luxuosas e recusarem trabalhar [num emprego honesto].

Em outras palavras, eles não queriam fazer nada além de manipular pessoas a apoiá-las em seu trabalho enquanto engordavam figurativa e literalmente por meio de seu estilo de vida abastado. Esses indivíduos viviam a partir de seus métodos enganosos e estavam sempre à espreita, buscando um novo tipo de fraude.

E Paulo reage a esse testemunho de um cretense da antiguidade dizendo no verso 13: “Tal testemunho é exato.” Ou seja, não há razão para tentar negar esse fato. As congregações nessa ilha e especialmente os presbíteros/pastores precisavam encarar a realidade—isso é verdade!

E o jogo da religião começou. Esses falsos mestres não passavam de mercenários avarentos que vendiam suas mensagens por sórdida ganância. A religião era sua forma de enganar as pessoas e esse esquema ainda é uma fonte de lucro que continua até os dias de hoje!

Paulo diz a Tito, com efeito: “Ouça, é contra isso que você e os homens que você escolher como presbíteros deverão lutar. O papel do pastor é alertar e proteger o rebanho e, enquanto isso, desmascarar as motivações dos falsos mestres porque, por trás daquelas máscaras de linguagem piedosa e religiosa, estão homens que realmente só se interessam pelo dinheiro e pela fama.

Note a ordem que Paulo dá aos presbíteros no meio do verso 13: Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sadios na fé.

A raiz da palavra grega “sadios” em “sadios na fé” dá origem à nossa palavra “higiene.” Esses homens precisavam ser sadios, pois estavam espiritualmente doentes.

Portanto, a ordem é para reprová-los, encará-los, expor seus erros. E note o que Paulo diz: “Repreende-os severamente.” O advérbio pode ser traduzido como “abruptamente, fortemente.”

Esse termo denota o corte hábil e rápido que um cirurgião faz com um bisturi para remover o que não é saudável para que haja cura.

Eu mesmo sou uma ilustração viva disso, assim como muitos dos que me ouvem.

Quando fui ao médico algumas semanas atrás, ele me disse que eu havia quebrado meu joelho—de novo—e que, dessa vez, precisaria de uma cirurgia. Não tive saída, pois o diagnóstico foi bem severo. Eu não poderia pedir que ele simplesmente usasse um pouco de gelo para desinchar; também um Band-aid do Bob Esponja não ajudaria muito, nem um remédio forte resolveria a dor. Até que poderia usar os três, mas nenhum traria a restauração.

Não, dessa vez, precisava de algo mais severo e invasivo para ter um joelho novamente saudável.

Paulo diz: “Repreende-os severamente...” E, a propósito, essa ordem está no presente, indicando que esse procedimento invasivo e suas consequências serão sentidas por algum tempo. Essa situação não será consertada da noite para o dia.

Tito, você e os demais presbíteros precisam estar envolvidos nisso por um longo tempo. Não é uma palestra de final de semana; não é um curso de teologia de apenas 4 anos; esse é um chamado contínuo dos que vestem o manto de pastor.

Desmascare as suas motivações.

Desmascarando Seus Ensinos: Mitos e Fábulas

Segundo, Paulo diz a Tito e aos demais presbíteros: “Vocês precisam não somente desmascarar suas verdadeiras motivações, que são o dinheiro e a fama, mas devem desmascarar também seus ensinos: tudo gira em torno de mitos e fábulas.

Note o verso 14. Paulo continua falando desses falsos líderes, dizendo:

e não se ocupem com fábulas judaicas, nem com mandamentos de homens desviados da verdade.

Em outras palavras, eles estão ensinando, fizeram esboço, anotações, manuais e seus materiais estão entre os mais vendidos. Eles realizam seminários e conferências nos finais de semana. E eles são bons o suficiente em sua oratória e ensino que, como Paulo indica, muitas pessoas estão seguindo e caindo em tudo o que ensinam.

Então, eles estão, de fato, ensinando. Contudo, se você inspecionar cuidadosamente, verá que seus ensinos são invenções de homens. Eles podem até citar um verso da Bíblia, mas não se preocupam com a Bíblia.

Muitos homens nos púlpitos hoje usam a Bíblia apenas como um recurso para seus ensinos, mas não como a fonte de seus ensinos, expondo o rebanho a todo o tipo de erro e perigo espirituais.

Por exemplo, nos dias de Tito, o Livro dos Jubileus estava em alta, supostamente tendo informações extras sobre as biografias dos patriarcas, o que levou a todo tipo de superstição e especulação.

Além disso, no final do século primeiro, muitos rabinos já haviam dado significado místico e numérico a cartas que aplicavam ao Antigo Testamento, saindo com todo tipo de interpretações bizarras.

Então, nos primeiros séculos, outros escritos foram compostos que diziam ser provenientes de Deus. Exemplos disso são “Bel e o Dragão,” “A História de Suzana” e os escritos de Tobias e Judite. Esses eram escritos de pura ficção com erros históricos e de moralidade questionável.

O Evangelho de Tomé, escrito no terceiro século, surgiu dizendo conter 120 palavras secretas de Jesus quando ainda vivo. O livro não reflete o evangelho, mas é cheio de mitos.

Os apócrifos, o Talmude e a Cabala são também escritos do período da igreja primitiva que não são escrituras inspiradas. Na melhor das hipóteses, esses escritos apenas promovem algum tipo de lição moral e, na pior das hipóteses, redefinem a verdade do evangelho.

Daí, vemos um cara como Dan Brown escrevendo O Código da Vinci, misturando essas lendas juntamente com evangelhos gnósticos e um monte de especulações históricas e temos um livro de ficção intrigante que, infelizmente, milhões de pessoas leem e acreditam como fatos históricos. O que temos no fim é que Jesus casou-se com Maria Madalena, entregou seu ministério para ela e, conforme os evangelhos gnósticos, criou sua família com os filhos no sul da França.

E as pessoas ainda não pararam de lidar com a Bíblia como algum livro de código secreto. Atualmente, existem 16 milhões de páginas na internet devotadas ao Código da Bíblia com a crença de que mensagens secretas estão embutidas no texto. A única coisa que precisamos fazer é dispor as cartas e pular cada terceira ou sétima palavra. Daí, as palavras resultantes formam a mensagem de Deus.

O Código da Bíblia predisse que Obama seria assassinado em 2009 e que Hillary Clinton se tornaria, de alguma forma, a líder do mundo que, em troca, financiaria o anticristo e daria início a uma perseguição global. As pessoas disseram: “Eu sabia!”

  Mas espere aí, isso foi em 2009 e nada disso aconteceu. Será o pessoal do Código da Bíblia pediu desculpas por criar mensagens erradas de Deus e abandonaram essa prática? De forma alguma! Eles simplesmente começam a criar novas mensagens e a credibilidade do Cristianismo é perdida.

O Código da Bíblia não é nada mais do que uma distração e não existe nutrição espiritual alguma nessas mensagens, códigos secretos ou mitos.

Evidentemente, esses falsos mestres tinham como presa o povo amedrontado, dando-lhes mensagens secretas de um passado mítico de seus antepassados com todo tipo de novas aplicações e princípios de suas vidas.

Paulo ainda adiciona que eles não somente prestavam atenção aos mitos judaicos, mas também aos mandamentos de homens que haviam abandonado a verdade, isto é, a verdade do evangelho de Jesus Cristo.

Mas isso não é tudo. No tempo em que Tito estava instituindo presbíteros nas igrejas da ilha de Creta, esses falsos líderes judeus promoviam suas visões antigas centenárias de que Deus havia, na verdade, dado a Israel duas leis no Monte Sinai: uma era a lei escrita, a Torá, os cinco primeiros livros do Antigo Testamento; a segunda era a lei oral, composta de escritos, opiniões, regras, interpretações, discussões e tradições inventados que constantemente cresciam.  Daí, acabamos com uma Bíblia (o Antigo Testamento) e outra coisa com igual autoridade.

Pense quantas religiões e seitas ao redor do mundo usam a Bíblia mais alguma coisa; quantas religiões e seitas continuam recebendo atualizações na mensagem de Deus!

A singularidade do Cristianismo é que Deus falou. Não estamos esperando que ele diga: “Ah... tem mais uma coisa que vocês precisam saber para chegar ao céu.”

Não. O verdadeiro Cristianismo não adicionou nada ao Antigo Testamento por milhares de anos e nada tem sido retirado ou adicionado ao Novo Testamento por cerca de dois mil anos.

Mas esses mestres estavam chegando e dizendo: “Temos algo novo de Deus; temos uma mensagem codificada do céu; espere só até vocês ouvirem!” Mas, ao invés de aliviarem o fardo espiritual dos seus seguidores, eles apenas adicionaram mais fardo.

Por exemplo, os judeus tinham um mandamento simples de guardar o sábado como dia santo; não trabalhe nesse dia. Por vários séculos, eles adicionaram interpretação sobre intepretação, lei sobre lei, aspectos sobre aspectos. Na época de Tito, eles já tinham decidido que comer sua sopa não era uma violação à lei do sábado, se, e simplesmente se, a colher não pesasse mais que um figo.

Eles debatiam se você poderia ou não carregar seu bebê no sábado. Eles presumiam que fazer uma jornada no sábado seria um trabalho; então, decidiram ninguém poderia andar mais que sete metros além da porta de entrada da sua casa. Mas isso não era muito conveniente, então alguns criam que estaria tudo bem com Deus se eles amarrassem uma corda de sete metros à porta de sua casa; assim, eles poderiam andar quatorze metros ao todo. Como você vê, eram muitas regras e muitas leis.

Meu amigo, todos esses mitos e mandamentos estavam distorcendo a clareza e simplicidade do evangelho, estragando a pureza do evangelho da fé na obra de Cristo somente. E doutrinas estragadas geram estragos nas vidas das pessoas.

Ensiná-los que manter uma lista de obrigações é a única maneira de se obter a aceitação de Deus significa que eles deveriam fazer algo bom e digno; então, certifique-se de que você está guardando todos os i’s e til’s.

Tudo isso conduz as pessoas e a igreja a dois erros: desespero pessoal porque não podemos guardar uma lista feita por homens; além disso, se a lista é, na verdade, mais longa, isso, por um lado, leva ao desespero, e, por outro lado, ao orgulho. “Ei, olha minha lista, já faz seis semanas que cumpro todas as minhas obrigações. Sei que Deus realmente me ama agora.”

Meu querido, somos aceitos por Deus não porque guardamos uma lista, mas porque viemos até Cristo.

Existe valor em convicções, sensibilidades, padrões, cuidados e disciplinas; Romanos 14 deixa isso bem claro. Mas não somos sensíveis, disciplinados ou cuidadosos o suficiente. Se pensamos que através do exercício de uma disciplina, de um cuidado ou de um padrão e que a constância dessas práticas nos dará o favor do amor de Deus, seremos levados ao desespero ou ao orgulho.

Vivemos debaixo da purificação do sangue de Cristo e da obra de Cristo em nosso favor, uma vez que continuamente nos purifica de todo pecado (1 João 1.9). Nele somos revestidos de toda a justiça, como lemos em Romanos 8, verso 39: “Nada nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.”

“Tito, você e os demais presbíteros precisam estar alertas aos falsos ensinos. Não seja paciente com os mitos, fábulas e falsos ensinos de sua geração ou com os mandamentos legalistas que buscam sequestrar o crente da verdade de que ele está seguro no amor e no favor de Deus por causa de Cristo somente.”

Paulo adiciona este princípio no verso 15:

Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas.

A palavra para “puras” significa “limpo.” É a palavra grega “katharos,” da qual derivamos a palavra “catarse,” que significa “purificação.”

No contexto desse parágrafo, Paulo diz então que, se você é sadio na doutrina, nada poderá retirá-lo da posição de purificado. Isso não significa que você não peca, mas que diariamente se arrepende e pede perdão para que sua comunhão com Deus seja abundante. Mas não confessamos nossos pecados para nos tornar crentes novamente. Confessamos não para nos tornar filhos, mas para termos a comunhão restaurada.

Paulo quer dizer nesse texto que os que são limpos olham para todas as coisas com a mais pura das intenções. Eles desejam ser puros, ou seja, não buscam sujeira ou impureza na sua vida.

Entretanto, de forma contrastante, os que não são purificados em Cristo são “impuros e descrentes.” Ou seja, eles ainda estão em seus pecados, em seu estado de descrença. E nesse estado, não há nada que possam fazer para se purificarem. Apenas Cristo pode purificar um pecador.

Novamente, a implicação aqui é que a pessoa impura só vê sujeira na vida. Suas vidas são insinuações pervertidas. Um comentarista colocou isso da seguinte forma:

Mudamos tudo que tocamos com nossa natureza; o homem com a mente suja polui todo pensamento; sua imaginação transforma em cobiça cada imagem que produz... ele toma as coisas mais amáveis e as cobre com imundícia.

É uma questão da natureza; um é redimido e purificado e o outro ainda está perdido e é depravado.

Como aquela pequena garota que trouxe para sua fazenda um porquinho e um cordeirinho. Ela coloca os dois na banheira e escova os dois até ficarem brilhando; ela os penteou, os secou, colocou um lacinho rosa no pescoço de cada um e foi para o quintal brincar com eles. É claro, eles correram para fora e foram em duas direções diferentes: o cordeirinho correu em direção ao gramado verde e o porco para dentro da lama.

Aqui está a diferença: o depravado e descrente anseia pelo pecado, enquanto o crente perdoado anseia por uma vida pura de gratidão pela graça maravilhosa de Deus.

  • Desmascare as motivações desses falsos mestres—tudo gira em torno de dinheiro e fama;
  • Desmascare os ensinos dos falsos mestres—tudo gira em torno de mitos e fábulas.

 

Desmascare Seu Fracasso: Miséria e Futilidade

Finalmente, desmascare o futuro dos falsos mestres: tudo gira em torno de miséria e futilidade. Note o verso 16:

No tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o negam por suas obras; é por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra.

Eles professam conhecer a Deus! A palavra que Paulo usa aqui para conhecimento de Deus não é “ginosko,” que se refere a um conhecimento experimental, relacional; ele usa “oida,” que é um conhecimento intelectual adquirido por informação.

Em outras palavras, esses falsos mestres conhecem apenas em parte; eles sabem alguma coisa do vocabulário; sabem algumas coisas sobre Deus, mas não conhecem a Deus.

Meu amigo, existe apenas 45 centímetros entre o céu e o inferno; saber sobre Deus em sua mente ou crer em Deus em seu coração. Para muitas pessoas, eu temo, existe um conhecimento intelectual de Deus, mas nenhuma confiança pessoal em Deus nos seus corações. Elas sabem o linguajar, mas nunca conheceram o Salvador.

Eu terminei de ler a biografia de Dietrich Bonhoeffer, um pastor da Alemanha que foi executado próximo ao final da Segunda Guerra Mundial como ordem direta de Adolf Hitler. Agora que li sua biografia, posso dizer que sei um pouquinho sobre Bonhoeffer. A biografia tem 624 páginas. Apesar de lembrar de uma linha ou outra do livro, apesar de poder dizer um pouquinho sobre ele, não posso dizer que o conheço. Na verdade, nunca me encontrei com ele.

Talvez você já tenha lido a Bíblia, o livro escrito por Deus e sobre Deus. Talvez você até possa citar um versículo ou outro. Talvez nunca tenha negado a verdade que conhece a respeito de Deus desde criança. Você conhece fatos sobre Deus ou já entregou seu coração para Deus? Se não tem certeza de sua situação, convido você a entregar seu coração a Cristo neste momento mesmo.

Agora, antes de terminarmos o capítulo 1, o apóstolo Paulo insere duas cláusulas como propósito neste parágrafo.

“Tito, você deve instituir presbíteros ou pastores para o rebanho; por quê?”

  • Primeiro, para salvar a igreja do perigo.

Note o verso 11 novamente:

É preciso fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância.

“Você precisa vestir o manto de pastor e proteger o rebanho do perigo.”

Segundo, isso pode até ser uma surpresa, o presbítero deve não somente salvar a igreja do perigo, mas também...

  • Ele precisa salvar o falso mestre do inferno.

Note novamente o verso 13:

Tal testemunho é exato. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sadios na fé

“Tito, o evangelho que você prega tem como propósito não somente alertar o rebanho, mas também ganhar os falsos mestres e aqueles que os seguem para a fé da salvação em Cristo.”

Que surpresa! Esperaríamos que Paulo dissesse no final: “Não há esperança para eles!”

Olha a descrição no verso 16, eles são:

...são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra.

A palavra para “reprovados” é “adokimos.” Se um construtor estivesse construindo um prédio e encontrasse uma pedra defeituosa na construção, ele a marcaria com um “A” maiúsculo, significando que ela era “adokimos;” era uma pedra inútil e inadequada para a construção.

Esses são os cretenses; selvagens, preguiçosos, glutões, mentirosos, impuros, detestáveis, inúteis e incapazes de realizar alguma coisa boa.

Pensamos que Paulo chegaria ao final dessa descrição e diria: “Tito, esses são homens maus e todo mundo sabe disso; então, deixe-os para lá; eles estão fora do alcance da redenção.”

Mas, ao invés disso, Paulo diz: “São homens maus e todos sabem disso; mas, vá em frente e pregue o evangelho a eles; eles estão ao alcance da redenção.”

Falsos mestres também podem ser salvos!

Eles querem nossos corações assim como nós queremos os deles; mas eles não podem ter os nossos corações, porque já os entregamos a Cristo; e rogamos que eles entreguem os seus ao Salvador também.

Não há nenhum mistério, listas longas de regras ou códigos secretos a aprender; somente o simples evangelho de Jesus Cristo.

“Tito, vá e encontre homens que creiam que:

A vida é curta

E a morte é certa;
o pecado é o vilão
e Cristo é a cura.”

 

É bem simples. Não existe nenhum mito antigo para desvendar; a vida é curta, a morte é certa; o pecado é o vilão, mas Cristo é a cura.

Vá e encontre homens que não adicionarão nada a isso, que não comprometerão a mensagem, mas que defenderão o evangelho e desmascararão aqueles que o distorcem.

Vá e encontre homens que guardarão, protegerão, ensinarão e amarão o rebanho a ponto de entregarem suas próprias vidas tanto às pressões e preços como aos deleites e responsabilidades do ofício de presbítero.

Encontre homens que viverão para o avanço do evangelho, capacitação dos santos e edificação da igreja até que Jesus Cristo diga: “O tempo acabou, chegou a hora; a igreja está agora completa.” Até que ele venha sobre as nuvens com os que vieram antes de nós e nos chame para si e leve sua noiva para a casa do Pai.

Tito, encontre homens que viverão para aquele dia; e quando você os encontrar, e você irá, coloque em seus ombros e corações o manto de um pastor genuíno, amantes do evangelho e que exaltam a Cristo.

 

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 07/05/2012

© Copyright 2012 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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