
Trazendo Deus de Volta à Vida
Trazendo Deus de Volta à Vida
Série Cristianismo Extraordinário – Parte 4
Tito 3.8
Introdução
Vários anos atrás, recebi um artigo sobre um incidente que um pastor registrou. Inicialmente, achei meio esquisito. Mas, depois de ter pensado um pouco, percebi que não era tão esquisito assim. O ocorrido se passou na Rússia antes da queda da Cortina de Ferro.
O autor do artigo, que é um pastor, e vários outros pastores estavam viajando pelo nordeste da Rússia em busca de novas oportunidades para instalar uma estação de rádio evangélica. Em uma das cidades onde pararam, o comissário (uma espécie de prefeito) os conduziu numa caminhada. Ele não sabia que eles eram pastores—sabia apenas que eram americanos—e, evidentemente, queria comunicar alguma mensagem para esses turistas. Enquanto caminhavam em direção ao centro da cidade, ele lhes disse que os cidadãos tinham orgulho da igreja deles e os convidou para entrar e vê-la de perto.
Ao se aproximarem da igreja, os pastores ficaram bastante surpresos ao verem uma bela construção branca com as famosas torres em formato de cebola bastante comuns na Rússia. Ao entrarem, perceberam que o saguão de entrada era bastante parecido com aqueles das igrejas do ocidente, tendo portas que conduziam ao templo. Contudo, quando abriram as portas e entraram no templo, ficaram boquiabertos: ele havia perdido qualquer semelhança com um local de adoração a Deus. Desde o chão até o teto, havia pendurados inúmeros poleiros repletos de galinhas chocadeiras.
O comissário gesticulou com os braços e disse: “A nossa igreja é a chocadeira mais elegante de toda a região!” Daí, ele olhou para os americanos e anunciou: “Deus não é real, mas galinhas são.”
A verdade é que a maioria das pessoas não está mais convencida de que o Deus da Bíblia é real. O que no passado era um ponto de exclamação hoje é um ponto de interrogação. Empregos são reais; casas são reais; a família é real; o sofrimento é real; o dinheiro é bastante real; as pressões da vida são reais; galinhas são reais; mas não estamos tão convencidos de que Deus também é real.
E esse não é um problema recente. O editorial de um jornal comenta:
O mundo é grande demais para nós; tem muita coisa acontecendo, muitos crimes, muita violência e muita devoção ao entretenimento. Tente como quiser, mas você ficará para trás, a despeito do que fizer. É um esforço constante e, mesmo assim, você perde espaço. A ciência despeja suas descobertas sobre nós com tanta rapidez que acabamos cambaleando em meio à confusão. O mundo político vira noticiário com tanta velocidade que não conseguimos acompanhar quem entra e quem sai de cargos. Tudo está em alta pressão. A natureza humana não conseguirá aguentar isso por muito mais tempo.
Isso foi o que um jornal publicou no dia 16 de junho de 1883.
Como conseguimos comunicar à nossa geração que Deus é real, que Jesus Cristo é um porto seguro, que ele é a essência da verdadeira esperança, que o seu evangelho é verdadeiro e que sua graça está disponível? Não devemos nos surpreender com o fato de Deus ter deixado essa incumbência para o crente.
E aqui está o que devemos fazer: nós, os que recebemos graça, devemos nos tornar disseminadores, distribuidores dessa graça. Assim, nossas vidas se tornam demonstrações inegáveis do fato de que não somente as galinhas são reais, mas o Criador delas, o nosso Redentor, também é tão real quanto elas. E esse é o incentivo por trás da declaração de Paulo em Tito 3.8.
- Anunciamos um evangelho que é verdadeiramente digno de confiança.
Paulo está prestes a resumir os seus pensamentos numa série de declarações. Ele diz aos crentes da ilha de Creta–e a cada crente de hoje–que, acima de tudo, estamos anunciando um evangelho que é verdadeiramente digno de confiança. Note como Paulo começa o verso 8 de Tito 3:
Fiel é esta palavra, e quero que, no tocante a estas coisas, faças afirmação, confiadamente...
Anuncie essas coisas com confiança. Mas o que são estas coisas? A que essa expressão se refere? Paulo está se referindo à sentença anterior que levamos tempo para estudar e dissecar em nossos dois últimos encontros; aquela sentença enorme que começa no verso 4 e termina no verso 7.
Isso significa que o Cristianismo Extraordinário irá comunicar:
- com confiança as verdades do amor e da bondade de Deus (v.4);
- que o Filho de Deus realmente já se manifestou uma vez (v.4);
- que a fé em Cristo somente nos salva independente das boas obras (v.5);
- que o Espírito de Deus nos purificou com um banho completo de redenção (v.5);
- que o Espírito Santo está no processo de nos renovar dia após dia (v.5);
- que Jesus Cristo, que é igual ao Pai, é suficiente para nos salvar (v.6);
- que Cristo substituiu o nosso pecado pela sua justiça e todas as acusações feitas contra nós foram lançadas para fora do tribunal (v.7);
- e que Cristo não somente nos justifica, mas, na verdade, nos faz coerdeiros de seu reino vindouro (v.7).
Paulo diz: “Ouça bem, o evangelho não é nenhum tipo de desejo ilusório; ele não é folclore, ou uma história de mentirinha ou um amontoado de lendas e contos de fada; este é o evangelho e é uma verdade confiável vinda de Deus.” Portanto, anuncie essas coisas com confiança e ousadia!
E, a propósito, Tito, isso começa com você. Você notou o apelo pessoal de Paulo no verso 8? Que, no tocante a estas coisas, faças afirmação, confiadamente. Tito, eu quero que você faça isso.
Agora, não sei se Tito estava hesitando diante daquela oposição cultural ou por causa do descontentamento nas igrejas. É bem possível que Tito estivesse vacilante. Paulo deu indicação de uma possível hesitação. Lembre-se do que ele disse a Tito no capítulo 2, verso 15:
Dize estas coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade. Ninguém te despreze.
E agora, novamente, aqui no verso 8 do capítulo 3: “Tito, eu quero que você faça afirmação com confiança.” Paulo estava agindo como um técnico à beirada do campo gritando para o capitão do time: “Veja só, eu quero que você faça isto...”. E isso significa não duvidar da jogada, mas executá-la com garra e determinação.
Paulo diz, na verdade: “Ouça, Tito, sei que você é jovem, que a cultura é maligna e que a igreja pode estar até resistindo a essas verdades, mas continue firme no jogo e não hesite.”
Charles Swindoll em seu comentário em Tito escreve:
Havia muitas vozes falsas na ilha de Creta. E isso é verdade em todos os lugares; [então] este é o papel primário de um pastor/[mestre]: ele tem a responsabilidade de proclamar a graça clara e enfaticamente. Ele não pode permitir que a relutância retarde sua tarefa; ele não pode deixar que a relutância o interrompa; e ele não pode se desculpar por causa de sua mensagem. Se um pastor declara a Palavra de Deus, ele pode arriscar ser ousado.
E aqueles que pregam ou ensinam a Palavra de Deus sabem muito bem que sempre surge a tentação de hesitar, não proclamar determinadas verdades, pular alguns versos ou evitar capítulos inteiros. Essa é uma tentação de agradar homens ao invés de agradar a Deus.
Paulo iniciou o capítulo 3 com o mesmo pensamento. Essa é uma tarefa contínua e repetitiva. Lembre-os, relembre-os, relembre-os novamente; tanto você como o rebanho precisam do constante lembrete.
Um pastor contou uma história um tempo atrás sobre três amigos que saíram para caçar: um médico, um advogado e um pastor. Eles andavam pela mata quando, de repente, um animal surgiu. O bicho ficou estatelado à frente deles; os três sacaram de seus rifles e atiraram. No mesmo instante, o animal caiu ao chão e os três correram em direção a ele. E, é claro, estava morto. O problema era que eles não conseguiriam determinar qual tiro havia, de fato, matado o animal. Uma discussão acalorada começou e cada um alegava que seu tiro havia matado o bicho. Após alguns minutos, um guarda florestal se aproximou e indagou o motivo da comoção. O médico disse que ele estava discutindo com seus amigos, o advogado e o pastor, sobre quem havia acertado o animal. O policial se agachou, deu uma olhada no bicho morto e disse: “O pastor matou o animal.” “O pastor?!”, perguntaram eles surpresos. “Como você pode ter tanta certeza?” O policial respondeu: “É fácil... o tiro entrou por um ouvido e saiu pelo outro.”
Muito engraçado, mas espero que você esteja me ouvindo!
A verdade é que tanto o pastor como o rebanho têm a tendência de esquecer. Paulo quer que pastores, presbíteros e membros falem, ouçam e aprendam essas verdades repetidamente porque, na realidade, o mundo as ouvirá de nós:
- somos o plano de propaganda de Deus na comunidade;
- somos o outdoor de Deus nas avenidas da vida;
- somos o seu slide de PowerPoint naquela apresentação de negócios;
- você é evidência principal na defesa do evangelho.
Aunciamos um evangelho que é totalmente confiável. E, por esse motivo, podemos declarar com confiança e certeza essas coisas que Paulo escreveu claramente em sua carta.
Agora, se você deseja realmente se comunicar com a nossa geração, existe ainda um distintivo fundamental no Cristianismo Extraordinário nesse assunto.
- Entregamos nossas vidas a um Deus que é verdadeiramente pessoal.
Antes de chegarmos aos desafios finais de Paulo que emanam do evangelho, Paulo diz: “Vamos primeiro confirmar com quem estamos falando.”
Você notou a próxima frase no verso 8? Paulo especificamente identifica o público como os que têm crido em Deus. Essa é a plateia de Paulo—aqueles que creem em Deus.
O tempo perfeito do verbo aponta para um momento específico no passado, o momento quando eles nasceram de novo, quando creram em Deus, o Salvador, como destacamos em nosso estudo anterior. Eles chegaram ao conhecimento de Deus por intermédio de seu relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Eles têm crido, ou seja, creram em um determinado instante no passado e são vistos como pessoas que continuam com sua crença. Deus não é uma força distante no espaço. ele não deu corda ao universo e sentou-se no céu para nos assistir à distância. Não! Deus não nos observa à distância. Deus é pessoal, tão pessoal que você pode até pedir agora mesmo para ele se tornar o seu Salvador pessoal pela fé em seu Filho Jesus Cristo.
Paulo diz, com efeito: “Estou prestes a convocar vocês para o estilo de vida de um Cristianismo Extraordinário. Mas, antes disso, deixe-me só deixar claro com quem estou falando aqui. Enquanto escrevo e falo essas coisas, tenho em mente aqueles que já conhecem a Cristo pessoalmente.”
E isso é algo decisivo. Somente o indivíduo que vive com a convicção de que Deus é um Deus vivo poderá se envolver com as vidas de outras pessoas. E é exatamente para isso que Paulo está direcionando sua discussão.
Nós estamos não somente fazendo a propaganda de um evangelho que é verdadeiramente confiável, com um fundamento em um Deus que é verdadeiramente pessoal, mas terceiro:
- Vivemos um estilo de vida que é totalmente excepcional.
Note o verso 8 novamente:
Fiel é esta palavra, e quero que, no tocante a estas coisas, faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras...
Paulo já deixou bastante claro que o pecador não é salvo pelas obras: não por obras de justiça. Não fazemos boas obras para irmos para o céu; realizamos boas obras porque estamos a caminho do céu e desejamos levar outros conosco e as boas obras chamam a atenção deles. Esta é a campanha de propaganda do Cristianismo: uma demonstração inegável de uma vida transformada. Por esse motivo, Paul dotou essa carta com o conceito de praticar a fé diante de outras pessoas por meio das boas obras.
O reformador João Calvino colocou isso da seguinte forma: “Somos salvos pela fé sozinha; mas a fé que salva nunca vem sozinha.”
Seria bom se você destacasse em sua Bíblia os seguintes versos:
- 2.7—um exemplo de boas obras;
- 2.14—zeloso de boas obras;
- 3.1—estar pronto para as boas obras;
- 3.8—ser solícito na prática de boas obras;
- 3.14—aprender como se distinguir nas boas obras.
Portanto, existe muito mais no Cristianismo que apenas aprender doutrinas.
Veja bem, Paulo não repete esse tema simplesmente porque está determinado a escrever três capítulos e a matéria terminou. O Cristianismo Extraordinário não é apenas uma boa educação em sã doutrina; ele é uma vida de aplicação das verdades por meio das boas obras.
Lembre-se, nós já recebemos a benignidade e o amor de Deus. Não os guarde para si mesmo; arme uma tenda na esquina e comece a distribuir bondade e graça para o mundo ao seu redor. Isso, de fato, reflete o caráter do Salvador a quem entregamos nossas vidas, conforme o Evangelho de Lucas nos relembra que o Senhor é benigno até para com os ingratos e maus (Lucas 6.35).
Gostaria que você notasse bem o comentário de Paulo que devemos ser solícitos na prática de boas obras. Essa é a única vez em que o verbo “ser solícito” ocorre no Novo Testamento. Ele significa “pensar sobre, ter intenção direcionada.” Ou seja, ser intencional. Ele implica a ideia de ser criativo e exaustivo na investigação de como e o que realizar na forma de boas obras. Trata-se de um hábito para o resto da vida. Essa será a sua disposição mental.
Você conhece alguém assim? Parece que eles vivem para ajudar; fazer algo para outras pessoas é a segunda natureza deles; eles são os primeiros a assumir as tarefas extras, as atividades que os demais rejeitam; eles sujam suas mãos sem reclamar. Essas pessoas estão à procura de coisas para fazer pelos outros. Elas são exceção à regra. Todos na escola sabem quem elas são; o pessoal no trabalho sabe quem é assim; os chefes sabem quem são esses empregados; em todas as áreas da vida, essas pessoas sabem se tornar solícitas na prática das boas obras.
E Paulo escreve aqui, na verdade: “Se alguém deve ser desse jeito, esse alguém deve ser o crente.”
A palavra que ele usa para “prática” em solícitos na prática de boas obras se refere a iniciativa. Portanto, temos agora intenção, mais criatividade, mais inciativa. Essa pessoa irá, com certeza, deixar sua marca excepcional em algum lugar, quer seja em algo simples, terreno e nos bastidores, ou público, bem conhecido e aparente a todos.
Esses são crentes extraordinários que estão dando início a um estilo de vida que é verdadeiramente extraordinário, e produzem benefícios a outras pessoas. E deixe-me dizer ainda que esses benefícios terão impactos externos concêntricos, como uma pequena pedra lançada no lago causa um efeito espiral.
Então, a começar dentro de casa. Se existe um local que deve ser imediatamente beneficiado com os crentes e suas boas obras, esse lugar é a igreja, não é? Paulo escreveu em Gálatas 6, verso 10:
Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.
Se somos pessoas de criatividade, energia, disposição e iniciativa, a primeira família que deve ser beneficiada é a que chamamos de a família da fé. Assim, a casa inteira se enche de pessoas ávidas por realizar boas obras.
Será que deveria haver vagas para servir no berçário? Será que deveríamos precisar de mais professores para ajudar a treinar crianças, adolescentes e jovens na família da fé? Por que existiria a necessidade de mais recepcionistas e voluntários para as dezenas de serviços disponíveis na igreja? Existe uma igreja que precisa de seus serviços; os irmãos se esforçam, mas precisam de suas mãos e seu coração. Como um autor disse: Pare de namorar a igreja. Encontre uma onde você se instale bem. Você jamais encontrará uma igreja perfeita.
Infelizmente, a verdade é que, na igreja, 20% das pessoas fazem 80% do trabalho; 20% contribuem com 80% do orçamento, enquanto 80% contribuem somente com 20% das necessidades, tanto físicas como financeiras. Encontre um lugar onde você possa realizar boas obras para todos os homens, especialmente para os da família da fé. Esse é o plano de Deus.
Paulo escreve: “Seja intencional na prática de toda boa obra que você consiga imaginar.” E isso se estende exteriormente em círculos concêntricos. Você se envolve em boas obras em sua própria família, em sua família da fé imediata e, depois, a todo o corpo de Cristo à medida que Deus concede oportunidades.
Como filho de missionário, viajava muito com meus pais e meus irmãos para diferentes igrejas e casas de irmãos que ajudavam a sustentar meus pais na obra missionária. Havia um casal que sempre nos recebia com todo amor e alegria. Numa ocasião, nosso carro quebrou e eles viajaram várias horas para nos socorrer enquanto o carro era consertado. Mas eles não eram membros da diretoria da igreja; eles não eram ex-missionários ou líderes de organizações para-eclesiásticas. Eles eram fazendeiros—fazendeiros prontos e solícitos na prática de boas obras, especialmente para com os da família da fé.
Veja bem, o grande drama da graça e da verdade não é como uma peça teatral para qual vamos, sentamo-nos e apenas assistimos. Ao contrário, saímos de nossas poltronas, vestimos nosso traje e participamos no drama [da graça] enquanto Deus direciona todos nós.
Note a última parte do verso 8: Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens. O que Paulo está dizendo é que o nosso envolvimento com as boas obras será proveitoso para a humanidade como um todo. Não somente para a elite religiosa; não somente para os convertidos; não somente às pessoas que conhecemos; não somente às pessoas ao nosso redor, mas para as pessoas em geral. Pessoas de fora, do mundo!
Na época de Paulo, o infanticídio era uma epidemia; bebês era abandonados para morrer, especialmente as meninas. Os cristãos começaram a providenciar cuidado para essas crianças abandonadas. Um crente do segundo século foi martirizado pelos romanos por ter apoiado, protegido e salvo da morte várias crianças que ficaram deformadas e aleijadas devido a tentativas de aborto e abandono terem falhado. Essa proteção às crianças era uma afronta à cultura romana, era totalmente contrária às normas culturais. E, é claro, a culpa da cultura era exposta. Por causa desses fatores, os romanos martirizaram esse cristão.
Sêneca, um filósofo romano renomado, revelou a opinião da maioria ao escrever as seguintes palavras trágicas: “Nós afogamos crianças que, ao nascerem, são identificadas como fracas ou anormais.”
Novamente, apesar de toda a sofisticação da medicina e ciência do pré-natal, chegamos à mesma posição ética dessas pessoas que viviam na ilha de Creta. Uma mãe hoje que carrega uma criança defeituosa no ventre é encorajada a abortá-la enquanto está no santuário do útero.
O Cristianismo chega e declara a vida humana como algo precioso, a despeito de qualquer dificuldade ou defeito.
Dionísio, um líder da igreja do terceiro século, escreveu sobre uma praga que arrasou Alexandria em 250 A.D. Ele escreveu que os cidadãos,
afastavam para longe qualquer pessoa que começasse a adoecer, distanciavam-se até mesmo de seus amigos mais íntimos e lançavam os sofredores semimortos nas estradas públicas, deixando-os expostos sem nem mesmo um enterro e tratando-os com desprezo quando morriam.
Nós não vamos arriscar nossas vidas, não é? Qual era a diferença no comportamento do crente? Segundo Dionísio,
Os cristãos não se poupavam, mas ficavam juntos aos demais, visitando os doentes sem pensar em seu próprio risco; tratavam deles para que fossem curados, trazendo sobre si mesmos as doenças de seus vizinhos, dispostos a tomar sobre si mesmos os sofrimentos das pessoas ao seu redor.
Isso acontece ainda hoje! No ano passado, o editor de um jornal famoso do país escreveu uma coluna destacando o trabalho de vários crentes. Ele disse que, apesar de não ser um crente,
Em relação a pobreza, doença e opressão social, os crentes são incomparavelmente mais dispostos a doar seus bens e ir à linha de frente de batalha, quer seja em seu país ou em outro, para combater a fome, malária, estupro, tráfico humano, genocídio. As pessoas mais corajosas que você conhecerá serão esses crentes que verdadeiramente vivem a sua fé. Eu, pessoalmente, não sou religioso, mas fico muito admirado ao ver essas pessoas arriscando suas vidas dessa forma.
Que propaganda para o evangelho da graça! Nós, que temos recebido misericórdia e graça de fato, trazemos Deus de volta à vida diante de um mundo que nos observa. O mundo diz que o trabalho é degradante; o crente diz que o trabalho é algo honroso e ele ainda vai uma milha a mais. O mundo diz que os filhos são um fardo; o crente diz que os filhos são uma benção do Senhor. O mundo diz que passar por cima das outras pessoas para o seu próprio progresso é o que importa; os crentes dizem que servir aos outros é o que realmente vale a pena. O mundo diz que nunca viu a Deus; o crente diz: “Deixe-me mostra a você como Deus é!” e, então, se mostra solícito em boas obras que são excelentes e proveitosas para toda humanidade.
O mundo observa nossas boas obras e quer saber o porquê; daí, apresentamos o evangelho e o nosso Deus aos perdidos para que se juntem a nós, glorificando a Deus.
Um periódico cristão postou um artigo na internet recentemente sobre uma igreja que se esforçou num sábado de manhã para revitalizar um bairro próximo ao centro de uma cidade mediana. Todos os voluntários estavam vestindo camisas amarelas. Aproximadamente 50 fluíram do local de construção, preparando-se para almoçar depois de terem terminado um projeto de reforma de uma casa antiga. Um rapaz escreveu o artigo e disse que observou um casal trabalhando no quintal da casa deles. Ele escreve:
Eu parei para cumprimentar a mulher que estava no seu jardim de rosas e ela percebeu que eu estava vestindo aquela camisa amarela. Ela me perguntou o que estávamos fazendo no bairro e eu respondi que várias igrejas haviam se unido para servir à comunidade. Durante minha conversa com essa mulher, seu marido estava do outro lado do jardim cortando grama; mas ele me viu quando eu parei, desligou seu cortador de grama e veio em minha direção. Jamais me esquecerei de suas palavras. Ele balançou a cabeça em aprovação, acenando para a casa reformada. Daí, me olhou nos olhos e disse: “Admiro muito o seu coração; como posso ter um igual ao seu?”
Então, esse homem pôde compartilhar o evangelho de Jesus Cristo com aquele casal, explicando que o seu coração apenas refletia o coração da bondade e benignidade de Deus.
Meu irmão, o maior obstáculo ao cristianismo é um crente que não vive sua fé; a melhor propaganda para o cristianismo é um crente que traz sua fé à vida.
Para um mundo convencido de que casas são reais, que dinheiro é real, que dor de cabeça é real, que empregos são reais e que até galinhas são reais, essa é a realidade. Daí, um crente extraordinário chega e apresenta um evangelho que é verdadeiramente confiável, que se entrega a um Deus que é verdadeiramente pessoal e, então, dá início a um estilo de vida que é verdadeiramente proveitoso. Dessa forma, esse crente traz Deus de volta à vida diante dos olhos do mundo. Esses são os crentes notáveis que são solícitos na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens.
Então, o que você irá fazer? Onde está servindo? O que está oferecendo? O que o tem impedido? Por que não se comprometer em começar algo esta semana? Peça ao Senhor que o ajude a olhar ao redor, buscando maneiras de servir não somente aos da família da fé, mas ao corpo de Cristo como um todo e a comunidade ao seu redor para que todos vejam suas boas obras e glorifiquem ao Pai, que está nos céus.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 07/10/2012
© Copyright 2012 Stephen Davey
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