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Quando O Dinheiro Fala

Quando O Dinheiro Fala

參考: James 1–5

Quando O Dinheiro Fala

Série Satisfeitos! – Parte 6

Tiago 5.1–6

 

Introdução

Em 1923, algumas das pessoas mais poderosas e ricas do mundo se reuniram em um hotel para formular estratégias e colaborar juntas com seus recursos, bem como para discutir a economia mundial. Entre os participantes poderosos do século passado presentes na reunião se encontravam:

  • o presidente da maior empresa de ferro do mundo;
  • o presidente da bolsa de valores de Nova Iorque, Estados Unidos;
  • um membro do gabinete presidencial americano;
  • o empresário mais poderoso de Wall Street;
  • o líder da maior indústria mundial;
  • e o presidente do Banco Internacional.

De acordo com uma fonte:

Em conjunto, esses homens controlavam mais riquezas do  que o próprio tesouro nacional dos Estados Unidos. Por vários anos, jornais e revistas publicaram histórias sobre o sucesso desses homens, encorajando a juventude a seguir seus exemplos.

O dinheiro fala. Você já parou para pensar que o sistema do mundo nunca encoraja alguém a seguir o exemplo de uma pessoa pobre? “Está vendo aquele cara dirigindo aquele Fusquinha velho ali? Descubra qual é o segredo dele. Sabe aquela mulher que usa roupas fora de moda? Pois é, veja se consegue descobrir o que fazer para ser como ela!” Nada disso!

Oito anos após essa conferência dos ricos, um homem famoso deu um discurso no qual encorajou todos na busca do grande sonho, isto é, busca pela posição social e reconhecimento pessoal. Mas esse não é o sonho a se buscar; esse é o sonho que o conduz a apenas mais e mais coisas! E a mensagem é a mesma em todos os países.

Na semana passada, eu estava dirigindo e o adesivo no carro à minha dizia: “A pessoa que herdar mais brinquedos no final ganha.” Isso é melhor ainda do que ter que trabalhar pelas coisas; você apenas herda! E o que herda mais é o vencedor!

E o ser humano deseja ser o vencedor. O dinheiro manda e as pessoas lhe obedecem! Então, se você deseja ter alguma voz, certifique-se de que está em busca do grande sonho por fama e posição social.

A Bíblia, por outro lado, apresenta uma mensagem diferente e um caminho completamente distinto. Temos 38 parábolas registradas nos Evangelhos ensinadas por Jesus. Dessas 38, 16 lidam com o assunto do dinheiro. Na verdade, um em cada 10 versos no Novo Testamento menciona a questão das posses.

Apesar de Jesus Cristo nunca ter condenado as posses, ele nos preveniu contra viver para as riquezas. De fato, no decorrer do Novo Testamento, o crente aprende que a riqueza é uma responsabilidade perigosa capaz de arruinar a vida de alguém mais do que a pobreza.

E já que estamos falando sobre isso, acontece que a maioria de nós se encontra entre as pessoas mais ricas do mundo. Se você tem mais de um par de roupas, um teto sobre a sua cabeça, dinheiro no banco, seu próprio carro e comida suficiente para sua próxima refeição, então se encontra no seleto grupo de 1% das pessoas mais ricas do mundo.

Entretanto, a natureza humana não nos conduz a um senso de satisfação. Ao menos que diariamente nos submetamos à Palavra e ao Espírito de Deus, o coração do crente sempre desejará algo melhor, mais fácil, mais novo e maior; sempre... mais.

A verdade é que o dinheiro fala. E quando ele fala, o que diz de fato? O apóstolo Tiago sabia que o dinheiro falava em sua geração, bem como na nossa. E ele está prestes a registrar sua repreensão mais severa, sua advertência mais clara de todas.

Abra sua Bíblia em Tiago capítulo 5. O verso 1 começa com esta advertência:

Atendei, agora, ricos, chorai lamentando, por causa das vossas desventuras, que vos sobrevirão.

Gosto muito da maneira como Tiago agrada os leitores; ele não ofende ninguém, não é? Ele começa dizendo no verso 1: “É o seguinte, vocês, ricos, ouçam bem!”

Tiago não está concorrendo para as eleições! “Vejam bem, ricos, comecem a chorar e lamentar as misérias que vêm ao encontro de vocês.”

A expressão chorai lamentando se refere a alguém lamentando por um morto. No Novo Testamento, essas palavras também são utilizadas em referência ao choro de vergonha ou remorso. Tiago pinta a imagem do julgamento vindouro diante do trono de Deus onde todos serão condenados.

A propósito, existe uma mudança de foco nesse parágrafo. Não existe nenhuma evidência de que Tiago esteja falando com ou sobre crentes. Ele não usa termos como “irmãos” nessa passagem; não há chamado a arrependimento; não há menção de que essas pessoas conhecem ao Senhor ou se submetem a ele ou à sua vontade como vimos no capítulo 4.

O que grande parte dos eruditos e linguistas acredita é que Tiago condena os sistema do mundo e, ao mesmo tempo, repreende as tendências mundanas dentro do coração dos crentes. Tiago revela a busca materialista do mundo, mas também sabe que crentes podem ser tão materialistas, autocentrados, descontrolados e culpados desse pecado como o mundo.

Portanto, o crente é advertido nessa repreensão rigorosa aos descrentes. Deixe-me colocar isso da seguinte forma: Tiago condena a busca do descrente e, ao fazê-lo, alerta o crente a não adotar a mesma busca. O que Tiago faz nesse parágrafo é expor 4 pecados relacionados ao materialismo; todos estão interligados.

  • O primeiro pecado relacionado ao materialismo é o acúmulo.

Na geração de Tiago, havia três formas primárias de riqueza e todas eram acumuladas.

  • Uma delas era o milho e o grão.

Não há nada de errado em estocar milho ou grão. O problema que Tiago condena é que, pelo fato de eles terem acumulado mais do que poderiam comer, ele diz no verso 2: As vossas riquezas estão corruptas [ou “apodreceram”]. Ou seja, elas estragaram. A implicação óbvia é que eles se recusavam a dar o que tinham; preferiam jogar fora a compartilhar com outras pessoas.

  • Outra forma de riqueza era as roupas.

Note o que Tiago diz em seguida no verso 2: e as vossas roupagens, comidas de traça. A palavra roupagens se refere aos mantos longos e folgados usados na época. Geralmente, esses mantos eram bordados e decorados com extravagância. Os mantos eram uma espécie de moeda nos tempos do Antigo Testamento e até o início do Novo Testamento.

  • Como primeiro ministro do Egito, José deu aos seus irmãos roupas após a reconciliação deles (Gênesis 45);
  • Sansão prometeu um novo guarda-roupas para quem conseguisse resolver seu enigma (Juízes 14);
  • Naamã levou mantos como presente ao profeta Eliseu (2 Reis 5);
  • O apóstolo Paulo disse que, enquanto serviu aos crentes em Éfeso, não havia cobiçado nem o dinheiro nem a roupa deles (Atos 20). Essa é outra forma de dizer: “Não cobicei nem sua conta bancária, nem seus documentos.”

Na geração de Tiago, as pessoas vestiam suas contas bancárias nas mangas de suas roupas; ficava tudo exposto ao público. Mas Tiago escreve: e as vossas roupagens, comidas de traça. E isso nos informa o que está se passando aqui. A única roupa que poderia ser comida por traça era aquela que havia sido guardada por um longo período de tempo; essa roupa era estragada pelas larvas do mofo. E mantos comidos de traça não serviam para nada. Jó se referiu ao seu próprio corpo como um manto em decomposição comido por traça (Jó 13.28).

Tiago descreve alguém que nem sequer tenta combater a tentação. Ele fala de pessoas que acumulam seu grão sem qualquer desejo de compartilhá-lo, e juntam manto sobre manto mesmo sem poder usar todos ao mesmo tempo. A única coisa que podem fazer é guardá-los em caixas maiores, guarda-roupas maiores, depósitos maiores e celeiros maiores. Eles não podem comer nem vestir o que estocam, mas ainda querem mais! Esses são indicadores externos de uma insatisfação interna. Eles nunca ficam satisfeitos.

  • A terceira e última fonte primária de riqueza era o ouro e a prata.

Tiago escreve no verso 3: o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens.

Já que ouro e prata puros não enferrujam, Tiago pode estar se referindo à moeda da época que era misturada com metal fundido; eu tenho algumas dessas moedas do século primeiro. Dificilmente você diria que existe algum ouro ou prata nelas. Todavia, é mais provável que Tiago esteja se referindo a outra coisa aqui devido ao contexto escatológico de julgamento. Note a última frase do verso 3, onde Tiago diz que eles acumularam tesouros nos últimos dias.

O apóstolo usa aqui o que os linguistas chamam de tempo perfeito profético, ou seja, ele fala sobre algo no futuro com tanta certeza como se já estivesse ocorrendo no presente. Então, Tiago sugere, no contexto desse julgamento futuro, que seu ouro e sua prata serão tão inúteis quanto a um ferro corroído de ferrugem.

Então, você acumula coisas que apodrecem, estragam, são comidas por insetos e se tornam tão inúteis quanto lixo enferrujado. Em outras palavras, aproveite essas coisas agora porque não poderá levá-las consigo! Use-as mesmo porque não as terá para sempre!

Li um tempo atrás um artigo intitulado “Dinheiro no Caixão.” Achei muito legal. Ele contava a história de um homem que viveu exatamente como Tiago descreve aqui. Seu propósito final na vida era conseguir a maior quantidade de dinheiro que pudesse. Ele não somente amava o dinheiro e tudo o que o dinheiro podia comprar, mas acumulava para si também. E ele não deixava sua esposa gastar nada de seu dinheiro. Ele até a fez prometer que, quando ele morresse, ela colocaria todo o seu dinheiro com ele na cova. Era dele e ele queria guardar tudo para si. E sua esposa, inacreditável, cumpriu seu dever e lhe fez a promessa.

Quando o fulano morreu, já estava muitíssimo rico. No seu funeral, ao qual apenas sua esposa e alguns amigos compareceram, antes de fecharem o caixão, sua esposa pediu que um rapaz colocasse uma caixa grande sobre o caixão antes que fosse baixado à cova. Uma amiga chegada da esposa perguntou a ela: “Você não é besta de cumprir a sua promessa, é?” Ela respondeu: “Mas eu prometi que iria.” E sua amiga protestou ainda mais: “Você está me dizendo que cumpriu a exigência dele e colocou naquela caixa todo o dinheiro junto com o caixão?” A viúva respondeu: “Claro que eu coloquei... eu escrevi um cheque para ele.”

Antes de deixarmos essa primeira acusação de Tiago, como fazemos a diferença entre uma poupança e um acúmulo desnecessário? Deixe-me rapidamente fazer alguns contrastes:

  • O que você economiza será usado—não talvez será usado, mas será, em algum momento, usado. Em contraste, o que você acumula possivelmente nunca será usado;
  • O que você economiza possui um propósito bíblico legítimo, como prover as necessidades de sua família; não se trata de avareza, mas necessidades. Pode ser para o uso na obra do Senhor quando ele mostrar a sua vontade para você. Talvez a economia suprirá as necessidades de outras pessoas. Por outro lado, o que você acumula jamais estará disponível a outras pessoas;
  • O que você economiza é uma testemunha de seu bom planejamento e mordomia. Diferente disso, o que acumula é uma testemunha secreta de sua falta de confiança na provisão de Deus para o futuro.

Portanto, Tiago apresenta a primeira atitude externa que demonstra o materialismo interno: o acúmulo.

  • A segunda atitude pecaminosa é o roubo.

Note o verso 4:

Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos.

Esse verso nem precisa de muita explicação, não é? Esses homens estão enriquecendo ao não darem o pagamento devido a outras pessoas. Tiago se refere especificamente aos seus trabalhadores que faziam a colheita das riquezas nos campos enormes.

O termo trabalhadores se refere a pobres trabalhadores imigrantes que viviam à beira da fome ou inanição. Esse era um trabalhador diário que recebia um salário miserável nos dias de Tiago. No seu caso, era impossível economizar alguma coisa; se seu salário fosse retido, mesmo que apenas por um só dia, ele e sua família simplesmente não teriam o que comer.

Eles já fizeram a colheita no campo desse homem rico. O tempo verbal indica que o serviço já foi terminado e o trabalhador é digno do seu salário justo. Mas Tiago escreve: o salário... que por vós foi retido. O tempo dessa construção verbal indica que esse não é apenas um atraso no pagamento, mas uma total negligência e omissão baseadas em alguma desculpa inventada. Em outras palavras, eles jamais receberão seu pagamento e é um dinheiro que merecem. Simplesmente, esses proprietários se recusam a pagar o que devem.

Paulo se refere à mesma ideia em Romanos 13, verso 8, onde diz: A ninguém deveis coisa alguma. As pessoas utilizam erroneamente esse verso e o aplicam a financiamento de carros e casas.

Primeiramente, a Bíblia jamais condena pegar emprestado, emprestar ou mesmo cobrar juros dos que podem pagar. Quando Paulo escreveu A ninguém deveis coisa alguma, o tempo verbal se refere a alguém que constantemente deve ou se recusa a pagar o que deve. De fato, o verso anterior, o verso 7, fala sobre a responsabilidade de pagar impostos. Em outras palavras, Paulo está dizendo: “Parem de dever ao governo seus impostos; paguem. Não devam aquilo que deveriam estar pagando.”

A linguagem de Paulo em Romanos 13 fala de alguém que tem uma dívida e possui condições de quitá-la, mas que simplesmente não a paga.

Assim como esses ricos de Tiago 5. Eles têm dinheiro suficiente para pagar o salário dos trabalhadores, mas não pagam. Esses trabalhadores imigrantes jamais receberão seu contracheque. Os ricos estão rindo e dizendo entre si: “O seu cheque já foi enviado; deve estar nos correios!” Tiago diz: “O pranto desses pobres trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor dos Exércitos.

Esse é um lembrete sutil para o crente; talvez houvesse nessa assembleia irmãos pobres que não estavam sendo pagos pelos ricos. Tiago diz: “O clamor de vocês foi ouvido pelo Senhor dos Exércitos.” Em outras palavras, o materialista que rouba as pessoas ao não pagar o que lhes deve terá que encarar Deus que é grande o suficiente para resolver o problema.

Tiago condena o materialista por acumular e por roubar.

  • A terceira atitude do materialista pode ser chamada de abundância descontrolada.

Note o verso 5:

Tendes vivido regaladamente sobre a terra; tendes vivido nos prazeres; tendes engordado o vosso coração, em dia de matança;

As palavras que Tiago usa se referem ao ganho material com o propósito de luxúria após luxúria. O termo prazeres se refere à lascívia sexual e promiscuidade. Essas pessoas usam suas riquezas para satisfazer seu próprio amor ao conforto, lascívia e concupiscência.

Nos dias de Tiago, até mesmo o mundo religioso era entregue à luxúria, bebedice e festança. Dionísio, o filho de Zeus, era adorado como o deus da festa, o que era, na verdade, o deus da bebedice e da devassidão. Esse sistema religioso saturava os mundos grego e romano com seu amor a Dionísio.

Os seguidores construíram grandes templos a Dionísio, onde praticavam suas orgias. Bem no centro do templo que ficava em Damasco, cujas ruínas podem ser vistas até hoje, havia uma área decorada com um poço no meio. O buraco foi escavado e bem enfeitado com cerâmicas adornadas. Mas ele servia nada mais como um local onde os adoradores embriagados de Dionísio vomitavam durante as festas. Eles consideravam o vômito como uma oferta ao seu deus. Depois que vomitavam, voltavam para se abastar com suas orgias novamente. Até aos dias de hoje, o palácio de Nero em Roma ainda revela, no centro da principal sala de jantar, um poço, usado para o mesmo fim por Nero e seus convidados. Ali eles vomitavam e voltavam para mais folia.

Os ricos não poupavam nenhum gasto na busca pela satisfação de seus desejos e fantasias. E eles pareciam estar conseguindo o que queriam. E já que os leitores da carta de Tiago haviam sido deportados de Roma por César e estavam espalhados pelo império perguntando-se se iriam ou não ter algo para comer, se teriam mais um dia de real prazer de novo, eles seriam tentados a pensar que os deuses gregos e romanos eram os únicos deuses que forneciam algum tipo de satisfação.

Eu creio que, por esse motivo, Tiago relembra o crente de que essas pessoas autocentradas que se promoviam, que viviam abastadas e mergulhadas em seus prazeres sem jamais se arrepender de seus pecados, podiam até parecer que escapariam ilesas de seus pecados, mas na verdade apenas engordavam seu coração para o dia da matança do julgamento de Deus. Estão escapando agora, mas não escaparão depois.

Eles acumulam, roubam e se entregam a abundâncias descontroladas. Mas, não se engane, o dinheiro pode falar, mas, no final, ele falará contra essas pessoas.

  • A quarta e última característica do materialista pode ser descrita pela palavra crueldade.

Note o verso 6: tendes condenado e matado o justo, sem que ele vos faça resistência.

Tiago usa aqui uma terminologia legal, forense. O conhecimento comum entre os ouvintes judeus era a ideia de matar um homem ao impedir que ele vivesse bem. Uma declaração rabínica dizia: “Como um homem que assassina seu próximo ao retirar dele sua forma de vida,” o que poderia incluir fome ou qualquer outro impedimento.

Pelo fato de os inocentes no contexto serem os pobres, e já que os ricos dominam os tribunais, o pobre não pode se defender e perde todos os casos contra os ricos.

De maneira mais modernizada, o que ocorre nesse contexto é o seguinte: um pobre homem trabalhou o dia inteiro, vários dias na verdade, limpando o campo de um homem rico. Mas, daí, o dono do campo recusa pagar ao trabalhador o seu devido salário. Então, o pobre fala com o tribunal, pega a documentação necessária e processa o rico. Mas o sistema judiciário é corrupto. O juiz é amigo desse rico dono do campo e recebe uma propina gorda em sua conta bancária, um incentivo para ajudar o rico a resolver o assunto “da forma devida.” Qualquer advogado envolvido no caso é subornado e o júri armado. Então, esse pobre trabalhador perde seu caso na justiça. Daí, o homem rico, fingindo ter sido insultado, processa o pobre inocente em contrapartida e ganha o caso. Agora, o pobre não somente perde seu pagamento, mas também seu carrinho, sua casa, sua licença para trabalhar e todas as suas ferramentas. Ele finda com nada nas mãos. Soa familiar para você?

É a esse tipo de prática que a maioria dos estudiosos pensa que Tiago se refere no texto; podemos chamar isso de “assassinato judicial.” O pobre é insultado, espancado e arruinado pelo tribunal que, ao invés de praticar a justiça, é controlado pelos ricos e os ricos nunca perdem.

Você notou o que acontece nesse caso que Tiago descreve aqui? Note a última parte do verso 6, onde Tiago diz: o justo, sem que ele vos faça resistência. Isso pode significar duas cosias:

  • que o pobre não tem condições de comparecer ao julgamento. Ele não possui o tempo ou dinheiro para a gasolina e não consegue chegar ao tribunal; ele nem sequer tem dinheiro para fazer cópias dos documentos para o processo; ele não tem arma alguma para usar ao seu favor;
  • ou pode significar que ele se recusa a lutar e escolhe sair no prejuízo, deixando a vingança nas mãos de Deus.

Não podemos ter certeza, mas a última interpretação é a mais provável, já que Tiago se refere a essa pessoa como o justo.

Então, Tiago conclui essa seção com um tom de tristeza dignificada. Os ricos fazem as coisas do seu jeito... agora. Eles continuam em sua vida louca, acumulando mais e mais coisas, roubando qualquer pessoa que podem para conseguir mais dinheiro, entregando-se às abundâncias dos prazeres e desejos de sua carne e, ao mesmo tempo, destruindo vidas de pessoas inocentes. Eles farão de tudo para saírem vencedores.

Você pode dizer: “Ah, mas esse tipo de pessoa materialista assim não existe nos dias de hoje.” Eu li um artigo na revista Forbes cujo título era: “Então, Você Quer Ser um Bilionário?” Foi impossível não ficar olhando para esse título. Querer ser um milionário não é nada mais; o negócio é ser bilionário agora! O artigo dizia:

Para se tornar rico, é necessário dedicação intensa às “Regras do Dinheiro.” Essas regras de conduta são baseadas primeiramente em pesquisa profunda com pessoas super-ricas, especialmente os bilionários e pessoas que estão a caminho dessa posição de bilionários. As “Regras do Dinheiro” são perspectivas e comportamentos aplicados com regularidade pelos super-ricos que os permitiram conquistar sucesso financeiro extremo. Mas, novamente, essas regras de conduta podem ser usadas por praticamente qualquer um que busca aumentar significativamente seu lucro.

Em outras palavras, essas “Regras do Dinheiro” precisam se tornar seu estilo de vida, caso deseje ter sucesso e conquistar mais. Lembre-se: um milhão ou 500 milhões não são suficientes; siga essas regras e você vai subir para o outro nível.

Eu li essas regras. Não temos tempo para ver cada uma delas, mas, quando eu lia, percebi que estava vendo Tiago 5, versos 1 a 6, em cores vibrantes. Vou fornecer a você apenas as duas primeiras regras para entender bem.

Regra nº 1: Comprometa-se à riqueza extrema. Eles explicam: os super-ricos têm um senso bem definido de que o dinheiro é o objetivo final. Eles dão prioridade e se concentram em atividades com o maior potencial de retorno e dão menor prioridade a praticamente todas as demais coisas.

[Em outras palavras, o que não dá dinheiro é considerado perda de tempo.]

Regra nº 2: Envolva-se no interesse pessoal. Os super-ricos nunca se deixam levar pela alegria do grupo ou pedidos de justiça. Com bastante regularidade, eles realizam o trabalho necessário para gerar vantagem ou explorar a fraqueza de seu adversário.

Se é um profissional (descobri que essa é a designação dada pela Forbes para a classe média—e você não quer estar nessa classe), você busca fazer todos felizes e realizar algo justo. Mas se deseja ser super-rico, então faça de tudo para sair ganhando.

Posso quase ouvir Tiago dizendo: “Você está buscando um caminho que leva ao julgamento; está apenas engordando seu coração para o julgamento de Deus.”

Agora, não me entenda mal. O dinheiro não é a raiz de todos os males, mas o amor ao dinheiro (1 Timóteo 6.10). Um teólogo dos anos de 1800 escreveu:

Não há pecado algum em ser rico. O pecado surge no meios dos ricos a partir da maneira como o riqueza é adquirida, do espírito que ela produz no coração e da forma como é utilizada.

É aí onde o pecado entra.

Deixe-me dizer isso da seguinte forma: tenho na mão uma nota de 100. Fui ao banco para consegui-la; tive que fazer um empréstimo. Não existe nada de pecaminoso nessa nota de 100; não há nada de pecaminoso com aquele pedaço de papel. O pecado está em:

  • como meu coração reage à nota de 100;
  • se eu quero mais dela; eu ficaria feliz demais se tivesse duas ao invés de uma;
  • como eu consegui a nota;
  • como irei investi-la ou desperdiçá-la;
  • minha vida e sonhos serem determinados por ela;
  • se estou ou não disposto a compartilhá-la.

Veja bem: o pecado não está num pedaço de papel. O potencial do pecado reside em mim. Ela é somente uma isca no anzol; o inimigo de nossas almas está doido para nos fisgar.

Deixe-me fazer 5 observações para concluirmos nosso estudo.

  • Um pedaço de papel não trará satisfação à sua vida.

Perguntaram uma vez a John D. Rockfeller: “Quanta riqueza realmente é suficiente para você?” Ele respondeu: “Só mais um pouquinho.”

O salmista Davi escreveu: “Se as riquezas aumentarem, não coloque seu coração nelas.” Adiciono: não importa quais sejam as “Regras do Dinheiro.” Um simples pedaço de papel não produz satisfação.

A propósito, aqueles homens poderosos que eu mencionei no início que se reuniram num hotel, todas as suas vidas terminaram de forma trágica:

  • o presidente da maior empresa de ferro viveu com dinheiro emprestado pelos últimos 5 anos de sua vida e morreu sem nenhum centavo;
  • o presidente da bolsa de valores de Nova Iorque foi pego roubando e acabou numa penitenciária federal;
  • o membro do gabinete presidencial foi perdoado da prisão para morrer em casa;
  • o empresário mais poderoso de Wall Street cometeu suicídio;
  • como também o chefe da maior indústria mundial;
  • como também o presidente do Banco Internacional.

Se um pedaço de papel pudesse falar, ele diria: “Você não ficará satisfeito comigo!”

  • Mais uma observação: uma mão cheia de notas de 100 não fará de você uma pessoa generosa.

Esses proprietários estavam com a vida feita; por que roubar o salário mínimo desses pobres trabalhadores? Era um grão de areia para eles!

É um fato comprovado que, quanto mais dinheiro as pessoas têm, menos elas compartilham. A prosperidade não fará de você automaticamente uma pessoa generosa.

  • Mais uma observação: a pobreza não fará de você automaticamente uma pessoa piedosa.

Você pode ser uma pessoa pobre e, ao mesmo tempo, muito avarenta.

  • Quarto, uma mão cheia de dinheiro não concede a você segurança, nem agora, nem depois.

 

  • Última observação: se você perdeu algo por causa da injustiça ou mau tratamento, Deus sabe de sua perda.

Deus sabe de tudo o que se passa no planeta; nada escapa à sua atenção.

Charles Swindoll contou algo engraçado que aconteceu com ele quando fazia uma visita num hospital. Ele tinha ido de longe para visitar uma senhora e viu o marido dela em pé no corredor fumando. Quando o homem viu Charles Swindoll vindo em sua direção, ele, evidentemente não querendo que o pastor o visse fumando, colocou o cigarro ainda aceso no bolso da frente na sua calça. Charles Swindoll decidiu ficar conversando um pouco com ele. O homem ficou vermelho e inquieto. De repente, começou a sair fumaça do bolso. Finalmente, Charles Swindoll riu e disse: “É o seguinte: por que você não vai em frente e termina?” “Termina o que?”, perguntou o homem. E saiu apressado dentro da nuvem de fumaça.

As pessoas que Tiago descreve no capítulo 5 têm a impressão de que não existe nenhum Deus para ver suas ações—“Impiedosos? Ladrões? Corruptos? Egoístas? Quem? O que? Onde?” Tiago nos diz que Deus sabe e retribuirá a cada um com justiça. Ele corrigirá todas as injustiças.

Meu amigo, o dinheiro fala; e Deus vai só ouvindo... o tempo todo.

  • Você tem acumulado coisas—roupas, comida, dinheiro e bens em geral?
  • Você é culpado de acumular riquezas para interesse próprio, de sua família, suas propriedades, sua aposentadoria, seus planos?
  • Existe alguma evidência de impiedade na forma como utiliza seu dinheiro?
  • Você está retendo algo devido a outra pessoa?
  • Existem excessos em sua vida? Será que perdeu o equilíbrio nos investimentos, prazeres, posses e diversão?

O profeta Jeremias registrou algo que ainda é verdade hoje:

Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.

Existe algo de que se gloriar, e não é de sua inteligência, nem de sua força, nem de seu dinheiro. Que a sua glória eterna seja esta, que seja esta a alegria eterna de cada crente: que conhecemos a Deus pela fé em Jesus Cristo somente.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 17/04/2011

© Copyright 2011 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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