
Usando Os Menos Prováveis
Usando Os Menos Prováveis
Ciclos de Pecado, Histórias da Graça—Parte 2
Juízes 3
Introdução
Creio que muitos, talvez até a maioria dos crentes vive num estado de “semi-descontentamento” porque não se encaixam na categoria que eles mesmos inventaram de crentes que Deus pode usar e usará.
As razões para essa mentalidade errada são tão variadas como o corpo de Cristo em si. Alguns indivíduos são consumidos de culpa por pecados do passado; outros ficam deficientes por causa de algum fracasso, o qual é, somente esporadicamente, interrompido por um breve sucesso; outros se sentem incapacitados porque não possuem formação acadêmica formal; alguns são debilitados por causa de suas limitações físicas; existem também os que sofrem com as cicatrizes da história de sua família ou histórico pessoal; por fim, ainda outros têm dificuldades de aceitar que são imperfeitos. Esses crentes pensam: “Com certeza, Deus não me usará do jeito que realmente ele gostaria.”
Esse problema pode ser resumido com a seguinte declaração: muitos crentes ficam inertes por causa da convicção de que não possuem os requisitos, não se encaixam no modelo de crentes utilizáveis.
Por exemplo, pergunte a uma senhora crente: “Que tipo de mulher Deus usa?” Ela dará uma resposta meio nebulosa, mas bastante idealista de que a mulher que Deus usa é aquela que possui as virtudes e qualidades de Provérbios 31, a submissão de Sara, a graça da rainha Ester, a hospitalidade de Lídia, o espírito ensinável de Maria, a fé de Rute ou o corpo da Miss Brasil. Quem tem um currículo como esse?
Semelhantemente, pergunte a um homem crente: “Que tipo de homem Deus usa?” A resposta será que Deus usa alguém que assume a liderança como Elias, edifica cidades como Neemias, debate com reis como Daniel, fala com sabedoria como Salomão, suporta provações de aprisionamentos como Paulo, ou tem uma casinha à beira de um lago como os discípulos e passa bastante tempo pescando.
Quando uma mulher comum se depara com essa pergunta, sua resposta será uma mulher esbanjando perfeição. Quando um homem comum se depara com essa pergunta, sua resposta será um homem cujo currículo de vida está repleto de realizações.
Falta de perfeição e de realizações são exatamente as coisas que debilitam muitos ou a maioria dos crentes e eles nem mesmo tentam servir ou se disporem ao serviço do Senhor. Os crentes pensam: “Já que não me encaixo nessa categoria de crentes, não me encaixo no molde de Deus.”
Essa mentalidade, porém, não é guiada pelas Escrituras. Quando abrimos a Palavra de Deus, descobrimos uma verdade maravilhosa: Deus não tem um molde. Ele não tem uma forma celestial com a qual corta os moldes para crentes que falarão do mesmo jeito, se vestirão do mesmo jeito e se encaixarão perfeitamente nos moldes de perfeição e realizações. Na verdade, quem promove conformidade não é Deus, mas o mundo. É o mundo que nos manda vestir determinado tipo de roupa para nos sentir parte da galera, etc. Deus promove individualidade dentro do corpo de Cristo.
Um dos livros que deixa essa verdade mais evidente é o livro de Juízes. Nesse livro do Antigo Testamento que começamos a estudar, encontramos doze homens e mulheres que Deus usou poderosamente para impactar a nação de Israel. Todos eles são diferentes; todos são pessoas ordinárias ou mesmo pessoas improváveis de serem usadas no serviço do Senhor. Contudo, ele chamou todas elas de “juízes.”
A primeira coisa que precisamos esclarecer é uma concepção errada acerca dos juízes. Eles não tinham um tribunal, não vestiam togas, nem recebiam salário. Na verdade, eles se assemelham mais a xerifes do velho oeste que, por meio de uma personalidade forte, liderava a população e fazia justiça.
As histórias desses juízes servem de lição sobre a natureza humana. Quando tivermos terminado a série no livro de Juízes, teremos bem gravado em nossas mentes o ciclo de pecado. O povo seguia a Deus sob a liderança de um juiz; o povo pecava e era subjugado por outra nação; o povo se desesperava e se arrependia; Deus enviava um juiz e o povo seguia a Deus; o juiz morria; o povo pecava e era subjugado por outra nação; o povo se desesperava e se arrependia; e o ciclo se repetia.
Esse tipo de cenário é bastante normal no nosso cotidiano. O que acontece quando controladores externos são removidos das vidas das pessoas? Como elas agem? Por exemplo, o que acontece quando uma metrópole sofre um apagão—acaba a energia e tudo fica escuro? Observe, também, como os alunos se comportam enquanto a professora está fora da sala de aula. Borrachas voam de um lado para outro, alguns brigam aqui, outros usam o telefone ali, etc. Quantas mães nunca viram as coisas virarem uma selvageria assim que ela atendeu o telefone? É como se as crianças pensassem: “Ela não irá brigar com a gente porque tem uma pessoa do outro lado do telefone. Que tipo de confusão podemos criar?”
Vamos continuar a narrativa em Juízes 3. Josué morre e o povo de Israel cai em pecado e idolatria.
Otniel: Vencedor sobre Cusã, O “Problema Dobrado”
Comece lendo Juízes 3.7–10a e veja quem é o primeiro juiz:
Os filhos de Israel fizeram o que era mau perante o SENHOR e se esqueceram do SENHOR, seu Deus; e renderam culto aos baalins e ao poste-ídolo. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Israel, e ele os entregou nas mãos de Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia; e os filhos de Israel serviram a Cusã-Risataim oito anos. Clamaram ao SENHOR os filhos de Israel, e o SENHOR lhes suscitou libertador, que os libertou: Otniel, filho de Quenaz, que era irmão de Calebe e mais novo do que ele. Veio sobre ele o Espírito do SENHOR...
Agora, cada juiz parece ter tido um inimigo principal. No caso de Otniel, o inimigo foi o rei da Mesopotâmia. Cusã tinha escravizado os israelitas por 8 anos; o povo lhe pagava tributo. Isso se assemelha ao dinheiro pago aos bandidos para se garantir proteção. Ou seja, “Se você me pagar, o deixarei viver.”
Continue no verso 10:
Veio sobre ele o Espírito do SENHOR, e ele julgou a Israel; saiu à peleja, e o SENHOR lhe entregou nas mãos a Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia, contra o qual ele prevaleceu.
Esse rei da Mesopotâmia é uma figura interessante. Seu nome é Cusã, mas seu segundo nome Risataim, significa “mau em dobro, perverso em dobro, problema em dobro.” Cusã tomou para si esse nome para intimidar os que se lhe oporiam—“Cusã, o problema em dobro.” Quem desejaria enfrentar um homem como esse? Otniel enfrentou Cusã e, pelo poder e graça de Deus, o derrotou.
Agora, eu comecei o estudo de hoje falando sobre Deus usando os menos prováveis. Contudo, até agora, você está convencido de que Otniel representa precisamente o tipo de pessoa que Deus usa. Ele:
- tinha uma herança de família piedosa, sendo o irmão mais novo de Calebe;
- tinha os contatos certos;
- tinha experiência de guerra;
- tinha fé e já tinha provado.
Deus pode usar e usará pessoas assim. Se essas coisas o descrevem, não se intimide quando alguém criticá-lo por possuir os contatos certos. Eu, por exemplo, sou a oitava geração de pastores na minha família. Pela graça de Deus, desejamos tirar vantagens desse legado, subir nos ombros de nossos predecessores para o benefício da glória de Deus.
Por outro lado, se você não tem essa herança ou experiência, então, veja o próximo juiz. Sem dúvidas, ele não se encaixa em nosso molde artificial de “crentes utilizáveis.” Otniel morre e o povo volta ao pecado.
Eúde: O Guerreiro Canhoto
Veja, agora, Juízes 3.12, onde Deus levanta um segundo juiz para o povo:
Tornaram, então, os filhos de Israel a fazer o que era mau perante o SENHOR; mas o SENHOR deu poder a Eglom, rei dos moabitas, contra Israel, porquanto fizeram o que era mau perante o SENHOR.
Pule para o verso 15:
Então, os filhos de Israel clamaram ao SENHOR, e o SENHOR lhes suscitou libertador: Eúde, homem canhoto, filho de Gera, benjamita. Por intermédio dele, enviaram os filhos de Israel tributo a Eglom, rei dos moabitas.
Podemos observar de imediato duas coisas sobre Eúde.
- Primeiro, Eúde era benjamita, ou seja, natural da tribo de Benjamim.
A tribo de Benjamim era a menor de todas, a mais insignificante de todas em termos de população e de influência em todo o Israel. Essa era a tribo menos provável a produzir um herói nacional. Na verdade, quando José abençoou seus irmãos no Egito antes de morrer, Benjamim foi o que recebeu a menor bênção; apenas uma frase lhe foi dedicada, enquanto os outros receberam 3 ou 4 frases de bênçãos. Portanto, entenda, primeiramente, que Eúde vem de uma tribo em Israel que não possui os contatos devidos e sem influência alguma na nação.
- Segundo: Eúde era canhoto.
A priori, isso me surpreendeu. Será que ser canhoto é algo estranho assim? Eu sou canhoto. Você é? Ser canhoto é difícil, não é verdade? Cadernos, armários, eletrodomésticos e muitas outras coisas são projetadas para pessoas destras.
É interessante que se algo é considerado assustador, estranho ou perverso, ele é chamado de sinistro, que é a palavra latina para “esquerdo.” Em determinadas culturas, ser canhoto era sinal de um mal presságio. Por isso, a criança era forçada a escrever com a mão direita.
No verso 15, a expressão hebraica traduzida como homem canhoto não diz “canhoto.” A expressão significa “um homem deficiente, com empecilho, defeituoso em sua mão direita.” Em outras palavras, Eúde era canhoto porque não podia usar sua mão direita. Talvez ele tenha nascido deficiente, ou sofreu um acidente que esmagou sua mão, ou sua mão não foi restaurada como devido, ou ele tinha algum distúrbio neurológico que fazia com que seu braço direito recolhesse ou sua mão se retorcesse. Enfim, não sabemos, mas ele tinha algum problema na mão direita que o forçou a desenvolver coordenação com a esquerda.
Agora, Israel precisa de um homem para encarar o rei pagão Eglom, um guerreiro poderoso para representar os filhos de Israel. Israel precisa de um salvador. Então, lemos em Juízes 3.15 que o SENHOR lhes suscitou libertador. O libertador é a palavra hebraica yeshua ou “salvador.” E quem Deus escolhe? Um homem deficiente da tribo mais insignificante de Israel!
O verso seguinte revela a coragem de Eúde. Com uma mão apenas, ele infiltra o exército inimigo, mata o rei e foge sem ninguém perceber. Vamos ver o que acontece em Juízes 3.16–30:
Eúde fez para si um punhal de dois gumes, do comprimento de um côvado; e cingiu-o debaixo das suas vestes, do lado direito.
Um côvado, a propósito, é a mesma medida da sua mão ao seu cotovelo. Continue no verso 17:
Levou o tributo a Eglom, rei dos moabitas; era Eglom homem gordo.
Eúde leva o dinheiro da proteção a Eglom, rei de Moabe. A Bíblia pega no pé dos canhotos e agora dos gordinhos! Na verdade, o detalhe é inserido para explicar o que acontece em seguida. Veja Juízes 3.18:
Tendo entregado o tributo, despediu a gente que o trouxera e saiu com ela.
Eúde está, agora, sozinho com o rei. No verso 19, lemos uma informação designada como lembrete de que Eúde livrará a nação de um idólatra também, não somente de um bandido que força Israel pagar dinheiro por proteção pessoal. Eúde atua como o instrumento de Deus para executar julgamento. Leia o verso 19:
Porém voltou do ponto em que estavam as imagens de escultura ao pé de Gilgal e disse ao rei: Tenho uma palavra secreta a dizer-te, ó rei. O rei disse: Cala-te. Então, todos os que lhe assistiam saíram de sua presença.
Eúde tinha, de fato, uma mensagem de Deus para o rei. Continue em Juízes 3.20–23. A cena é passada em câmera lenta agora:
Eúde entrou numa sala de verão, que o rei tinha só para si, onde estava assentado, e disse: Tenho a dizer-te uma palavra de Deus. E Eglom se levantou da cadeira. Então, Eúde, estendendo a mão esquerda, puxou o seu punhal do lado direito e lho cravou no ventre, de tal maneira que entrou também o cabo com a lâmina, e, porque não o retirou do ventre, a gordura se fechou sobre ele; e Eúde, saindo por um postigo, passou para o vestíbulo, depois de cerrar sobre ele as portas, trancando-as.
Essa sala, a propósito, também servia de banheiro para o rei, algo bastante comum naqueles dias. Continue nos versos 24–25:
Tendo saído, vieram os servos do rei e viram, e eis que as portas da sala de verão estavam trancadas; e disseram: Sem dúvida está ele aliviando o ventre na privada da sala de verão. Aborreceram-se de esperar; e, como não abria a porta da sala, tomaram da chave e a abriram; e eis seu senhor estendido morto em terra.
Os servos esperaram, até que ficaram envergonhados. Eles deviam estar conversando em voz baixa: “Por que será que ele está demorando tanto assim? Será que deveríamos ver se está tudo bem com ele? Se estiver lá tranquilo lendo uma revista e nós o interrompermos, ele vai arrancar nossas cabeças... sei lá. Vamos ver como ele está.” Então, os servos entram e encontram o rei Eglom. Veja Juízes 3.25–27. Eúde ainda não terminou sua missão:
Aborreceram-se de esperar; e, como não abria a porta da sala, tomaram da chave e a abriram; e eis seu senhor estendido morto em terra. Eúde escapou enquanto eles se demoravam e, tendo passado pelas imagens de escultura, foi para Seirá. Tendo ele chegado, tocou a trombeta nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel desceram com ele das montanhas, indo ele à frente.
Perceba que Eúde está à frente. Continue nos versos 28–30:
E lhes disse: Segui-me, porque o SENHOR entregou nas vossas mãos os vossos inimigos, os moabitas; e desceram após ele, e tomaram os vaus do Jordão contra os moabitas, e a nenhum deles deixaram passar. Naquele tempo, feriram dos moabitas uns dez mil homens, todos robustos e valentes; e não escapou nem sequer um. Assim, foi Moabe subjugado, naquele dia, sob o poder de Israel; e a terra ficou em paz oitenta anos.
Eúde é um homem deficiente fisicamente, mas usado poderosamente por Deus. Ele não tinha contatos, não causava impressão positiva com seu porte físico e não tinha experiência, mas Deus o escolheu.
Sangar: Um Herói dentre Os Plebeus
Vamos continuar na narrativa e ver o próximo juiz. Em Juízes 3.31, lemos sobre Sangar, o terceiro juiz que julga fielmente como os demais. Ele, porém, é a atenção de apenas um verso:
Depois dele, foi Sangar, filho de Anate, que feriu seiscentos homens dos filisteus com uma aguilhada de bois; e também ele libertou a Israel.
Existe somente um verso contando o serviço de Sangar, mas ele contém três detalhes que nos ensinam volumes de coisas. Vamos observar cada detalhe.
- Primeiro: Sangar não era um nome hebreu, mas cananeu.
Isso sugere que Sangar não foi criado com o tipo de histórico e herança familiares que esperaríamos na vida de um líder religioso da nação.
- Segundo: o nome de seu pai, Anate, era o nome do deus cananeu da imoralidade sexual e da guerra.
O pai de Sangar recebeu seu nome em honra a um deus cananeu imoral e violento. Tudo indica, portanto, que seu pai e sua família estavam envolvidos e contribuíam para a idolatria cananeia.
- O terceiro detalhe é: Sangar, muito provavelmente, era pobre.
Podemos conjecturar a respeito da condição econômica de Sangar com base em sua arma: uma aguilhada de bois. Trata-se de uma vara comprida que tinha um pedaço de metal numa ponta e uma lâmina na outra ponta para limpar o solo. Essa era a ferramenta que os plebeus usavam para manter os bois arando os campos juntos.
Portanto, Sangar era um cananeu e um plebeu. Mesmo assim, seguiu Yahweh, o Deus dos hebreus e arriscou sua vida ao lutar contra os filisteus.
Conclusão
Permita-me concluir com três pensamentos que foram mencionados indiretamente, mas que desejo deixar claros.
- Primeiro: quando Deus escolhe seus servos, ele não se interessa com aparências exteriores.
Parece que Deus não se importa se o indivíduo usa o manto de um plebeu ou o manto do primeiro juiz, Otniel, que tinha um irmão piedoso. Se Deus não se importa, por que a igreja coloca tanta ênfase no exterior?
- Segundo: quando Deus escolhe seus servos, ele não se importa com experiência.
Deus colocará esses juízes—homens e mulheres—sob os holofotes no palco como líderes, como juízes, apesar de eles jamais terem feito essa função antes. Na verdade, não lemos nem mesmo que havia uma lista de responsabilidades. Deus não parece se preocupar com currículo de vida. Ele simplesmente insere essas pessoas numa posição na qual seu Espírito e poder liderarão através deles. Se Deus não se importa com experiência, por que igreja se importa tanto?
- Terceiro, Deus não se preocupa com a aparência física ou força de seus servos.
Ele escolhe o corpo paralisado de pessoas como Joni Eareckson Tada para impactar sua igreja; ele escolhe uma menina cega chamada Fanny Crosby para produzir belíssimos hinos para a igreja. Deus escolhe barro comum, ordinário e improvável. Deus escolhe a mim e a você para ser seus servos.
Esses três juízes tinham uma coisa em comum: eles estavam dispostos a dar tudo quanto eram para Deus usar no que bem desejasse.
Abra sua Bíblia em Isaías 40.28–31. Se captarmos bem a mensagem dessa passagem, jamais diremos: “Já que não me encaixo nos moldes, já que sou fraco, já que não tenho experiência, então Deus não pode me usar.” Lemos em Isaías 40.28–31:
Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.
Existe uma frase interessante no verso 31. Sublinhe a frase renovam suas forças. Essa frase é uma palavra hebraica apenas que pode ser traduzida como “trocam, substituem.” Então, Isaías 40.31 diz: “Os que esperam no Senhor substituirão suas forças pelas de Deus.”
Cada um desses três juízes fez essa troca. E nós precisamos fazê-la também. Precisamos ir ao Senhor e dizer: “Deus, preciso trocar:
- minha fraqueza deplorável pela tua força;
- minha incapacidade pela tua capacidade soberana;
- meus fracassos pelas tuas realizações;
- minha falta de discernimento pela tua sabedoria;
- minha pequenez por tua grandeza.”
Todos os dias, precisamos fazer essa troca que Deus tem disponibilizado.
Hudson Taylor, um grande missionário cuja biografia já li e reli algumas vezes, impactou profundamente a China. Em seu ministério, ele fundou a agência missionária Missões para o Interior da China, por meio da qual 600 jovens foram para a China para trabalhar como missionários. Próximo ao final de sua vida, ele escreveu palavras que revelaram seu entendimento sobre a troca de vida:
Deus é suficiente para a obra de Deus. Deus me escolheu porque eu era fraco o suficiente. Deus não realiza suas obras grandiosas por meio de grandes comitês. Ele treina o indivíduo para que se torne tranquilo e pequeno o suficiente e, então, o usa.
Você quer ser um juiz? Você deseja vencer os inimigos de sua vida—os Eglons e as coisas na sua vida que representam problema dobrado? A verdadeira pergunta é: “Você é fraco o suficiente, pequeno o suficiente para dar a Deus o privilégio e o direito soberano de trocar sua fraqueza e pequenez pela força dele?
Deus tem prazer em usar Otnieis, Eúdes e Sangars. Ele usa pessoas ordinárias e improváveis, pessoas dispostas a se dobrar diante do trono da graça e dizer: “Senhor, com meus defeitos e tudo, com meus problemas e tudo mais, com minhas deficiências em algumas áreas—físicas, emocionais, intelectuais, sociais e, certamente, espirituais—aqui estou para ser usado por ti. Quero trocar tudo em mim por tudo o que há em ti e ser usado para a tua glória.”
Quando lemos Juízes 3, descobrimos que Deus diz: “Ah, você é exatamente a pessoa que eu estava procurando.”
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